Produzido por Guilherme Cabral
domingo, 31 de outubro de 2010
Os treinadores
Ricardo Palacin, in O Benfica
Escuta, queremos ouvir e ver
António Melo, in O Benfica
Mural (aniversário da Catedral) (RCR)
Luís Filipe Vieira: "Este mural representa a nossa gratidão a um número significativo de benfiquistas"
Na inauguração deste domingo do mural dos fundadores, o presidente do Benfica deixou uma palavra de agradecimento a todos os que ajudaram o Clube a construir o novo Estádio da Luz. Leia o discurso de Luís Filipe Vieira na íntegra.
“É com enorme orgulho que aqui me encontro neste momento perante vós.
Uma das principais responsabilidades de desempenhar as funções que hoje tenho é a de cumprir e respeitar os compromissos que assumi para com todos aqueles que, a seu tempo, me manifestaram – pelo voto – a sua confiança.
Como todos sabem, para mim, uma promessa é uma dívida, e havia uma promessa antiga que ainda não tinha sido possível cumprir até aqui.
Felizmente, chegou o tempo de saldar essa dívida, que é uma dívida de gratidão.
Este mural representa o nosso reconhecimento e a nossa gratidão a um número significativo de benfiquistas que, num momento difícil da nossa vida associativa, ajudaram o Sport Lisboa e Benfica a construir a sua ‘nova’ casa.
Sócios que num momento em que era necessário recuperar a nossa auto-estima, disseram presente! Sócios que ajudaram financeiramente a erguer o estádio de que hoje todos nos orgulhamos.
Sempre fui agradecido a quem me ajudou na minha vida! Como presidente do Sport Lisboa Benfica a minha postura não podia ser diferente!
Este mural representa o nosso obrigado a todos vocês que num momento de incerteza nos ajudaram a escolher o caminho do crescimento e da modernização!
O Benfica sempre se construiu a partir da participação dos seus sócios, do seu empenho, da sua capacidade em resolver os problemas e defenderem os valores sobre os quais se fundou o Sport Lisboa e Benfica.
Os sócios do Benfica sempre souberam reagir perante as dificuldades e sempre souberam contrariar o pessimismo e o espírito de indiferença, sempre se bateram com persistência e generosidade pela solução dos problemas que afectam o Clube.
Este mural é o melhor exemplo de tudo quanto acabo de dizer, é o testemunho da vossa capacidade, do vosso empenho e da vossa generosidade.
Merecem por isto esta homenagem, e merecem o direito a que os vossos nomes sejam sempre lembrados como fundadores do nosso estádio.
A todos vós o meu sentido agradecimento e a justa homenagem que merecem receber de todos os benfiquistas.
Dentro de momentos – e é também um enorme motivo de orgulho para mim e para a Direcção a que presido – vão poder ver pela primeira vez o nosso Centro de Documentação e o nosso Departamento de Conservação e Restauro.
São dois projectos inéditos na história do Clube e que juntos servirão de alicerce ao futuro Museu do Sport Lisboa e Benfica.
O Centro de Documentação nasceu com o objectivo de preservar, classificar e disponibilizar todo o nosso acervo documental a quem o entender consultar: estudantes, investigadores, sócios!
Como instituição de utilidade pública que somos, vamos disponibilizar toda a nossa documentação, toda a nossa história, às universidades de Portugal e do Mundo.
Aliás, não deixa de ser reconfortante saber que temos, nesta altura, mais de 30 candidatos de universidades dos quatro cantos do mundo a querer trabalhar no nosso Departamento de Conservação e Restauro, o que diz bem das condições que temos, da inovação e da dinâmica da equipa que está a frente deste projecto.
Ao fim de mais de cem anos de existência chegou o momento de cuidar dos nossos troféus, das peças materiais que simbolizam algumas das vitórias mais marcantes da nossa história.
E tudo isto é tanto mais significativo quanto o facto da nossa história se cruzar com a identidade e a história de Portugal no século XX.
Trata-se de um “trabalho invisível” que está a ser feito de há muitos meses a esta parte.
Algo que nunca antes tinha sido realizado, mas que é tão essencial como os títulos ou as finanças: cuidar do nosso património histórico.
Sempre defendi que só pode haver futuro se cuidarmos do nosso passado e isso era algo que não estava a ser feito!
Se mais nenhum título tivesse conquistado neste Clube, haveria dois que me bastariam para dizer que tinha valido a pena passar por aqui: o título da credibilidade e o título da recuperação e preservação de toda a nossa história.
Muito obrigado a todos!”"
"Glória "encarnada"
Mário Coluna: "O Benfica pode voltar a ser campeão europeu"
A glória do Benfica Mário Coluna defendeu este domingo que o Clube tem condições para repetir as conquistas europeias de 1961 e 1962.
“O Benfica pode voltar a ser campeão europeu”, afirmou o antigo atleta, que relembrou a vitória de 1961 na Taça dos Campeões Europeus: “Recordo de termos ganho a um grande adversário que era o Barcelona. Os adeptos estiveram no aeroporto e acompanharam-nos até aos Restauradores.”
Mário Coluna destacou ainda a grandeza do Benfica no almoço de celebração do 7.º aniversário do Estádio da Luz, defendendo: "Se ganhasse o melhor, era sempre o Benfica.""
"Ex-jogador "encarnado"
José Augusto: "Estamos fervorosamente com o Clube"
José Augusto, glória do Sport Lisboa e Benfica, afirmou este domingo que os jogadores campeões europeus vão apoiar o Clube em todas as circunstâncias.
No almoço de celebração do 7.º aniversário do Estádio da Luz, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, lembrou as conquistas das Taças dos Campeões Europeus de 1961 e 1962.
Em declarações à Benfica TV, José Augusto agradeceu o gesto do líder “encarnado”. “Quero prestar homenagem ao nosso presidente Luís Filipe Vieira por ter feito esta simples e singela homenagem aos campeões europeus”, começou por afirmar.
O antigo jogador do Clube referiu ainda que “todos os campeões europeus e aqueles que participaram nas finais que levaram o Benfica às bocas do mundo estão fervorosamente com o Clube”. “Estaremos sempre nos bons e maus momentos”, assegurou José Augusto."
"Inauguração do mural
Artur Santos: "Foi uma inauguração fabulosa"
O presidente do Sport Saudade e Benfica, Artur Santos, mostrou-se este domingo bastante satisfeito com a inauguração do mural dos fundadores do Estádio da Luz.
“É com muita honra que estamos a participar nesta gloriosa jornada. Foi uma inauguração fabulosa”, considerou Artur Santos à Benfica TV.
