sábado, 31 de dezembro de 2011

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Acreditar num Maio Campeão

"Perguntei a um amigo que tal lhe corriam as festas e ele respondeu-me;

-Isto de estar 18 dias sem ver o Benfica não é fácil, de resto tudo bem.

A verdade é que o organismo de um benfiquista suporta melhor um exagero de rabanadas com muito queijo da serra que a ausência de jogos durante tanto tempo.

Bem sei que temos o 'Boxing Day' recheado e, ainda o inigualável 'Old Firm' para entreter, mas sem o Benfica não é a mesma coisa, falta adrenalina.

Regresso marcado para terça-feira, num jogo em Guimarães com o objectivo de defender um titulo que vencemos por três vezes consecutivas.

Gostava de ganhar pela quarta vez. O Benfica nunca ganhou uma prova nacional quatro vezes seguidas. Jesus e os seus rapazes podem continuar a acrescentar historia ao clube.

Será difícil, até porque o treinador do vitória é especialista em grandes Taças da Liga, no último ano levou o sensacional Paços de Ferreira à final de Coimbra.

O jogo de Guimarães não é para ganhar ritmo antes da deslocação a Leiria, é para ganhar o jogo e assumir mais um objectivo.

Entretanto o Manchester United, que muitos diziam ser fraco por não ter vencido um jogo ao Benfica e ter ficado apeado na Liga dos Campeões às mãos dos rapazes de Jorge Jesus, assumiu a liderança do campeonato Inglês. Incapazes de valorizar qualquer vitória do Benfica, os nossos detractores relativizam o valor dos nossos adversários. Resta-nos continuar a vencer e conseguir títulos.

Que 2012 seja um ano com muitas conquistas encarnadas e cheio de êxitos no futebol e nas modalidades de alta competição. Não podendo ganhar sempre e ganhar tudo, que se ganhe muitas vezes e em muitas modalidades a começar pelo futebol.

Há razões para acreditar que em Maio pode haver novamente um Benfica campeão."


Sílvio Cervan, in A Bola

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O melhor do ano? Futre, o desopilante da nação

"O aparato entre árbitros no activo, polícias no activo e polícias fora do activo, em Alvalade, no intervalo do Sporting - Marítimo, sugerem que, finalmente, o Sporting terá o seu guarda Abel


A personalidade do ano do futebol português não joga à bola desde 1998. Em Março de 2011, por outras artes e obra de um acaso feliz, redescobriu-se não o jogador que foi mas a personalidade que é.

Naquele que foi o melhor momento de stand-up comedy em Portugal, o sonho de qualquer humorista, bastou-lhe uma frase - «Se vier o melhor chinês, vai vir charters todas as semanas.» - para que Paulo Futre se transformasse, pela segunda vez na sua vida, num ídolo.

E um ídolo pelas melhores razões. Porque nos fez rir e porque, como grande artista e grande pessoa, assumiu a responsabilidade que logo lhe foi confiada por uma geração que, provavelmente, nunca o viu jogar futebol mas que o elegeu como o maior desopilante da nação e que o reclama de norte a sul do país.

Futre teve, como jogador, todas as honras da sua profissão. Foi campeão, foi uma grande estrela, foi uma fenómeno graças ao seu pé esquerdo.

Mas apenas um bom pé esquerdo não chegaria para conferir a Futre o seu estatuto actual. Futre dá conferências em universidades sobre a disciplina da motivação, Futre vai ao Pavilhão do Conhecimento falar sobre Física para explicar como o futebol e a ciência andam de mãos dadas. Futre tem uma legião de fãs para quem é absolutamente indiferente se Futre é do Sporting, do FC Porto, do Benfica, do Carcavelinhos ou do Mira-Coelhos Futebol Clube.

Futre é de todos.

Futre rocks. Montijo rules.

Bom ano a todos.


ELIAS é um bom jogador. Tem qualidade internacional que tem sido convenientemente aproveitada em Alvalade e não está nada arrependido de ter trocado o Atlético de Madrid, de grossas riscas vermelhas verticais pelo Sporting, de grossas riscas verdes horizontais.

Enfim, toldos de praia, dirão sempre maldosamente os rivais dos dois emblemas em equação.

Elias está contente com a vida, está à espera de um filho que vai nascer lisboeta, gosta da cidade, da comida, dos colegas, tudo lhe tem sabido bem nestes seus primeiros meses de experiência portuguesa.

Apenas com uma excepção. Elias ainda não digeriu a derrota do Sporting no Estádio da Luz e garante que «quem ganhou o derby não foi o Benfica, foi o Artur».

Elias refere-se, certamente, à extraordinário defesa com que o guarda-redes do Benfica o impediu de empatar a partida, já na segunda parte, até porque, de resto, Artur pouco ou mais nada teve que fazer durante o jogo.

Elias é bom jogador mas, com a devida consideração e respeito, não tem razão no seu desabafo. Compreende-se porque chegou agora mesmo ao futebol português.

Artur é excelente mas não foi só por causa do guarda-redes que o Benfica venceu pela sexta vez consecutiva o seu rival.

Enfim, como diz um amigo meu, João Gonçalves, benfiquista com certeza: «Olha-me bem para este Elias, então ainda ninguém lhe explicou que com o Quim, com o Moreira, com o Júlio César e até com o Roberto, tem sido sempre a mesma coisa.»


FOI já há mais de uma década que o Benfica teve o seu momento FC Porto. Foi quando, à míngua de sucessos, se entendeu que o melhor caminho para os ditos sucessivos era levar para a Luz o maior número possível de ex-jogadores ou de ex-funcionários do rival nortenho.

Foi, sem dúvida, uma grande parvoíce, um atraso de vida, uma enorme perda de tempo.

Por razões que são suas, o Sporting vive esse momento e já o vive há algum tempo. Por isso mesmo não causa grande espanto que os jornais insistam na possibilidade de Bruno Alves trocar o Zenit de São Petersburgo por Alvalade nesta abertura do mercado de Inverno.

O próprio pai do jogador já falou sobre o assunto e veria com bons o regresso do filho ao futebol português.

Bruno Alves no Sporting, na verdade, parece a coisa mais natural deste mundo. Nem sequer seria uma proeza política ou desportiva.

Menos natural, no entanto, seria o Sporting, sempre à imagem do FC Porto, cometer a proeza de ter, finalmente, o seu guarda Abel para todo o serviço.

E desse ponto de vista, as imagens e as notícias que deram conta do aparato entre árbitros no activo, polícias no activo e polícias fora do activo, à entrada do túnel de Alvalade, no intervalo do Sporting - Marítimo, sugerem que, finalmente, o Sporting terá o seu guarda Abel.

Na verdade, estava a fazer falta.


Tenho amigos portistas que, de repente, passaram a adorar o David Luíz pelas piores razões. Incansáveis detractores do central brasileiro quando jogava no Benfica, encontram-lhe agora nesses defeitos um rol de virtualidades.

É no que dá o fanatismo. Também no ano passado adoravam o André Villas Boas e agora...

-O vosso David Luíz está em grande!

-O vosso David Luíz anda-nos a vingar!

Mas que coisa tão estranha, ouvir isto de amigos portistas. Onde é que eles quererão chegar? Até que se fez luz:

-O vosso David Luíz anda a enterrar o André Villas Boas!

Ah, pronto, já percebi.

Referiam-se ao lapso do nosso David Luíz que, por ter chegado um bocadinho atrasado ao lance, permitiu que Dempsey assinasse o golo do empate do Fulham no jogo que o Chelsea empatou em casa e que o pôs a milhas da discussão do título de Inglaterra.

Nestas conversas de bola nada é por amor. É tudo por interesse.


DE férias no seu país, Kaká aproveitou a época festiva para dar ânimo ao seu colega de equipa Cristiano Ronaldo. Numa entrevista à revista brasileira Band Sport, Kaká disse preferir o português ao argentino porque «sendo diferentes, Ronaldo é muito mais completo, joga muito com a perna direita, joga muito com a perna esquerda e joga muito bem de cabeça», o que é verdade.

Ronaldo é mais completo mas Messi tem outras virtudes que o tornam num objecto ainda mais raro.

Qualquer jogador que se quiser comparar a Ronaldo tem de ter pé esquerdo, pé direito e cabeça. E alguns têm. Qualquer jogador que se quiser comparar a Messi tem de possuir virtudes mecânicas e poéticas, com um não-sei-quê de irreal e, por isso mesmo, virtudes de um modo geral inalcançáveis.

Por tudo isto, é dever de quem dá apreço à juventude saudar efusivamente a entrevista concedida por Ricardo Viegas, de 19 anos, que está a viver o seu primeiro ano como sénior do Belenenses e que sonha jogar no Barcelona.

«Tenho coisas parecidas com Messi», diz o jovem Viegas, exemplo de alguém que acredita em si próprio.

Se Ricardo Viegas falhar como novo Messi pode sempre vir a ser um excelente diplomata de carreira. Vejam como o miúdo foi cuidadoso para não ofender (com a sua comparação com Messi) o seu compatriota Cristiano Ronaldo (sempre muito susceptível quando há comparações com Messi):

«Gosto muito do Ronaldo, mas identifico-me mais com o argentino a jogar», acrescentou com grande tacto.

Força Ricardo Viegas!


ALGUÉM se deve ter distraído destes pormenores importantíssimos do panorama geográfico e político do futebol português. E, por isso mesmo, este ano termina com uma agradável e surpreendente demonstração de força competitiva dos clubes de Lisboa nas divisões secundárias.

