quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ter razão?

"Tinha razão Jorge Jesus quando afirmou que o Fussball Club Basel 1983, mais conhecido por Basileia, era «como um relógio suíço». Vem de muito longe a fama dos ditos relógios da Confederação Helvética: são absolutamente certinhos. Não adiantam nem atrasam. Tal como o jogo da Luz, que acabou como começou: empatado. Não adiantou (não garantiu o apuramento), nem atrasou (não prejudicou a probabilidade de apuramento).

Tinha também razão Vítor Pereira quando, após o jogo no Porto contra o Athletic Football Club of Greeks of Nicósia, mais conhecido pelo acrónimo Apoel, disse que o empate não tinha sido contra «uma equipa qualquer» (é o 75.º clube do ranking da UEFA). Em Nicósia, capital de Chipre (e não do Chipre, como teimosamente se ouve amiúde e se escreve até em A BOLA), viu-se por que razão o treinador portista tinha razão. O APOEL não é uma equipa qualquer.

Tinha, por fim, razão Domingos Paciência quando antes do jogo nos Cárpatos romenos contra o FC Vaslui, fundado há 9 anos e ocupando o lugar 141.º da UEFA, afirmou que «será jogo difícil pois o Vaslui a jogar em casa á complicado e vai querer fazer um grande jogo». De facto, o Vaslui fez um «grande jogo» e o Sporting não alcançou a sua 11.ª vitória consecutiva perante o mais poderoso dos seus últimos onze adversários.

Num contexto assim tão adverso, Portugal fez 4 em 12 pontos na jornada europeia, graças ao Braga que derrotou o gigante Maribor (206.º do ranking).

Paulo Bento não quer ficar atrás: «temos 50% de hipóteses» disse sobre o jogo com a 32.ª selecção europeia: a Bósnia.

Basta de ladainhas de autodefesa perante equipas sofríveis ou mesmo liliputianas. Metam pressão sobre os adversários e não medo aos vossos jogadores."


Bagão Félix, in A Bola

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