O presidente do Sport Saudade e Benfica elogiou ainda a criação do Departamento de Conservação e Restauro por parte do Clube. “Para todos e pessoalmente para mim, devo-lhe dizer que é uma enorme surpresa tudo o que acabámos por ver”, afirmou."
"Preservação do espólio
Benfica cria Departamento de Conservação e Restauro
O Projecto “Sport Lisboa e Benfica - Conservação da Colecção, do Inventário à Divulgação” surge da vontade de preservar o espólio do Clube e tornou-se possível mediante a parceria com a empresa ARGO – Conservação & Restauro.
Ao fim de mais de cem anos de existência surge a oportunidade de valorizar e dinamizar este acervo de forte índole histórica que se cruza com a Identidade e História de Portugal no séc. XX.
Com vista a ser visitado por todos no futuro, foi construído e equipado no Estádio da Luz um espaço designado RCR (Reserva, Conservação e Restauro). Este espaço reúne todas as condições necessárias à preservação e manutenção da colecção actualmente composta por um número aproximado de 20 mil exemplares de valor incalculável.
No RCR encontra-se uma sala de trabalho eclética, adequada à conservação de materiais diversos; um laboratório de intervenção em metais; um espaço munido de câmara anoxia, dedicado a desinfestações; e quatro salas de reserva equipadas com estantes móveis “state of the art”.
Sendo o espólio do Clube composto por milhares de peças, respeitantes às inúmeras modalidades desportivas, foi criado um sistema de gestão de colecções com base de dados relacional que permite o cruzamento do inventário com todas as informações inerentes à conservação.
Dada a extensão e interesse do trabalho em curso, foi desenhado um programa de estágios curriculares para alunos universitários a nível nacional e internacional e, ainda, acções de formação específicas no âmbito da preservação, conservação e restauro do património, vertentes que proporcionarão ao público geral um contacto mais directo com este universo.
Usando como veículo o seu vasto Património, o SL Benfica é agora pioneiro no que respeita à aliança entre Cultura, Desporto e Tecnologia, abrindo portas a contínuas acções de valorização e dinamização da colecção."
sábado, 30 de outubro de 2010
Roberto
João Paulo Guerra, in O Benfica
(In)fiéis no ataque ao Benfica
Alberto Miguéns, in O Benfica
Sete anos!
Arons de Carvalho, in O Benfica
Elefantes brancos
O estádio de Coimbra custou 40 milhões de euros, recebeu apenas dois jogos do Euro e nem os concertos ali realizados chegam para cobrir os custos. A Câmara cedeu o estádio à Académica, que vai gastar este ano 450 mil euros só com a manutenção. O clube gostava de construir um estádio mais pequeno e mais barato. Os encargos com o estádio de Braga são de 6 milhões anuais, cerca de 6 por cento do orçamento da autarquia, e não tem lugares suficientes para receber o Mundial. O do Algarve custa, todos os anos, às câmaras de Faro e Loulé, 2,1 milhões em pagamentos à banca e 1 milhão em manutenção. É usado como parque infantil e não serve para o Mundial.
Procura-se um comprador para o de Leiria, que suga à Câmara 8 por cento do seu orçamento. Um jogo normal em Aveiro dá em receita um terço do que custa. E há quem proponha a demolição deste elefante branco. As câmaras que se meteram nesta aventura pagam, por ano, mais de 13 milhões de euros à banca e gastam um total de 20 milhões.
Quando nos envolvemos neste desastre, havia uma minoria absoluta que contestava a realização do Euro. Ainda me lembro dos epítetos que lhe estavam reservados: miserabilistas, elitistas, do contra. Agora o clamor popular é outro e anda tudo à caça dos culpados pela nossa situação. Eu digo quem são: todos os que, por megalomania, aplaudiram esta aventura. Que no estado em que estamos esteja em cima da mesa uma candidatura, mesmo que ibérica, a um Mundial, já raia a estupidez. Será que nunca aprendemos com os erros?"
A Greve
Entretanto, o “Correio da Manhã” noticiou que uma das alternativas que estariam em cima da mesa seria a contratação de um árbitro espanhol para apitar o clássico do golfe português. Devo dizer que se trata de uma opção que não me tranquiliza minimamente. Temo que isso fornecesse um pretexto para que houvesse ainda mais portugueses a queixarem-se da fruta espanhola.
Ainda assim, esta ameaça de greve serviu para nos inteirarmos um pouco mais sobre os regimes fiscais e de segurança social que abrangem os árbitros. É curioso que estejamos, desde os anos 80, a falar publicamente sobre o que recebem os árbitros, e esta seja a primeira vez que estamos a falar especificamente dos seus ordenados. Posso dizer que outra surpresa foi a categoria fiscal em que estão inseridos: julgo que só quem não tem assistido às arbitragens dos últimos jogos do Benfica e do FC Porto é que pode dizer que os árbitros portugueses são trabalhadores independentes. Confesso que, não sei bem porquê, sempre deduzi que fossem trabalhadores por conta de outrem."
Um CJ moderno
O primeiro dado para essa análise é a instabilidade dos órgãos. Vejamos o caso do CJ da FPF. Só neste mandato de Gilberto Madaíl o CJ terá quatro presidentes. Com as sucessivas mudanças de lideranças e das equipas constituídas no “supremo tribunal” do futebol, as consequências são profundamente lesivas da estabilidade das competições. Relembro que no CJ “cai” – ou “pode cair” – tudo: desde o castigo sumário dos campeonatos até às deliberações da Comissão Executiva da Liga ou da Direção ou do Conselho de Arbitragem da FPF. É neste órgão, por isso, que mais se pede uniformidade de critérios ao longo dos anos, em especial nas questões relativas aos “casos recorrentes” e “típicos”. Isto é, que se fizesse “jurisprudência”, que, mal ou bem, sempre transporta consigo o valor da segurança jurídica.
O segundo dado é a falta de coordenação. As lideranças destes órgãos devem ambicionar internamente um sistema credível de decisão. Um sistema que respeite a individualidade da deliberação de cada um dos seus membros, mas que a integre na orientação antecipada do órgão julgador em matérias estruturantes. Um exemplo: no que toca à prescrição da responsabilidade disciplinar, não se pode decidir num sentido quando um processo é distribuído por um dos membros e decidir em sentido oposto quando um outro processo é distribuído a outro dos seus membros. Aconteceu no CJ. Não pode ser. Ninguém percebe com o que conta.
O terceiro é a falta de fundamentação. Os órgãos de justiça desportiva não podem viver de parágrafos soltos e excertos incompreensíveis. Têm que ser uma referência na interpretação da lei desportiva e dos regulamentos e legitimarem-se pela bondade técnica. Dá trabalho e exige muita dedicação? Claro – como tudo o que, na vida, é feito com rigor.