Na Liga Orangina, o Estoril e o Atlético ocupam os dois primeiros lugares da tabela e na Zona Sul da 2.ª Divisão é o Oriental quem lidera com dois pontos de vantagem sobre o Pinhalnovense e o Torreense.

Será da crise? Será para continuar?

Ficam as respostas em suspenso até ao final da Primavera, quando tudo se decide e aí se verá que promessas que foram cumpridas e que promessas não passaram disso mesmo, de promessas vãs sem sustentação válida.

Para esta abertura do mercado de Inverno, fica a curiosidade de sabermos se o Benfica e o Sporting, os maiores da capital, decidem apostar no sucesso dos seus vizinhos mais pequeninos presenteando-os, por exemplo, com excedentários dos seus valiosos plantéis.

Ou se, pelo contrário, não estão minimamente focados nestas questões do panorama geográfico e político do futebol português.

E, se assim foi, é caso para se dizer que também eles andam distraídos, o que é uma pena.


JOSÉ MOURINHO disse que irá voltar ao futebol inglês que é a sua grande paixão e Fábio Coentrão disse que um dia regressará ao Benfica que é a sua grande paixão.

Disseram, está dito."


Leonor Pinhão, in A Bola

Tróicas 2011

"Na despedida de cada ano, é um clássico eleger o melhor, o pior ou outra qualquer coisa de uma qualquer actividade ou ocupação.

Não quero fugir a essa regra. Mas, adaptando-me aos condicionalismos em que vivemos, opto pelas tróicas em vez das individualidades. Não das tróicas de distintos credores, mas dos trios que, em competição, melhor exprimem o seu ofício futebolístico em consonância com a etimologia da palavra russa troika que - recorde-se - começou por significar um carro ou um trenó conduzido por três cavalos alinhados lado a lado.

Nesta coluna, e tendo em conta todo o ano e não apenas a presente época, espaço para alguns desses pódios com a inevitável subjectividade e a finitude, da memória:

A nível mundial:

Campeonatos - Inglaterra, Espanha, Alemanha. Equipas - Barcelona, Real Madrid, Bayern. Jogadores - Messi, Ronaldo, Van Persie. Guarda-redes - Casillas, Stekelenburg, Neuer. Defesas - Dani Alves, Piqué, Coentrão. Médios - Xavi, Iniesta, Sneijder. Atacantes - Messi, Ronaldo, Van Persie. Treinadores - Guardiola, Mourinho, Del Bosque.

A nível das competições nacionais:

Equipa - Porto, Benfica, Braga. Jogadores - Hulk, Aimar, Falcao. Jogadores (fora dos grandes) - Moisés, Peiser, Babá. Guarda-redes - Artur, Helton, Rui Patrício. Defesas - Coentrão, Álvaro Pereira, Luisão. Médios - Aimar, Moutinho, Rinaudo. Atacantes - Hulk, Falcao, Saviola. Treinadores - Villas Boas, Jorge Jesus, Domingos.

E quanto ao meu clube:

Jogadores - Aimar, Coentrão, Gaitán. Aquisições - Artur, Garay, Witsel. Revelações - Nolito, Rodrigo, Nélson Oliveira. Decepções - Roberto, Capdevila, Sidnei. Expectativas - David Simão, Melagrejo, Mika. Saudades - Coentrão, Ramires, Di Maria."


Bagão Félix, in A Bola

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Expectativas 2012

"Fechado que está 2011, importa olhar para 2012, e para aquilo que dele podemos esperar.

Como o presidente Luís Filipe Vieira muito bem diz, 2012 será um ano-chave para o Benfica. Nos próximos doze meses serão fechados alguns dos mais importantes dossiers que estão sobre a mesa, e é provável que daqui por um ano estejamos num quadro contextual bastante distinto do de hoje, designadamente no que respeita à composição das nossas receitas. É no cruzamento entre a consumação de negócios absolutamente vitais, e a evolução da crise económica - que nos transcende, mas que também nos afecta -, que se escreverá o futuro próximo do Benfica. É também nesse campo, o financeiro, que se joga a dimensão das nossas ambições para os anos vindouros. Um grande Clube europeu, crescendo no sentido de se aproximar dos principais colossos do 'Velho Continente', e de se reencontrar com o seu passado glorioso, é aquilo que queremos. É nesse comboio que viajamos, e não nos iremos certamente deixar apear.

No plano estritamente desportivo, o grande objectivo de 2012 será a reconquista do título nacional. Afastados da Taça de Portugal; com uma Taça da Liga de prestígio ainda insípido; com legítimos sonhos, mas poucas possibilidades concretas de ir até ao fim na luxuosa Champions o Campeonato é, e será, o critério principal, para não dizer único, de sucesso ou insucesso na temporada que corre. Se formos Campeões Nacionais, 2012 será, seguramente, um excelente ano de benfiquismo. Se não formos, muito dificilmente escaparemos à angústia de uma época perdida. É um desafio de tudo ou nada que deveremos saber assumir, com responsabilidades, e com a confiança e a autoridade de quem trabalha nos limites.

Na Europa temos história, temos nome, e também temos esperança. Mas não creio que possamos exigir demasiado de uma prova onde está a nata do Futebol mundial. Chegar aos quartos-de-final é o objectivo realista que podemos hoje colocar. O resto se verá, sendo que o pássaro doméstico jamais poderá ser largado da mão."


Luís Fialho, in O Benfica

Um óptimo fim-de-semana

"1. Foi, finalmente, uma vitória com alta nota artística e, no dia seguinte, enfim, a notícia por que todos há vários meses aguardávamos: a renovação do 'nosso' Maxi.

Na sexta-feira, apanhámos um pequeno susto, mas a equipa reagiu bem e resolveu a questão em breves minutos, deixando-nos a todos descansados e prontos para esperar pelos resultados dos nossos rivais nos dias a seguir. Há muito que não tínhamos um fim-de-semana tão descansado. Sexta-feira, Nolito estava endiabrado e as coisas saíram-nos bem (finalmente!) no capítulo da finalização. Começamos felizes as férias (futebolísticas) do Natal, esperando por boas novidades no reatamento, no início de Janeiro...

Logo no dia seguinte, uma boa notícia: Maxi Pereira renovara. Ele não é dos nossos melhores jogadores em termos técnicos, mas dá gosto vê-lo jogar, sempre 'prego a fundo', atrás e à frente, com uma entrega inigualável. Um verdadeiro jogador 'à Benfica'. Há muito que se falava na renovação, o jogador sempre disse que queria continuar mas não nos saía da ideia o facto de o seu empresário ser o mesmo do de Cristian Rodriguez, que nos trocou pelo FC Porto (e ainda bem, dizemo-lo agora!). Empresário cá, empresário lá, negociações agora e mais logo, o certo é que os meses passavam e não havia fumo branco. Até que, finalmente, o nosso presidente deu a boa nova na inauguração das novas instalações da nossa Casa de Évora. O Maxi continuará a ser nosso e/ou me engano muito, ou por cá ficará até final da carreira. Foi a segunda alegria do fim-de-semana.

2. Os sportinguistas festejaram na semana passada os 25 anos sobre o seu célebre triunfo, por 7-1 frente ao Benfica. Sinceramente: não me importava nada de os ver novamente felizes com outro 7-1 na 2.ª volta deste Campeonato. Com uma condição: a classificação final ser a mesma de há 25 anos: Benfica Campeão, Sporting em 4.º...

3. Eduardo Barroso, presidente da Assembleia Geral do Sporting, contou, na sua crónica semanal n'A Bola, que esteve em Madrid, a assistir ao Real-Barcelona. Espero que tenha visto a rede (ou caixa) de protecção onde estiveram (bem comportados) os milhares de adeptos do Barcelona. Tudo normal, sem lamentações (dos responsáveis) nem incêndios (dos adeptos)..."


Arons de Carvalho, in O Benfica

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Em alta com Nolito

"Num momento em que tudo está previsto, revisto e concretizado em baixa, o Benfica termina o ano de 2011 em alta, com um resultado robusto (adjectivo que o poder político pôs na moda) e sobretudo com uma imagem de vitalidade e confiança de um percurso de ouro em 2012, dentro e fora de portas.

Depois de um golo enervante e em contra-ciclo, o Benfica conseguiu uma recuperação notável e partiu para uma exibição criativa, pujante e concretizadora.

Foi uma noite em grande, daquelas que enchem os olhos e a alma aos benfiquistas, e não só.

Do jogo e da fase actual do Benfica, que já tem o Zenit de São Petersburgo na agenda, muito se pode dizer. Mas o cronista, com toda a subjectividade que existe no acto de falar do que gosta da forma que mais lhe apraz, sente-se inclinado a falar de Nolito, com dois golos no activo neste jogo e sempre com a promessa de, cada vez que entra em campo, dar o melhor de si para que o Benfica seja ainda melhor.

Manuel, Manolo, Manolito, Nolito.

Assim se transforma um nome comum em Espanha e também em Portugal num diminutivo que fica no ouvido e que pode fazer história, pelo menos nesta temporada. O rapaz, com a sua figura inconfundível, com a sua obstinação, com o seu invejável domínio de bola e com a sua fixação na baliza, pertence ao número das pessoas que, vistas de perto ou de longe, não deixam dúvidas quanto à paixão que põem naquilo que fazem. Essa 'garra' e essa 'raça' é muito espanhola, muito latina, muito deste sul da Europa que a Europa rica tanto gosta de amesquinhar, assacando-lhe as culpas de todas as dívidas e de todas as crises. O pior é que depois têm de rumar a Sul para se lembrarem de que há na vida coisas boas e únicas que o Norte nunca lhes dará, por mais poder e riqueza que possuam.

