quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mãos fortuitas

"Os penáltis são golos quase certos. Portanto, os árbitros não podem assinalá-los por dá cá aquela palha ou em lances duvidosos.

Um dia destes, num jogo decisivo – pois decidia o último classificado –, vi o árbitro punir uma mão casualíssima (que ditou o vencedor), ainda por cima 5 minutos depois da hora!

No domingo, em Braga, vi um avançado centrar, um jogador do Benfica virar as costas, a bola bater-lhe num braço encostado ao corpo e o árbitro assinalar penálti. O resultado estava em 0-0.

Hora e meia depois, em Alvalade, vi um jogador do Leiria estender a perna à bola, cortar, a bola raspar-lhe na mão e o árbitro marcar penálti.

Uma vez o árbitro Pedro Henriques explicou que uma bola que ressaltasse do pé do jogador para a mão nunca podia ser penálti – porque o penálti exigia intencionalidade e a distância entre o pé e a mão é demasiado curta para isso. Mas a toda a hora marcam-se faltas destas!

Ora isto, senhores árbitros, não pode acontecer! É um desrespeito para com os jogadores – que andam 90 minutos a correr e veem esse esforço tornar-se inglório por um erro vosso –, um desrespeito para com o público e um desrespeito para com a verdade.

Senhores árbitros: tal como os juízes no tribunal, os árbitros dentro do campo não podem ser executores cegos das leis. Têm de ter bom senso. Não devem transformar mãos fortuitas (e lances inofensivos) em golos quase certos! Só devem marcar penálti quando tiverem a certeza da gravidade da falta e de que houve intenção. Não falseiem os resultados. Isso não dignifica o futebol e não contribui para a verdade desportiva!"


José António Saraiva, in Record

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