O quarto é a falta de transparência. Devemos sempre conhecer, até porque a lei o impõe, as decisões e o seu percurso. Conhecer como deve ser, seja pela exposição sumária dos seus fundamentos de facto e de direito, seja pela publicação dos acórdãos mais significativos. Ainda hoje me dizem que o futebol não merece isto, porque o facciosismo a tudo se sobrepõe. Mas tenho como certo que a opacidade não provou ser o melhor caminho.
Estabilidade, coordenação, fundamentação e transparência. Ainda é tempo de acrescentar a iniciativa, porque há quem pense que estes órgãos só funcionam empurrados por queixas e participações – e não é assim!
Seria bom que a federação pensasse nestas cinco palavras, em especial para um CJ moderno, sem condicionalismos e com “resistência psicológica”. Porventura se falasse menos, então, de “tribunal desportivo”."
Ricardo Costa, in Record
Depois do treinadro de bancada, o árbitro de bancada: uma evolução natural
Quanto à greve, não sei se tem razão de ser, mas não percebo a forma do protesto. Quando os trabalhadores da TAP fazem greve, não comparecem na TAP, que é a morada do patrão. Quando os funcionários da EDP fazem greve, abstêm-se de comparecer na EDP, que é a morada do patrão. Quando os árbitros fazem greve, ameaçam não comparecer no estádio do Dragão? Que esquisito.
Todos estes meses depois, o túnel da Luz continua a afastar o inigualável Givanildo da convocatória da selecção brasileira. Há, perversa infra-estrutura! Perversa e sectária, que o David Luiz passa lá todas as semanas e continua a ser convocado.
“ (…) é assustador verificar a frequência com que, graças a uma redacção voluntariamente ambígua da lei, são anuladas em julgamento as escutas telefónicas.”
MIGUEL SOUSA TAVARES
Expresso, 11 de Junho de 2007
“ Durante quatro semanas a fio, o jornal «Sol» levou a cabo, tranquilamente, a divulgação de escutas telefónicas recolhidas num processo em segredo de justiça e abrangendo até alguma gente que, tanto quanto sabemos, não é suspeita de qualquer crime. (…) E todos nós, mesmo os discordantes, fomos obrigados a ler as escutas e concluir a partir dos factos e indícios nelas contidos, sob pena de sermos excluídos da discussão pública”.
MIGUEL SOUSA TAVARES
Expresso, 25 de Março de 2010
Como já aqui tive ocasião de notar, há um grande consenso social em torno do fenómeno das escutas. Até gente de clubes diferentes se encontra no essencial, o que é notável e bonito. Por exemplo, eu concordo com o Miguel Sousa Tavares quando diz que é assustador o número de escutas telefónicas, algumas bem incriminadoras, que são anuladas em tribunal. E também me sinto obrigado a tomar conhecimento dos factos e indício nelas contidos, para não ser excluído da discussão pública. O que pretende quem deseja fingir que as escutas não existem é decretar a obrigatoriedade da hipocrisia. E isso, fiquem sabendo, Miguel Sousa Tavares nunca permitiria. E eu estou com ele nesta luta. Juntos venceremos, tenho a certeza.
“ Jornalista – O best seller de Carolina assume foros de escândalo. As críticas vêm até indefectíveis portistas.
Rui Moreira – O Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa devia ter falado com os adeptos, devia ter falado com os sócios, sobre esta matéria. E devia ter-lhes pedido desculpa
(…)
Jornalista – As críticas aos administradores da SAD não se limitam à gestão.
Rui Moreira – À volta daqueles que são os grandes líderes, aquilo que acontece é que se começa a confundir a fidelidade com o cortesão. Perante o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa são absolutamente acríticas, mas nas costas do Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa são as pessoas mais críticas. E esta tendência, que é típica dos cortesãos, como nós sabemos, aquilo a que se chama jogos de corredor, é típica também de uma instituição cuja a liderança se aguenta durante muitos anos. (…) Aquele passeio da fama que o FC Porto tem, Faltam lá alguns nomes, claramente.
Jornalista – Mas quem é que é o responsável por isso?
Rui Moreira – É a política de guerrilha”.
Numa interessante reportagem da RTP, disponível aqui: http://www.youtube.com/watch?v=5yjllkmd4wg&feature=related.
Tenho acompanhado com muito interesse o Trio D’Ataque na sequência do despedimento com justa causa de Rui Moreira. Por muito que me custe admiti-lo, o comunicado emitido pela SAD do Porto estava correcto: de facto, o novo elemento (além de ter a estanha mania de permanecer no estúdio durante toda a duração do programa, honrando o contrato que o liga à RTP), emite livremente opiniões que são da sua exclusiva responsabilidade. O novo modelo do programa faz lembrar o tempo em que Rui Moreira não era sequer candidato a sócio do ano, antes de ter percebido que as suas opiniões não eram as mais correctas, quer para as suas ambições inconfessadas, quer para a sua saúde. Espero que o estádio do Dragão tenha corredores espaçosos: há mais um jogador para albergar.
P.S. - Tanto Miguel Sousa Tavares (que esta semana nos obsequiou com uma excelente redacção subordinada ao tema A Caça aos Patos) como Rui Moreira (que fornece aos leitores informações interessantíssimas, como o facto de não ter visto um jogo por estar a entreter um Sr. Que até é comendador) insistem que eu não escrevo aqui sobre o que devia. O jurista que cita a declaração de independência pensando estar a citar a constituição americana considera que eu não sei do que falo; o comentador desportivo que foi despedido por não comentar tem reparos a fazer aos meus comentários. Vivemos num mundo estranho.
Ricardo Araújo Pereira, in A Bola
Heresia
João Malheiro, in O Benfica
Jonnny Haynes: 'O Eusébio só ganha 50 libras por mês? Eu faria greve'
Esta pontaria assinalável para um jovem tão inexperiente mereceu a convocatória para a selecção nacional, chamado por Fernando Peyroteo, outro fura-redes. A estreia foi amarga, na surpreendente derrota com o Luxemburgo (2-4), na qualificação para o Mundial-62. Três semanas depois, Eusébio encarou Wembley (2-0 para a Inglaterra) e foi a última vez que se ouviu o seu nome. A partir daí, foi Pantera Negra. Por culpa de Walter Winterbottom, seleccionador inglês, que gritava a plenos pulmões para Flowers.
"Flowers, look at the Black Panther." Flowers é o defesa do Wolves, marcador de Eusébio, campeão mundial em 1966 sem jogar um minuto - só recebeu a medalha de campeão em Junho deste ano, por cortesia de Gordon Brown. E Black Panther é o Pantera Negra, ou Eusébio, anteriormente conhecido como Pérola Negra, alcunhado pela imprensa francesa em Junho de 1961 (à conta do tal hat trick com o Santos de Pelé), que calou Wembley duas vezes, com remates ao poste.