Nolito entra e leva consigo a equipa inteira, coesa, criativa e competente, rumo às redes do adversário. São jogadores como este que fazem a diferença, que enriquecem o espectáculo e fortalecem a confiança de quem nunca desiste de acreditar na vitória."


José Jorge Letria, in O Benfica

Norte vermelho

"Criado e crescido em Vila do Conde, natural só poderia ser a minha grande afeição ao Rio Ave, o emblema desportivo mais representativo daquela cidade nortenha. Foram muitos anos de ligação sentimental e física ao clube, que sempre coloquei, de forma indestronável, no segundo patamar das minhas preferências, logo a seguir ao nosso Benfica.

Por imperativos familiares, na última ronda da Liga, não estive na Luz a presenciar o despique entre o Benfica e o Rio Ave. Acompanhei o jogo pela TV, justamente em Vila do Conde, no restaurante de um amigo portista. O Benfica ganhou. Ganhou bem, ganhou categoricamente. Ganhou ainda melhor, porque o Rio Ave se bateu sem complexos e com galhardia.

Qual era a atmosfera no local onde assisti ao jogo? De predominância benfiquista, mesmo tratando-se da cidade que sedia o antagonista da equipa 'encarnada'. Eram mais benfiquistas do que simpatizantes do Rio Ave. Eram mais benfiquistas do que simpatizantes de outras cores. Eram mais benfiquistas do que todos os outros juntos.

No dia seguinte, por mero acaso, ainda encontrei-me com o presidente do Rio Ave. Conversámos uns minutos e registei uma frase de grande significado, proferida pelo meu interlocutor: 'É sempre com o Benfica que o Rio Ave consegue, em casa, as suas melhores receitas, a grande distância do Sporting e do FC Porto'. Mesmo sabendo-se que Vila do Conde dista somente vinte quilómetros da capital nortenha.

Qual é, afinal, o maior clube do Norte? Custe a quem custar, a reposta é inevitável e merece ser escrita de forma maiúscula.

O BENFICA É O MAIOR CLUBE DO NORTE."


João Malheiro, in O Benfica

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz e Glorioso Natal



O vídeo está um pouco 'atrasado', mas vale a pena...!!! Um Natal de 'sonho' para todos os Gloriosos, principalmente para os fiéis e indefectíveis seguidores do blog!!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Quero voltar a Valença do Douro

"Se dúvidas houvessem de que estamos na época de Natal bastava ver que na televisão já passou o filme Sozinho em Casa e que o Sporting ficou longe do título. É quase tão tradicional como o bacalhau na ceia de dia 24.

O Benfica goleou, por 5-1, o Rio Ave num jogo mais difícil do que aquilo que parece pelo resultado.

O jogo será lembrado pelo passe de Aimar para o terceiro golo, um poema, uma obra de arte.

Este campeonato será ganho com 76/78 pontos, quem perder pontos em jogos proibidos dirá adeus ao título.

A verdade é que o FC Porto, mesmo sem jogar bem, apenas perdeu 6 pontos, 3 empates em 13 jogos, o que significa que se começar a jogar melhor não irá perder muitos mais.

O Benfica tem o mesmo desempenho que o FC Porto, embora tenha realizado saídas teoricamente mais difíceis.

Temos de continuar com esta regularidade para conquistar o 33.º título nacional. Será um campeonato decidido nos detalhes. Um deslize poderá ser fatal e Jorge Jesus está atento.

No último domingo participei numa bonita homenagem a Luís Martins, na sua terra natal, Valença do Douro.

Aos 19 anos, o jovem talento do Benfica te tudo para ser feliz e fazer feliz as boas gentes da sua terra.

Prometi que se o Benfica fosse campeão lá voltava para festejar o título no Bar 36 (número da camisola do Luís) com o pai António.

Vejam lá se fazem a vossa parte para eu cumprir a minha promessa. Quero voltar a Valença do Douro, passou a ser um desejo de ano novo. Esperemos as melhoras de Eusébio, que não passe de um susto e volte a sentar-se ao nosso lado nos jogos de Benfica e Selecção. Vi ao lado dele o último, contra os romenos do Otelul, e testemunhei que sofre a valer.

Boas rabanadas, bom bacalhau e um Santo Natal a todos os leitores de A BOLA, antes que a troika nos tribute este hábito."


Sílvio Cervan, in A Bola

Boas Festas

"Nesta quadra festiva que, apesar de todas as dificuldades que o País atravessa, deve ser vivida em total harmonia e solidariedade com os outros, cumpre-me desejar a todos os benfiquistas, e em especial aos nossos leitores, votos de um Feliz Natal e um ano novo cheio de saúde, esperança e, se possível, recheado de sucessos desportivos.

Estamos prestes a iniciar um novo ano e uma nova caminhada desportiva. O Benfica vê-se envolvido em três frentes importantes, duas de cariz nacional e uma outra que, como todos sabemos, é a Prova Rainha do Futebol Europeu, a Liga dos Campeões.

Relativamente aos dois objectivos nacionais o nosso Clube tem legitimas aspirações a vencer ambos. Por tradição a Taça da Liga costuma sorrir às cores encarnadas. O Benfica tem um especial carinho por este troféu que conquistou por três vezes consecutivas.

Quanto ao Campeonato Nacional, as semanas que se aproximam são absolutamente fundamentais. É muito importante que nos próximos jogos consigamos descolar definitivamente do FC Porto de modo a poder ganhar uma margem pontual na tabela classificativa que nos permita respirar melhor, com confiança redobrada e deixar a pressão para os nossos adversários. Porque como diz o ditado, 'candeia que vai à frente alumia duas vezes'. Estou em crer que o Benfica sairá reforçado destas mini-férias.

Jogadores essenciais para a estabilidade do grupo vão recuperar das suas lesões e o descanso para outros será providencial. Jesus saberá voltar a reunir as 'tropas' e motivá-las a ultrapassar novos obstáculos e novas dificuldades. Mas não podemos falhar nos próximos 3 ou 4 jogos pois serão eles que nos manterão a chama acesa, a chama da nossa imensa alegria que será voltar a ver o nosso Benfica Campeão de Portugal. Por fim, resta-nos a 'Champions'. Também aqui acredito que saberemos ultrapassar os russos. Bons a defender, perigosos no contra ataque, com Danny sempre em destaque, o Zenit constituirá osso duro de roer."


Luís Lemos, in O Benfica

Futebol de rua

"Noite de sexta-feira, Estádio da Luz, durante a partida Benfica-Rio Ave, minuto 36. Nolito recebe a bola, caminha para a área – passa a bola, penso eu. Ultrapassa o primeiro adversário, caminha para a linha de fundo – passa a bola, penso eu. Enfia-se literalmente na linha de fundo, passa o segundo adversário, fica sem ângulo para marcar, aparentemente perde a noção do tempo e do espaço. Dali é impossível marcar, a física e a geometria provam-no – passa a bola, grito eu da bancada. Golo. Todo Estádio festeja o golo e a decisão do Nolito de não ter passado a bola. Nolito enfiara-se numa cabine telefónica, fintou dois defesas, iludiu o guarda-redes, e saiu pela porta.

Festejava-se o futebol irreverente, o futebol de rua, o futebol em que o puto malandro se entretém a provar que isso dos impossíveis é preocupação de adultos cinzentos com medo da ousadia. O Nolito é essencialmente isto: o miúdo feito homem que se diverte no mundo profissional com a mesma ‘reguilice’ com que um puto enfrenta a baliza demarcada por duas mochilas da escola. Para trás ficam os aborrecimentos de quem pensa o futebol parametrizado em “basculações”, “transições ofensivas e defensivas” e “movimentos de rotura”. Ali, em Nolito, o futebol é um espaço que existe em função da localização da baliza. O tempo mede-se em adversários que têm de ser ultrapassados até chegar à baliza. O modo vive-se pelo gozo do momento. O resto são meros aborrecimentos de gente grande que se esqueceu de que a génese do futebol é a rua.

Feito o golo e festejado o momento, levanta-se a questão: como conciliar a irreverência do futebol de rua com as obrigações do futebol profissional? Haverá lugar para ‘Garrinchas’ no futebol actual? Verdadeiramente preocupante é tentar perceber que futebol é este em que se questiona se há nele lugar para os que acreditam que se podem marcar golos impossíveis."


Pedro F. Ferreira, in O Benfica

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

2.ª carta ao menino (Jorge) Jesus

"Caro Menino (Jorge) Jesus, volto a escrever-lhe pelo Natal.

Não sabendo aramaico, faço-o em português, embora imagine que é em castelhano que fala com a maioria dos seus discípulos. O povo precisa da chama imensa da sua luz. Não por causa das falhas de energia na Bracara Augusta ou dos fogos dos bárbaros no templo. Mas porque anda amargurado com o corte sobre o subsídio do seu Natal e com os mandamentos de uma tal Ângela teutónica (ainda dizem que os anjos não têm sexo...). Não lhe peço milagres de denários, sestércios ou moeda única. Nem que expulse a troika da catedral até porque nos basta a sua trindade (a técnica, a táctica e a nota artística). Não lhe peço o milagre de converter o Emerson em Fábio. Apenas peço que no princípio do Verão nos dê taças e ânforas. Mas cuidado com os zelotas a fariseus que vêm tomando conta do sinédrio. Prefira o ar puro da margem esquerda do Jordão para os sermões e evite túneis nas pedreiras e distracções nos caldeirões. Permita-me que lhe confesse uma angústia. A fazer fé no que leio na Galileia e Judeia, receio que os vários Herodes que a globalização fez enriquecer tentem a matança do seu grupo. Não há dia que saxões, romanos e celtiberos não ofereçam mirra, incenso e ouro pelo Gaitan, Javi, Luisão, Aimar, Saviola, Garay, etc. Também, consta nas margens do Mar Morto, que a ovelha transviada Capdevila vai para a Samaria. Perturbado ainda mais fiquei quando soube que o Imperador César quer levar o Rei Artur para o seu território. A propósito, que é feito de um tal César que vive no tempo de Diana? Faço votos para que não perca o zénite, e não seja obrigado a fugir para o Egipto... perdão, para (o Atlético de) Madrid.