Pois bem, o Black Panther, com 19 anos e no primeiro ano de profissional pelo Benfica, ganhava quatro contos, qualquer coisa como 1357 euros à luz do que se ganha hoje. Embasbacados com o talento de Eusébio, os ingleses festejaram a qualificação para o Mundial-62 no Chile, claro, mas preferiram enaltecer as qualidades daquela força da natureza. E o capitão Johnny Haynes estava mais que admirado. Perguntou tudo ao enviado especial do jornal "A Bola" e quando soube do salário dele, soltou: "Cinquenta libras? Eu fazia greve." E ele, Haynes, sabia do que falava.
Mais conhecido como maestro, foi uma espécie de Beckham dos anos 50/60. Pelé diz que ele foi o melhor passador que já viu, e Haynes foi o primeiro jogador a fazer publicidade, para a Brylcreem, um produto masculino para o cabelo. Além disso, Haynes, companheiro de Bobby Robson no Fulham, clube que representou por 18 anos, está na história do futebol inglês por ter sido o primeiro a ganhar 100 libras por semana, precisamente a partir de Agosto de 1961, quando se registou um entendimento entre a Associação de Jogadores e a Federação para a abolição do tecto salarial de 20 libras.
Tommy Trinder, folclórico presidente do Fulham, disse logo que Haynes valia o triplo. Errado. Valeu o quíntuplo. De 20 para 100 libras. E Haynes disse não ao Milan, que oferecera 800 mil libras para o Fulham, o que quebraria o recorde de transferências da época (menos de metade naquela época) e faria dele o jogador mais bem pago do mundo. Haynes não quis. Preferiu o Fulham, onde jogou oito épocas na 2.a divisão, durante as quais, curiosamente, foi o capitão da selecção. Nessa qualidade, insurgiu-se contra o salário de Eusébio. Que depressa foi aumentado. E porque dinheiro traz felicidade, o Benfica e a selecção portuguesa foram felizes à conta dos remates de Eusébio. Aqueles da bola ao poste e (já agora) os outros que deram golo."
Rui Tovar, in ionline
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Lisonjeiro
Animais, uns mais que outros
Não foi coisa pouca, ainda para mais debaixo de água.
O futebol mundial perdeu, assim, o seu oráculo mais tentacular. Em Portugal, felizmente, ainda temos o professor Karamba e outros professores adivinhadores, mas foi com lástima que vimos partir Paul, o único que nos poderia garantir, com razoável antecedência, quantos dos quatro jogadores quatro vezes amarelados do Benfica resistirão amanhã, frente ao Paços de Ferreira, ao quinto cartão amarelo e à consequente exclusão do jogo com o FC Porto na jornada seguinte.
Águia, alegadamente prima da águia Vitória, que o Benfica cedeu em regime de franchising à Lazio, recusou-se a voar no domingo passado no Olímpico de Roma, escapou-se para a cobertura do estádio e foi dali que assistiu à vitória dos donos da casa sobre o Cagliari e ao consequente reforço da posição da Lazio como comandante isolada do campeonato italiano de futebol.
Sem querer cair no domínio da especulação fácil, é de desconfiar que a águia que está em Roma não só não é prima da águia Vitória como é a própria águia Vitória que terá sido raptada ou que, numa confusão de identidades, se vê agora muito contrariada em Roma, longe da Luz e do Benfica que é o seu clube desde o ninho em que nasceu.
Teríamos assim, de uma assentada, a explicação para o excelente início de campeonato da Lazio, abençoada pela águia original, e para o menos excelente arranque de um Benfica confundido sob as asas de uma falsificação grosseira de pássaro.
O que também, por si só, justifica a desvalorização completa do incidente registado entre dois stewards de serviço, o tratador Barnabé e a falsa águia Vitória no decorrer do intervalo do jogo com o Arouca, para a Taça de Portugal.
Ah, se aquilo fosse com a original outro galo cantaria.
Deixemos agora em paz os animais. Vamos falar de árbitros. Michel Platini mostrou-se no início desta semana totalmente contrário à introdução de tecnologias no futebol que possam corrigir e desautorizar os julgamentos dos juízes de campo. Para o presidente da UEFA, um futebol sem erros de arbitragem arriscava-se a descer aos patamares de emoção virtual da PlayStation que mesmo assim, sem erros dos árbitros, é o jogo de computador mais vendido em todo o mundo.
No entanto, se os inventores da PlayStation tivessem a ousadia de introduzir no mercado um jogo com erros de árbitros, com roubos de igreja, com fruta, café com leite e viagens ao Brasil, certamente não só venderiam menos o seu produto como até contribuiriam de forma exponencial para o aumento de venda de televisões tantos seriam os aparelhos partidos, esmigalhados, incendiados, pela justa revolta dos jovens e dos menos jovens consumidores do jogo electrónico.
Em Portugal estamos ainda numa fase menos electrónica da arbitragem. Os nossos juízes fazem o que podem para melhorar a sua reputação e como são cidadãos iguais aos outros anunciaram, no final da última semana, a intenção de fazer uma greve por questões que se prendem com a fiscalidade e a segurança social. Está visto que são humanos!
Os árbitros portugueses reuniram-se e ameaçaram não comparecer em campo no fim-de-semana de 6 e 7 de Novembro que é, precisamente, o fim-de-semana correspondente à jornada do campeonato em que o Benfica visita o FC Porto.
Francamente, torna-se difícil descortinar onde é que está a ameaça de não haver árbitro no Estádio do Dragão a 7 de Novembro. É que, bem pelo contrário, até me parece um grande descanso.
Depois do Benfica, chegou a vez de o Sporting de prestar homenagem aos 33 mineiros chilenos. O embaixador do Chile em Portugal deslocou-se a Alvaláxia, recebeu no centro do relvado 33 cachecóis do Sporting, personalizados com os nomes dos heróis subterrâneos e quando, muito agradecido, perguntou ao presidente Bettencourt e ao director Costinha se gostariam de receber no seu estádio os 33 mineiros que hão-de fazer uma tournée pela Europa, logo Costinha se apressou a responder: «Depende muito da maneira como vierem vestidos, senhor embaixador…»
E, depois de ouvir isto, como se não bastasse, o embaixador chileno ainda teve de assistir ao jogo entre o Sporting e o Rio Ave e às penosas exibições de dois compatriotas seus.
E ainda há quem diga que a carreira diplomática é um luxo.