Grato abraço deste crente encarnado."


Bagão Félix, in A Bola

Segundas e terceiras intenções

"Se Vítor Pereira ganhar a Taça da Liga não faltarão os portistas anti-Vítor Pereira a chamar incompetente a esse treinador de vitoriazinhas no capítulo das não-prioridades


O último sorteio das competições europeias da UEFA causou muito e especial impacto em Portugal. Foi um sorteio que ultrapassou largamente as expectativas porque para além de cumprir com a primeira intenção de qualquer tirar à sorte desta natureza - que é emparelhar adversários -, provou ser um sorteio riquíssimo em segundas e terceiras intenções, para não falar das ligações emocionais, familiares, entre todas as equipas em concurso.

Por exemplo, o Sporting de Braga vai ter de defrontar a equipa mais portuguesa da Europa, o popular Besiktas de Istambul, comandado pelo nosso compatriotas nossos, os jogadores Ricardo Quaresma, Manuel Fernandes, Simão Sabrosa, Hugo Almeida, Bebé e Júlio Alves.

O Besiktas é uma raridade, está visto. Uma equipa que luta na Europa com tantos portugueses é praticamente um achado arqueológico.

Apesar de não se defrontarem entre si, o Besiktas de Istambul que vai jogar com o Braga tem uma afinidade familiar de cariz lusitano com o Zenit de São Petersburgo. Trata-se dos Alves. Os irmãos Júlio e Bruno Alves. O primeiro joga no Besiktas, o segundo joga no Zenit, clube que afastou o FC Porto e que agora calhou em sorte ao Benfica.

Vigorando o bom senso, não houve reacções de euforia no campo benfiquista quando se conheceu o nome do adversário, que é um adversário forte numa fase já adiantada da competição.

As incertezas quanto ao desfecho desta eliminatória são muitas.

A única certeza é que o Estádio da Luz vai receber Danny. Da última vez que Danny esteve em Portugal foi ao Estádio do Dragão e saiu de lá absolutamente convicto de que soube educar os seus filhos com esmero e primor, ao contrário de muita gente. Aliás, o próprio o vincou assim que o jogo acabou.

Curiosamente, diz muito ao FC Porto, e suscita grande expectativas entre os adeptos dos campeões nacionais, este confronto que se aproxima e vai colocar frente a frente o Benfica e o Zenit.

Todos o desejam, mas poucos portistas acreditam que Danny festeje caninamente qualquer golo que marque ao Benfica.

(...Ainda se fosse o Bruno Alves a marcar um golo ao Benfica... isso sim, poderia dar uma comemoração engraçada, que ajudasse a lavar as mágoas de festejos passados, junto à bandeirola de canto, como se a bandeirola fosse algum poste, caramba...)

Bruno Alves está optimista para os dois jogos que vai disputar com o Benfica, se ainda for jogador do Zenit em Fevereiro.

Alguma imprensa tem ventilado a hipótese de Bruno Alves se transferir para o Sporting de Lisboa na abertura do mercado de Inverno e, assim sendo, o defesa central só encontrará o Benfica pelo caminho mais tarde, quando o Benfica for a Alvalade na segunda volta do campeonato ou se, porventura, Benfica e Sporting se encontrarem na final da Taça da Liga, o que não seria a primeira vez.

Pela primeira vez, no entanto, o FC Porto e o Sporting podem encontrar-se numa eliminatória internacional porque o sorteio, o tal sorteio das segundas e terceiras intenções, coloca-os frente a frente dando-se o caso de o FC Porto afastar o internacionalmente inexperiente Manchester City e de o Sporting triunfar sobre o internacionalmente inexistente Légia de Varsóvia.

É assim uma forte probabilidade de termos em 2011/2012 na Liga Europa uma eliminatória entre portugueses, tal como já aconteceu em 2010/2011, na meia-final entre o Sporting de Braga e o Benfica.

Então a vitória sorriu à equipa que melhor vem representando o Minho e que vai agora ter de jogar o seu futuro europeu com a equipa que melhor vem representando o futebol português, que é o Besiktas de Istambul, como já ficou explicado.

Voltemos ao Zenit e a Bruno Alves, os próximos adversários do Benfica na Liga dos Campeões. Os russos ficaram satisfeitíssimos com o sorteio, o que se compreende, porque entre os cabeças-de-série havia nomes mais complicados, muito mais complicados, do que o Benfica.

O médio Evgeny Bashkirov disse logo que o Benfica era «uma equipa acessível» e que acreditava poder «resolver logo a questão em São Petersburgo», como, de certa maneira, aconteceu com o FC Porto. Bruno Alves comunga deste espírito optimista e, como bom profissional, também acredita no sucesso do Zenit.

Aliás, Bruno Alves, neste momento só tem uma dúvida: «Não sei como vou ver recebido. Espero, isso sim, ser bem recebido. Se alguma vez ultrapassei os limites contra o Benfica? Não. E a prova disso é que nunca fui expulso contra o Benfica», disse.

Lá que nunca foi expulso contra o Benfica é uma grande verdade.

Mas é uma fraca prova, fraquíssima.

A final da Taça da Liga de 2010, com Bruno Alves a despachar lenha a torto e a direito sem que o árbitro Jorge Sousa considerasse excessivo o seu empenho na luta em prol de Dragões ficou como um super marco histórico da impunidade no futebol português.

Fevereiro promete grandes emoções europeias. Essa é que é essa.


O resultado do Santos no jogo com o Barcelona deixou os adeptos do Peixe em estado catatónico.

Ao contrário, e porque são todos da mesma cidade, provocou grande alegria entre os adeptos do Corinthians e do São Paulo que viram o rival soçobrar sem um pingo de resistência perante a armada de Pep Guardiola.

Rivalidades são rivalidades e não é por se mudar de continente ou de hemisfério ou de fuso horário que as coisas passam a ser diferentes. São iguaizinhos em toda a parte do mundo os ódios de estimação entre os vizinhos das mesmas cidades.

E hoje se um terço dos paulistas chora pelo Santos, os outros dois terços encontraram no massacre de Yokohama vastos motivos de celebração.

E a Neymar, o desconsolado melhor jogador brasileiro da actualidade, os adeptos do Corinthians e do São Paulo já atribuíram uma alcunha cruel. Neymar passou a ser o Neymorto.

E porquê?

Porque no decorre do jogo, com a goleada a avolumar-se, o treinador do Santos pediu ao jogador:

-Neymar, bora fazer golo no Barça!

Ao que ele respondeu:

-Neymorto, mister.

É uma anedota. Daquelas que doem e é precisamente essa a intenção com que nascem do vasto campo da sabedoria e do humor populares.

Os adeptos do Santos, no entanto, não têm sido menos castigadores com a sua equipa. Acusam de tudo e de mais alguma coisa os jogadores que idolatravam até ao domingo fatal no Japão.

E quando o tema da posse de bola vem à baila, lamentam amargamente que os jogadores do Santos tenham viajado até tão longe apenas para pedir autógrafos aos seus supersónicos adversários.

Que excelente notícia para José Mourinho e para o Real Madrid esta de ser o Santos a mais recente vítima do poderoso rival catalão.

A curiosidade mórbida nacional e internacional que sempre vasculha o palco de qualquer tragédia vira-se agora, com todos os holofotes, do Estádio Santiago Bernabéu para a Vila Belmiro, lá longe, muito longe no Brasil.

Um merecido descanso para Mourinho.


QUE excelente notícia para o Benfica, a renovação de Maxi Pereira, o nosso adorado Cantinflas.

Grande malha, senhor Vieira. Até que enfim.


O FC Porto jogou ontem com o Paços de Ferreira. Quanto ao resultado, francamente, não interessa para nada estar aqui a discuti-lo porque para o treinador Vítor Pereira a Taça da Liga «não é prioridade».

Fica registado.

É preciso ter cuidado com o que de diz. É que se Vítor Pereira porventura ganhar a Taça da Liga não faltarão os portistas anti-Vítor Pereira a chamar incompetente a esse treinador de vitoriazinhas no capítulo das não-prioridades."


Leonor Pinhão, in A Bola

O poder corrompe

"Em Outubro último, Julio Grondona foi eleito pela nona vez consecutiva presidente da federação argentina. Significa isto que Don Julio como é conhecido em Buenos Aires, está no cadeirão da AFA há 32 anos e, se vier a cumprir integralmente o novo mandato, acabará por lá permanecer 36! Pelo menos. Com 80 anos, tem passado os últimos meses na Suíça para se tratar de um tumor a que foi operado e para se dedicar à FIFA, de que também é vice-presidente há muitos anos. Uma hegemonia assim tão prolongada, no futebol não tem precedentes. O diário El Gráfico escreveu na altura que os 25 anos de Alex Fergunson no banco do Manchester United parecem uma anedota em confronto com a longevidade de Grondona. Esqueceu-se, porém, de referir que nós, portugueses, nesta matéria não estamos distantes de poder pedir meças aos argentinos. Então, não é verdade que temos Pinto da Costa bem perto dos 30?

Fenómenos destes são mais frequentes na política. Os 50 anos de Fidel Castro em Cuba, os 35 de Stroessner no Paraguai e os 32 de José Eduardo dos Santos em Angola são alguns dos muitos exemplos que existiram por esse mundo fora. Nós cá, mais uma vez, não fugimos à regra: Mesquita Machado na Câmara de Braga há 35 anos é um bom paradigma. O que leva toda esta gente a ficar agarrada ao poder por tanto tempo? A resposta vem na imprensa mundial independente: a corrupção, o tráfico de influências, as falcatruas. No caso de Grondona (que dirige as finanças da FIFA e manipula milhares de milhões!), atolado até ao pescoço (com o compadre Blatter) em escândalos, acrescem razões políticas. A presidente Kirchner, para retirar os direitos televisivos ao império mediático do Clarin, hostil à sua governação, e assim fragilizá-lo, precisa de Don Julio."


Manuel Martins de Sá, in A Bola

Fitas e Fintas

"O António Simões fez anos. Não é que é quase septuagenário? Convidou-me para o jantar de aniversário, regressado há dias do Irão, onde tem coadjuvado Carlos Queiroz. A cerimónia foi muito íntima e não menos tocante. O António gosta de sentir verdade, gosta de sentir certeza nos seus amigos. A meio do repasto, liguei à minha mãe, que já dobrou a barreira dos oitenta. “Nos anos do Simões? Aquele pequenino das fintas que jogava com o Eusébio?”. Esse mesmo.

Simões foi um futebolista genial. Na esteira de Rogério, Bentes, Albano, deliciou o mundo da bola nas décadas de 60 e 70. Um dia, comparei-o a algumas figuras da Banda Desenhada. Foi assim: “Ele era o Rato Mickey, na sua principal alcunha, expressão de agilidade em corpo minguado. Ele poderia ser o Speedy Gonzalez, conceito de rapidez, de velocidade. Ele poderia ser também o Astérix, noção de combatente, de indomável. Ele poderia ser ainda o Lucky Luck, ideal de oportunidade, de precisão. E porque parecia driblar mais rápido do que a própria sombra, ele só poderia ser o nosso Simões. Que ao poema chamava finta”.

Ele tinha a graça dos mais gráceis. Ele tinha a subtileza dos mais subtis. Ele tinha o engenho dos mais engenhosos. Ele tinha tudo o que os outros não tinham. Depois dele, também tiveram o Chalana, o Futre, o Figo, agora o Ronaldo. Gente de fintas como fitas? Ou será que gente de fitas como fintas? Sempre gente das mais belas fitas com as mais belas fintas.

O futebol português tem parido alguns dos melhores filhos da melhor bola. O Simões ainda hoje é o mais jovem campeão europeu de toda a história. Dizer Simões, dizer também Chalana, Futre, Figo ou Ronaldo é dizer acato, é dizer mercê, é dizer honra. Mais ainda, é dizer presente a um passado com sabor a futuro."



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Lixívia Extra-Forte XIII

Tabela Anti-Lixívia Extra-Forte:
Benfica.......33 ( -2)...35
Corruptos..33 (+1)...32

Sporting......27 (0)...27
Braga........25 ( +4)...21

Já o escrevi anteriormente, Bruno Esteves será um dos árbitros com melhor potencial actualmente no futebol Português. Na época anterior, ficou 'marcado' no Benfica-Paços, ao ser iludido pelo Coentrão e ter marcado um penalty inexistente a favor do Benfica!!! Não apitou mais o Benfica nessa época, este ano voltou a apitar o Benfica-Paços e teve um exibição desastrada, tentando a todo o custo afastar a ideia de ter uma 'tendência' Benfiquista!!! Neste jogo com o Rio Ave, um pouco mais tranquilo, teve tecnicamente uma boa actuação, mas disciplinarmente demonstrou uma enorme dualidade de critérios, principalmente com o avolumar do resultado.
O penalty do Eder é claríssimo. No segundo golo o Nolito está em linha, portanto em jogo. O Bruno China deveria ter sido expulso por acumulação de amarelos, ainda na primeira parte. O Kelvin atirou-se descaradamente para a piscina. Mais uma vez um lance duvidoso 'favorável' ao Benfica foi 'apagado' das discussões pós-jogo: Já nos últimos minutos, o Rodrigo é empurrado dentro da área, fica a dúvida se é carga de ombro, ou se é falta. O lance prossegue e o Nelson Oliveira cruza a bola, o árbitro marca pontapé de baliza!!! Se a bola tivesse saído (algo que não aconteceu) seria pontapé de canto...

Não vi mais nenhum jogo da Liga Nacional, só vi os resumos. Os Corruptos fizeram um escândalo por causa de um penalty não assinalado: Sim era penalty, um choque evitável, mas foi falta. Agora o destaque dado a este caso é completamente ridículo, mais ainda o pedido de desculpa do árbitro... Num jogo onde os Corruptos jogaram 50 minutos em superioridade númerica!!! Expusão justa do Roberge...
As Lagartixas 'encostaram' e voltaram a 'chorar'!!! Não existe penalty sobre o Insua. O golo Lagarto é um golo manhoso!!! Até pode não ser ilegal (creio que existe uma recomendação para permitir que os lançamentos laterais, poderem ser feitos atrás do local onde a bola saiu!!! Mas não tenho a certeza. Isto com objectivo de tornar o jogo mais rápido), mas foi manhoso!!!
No jogo do Braga houve vários golos obtidos em possíveis situações de fora-de-jogo, mas parece-me que as decisões nos golos foram todas boas (para os dois lados).

Anexos:

Benfica
1ª-Gil Vicente(f) E(2-2), João Ferreira, Nada a assinalar
2ª-Feirense(c) V(3-1), Hugo Pacheco, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
3ª-Nacional(f) V(0-2), Soares Dias, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
4º-Guimarães(c) V(2-1), Duarte Gomes, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
5ª-Académica(c) E(4-1), Vasco Santos, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
6ª-Corruptos(f) V(2-2), Jorge Sousa, Nada a assinalar
7ª-Paços de Ferreira(c) V(4-1), Bruno Esteves, Prejudicados, Sem influência no resultado
8ª-Beira-Mar(f) V(0-1), Paulo Baptista, Prejudicados, Sem influência no resultado
9ª-Olhanense(c) V(2-1), Marco Ferreira, Prejudicados, Sem influência no resultado
10ª-Braga(f) E(1-1), Proença, Prejudicados, (0-2), -2 pontos
11ª-Sporting(c) V(1-0), Capela, Prejudicados, Sem influência no resultado
12ª-Marítimo(f) V(0-1), Sousa, Nada a assinalar
13ª-Rio Ave(c) V(5-1), Bruno Esteves, Nada a assinalar

Corruptos
1º-Guimarães(f) V(0-1), Olegário, Beneficiados, (0-0), +2 pontos
2ª-Gil Vicente(c) V(3-1), Rui Silva, Beneficiados, Impossível contabilizar
3ª-Leiria(f) V(1-4), Capela, Prejudicados, Sem influência no resultado
4ª-Setúbal(c) V(3-0), Marco Ferreira, Beneficiados, Sem influência no resultado
5ª-Feirense(f) E(0-0), Bruno Esteves, Beneficiados, (1-0), +1 ponto
6ª-Benfica(c) E(2-2), Jorge Sousa, Nada a assinalar
7ª-Académica(f) V(0-3), Paulo Baptista, Nada a assinalar
8ª-Nacional(c) V(5-0), Cosme Machado, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
9ª-Paços de Ferreira(c) V(3-0), Hugo Miguel, Beneficiados, Sem influência no resultado
10ª-Olhanense(f) E(0-0), Capela, Prejudicados, (0-1), -2 pontos
11ª-Braga(c) V(3-2), Soares Dias, Prejudicados, Sem influência no resultado
12ª-Beira-Mar(f) V(1-2), Xistra, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
13ª-Marítimo(c) V(2-0), Duarte Gomes, Prejudicados, Sem influência no resultado

Sporting
1ª-Olhanense(c) E(1-1), Xistra, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
2ª-Beira-Mar(f) E(0-0), Fernando Martins, Nada a assinalar
3ª-Marítimo(c) D(2-3), Proença, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
4ª-Paços Ferreira(f) V(2-3), Paulo Baptista, Prejudicados, Sem influência no resultado
5ª-Rio Ave(f) V(2-3), Hugo Miguel, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
6ª-Setúbal(c) V(3-0), Cosme Machado, Nada a assinalar
7ª-Guimarães(f) V(0-1), Bruno Paixão, Nada a assinalar
8ª-Gil Vicente(c) V(6-1), João Capela, Beneficiados, Sem influência no resultado
9ª-Feirense(f) V(0-2, Gralha, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
10ª-Leiria(c) V(3-1), Manuel Mota, Beneficiados, Impossível contabilizar
11ª-Benfica(f) D(1-0), Capela, Beneficiados, Sem influência do resultado
12ª-Nacional(c) V(1-0), Vasco Santos, Nada a assinalar
13ª-Académica(f) E(1-1), Rui Costa, Nada a assinalar

Braga
1ª-Rio Ave(f) E(0-0), Duarte Gomes, Beneficiados, (1-0), +1 ponto
2ª-Marítimo(c) V(2-0), Soares Dias, Beneficiados (1-0), Sem influência
3ª-Setúbal(f) V(0-1), Hugo Miguel, Beneficiados (0-0), +2 pontos
4ª-Gil Vicente(c) V(3-1), Rui Costa, Nada a assinalar
5ª-Guimarães(f) E(1-1), Pedro Proença, Nada a assinalar
6ª-Nacional(c) V(2-0), Xistra, Nada a assinalar
7ª-Leiria(f) D(1-o), Marco Ferreira, Nada a assinalar
8ª-Feirense(c) V(3-0), João Ferreira, Nada a assinalar
9ª-Académica(f) E(0-0), Jorge Sousa, Nada a assinalar
10ª-Benfica(c) E(1-1), Proença, Beneficiados, (0-2), +1 ponto
11ª-Corruptos(f) D(3-2), Soares Dias, Beneficiados, Sem influência no resultado
12ª-Paços de Ferreira(c) V(5-2), Marco Ferreira, Nada a assinalar
13ª-Olhanense(f) V(3-4), João Ferreira, Nada a assinalar

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Razões vermelhas

"O ano civil está quase no seu termo e o Benfica quase no seu melhor. Não fosse a eliminatória, frente ao Marítimo, na Taça de Portugal, o primeiro semestre da temporada tinha um saldo a roçar o brilhantismo. Quer a nível doméstico, quer a nível internacional, o colectivo vermelho tem demonstrado grande capacidade para rubricar uma época de contentamento.