Com uma prestação europeia francamente medíocre, o Benfica dá mostras de ter atinado finalmente na competição interna e já vai na quarta vitória consecutiva e no quarto jogo sem sofrer golos, o mínimo que se exigia ao campeão depois de um arranque a todos os títulos lamentável.
Maxi Pereira, talvez entusiasmado por este assomo de recuperação, disse no final do jogo com o Portimonense que «este já se parece com o Benfica da época passada». O que, honestamente, não é verdade. É que nem o próprio Maxi se parece com o Maxi da época passada, como concordarão, quanto mais o Benfica no seu todo, tão monocórdico e previsível em todas as fases do jogo.
Depois de o presidente do Sporting ter denunciado os «Herris Batasunas» que andavam a sabotar o seu plano de recuperação do clube, veio agora o presidente do FC Porto queixar-se do «Bin Ladens» que não lhe dão o valor que merece.
Felizmente que o presidente do Benfica não entra nestes temas tão confrangedores quando está irritado."
Leonor Pinhão, in A Bola
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
O boicote aos jogos fora
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Manuel Vilarinho em entrevista (resumo)...
- Ganhou a presidência do Benfica há 10 anos, naquela que foi considerada uma das eleições mais importantes da história do clube. Recuando no tempo, que palavra lhe vem à mente para definir esse momento?
- Um grande orgulho e satisfação. Porque tirar de lá o Azevedo não era fácil.
- Lembra-se como começou a sua candidatura?
- Eu sempre tive o sonho de ser presidente do Benfica. Sou oriundo de uma família de benfiquistas, sempre nos habituámos a ver o Benfica como algo de muito importante nas nossas vidas, principalmente graças ao meu pai. Mas acredito que se não tivesse sido a época azevedista eu nunca tivesse sido presidente.
O debate televisivo que foi decisivo
- Ganhou as eleições no frente-a-frente na televisão?
- Não tenha dúvidas. Isso foi fundamental. Tenho-o gravado e de vez em quando vejo-o. Antes do debate eu tinha 30 por cento das intenções de voto, depois ganhei por 62 por cento, Vale e Azevedo com 38.
- Teve quanto tempo de treino?
- Cinco dias. E nos últimos dois fechei-me em casa a estudar como se fosse para um exame. Estava preparado para tudo o que ele ia falar, menos da história dos terrenos [Euroárea], que só ele sabia e que por isso esteve preso e assim continuará, se não fugir.
Como falhou Jardel
- Anunciou a contratação de Jardel, mostrando inclusive um cheque de 100 mil contos [500 mil euros], prometendo entregar o dinheiro ao clube se ele não viesse...
- Passava o cheque se não fosse verdade o que dizia sobre o Jardel! Fizemos um contrato, mas combinei com ele e com o seu representante, Paulo Barbosa: deveria mostrar-se desconte no Galatasaray mas só viria para o Benfica no final da época. Chegaria mais barato. Foi um contrato promessa mas tinha lá uma cláusula que permitia desistirmos do contrato em determinadas circunstâncias. Só que ele e a mulher na altura começaram a apertar: em vez de pressionarem o Galatasaray pressionaram o Benfica. Queriam vir mais cedo para Portugal. A mulher é que foi a estratega, ele não é mau rapaz, só que era influenciado.
- Van Hooijdonk foi-se embora e Jardel acabou por não vir. Ficou a perder...
- Porque o Jardel começou a pôr acções jurídicas contra nós, estragando o plano. Podia ter vindo.
- Lembra-se do primeiro choque depois de chegar a presidente?
- Havia dívidas e mais dívidas e a maior parte não estava contabilizada nas contas do clube. Não havia papel higiénico, água e estava tudo estragado.
- Não conseguiu ter sucesso desportivo no seu mandato. Teve pena?
- O problema era financeiro. Não se pode ter uma boa equipa de futebol sem dinheiro.
«Episódio Mourinho foi mau acto de gestão»
- Arrepende-se de não ter renovado com José Mourinho?
- Ele próprio contou no livro dele e pediu desculpa pela forma como decorreram as coisas. Se fosse hoje eu também não tinha agido da mesma maneira. Teria feito de outra forma: fazia-lhe a vontade, só que [pausa]... ele ganha 3-0 ao Sporting ao domingo e na segunda-feira aparece numa reunião de direcção, às 10 horas da noite, dizendo: «Ou renovam o meu contrato ou amanhã já não dou o treino».
- Não aguentou?
- Eu deveria ter engolido aqueles sapos. É claro que naquela altura nunca pensei que ele atingiria este patamar, mas gostava dele. Pensei: «Toni já não vem.»
- Você e Roman Abramovich têm algo em comum: foram os únicos a despedir José Mourinho.
- Não o despedi, apenas consenti o seu despedimento. Ele estava convencido de que eu não gostava dele, o que não era verdade. Eu queria renovar com ele não por uma época, como ele pedia, mas por duas épocas! Porque ficando naquele lugar dar-me-ia sossego, eu não teria de me preocupar com o futebol. Só que aquele ultimato foi chato. Falei logo para o Toni e disse-lhe: «Vem para Lisboa». Devia ter-me posto no verdadeiro lugar de gestor: engolia o sapo, renovava com Mourinho e o Benfica ficava a ganhar com isso. Foi um mau acto de gestão que tomei.
- Consegue projectar o papel que o seu nome irá ter na história do clube?
- Estou com certeza entre os cinco melhores presidentes da história do Benfica, juntamente com nomes como Joaquim Ferreira Bogalho, Fernando Martins, Ferreira Queimado. A partir de Fernando Martins, melhor só eu."
in A Bola (resumo)
Foi há 10 anos!
Arons de Carvalho, in O Benfica
Números
There's danger on every corner but I'm okay
Walking down the street trying to forget yesterday
Well, I just want to walk right out of this world
Cause everybody has poison heart
RAMONES"
Pragal Colaço, in O Benfica
Os Bobos e a Corte
Em pleno século XXI, no Portugal contemporâneo, deles subsistem ainda algumas amostras, muito embora tenham já perdido toda a sua graça e todo o seu encanto. Arrastando-se penosamente pelos salões da actualidade, já não fazem rir ninguém. São caricaturas decadentes e cinzentas, sem alma própria, e penduradas nas saias da inveja e do ciúme.
Vem isto a propósito do Sporting, clube com um passado respeitável, mas com um presente bastante menos vigoroso, não só dentro dos relvados (coisa que pouco nos aflige), como, sobretudo, na estratégia política e institucional que, de há uns anos para cá, tem vindo a seguir – a qual o tem posto frequentemente no papel de “Bobo” de uma corte pouco recomendável.
Quando, em 2005, Dias da Cunha e Luís Filipe Vieira assinaram um manifesto com vista à regeneração do futebol português, abriu-se uma janela de esperança num novo tempo, num tempo a partir do qual os jogos pudessem passar a ser decididos no relvado, exclusivamente pelo talento dos jogadores e pela argúcia dos técnicos. Mais do que o texto em causa, o entendimento entre os dois grandes clubes do arco da respeitabilidade era, por si só, um passo de gigante no derrube de uma ordem já na altura decrépita. O então presidente do clube de Alvalade – talvez o melhor da sua história recente, atendendo até às prestações desportivas de uma equipa que chegou à final da Taça UEFA, e não foi campeã por um triz – denunciara corajosamente os rostos do “sistema”, atribuindo a menção a Valentim Loureiro e Pinto da Costa, antes mesmo do processo “Apito Dourado” ter vindo a público. Sabia bem do que falava, como mais tarde se veio a verificar, e ouvir.
Com o presidente portista detido para interrogatórios (depois de uma mal explicada fuga para Espanha), com os rivais lisboetas sentados á mesa, o chamado “sistema” vivia os seus piores dias. O futebol português esperava, enfim, poder respirar o ar puro da verdade, da justiça e do desportivismo. Os seus mais malignos cancros pareciam estar prestes a ser extraídos. Era a oportunidade histórica para uma enérgica e radical limpeza, para uma varridela que afastasse para longe a corrupção, o tráfico de influências e os resultados adulterados.
Como sabemos, nada disto viria a acontecer. Em larga medida por culpa de um sistema de justiça assustadoramente incapaz, mas também devido aos caminhos que o Sporting (potencial aliado nessa importante batalha) escolheu encetar daí em diante.
Envolvido por um denso manto de contestação, Dias da Cunha viu-se obrigado a desistir. Mais do que nos resultados desportivos, não duvido que a origem da animosidade dos sócios tenha residido no tal manifesto. A maioria deles não se revia numa política que pusesse o Sporting de braço dado com o seu histórico rival. Interessava-lhes no fundo, acima de tudo, ver o Benfica perder, e desse ponto de vista afundar do barco de Pinto da Costa não parecia uma boa ideia. Se as escutas do “Apito Dourado” envolvessem o Benfica, a atitude de mundo sportinguista teria sido seguramente bem diferente. Mas era o FC Porto e Pinto da Costa que estavam em tribunal. Eram aqueles que – não interessava como – tinham impedido o Benfica de festejar vários campeonatos. Era o seguro de vida do anti-benfiquismo que estava em equação.
Quatro títulos do FC Porto, dois títulos do Benfica, e zero títulos do Sporting depois, percebem-se, com clareza, os resultados concretos dessa postura tão pouco leonina.
Quando vemos ilustres sportinguistas fazer coro com a estratégia de silenciamento das escutas e de tudo o que elas nos mostram, percebemos que jamais será possível contar com aquela gente para qualquer combate sério. Nem as boas intenções de alguns dos seus responsáveis (como foi o caso de Dias da Cunha) chegam para derrubar uma ideia por lá cristalizada, segundo a qual o Benfica foi, é, e sempre será, o único alvo a abater – transformando, por consequência, o FC Porto, mais num privilegiado parceiro do que num antagonista ou rival.
Quando, depois de tudo o que se passou, e de tudo o que se ouviu, vemos José Eduardo Bettencourt receber, de braços abertos, Pinto da Costa na tribuna de honra de Alvalade, perdemos de vez o respeito por um clube que, em bicos de pés, tantas vezes se afirma como baluarte da honorabilidade.
Quando assistimos à transferência de Moutinho para o Dragão, e sobretudo observamos a complacência com que a mesma foi acolhida entre os adeptos, entendemos por fim o grau de subserviência de um Sporting decadente face a um FC Porto revitalizado nas águas da impunidade e da mistificação.
Este Sporting até pode ser divertido para muita gente. A nós não nos serve para nada, e esperar dali algum apoio para a suprema luta pela verdade no desporto português será como esperar que cresçam dentes a uma galinha.
Muitos séculos depois, os Bobos da Corte continuam aqui a cumprir o seu papel: divertir o sistema, sem qualquer outra utilidade."
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Negócios de... "luvas"
Fazendo-se passar por empresários que pretendiam assegurar a escolha dos Estados Unidos como sede da maior competição do futebol mundial, repórteres daquele jornal gravaram e filmaram conversas comprometedoras com membros destacados do Comité Executivo do organismo liderado pelo cérebro privilegiado de Sepp Blatter, o grande defensor da verdade desportiva, desde que... sem recurso à tecnologia.
Amos Adamu, dirigente nigeriano e principal protagonista deste caso, terá, alegadamente, exigido 750 mil euros para apoiar a candidatura dos Estados Unidos, enquanto o líder da Confederação da Oceânia e vice-presidente da FIFA, Reynald Teimarii, terá pedido 1,7 milhões de euros para construir uma academia. Dois valores “modestíssimos”, mesmo tendo em conta a crise mundial que atravessamos. Não sei se a Comissão de Ética, “sentinela vigilante” de Blatter, já terá analisado o vídeo que revela as negociações dos suspeitos, o que, a ser verdade, constituirá uma surpreendente abertura aos meios tecnológicos. O que sei é que o “Daily Telegraph” apareceu, agora, a querer envolver Portugal, noticiando que a candidatura ibérica está também sob investigação da FIFA, devido a um alegado acordo com o Qatar, candidato à edição de 2022. O que já provocou uma reação indignada de Gilberto Madaíl.
A propósito deste escândalo, não posso deixar de prestar uma justa homenagem ao velho jornalista britânico Andrew Jennings, o único do Mundo que, desde 2003, está proibido de participar nas conferências de imprensa do organismo máximo do futebol mundial. Jennings é o autor de três livros sobre o Comité Olímpico Internacional e a FIFA, em que revela alegados casos de corrupção, prometendo-nos para breve um novo livro sobre um caso em que a Justiça, ao fim de alguns anos, acabou por admitir ter havido dirigentes da FIFA que receberam “luvas”. O espantoso é que nenhum deles será punido porque – segundo Jennings – na época em que os factos ocorreram, a lei do país que é sede da FIFA até permitia o famoso “jogo do bicho”(!). Numa entrevista divulgada recentemente na Internet, Jennings esclareceu que “os figurões, que participaram no caso, apenas vão ter de pagar as custas legais do processo e que os seus nomes não serão revelados (!)”. Sem comentários.