Ainda assim, importa perceber que o caminho está eivado de dificuldades. A luta, sobretudo na Liga nacional, vai ser renhida. Com o FC Porto? Sobretudo com o FC Porto, ainda que o Sporting se apresente mais consistente do que nos últimos anos. Os empates no Dragão e em braga, o recente triunfo na Madeira, compromissos que se adivinhavam de grande exigência, revelaram um Benfica personalizado, competente e ambicioso.

Na segunda volta do Campeonato, ao invés dos nossos opositores (com calendário de maior exigência), a deslocação a Alvalade parece constituir-se no mais intricado dos compromissos. Quanto ao resto, nos embates caseiros, espera-se um Benfica ganhador e, da mesma forma, nos restantes confrontos que terá de cumprir extramuros.

Tudo fácil? Longe disso, ainda que a trajectória, até ao momento, projecte todo um clima de confiança em redor da equipa. Irrepetível será, seguramente, o medíocre final do ano transacto. É manifesto que este Benfica, o actual Benfica, jamais repetirá os desaires frustrantes que marcaram de forma dolorosa o termo da última temporada.

Há mais e melhor Benfica. Há mais e melhores vontades para acreditamos no êxito. Há mais e melhores razões para acreditarmos no sucesso."


João Malheiro, in O Benfica

Mercado de inverno

"A abertura do 'mercado de inverno' para o futebol europeu está próximo. Muitas páginas de jornal irão ser escritas com os jogadores pretendidos, a dispensar ou a vender. Muitos programas de televisão irão abordar esta temática sempre querida dos 'fazedores de opinião'. O que realmente importa sublinhar é que o Benfica deve estar mais coeso do que nunca neste 'ataque' ao mercado. As movimentações de empresários são já conhecidas na tentativa, óbvia, de promover os seus activos. Por isso mesmo não devem, os nossos leitores, estranhar o rol de atletas que serão colocados no Benfica nos próximos dias.

As quadras festivas que se avizinham propiciam igualmente as 'prendas' que muitos adeptos gostariam de ver no sapatinho. Mas cumpre-nos alertar, em nome do rigor e da responsabilidade da gestão desportiva, que o Benfica não pode nem deve embarcar nestes jogos de contratações a todo o custo. Mais importante do que comprar é tentar manter os que cá estão. Segurar as 'jóias da coroa' é tão ou mais importante do que fazer grandes ofensivas ao mercado.

Tenho consciência de que quem conduz os destinos deste clube sabe muito bem o que faz.

Os tempos difíceis que atravessamos não estão dissociados do futebol. Todos vivemos acima das suas possibilidades financeiras e algum dia teremos de pagar a factura... Só com critérios de rigor e transparência s conseguem atingir os objectivos traçados, não podendo, nunca, perder a ambição que nos caracteriza.

Artur Moraes, Javi Garcia, Gaitán, Ansaldi, Marcos Rojo e Emerson já entraram na dança. Será perante este dilema que Luís Filipe Vieira e seus pares da SAD se vão deparar já nos próximos dias. o bom senso, a capacidade e agilidade negocial bem como a lucidez desportiva farão o resto e tenho a certeza que o Benfica sairá mais reforçado para a segunda metade do campeonato, pois é isso que realmente nos interessa."


Luís Lemos, in O Benfica

domingo, 18 de dezembro de 2011

Que bem (lhe) fica

"O Benfica está nos oitavos-de-final da mais importante competição europeia. Outros, mesmo constando à partida da lista dos favoritos ao título, ficaram pelo caminho. Mas o Benfica venceu esta etapa. Desse triunfo parcial já podem extrair-se vantagens materiais e de prestígio. Sendo primeira do grupo, a equipa não terá de enfrentar os adversários mais temíveis. Isso vale ouro.

Nada do que atrás ficou dito constitui novidade para os benfiquistas ou para quem, não o sendo, acompanha as coisas do futebol. A novidade reside na forma profissional e consistente como o Benfica chegou ao ponto em que neste momento de encontra.

Trata-se agora de gerir de forma criteriosa e prudente os seus recursos humanos, definindo claramente as prioridades e as possibilidades.

O campeonato nacional está a ser dos mais renhidos da últimas temporadas, com as equipas de topo separadas por diferenças pontuais irrevelantes. Isso significa que tudo terá ainda de ser feito. Quem renunciou a horizontes mais ambiciosos irá concentrar-se, naturalmente, na conquista nos títulos nacionais. De uma dessas disputas já o Benfica está liberto, mas não pode, em circunstâncias alguma, deixar de ter os olhos postos na reconquista do título de campeão.

Haverá quem o não saiba?

Há jogadores cansados, menos motivados, mas é visível que o ambiente geral é muito positivo e que o colectivo está contente com o momento que está a atravessar. Tudo o que é obra humana, sempre marcada pela imponderabilidade e pela imperfeição, depende largamente do factor psicológico, da energia individual e colectiva e, há que dizê-lo, também daquilo a que, à falta de termo mais eloquente, poderá chamar-se 'sorte'. As próximas semanas vão ser decisivas. Todos o sentimos e sabemos.

Nenhuma vitória parcial pode ser confundida com a final, que tem sempre outra dimensão e fulgor. É nestes momentos que tudo se pode ganhar ou perder. E no Benfica só a palavra 'vitória' assenta bem. E que bem (lhe) fica!"


José Jorge Letria, in O Benfica

Objectivamente (Cardozo)

"Continuo sem perceber algumas reacções negativas para com o melhor goleador do Benfica da actualidade, o sr. Óscar Tacuara Cardozo!

Não entendo como nunca entendi reacções do mesmo género para com outro genial goleador chamado Néné. São situações muito estranhas e que, penso, venham sobretudo de gente que não tem o mínimo conhecimento do que é futebol!

O último jogo do Benfica na Madeira foi mais uma resposta para juntar a tantas, tantas outras que têm calado os mais ignorantes na matéria da «bola».

Cardozo está sempre no sítio certo. A maior parte das vezes, marca. Outras falha. Porque se não fosse assim, a esta hora estaria como o melhor goleador da Europa! E isto sem jogar sempre os 90 minutos, pois o nosso treinador nem sempre aposta na titularidade daquele que a seguir a Eusébio e Néné é o melhor goleador do «Glorioso»!

Recordo para os mais distraídos que Tacuara «deu» três pontos na Liga dos Campeões colocando o Benfica em 1.º lugar à frente do Manchester United e «deu» mais três pontos na Madeira «in extremis» para continuar a colocar o Sport Lisboa e Benfica no primeiro lugar da Liga portuguesa.

E se calhar ainda estávamos a disputar a Taça de Portugal se tem jogado naquele triste embate frente aos madeirenses no Funchal... Mas o Sr. João Capela inventou e não deixou!

Mas a juntar a esta incompreensível atitude de alguns adeptos custou-me também ver o treinador do Marítimo falar em prejuízo e influência negativa do árbitro Jorge Sousa em relação à sua equipa! Estaria ele a referir-se aos três jogadores que não vão poder alinhar no Dragão na próxima jornada? Roberto Souza (o tal do golo especial da Taça), Rafael (o melhor jogador do meio campo madeirense= e Olberdam, expulso. Bom, a juntar à reclamação de fora de jogo no lance do golo do Benfica, só lhe faltou dizer que devia estar a ver outro jogo e fez confusão!"


João Diogo, in O Benfica

Memória

"Na noite de 7 de Dezembro, no Estádio da Luz, frente ao Otelul Galati num jogo de rendimento mínimo garantido - o 1-0 logo aos 7 minutos garantia não só a passagem aos oitavos da Champions como o primeiro lugar no grupo - dei comigo a recordar Rogério Lantres de Carvalho, conhecido no futebol por 'Rogério, Pipi', glória do Benfica.

Rogério completou 89 anos e fora o capitão do Benfica que erguera o primeiro troféu internacional da galeria do Glorioso, a Taça Latina de 1950.

Rogério começou a jogar ao serviço do Benfica no ano em que nasci. Creio que vi o primeiro jogo de futebol no Campo da Amoreira, num Estoril-Benfica que o meu Clube de sempre venceu por 3-1 com golos de Julinho, Arsénio e Rogério, figuras que conhecia dos bonecos da bola, embrulhados em rebuçados de um tostão.

Rogério jogava ao ataque e teve mesmo a particularidade de alinhar em todas as posições da linha da frente, das pontas, a interior ou avançado-centro. Marcou 210 golos nos 300 jogos que fez pelo Benfica. Era um jogador de grande técnica e inteligência, uma alegria para o futebol e, em particular, para os benfiquistas. E o mais espantoso é que mantinha sempre a imagem cuidada e o sorriso malandro - que ainda conserva - como que pronto para enfrentar confiante o desafio dos rivais no campo da bola ou em qualquer salão de festas de Lisboa.

Voltei ao presente depois daquela breve viagem pela memória. No campo o resultado mantinha-se 1-0 e, tal como eu, pareceu-me que os jogadores também olhavam para o relógio. Outros tempos. A Taça Latina erguida por Rogério foi conquistada numa dura finalíssima que se prolongou por duas horas e 26 minutos. E como pode ver-se na primeira página de 'O Benfica' n.º396, de 24 de Junho 1950, o 'Pipi' não perdeu a linha."


João Paulo Guerra, in O Benfica

Auto-mutilação !!!



Lusitânia 75 - 73 Benfica



Não vi o jogo, mas 'cheira-me' a sobranceria... depois de tanto trabalho para ganhar vantagem em relação aos Corruptos para os Play-Off's, vamos oferecer numa bandeja dourada o factor casa no Play-Off ?!!! A ausência do Ben, e as faltas marcadas (ou não marcadas), não podem justificar esta derrota... agora se nada de estranho voltar a acontecer (a nós e aos Corruptos), somos obrigados a ganhar no antro Corrupto...!!!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Maximiliano... mais 3 anos a correr de Águia ao peito

Sinceramente estava preocupado, mas felizmente tudo acabou em bem... não sei como é que o negócio se desenvolveu, e admito que acho estranho o Benfica ser obrigado a comprar os restantes 30%, mas também não gostei de ler nos últimos dias algumas opiniões desvalorizando o valor do Maxi... Como o Presidente disse, o Maxi é um jogador à Benfica, nem todos podem ter o talento do Aimar, numa equipa vencedora é essencial existirem jogadores com a disponibilidade do Maxi, fundamental, nem que seja só pelo exemplo... Um jogador que ficará de certeza absoluta na Gloriosa História do Benfica...

Empate forasteiro



Vic 4 - 4 Benfica



Até pode ter sido um bom resultado (entrámos mal no jogo)... depende, o mais importante será vencer os jogos em casa. Assim com a vitória do Lodi na Alemanhã estamos em 2º no grupo...

Preocupante



Madeira SAD 28 - 25 Benfica



A diferença pontual começa a ser preocupante - mesmo dividindo os pontos pela metade, aquilo que realmente conta para a 2ª fase. Só vi alguns minutos do jogo, e até estávamos a liderar. Talvez tenha sido azar, mas os Madeirenses 'espumavam pela boca', devido a uma expulsão, o curioso é que o Benfica acabou o jogo com praticamente o dobro das exclusões...!!! Agora não existe margem de erro, o próximo jogo em Braga só pode ter um resultado.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Feliz Natal (antecipado)!!!





Benfica 5 - 1 Rio Ave


Já tinha saudades de um goleada. Depois de vários meses a vencer pela diferença mínima, finalmente um jogo cardiologicamente descansado... mesmo assim começamos a perder!!!
Jogo que ficou marcado por vários regressos: o regresso de Nolito aos golos, o regresso do Saviola aos golos, o regresso da dupla Aimar/Saviola, o regresso do Aimar ao meio campo, e até o 'regresso' do Emerson aos jogos mais conseguidos!!!
PS: Passe mágico do Mago no 3º golo, que delicia!!!


RESUMO - Benfica 5-1 Rio Ave

Tugagolo | Myspace Video

Zenit


Pronto, aqui vamos para a Rússia (a pedido de muitas famílias!!!)... o Zenit não mete medo, o frio será adversário, o treinador é Italiano e por isso podemos esperar 'contenção' e porrada... mas uma equipa que tem no Danny a sua principal arma ofensiva, não pode ser temida. Somos favoritos, jogando com ambição, garra e a concentração no máximo, vamos ganhar...
O facto do campeonato Russo estar parado nos próximos tempos, ao contrário da opinião generalizada, pode não ser benéfico (quando fomos eliminados pelo CSKA o Campeonato também estava parado!!!)... vão fazer muitos jogos particulares, vão estar 'fresquinhos', e será mais complicado a analise por parte da equipa técnica do Benfica, sendo de esperar algumas alterações no plantel da equipa de São Petersburgo...
Deixo aqui a fotografia da ilha que irá ter o privilégio de receber o Glorioso:

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O nosso homem em Viana do Castelo

"As audiências televisivas quebraram quando Cardozo marcou no Funchal. Até então o jogo era seguido por 7 milhões de espectadores. Depois apenas ficaram 6 milhões agarrados ao ecrã


A Federação Portuguesa de Futebol tem um novo presidente. A arbitragem tem o mesmo presidente: Vítor Pereira ganhou por um voto e poderá agradecer a vitória ao delegado de Viana do Castelo que faltou com a sua presença ao referido acto eleitoral.

Segundo os relatos da imprensa ficou-se com a ideia, porventura errada, de que o delegado de Viana do Castelo viria a Lisboa votar no concorrente que haveria de perder as eleições para a presidência dos árbitros.

São desnecessárias e abusivas as comparações entre este episódio do voto colegial e o episódio mais antigo do deputado que um dia surpreendeu a Assembleia da República e todos os prognósticos ao trocar a sua posição pelas venturas da indústria do Queijo Limiano.

O Minho é o cenário destes dois casos, concluirão os leitores mais expeditos.

Façam o favor de se deixar de conclusões primárias, digo eu.

Entre o deputado do Queijo Limiano e o delegado de Viana do Castelo a única coisa que há em comum é o bola. A bola do queijo, naturalmente.

Se foi o delegado de Viana do Castelo que, por falta de comparência, reconduziu Vítor Pereira na presidência dos árbitros, esse facto não deslustra o resultado eleitoral nem sequer ensombra a próxima gerência do presidente do sector. Vítor Pereira vai continuar a ser o homem mais importante da arbitragem portuguesa.

Embora haja sempre quem em tudo pressinta e veja conspirações do mais alto teor. E para esses, como não podia deixar de ser, o homem mais importante da arbitragem portuguesa é, desde o último fim-de-semana, o delegado de Viana do Castelo.


O Sporting jogou ontem com a Lazio e a sua comitiva directiva que viajou até Roma dividiu-se ao meio.

Meia comitiva, sob a liderança de Luís Duque, dirigiu-se à Cidade do Vaticano para uma visita ao Papa e a outra meia comitiva, sob a liderança de Paulo Pereira Cristovão, dirigiu-se à embaixada de Portugal na capital italiana para um almoço com o nosso embaixador em Roma.

Curiosamente, mas ainda fresquinhas eleições para a Federação, o Sporting teve uma atitude muitíssimo parecida. Sob a égide de Godinho Lopes, meio Sporting apoiou a candidatura de Fernando Gomes à presidência, e sob a égide de Luís Duque, o outro meio Sporting declarou todo o seu apoio à candidatura de Carlos Marta, que haveria de sair derrotado no acto eleitoral.

Chama-se a isto altas diplomacias.

Estão sempre bem, venha quem vier.

E o Sporting gosta de ir ao Papa. Sempre gostou.


«QUE joguem assim contra os nossos adversários», disse Jorge Jesus no fim do jogo do Funchal. Referia-se decerto à forma combativa como o Marítimo disputou os dois jogos com o Benfica, vencendo um e perdendo outro, sempre por resultados tangenciais, sofridos, que atestam o equilíbrio das lutas entre os adversários em questão.

Não foi por amor que Jesus disse o que disse. Foi por interesse. E o interesse de Jesus é o interesse de 6 milhões de benfiquistas, mais milhão ou menos milhão.

Ao Benfica interessava muito que o Marítimo chateasse o mais possível o FC Porto e o Sporting, nos jogos que ainda têm de disputar para o campeonato. Embora o Sporting já tenha sido suficientemente chateado pelo Marítimo, ainda por cima em casa, onde estes percalços ainda chateiam mais.

No entanto, devemos ser racionais nestes pormenores de uma prova maior. No domingo, nos Barreiros, o Marítimo, apesar de não ter tido uma oportunidade flagrante de golo, chateou bastante Jesus e os benfiquistas com a persistência e eficácia com que defenderam o 0-0 até quase ao fim da partida.

Mas, de certeza absoluta, que não houve nenhum jogador do Marítimo que tivesse chateado tento Jesus e os benfiquistas, ao ponto da exasperação, como Óscar Cardozo, naquele segundinho ainda na primeira parte, quando o paraguaio encontrando-se diante da baliza, sem nenhum adversário por perto, chutou para fora.

Esse momento fugaz de desconcentração, ou se preferirem os anti-Cardozo, de inépcia, acabou por ser a emoção maior, a grande alegria que viveram os nossos tais adversários na última jornada do campeonato. O mesmo Cardozo haveria de acabar com a chinfrineira e redimir-se na segunda parte, como é do conhecimento geral.

A tabela das audiências televisivas prova isto tudo muito bem provado. O canal da Sport TV que, no domingo, transmitia em directo o Marítimo-Benfica teve cerca de 7 milhões de espectadores grudados ao ecrã até aos 82 minutos de jogo quando Óscar Cardozo, finalmente, acertou com a bola dentro da baliza.

A partir dos 82 minutos, a tabela de audiências registou um abandono de 1 milhão de telespectadores que se desinteressaram do jogo assim que o Benfica se pôs a ganhar.