Confesso que não me surpreenderia se aparecesse por aí qualquer outro membro do Comité Executivo a tentar vender-nos o seu voto. Mesmo sabendo que Portugal está “nas lonas” e que o que mais o preocupa, de momento, nada tem a ver com os “futebóis”. Para já, basta-nos o título de campeões da… “pelintrice” que, pelos vistos, será nosso, não por muitos anos e bons, como costuma dizer-se, mas por muitos anos e... maus!"
NeoBlanc 8
Benfica......... 15 (-9)... 24
Corruptos..... 22 (+7)... 15
Braga............ 14 (+1)... 13
Sporting........ 12 (+3)... 9
Jornada estranhamente calma em relação à arbitragem, a bonança antes da tempestade?!!! Agora que as diferenças já são expressivas, nada melhor que uma 'calmaria', antes das 'estocadas' finais...
Entretidos com a derrota de Lyon, e com o apelo dos órgãos sociais do Benfica para os adeptos não marcarem presença nos jogos fora (sem 'boicote' estariam no mínimo o dobro dos Benfiquistas. Além disso os preços baixos dos bilhetes já é uma vitória do Benfica), os avençados nem sequer sentiram a necessidade de recordar que o actual treinador do Portimonense, era o treinador do Estoril no celebre jogo no mesmo Estádio do Algarve com o Benfica!!! (onde teve um comportamento vergonhoso, na minha opinião o principal instigador da 'batalha campal' em que se transformou o jogo) A confiança que o titulo não vai fugir aos Corruptos é tanta, que nem se lembraram de um famoso Estrela da Amadora-Benfica, onde Hugo Miguel marcou dois penalty's a favor do Benfica!!! (sendo que num a falta foi fora da área. Ainda marcou um penalty inexistente contra o Benfica, e decidiu bem ao não marcar outro penalty contra o Benfica, devido a uma mão involuntária do David Luís. Também se esqueceu de expulsar o Ney!!!) Nesse jogo ganhou a fama de 'amigo' do Benfica, por isso nunca mais foi nomeado para um jogo oficial do Benfica!!! Neste intervalo apitou somente o particular com o Atlético de Madrid, onde para se livrar da 'maldita' imagem de Benfiquista, esqueceu-se de marcar um penalty a favor do Benfica, e marcou um inexistente contra...!!!
O jogo de Domingo foi calmo, e não fosse o desperdício industrial dos nossos jogadores, tinha acabado em goleada. Aparentemente não houve 'grandes' casos, a acreditar nos jornaleiros 'nada' se passou, aliás para Xic os únicos casos foram as faltas do Maxi, e um suposto fora-de-jogo do Saviola no golo do Benfica!!! O 'frango' do Ventura (fez a exibição da vida dele, é raro o jogo onde não dê um peru!!!) logo no final do jogo 'ligou a cassete', queixando-se do Maxi, lançando o 'isco', que os avençados adoram 'morder'...
-Amarelos ao Maxi - Levou um amarelo bem mostrado. A primeira falta sobre o Candeias não existe(mergulho), e a segunda sobre o Ivanildo é uma falta normal.
-Amarelo ao Carlos Martins - 'Soprou' no adversário, travou um contra-ataque, mas a falta é 'mínima', não merecia cartão. Tanto o Carlos como o Maxi ficaram com 4 amarelos, juntando-se ao Javi, e ao Luisão, vamos apostar quais deles vão faltar à 'partida de golf' que se vai disputar no Dragay?!!!
-Luisão - Os centrais do Portimonense descobriram uma nova forma de defender o Luisão nas bolas paradas!!! Como são mais baixos, quando a nosso Capitão salta, metem-se debaixo do Luisão, e com sorte o árbitro ainda marca falta contra o Benfica!!! Isto aconteceu pelo menos duas vezes, na primeira o Luisão ainda conseguiu cabecear, na segunda foi completamente 'atropelado', foi no último minuto da primeira parte, foi assinalada falta contra o Benfica, e na minha opinião seria penalty!!! O André Pinto não tem qualquer intenção de jogar a bola, e não é o Luisão que salta para cima do adversário, é o emprestado Corrupto que se mete ostensivamente debaixo do Luisão.
-Aimar - No lance em que o Maxi leva amarelo, parece existir falta sobre o Aimar dentro da área do Portimonense, mas não houve qualquer repetição...!!!
- Kardec - No lance com o Pedro Silva, gritei penalty, mas depois de ver as repetições, mudei de opinião, o ex-Lagarto 'lançador da medalha' nas horas vagas, protege a bola, tocando ainda na mesma sem querer!!!
-Benfica em vantagem - O critério na marcação de faltas foi sempre 'estranho', mas depois do golo do Benfica, foram marcadas uma série impressionante de faltas ofensivas aos avançados do Benfica, bastava o 'sopro', e era logo falta contra o Benfica. O 'recuo' do Benfica no terreno, deveu-se essencialmente a este critério, parecia que o Hugo estava com medo que o Benfica fosse para a goleada...!!!
Na Pedreira deu-se o regresso do Soares Dias, depois do escandaloso derby minhoto da época anterior!!! Decidiu bem ao não marcar penalty no último lance da primeira parte, por bola na mão do Maurício. Mas assim foi com as 'orelhas quentes' para o intervalo, isso pode explicar o facto de durante praticamente toda a segunda parte não marcar faltas a favor do Olhanense!!! Os avançados de Olhão, pareciam ser jogadores do Benfica, sempre que havia 'contactos', a falta era sempre deles!!! Só mudou de critério, quando o resultado já estava 'feito'.
Mesmo assim o principal erro, deu-se no primeiro golo do Braguinha. Na marcação da falta, o Alan agarra descaradamente o jogador do Olhanense que deveria pressionar o Mossoró, deixando o Brasileiro rematar à vontade. Não foi um simples bloqueio, o Alan agarrou ostensivamente o adversário, mesmo à frente do árbitro...
É impossível calcular o efeito da anulação deste golo, no resultado final, fazendo a 'soma' aritmética, o 3-1, seria 2-1.
Pensei nunca dizer isto, mas no Alvalixo o Olarápio até não esteve mal!!! Além da habitual condescendência que todos os árbitros demonstram pelos constantes mergulhos da Lagartada, não existe muito mais merecedor de referência. Até viu o pontapé do Postiga no Paulo Santos, no golo bem anulado ao Sporting...
Os Corruptos fazendo jus ao seu cognome, começaram a ganhar o jogo, ainda antes do jogo começar!!! Sem nenhuma aparente justificação o treinador do Leiria deixou 2 titulares de fora da convocatória Silas('10'), e Vinicius(defesa-direito)!!! Deixou ainda de fora o Diego Gaúcho um central que ainda o ano passado foi titular, marcando inclusive um golo no Dragay!!! A única explicação 'não corrupta' para este caso, tem a ver com a chegada do Sá Pinto para adjunto, será que já ouve murros e pontapés?!!! No jogo de hoje, do meio campo para a frente, só jogaram segundas opções!!! Não satisfeitos, ainda se apresentaram com uma táctica defensiva suicida, tentando jogar com a linha defensiva 'subida' deixando, um espaço enorme entre o guarda-redes e a defesa, e ainda com uma super passividade no meio campo deixando os 'passadores' à vontade...