E desse 1 milhão de desistentes, metade era do Sporting. E dessa metade que era do Sporting, há que contar a facção que foi ao Para, a facção que apoiou Carlos Marta, a facção que foi almoçar com o embaixador e a facção que apoiou Fernando Gomes.

Agora percebe-se a razão de tanta reflexão interna por dá aquela palha.


POR decisão do Tribunal, ficam impedidos de frequentar estádios de futebol durante um ano e obrigados a apresentarem-se à hora dos jogos na esquadra da polícia mais próxima das respectivas residências, aqueles indivíduos que foram caçados em desacatos pela polícia na noite do último derby.

É assim mesmo. Aliás, este foi um dos passos do governo inglês para acabar com o hooliganismo lá na terra deles nos anos 80.

Outro, também eficaz, foi o estacionamento nos arredores dos estádios, em dia de jogo, de vans dissuasoras, ou seja, carrinhas da polícia com grades, a quem os ingleses chamavam de hoolivans e que serviam para arrecadar e levar para o xelindró todos os espectadores que dentro ou fora do recinto apresentassem sintomas declarados de delinquência.

Trata-se, pois, de um problema que só pode ter uma resolução feliz de houver vontade política, não só dos políticos de carreira como dos dirigentes desportivos de carreira.

A confirmarem-se, estas decisões do Tribunal poderiam prometer muito em termos civilizacionais. Mas o cepticismo é grande e os grandes não ajudam nada.

Enquanto houver dirigentes desportivos que se vangloriem de que as suas claques ao menos «estão legalizadas» não haverá progresso.

E um dia ainda alguém, em nome do Estado, terá de vir explicar ao país que Lei é essa que confere enquadramento legal e a honradez de um estatuto aos hooligans portugueses de Norte a Sul do país.


lá vão tantos dias, semanas até, sobre o derby e Godinho Lopes ainda não revelou publicamente o escaldante material áudio e audiovisual que anunciou ter em sua posse 24 horas depois de João Capela ter apitado para acabar com o jogo da Luz.

Não só não houve divulgação pública, mantendo-se o suspense insuportável, como, aparentemente, também não há registo de que o Sporting tenha entregue o seu explosivo e altamente comprometedor material ao departamento de disciplina da Liga dos Clubes para que possa actuar, segundo os regulamentos, sobre o prevaricador.

Segundo Godinho Lopes, que apoiou Fernando Gomes e nem foi ao Para nem foi almoçar com o embaixador de Portugal em Roma, prevaricador foi, nem mais nem menos, o próprio presidente do Benfica, acusado de ter mantido um diálogo aceso e sabe-se lá o que mais com Luís Duque, que apoiou Carlos Marta e foi ao Para.

Também é verdade que Godinho Lopes, quando afirmou ter a posse de material audiovisual comprometedor para o presidente do Benfica, logo acrescentou que o mesmo material iria ser alvo de profunda «análise interna».

Oh, já dizia o poeta:

-O que farei com esta espada?

Por amor de Deus, façam lá qualquer coisinha."


Leonor Pinhão, in A Bola

As diferenças

"Benfica e Sporting, em Portugal, Real Madrid e Barcelona, em Espanha, protagonizam o jogo de todos os jogos. Independentemente do momento e das circunstâncias, a sua tradição, rivalidade e simbolismo são insuperáveis.

Quiseram os calendários que, no espaço de duas semanas, cá e lá, acontecessem estes jogos. Com notórias diferenças.

As mais impositivas e incontornáveis: a do retorno do espectáculo e a do dinheiro dos plantéis. Quinhentos milhões de pessoas terão visto o clássico espanhol! Quanto aos jogadores, basta referir alguns dos jogadores nos bancos: Kaká, Higuain, Khedira, Albiol, Mascherano, Keita, Pedro, Villa, Thiago Alcântara!

Mas evitáveis serão as diferenças de certas atitudes. No Santiago Bernabéu basta citar A BOLA: «os presidentes dos dois clubes reuniram-se num hotel e aproveitarem para lançar apelos de tolerância e falar da rivalidade sã entre os dois clubes». Aqui, foi o que se sabe.

Cá correu tinta a rodos por causa de uma caixa de segurança. Lá estiveram 5000 catalães numa estrutura semelhante à da Luz, sem que tal se notasse.

Lá os adeptos manifestaram-se vibrantemente pela sua equipa. Cá, além dos estragos, o apoio é sempre uma forma de insulto à equipa oponente.

Lá o jogo terminou com 11 de cada lado, com um árbitro inteligente que sabe que dirigir um espectáculo é também preservá-lo. Cá, expulsam-se jogadores por dá cá aquela palha ou um murro na relva.

PS - A propósito, lembrou-me de Domingos Paciência, no fim da Liga de há dois anos, se queixar de o Benfica ter sido campeão a jogar contra 10 em muitos jogos. Que dirá agora? Nos últimos 4 jogos, o SCP acabou sempre em superioridade: Feirense, Leiria, Benfica e Nacional, para além de P. Ferreira e Rio Ave..."


Bagão Félix, in A Bola

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

De Todos, Um



Tenho seguido o Vitórias e Património religiosamente, nada mais do que a minha obrigação... serviço público de altíssima qualidade... ontem o programa sobre a fundação do Sport Lisboa e Benfica merece uma avaliação positiva, mas (e este é um 'mas' sentido!!!)... o nosso lema 'E Pluribus Unum', merecia uma interpretação mais 'cuidada'!!! Não ficava mal, fazer-se uma rectificação nas reposições do episódio... a repetição de uma mentira pode transformar-se numa verdade!!! O lema do Benfica não tem nenhuma ligação a qualquer conto sobre Mosqueteiros.



De Todos, Um






PS: Até pode ter havido outras imprecisões, mas esta doeu!!!

No rescaldo da Champions

"Terminada a fase inicial da milionária competição europeia, algumas curiosidades e um desejo:

1. Este ano, a Liga dos Campeões transformou-se quase numa Liga dos Não Campeões. Ficaram de fora dos oitavos-de-final muitos clubes que haviam ganho os seus campeonatos. De entre eles, e além do Porto, o Manchester United, o B. Dortmund e o Lille (que nem à Liga Europa vão), o Ajax, ou mesmo o Olympiakos e o Shakhtar.

2. Dos 16 apurados, só 5 ganharam os seus campeonatos: o Barcelona, evidentemente, o Milan, o Zenit e... os outsiders Basileia e APOEL!

3. Assim, a Liga Europa Orangina vai ter muitos campeões domésticos... Como escreveu Vítor Serpa, é «uma Europa do avesso».

4. Nos 96 jogos efectuados a média de golos por jogo foi de 2,7, tendo havido apenas 7 jogos sem o sal que os condimenta.

5. Duas equipas (das 32) - Barcelona e R. Madrid - marcaram 39 golos (15% do total) e as melhores defesas foram as do Real Madrid (2 golos), Benfica e Marselha (4 golos). Curioso, o facto de o Benfica ter sofrido 0,66 golos por jogo quando na Liga sofreu 1 golo por jogo nas primeiras 10 jornadas. Problemas de concentração?

6. Não perderam jogos apenas o R. Madrid, Barcelona e Benfica e entre os que não pontuaram está o Villareal!

7. De um modo geral, os erros de arbitragem não condicionaram as classificações. A excepção foi a de Jorge Sousa no Ajax-Real Madrid, onde foram anulados dois preciosos e válidos golos holandeses. Se a isto juntarmos a displicência(?) do Zagreb frente ao Lyon...

8. Quanto ao sorteio, arrisco a minha preferência: o Milan. Por duas razões: não acho que seja equipa superior à do Benfica e se ultrapassá-los é motivante, ser eliminado não é traumatizante."


Bagão Félix, in A Bola

O ridículo tem limite

"Disse-o na altura e repito-o agora: o grande problema do FC Porto, em termos de produtividade/competitividade, tanto em Portugal como na Europa, seria, como foi, a saída de Falcao. Viu-se na Champions e na Taça e vai ver-se na Liga Sagres. A escolha do treinador, crassa e supinamente errada e foco de permanente instabilidade no seio da equipa, também é grave, mas ainda não teve os efeitos devastadores da dispensa do colombiano. Agora, fala-se muito na venda de Álvaro Pereira, Rolando e Fernando, cujas receitas serviriam de balão de oxigénio para libertar a tesouraria do sufoco de liquidez em que vive. Foi a ruinosa gestão da SAD que conduziu a esta asfixia financeira do clube, embora os seus administradores se auto-remunerem como profissionais altamente qualificados. O ridículo também tem limite. Alguém compreende - vai a época a meio - que ainda ninguém saiba o que valem Danilo e Alex Sandro que no Verão passado custaram, em conjunto, quase 30 milhões de euros?

Em Itália quem distribui as verbas consignadas no Orçamento para o movimento desportivo é o Comité Olímpico. Em 2012, a austeridade vai obrigá-lo a repartir pelas respectivas federações menos 38 milhões de euros, i.e., menos 20 por cento em relação a 2011 (150 milhões em vez de 188). O futebol, que sempre recebeu a maior talhada (cerca de 40 por cento), é a modalidade que sofre o maior corte (63 milhões em vez de 79). Não surpreende que a crise se tenha lá instalado e prometa ficar por muitos anos. Reparem nestes indicadores: é o país com a idade de reforma mais baixa e com as pensões mais altas, que absorvem 14,1 por cento do PIB, mais 2 do que a França e mais 4 do que na Alemanha! Belas perspectivas."


Manuel Martins de Sá, in A Bola