O jogo foi tão fácil, e ficou decidido tão cedo, que até deu para o Vasco Santos fingir que é um árbitro imparcial. Até teve a coragem de marcar o primeiro penalty contra os Corruptos desta época!!! Já estavam a ganhar por 4-0, mas fica o registo!!! Mais, não marcou um penalty a favor dos Corruptos (já estava 2-0), o Varela foi mesmo empurrado...
Anexos:
Benfica
1ª-Académica, Prejudicados, Com 3 pontos
2ª-Nacional, Prejudicados, Com 3 pontos
3ª-Setúbal, Prejudicados, Sem influência no resultado
4ª-Guimarães, Prejudicados, Com 3 pontos
5ª-Sporting, Nada a assinalar
6ª-Marítimo, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
7ª-Braga. Nada a assinalar
Corruptos
1ª-Naval, Beneficiados, Com 3 pontos
2ª-Beira-Mar, Beneficiados, Impossível de contabilizar no resultado
3ª-Rio Ave. Beneficiados, Com 2 pontos
4ª-Braga, Beneficiados, Com 2 pontos
5ª-Nacional, Beneficiados, Impossível de contabilizar no resultado
6ª-Olhanense, Nada a assinalar
7ª-Guimarães, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8ª-Leiria, Prejudicados, Sem influência no resultado
Braga
1ª-Portimonense, Nada a assinalar
2ª-Setúbal, Nada a assinalar
3ª-Marítimo, Beneficiados, Com 2 pontos
4ª-Corruptos, Prejudicados, Com 1 ponto
5ª-Paços de Ferreira, Nada a assinalar
6ª-Naval, Nada a assinalar
7ª-Benfica, Nada a assinalar
8ª-Olhanense, Beneficiados, Sem influência no resultado
Sporting
1ª-Paços de Ferreira, Nada a assinalar
2ª-Marítimo, Nada a assinalar
3ª-Naval, Beneficiados, Com 2 pontos
4ª-Olhanense, Beneficiados, Com 1 ponto
5ª-Benfica, Nada a assinalar
6ª-Nacional, Nada a assinalar
7ª-Beira-mar, Nada a assinalar
8ª-Rio Ave, Nada a assinalar
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
7 anos com História
Taça
Portimonense – V. Guimarães
Varzim/Cova da Piedade/Gondomar – Ribeirão
Rio Ave – Feirense
Espinho – Leixões
Moreirense – FC Porto
Sporting – P. Ferreira
Atlético – Tourizense
Pinhalnovense – Tirsense
Mondinense – Torreense
Bombarrelense/Louletano – U. Madeira
Beira-Mar – Académica
Marítimo – V. Setúbal
Benfica – Sp. Braga
Olhanense – Nacional
Juventude Évora – St. Maria
domingo, 24 de outubro de 2010
Primeiro desaire
sábado, 23 de outubro de 2010
Estrias do Jesus
Ao mesmo tempo, alguns analistas acusam-no de não estar a conseguir encontrar um discurso adequado às atuais circunstâncias da equipa – esta época, Jorge Jesus continua a falar como o Jorge Jesus, mas obtém resultados como o Quique Flores. Na verdade, é perfeitamente compreensível. É possível que, depois da época que o Benfica fez no ano passado, Jorge Jesus se tenha esquecido por completo do que se diz quando não se ganha um jogo. Porventura, ser-lhe-á mais fácil levar a cabo uma profunda revolução técnico-tática na equipa, de forma a começar a golear de novo sem dó nem piedade os adversários, do que passar a aparecer mais submisso nas conferências de imprensa.
Pessoalmente, sinto-me muito desconfortável a avaliar as decisões de Jorge Jesus. Sei, teoricamente, que é impossível ele tomar sempre a melhor opção. Mas tenho quase tanta confiança em Jorge Jesus como ele tem em si próprio (ou seja, o máximo que se pode ter).
Dito isto, dizer que Jorge Jesus de vez em quando toma uma má decisão é como dizer que a Giselle Bündchen tem estrias. É possível que sim. Mas são estrias com mais sex appeal que certos seios e nádegas; são estrias que mulheres sem estrias invejam; são estrias tão sensuais, que têm a forma de um cinto de ligas."
Não perder o vício !!!
Melhor, mas ainda longe do potencial. O próximo é com o líder...
PS: Alguém sabe porque é que as duas equipas equiparam de preto?!!!
Objectivamente (FPF)
Concertação
2. Disseram-me durante os últimos anos que essa concertação seria impossível de atingir. As ambições pessoais e as sedes cíclicas de protagonismo das “cabeças” dessas organizações seriam obstáculo a essa união de esforços. Julguei então e julgo agora que essa é uma inevitabilidade que necessita de melhor prova. E, na minha ótica, a Liga perdeu uma oportunidade de mudar de ciclo. De facto, desde o Regime Jurídico das Federações de 2008 que é permitido à Liga receber como associados sujeitos para além dos clubes. Cabe depois à sua autonomia estatutária adotar essa possibilidade ou não. Por outras palavras: cabe aos clubes permitir ou não que os treinadores, os jogadores e os árbitros passem a ser associados da Liga. Que, relembre-se, não se denomina “Liga de Clubes” – é Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Que, para além de defender por berço os interesses dos clubes, é uma associação que exerce poderes públicos delegados pelo Estado e pela Federação. É tempo de superar a alusão exclusiva da Liga a uma “associação patronal” – embora o também deva ser, em parte fundamental. Há muito, porém, que esse conceito deveria ter sabido evoluir para a “associação do futebol profissional” – em proveito dos clubes.
3. A revisão dos estatutos da Liga, em agosto de 2010, não acompanhou essa faculdade que a lei proporciona. Devia tê-lo ponderado. Veja um só exemplo. Faz algum sentido que sejam os clubes a decidir em exclusivo os regulamentos nos quais são previstos os castigos para os jogadores, técnicos e árbitros e nos quais se disciplina a arbitragem? Sem qualquer palavra institucional e possibilidade de atender formalmente aos interesses e à legítima vontade de intervenção desses agentes? Para mim, nenhum! Se, na Federação, essa presença assume a qualidade de “sócio ordinário”, mas, historicamente, sem benefício efetivo, na Liga poderia dar-se o passo que a elevaria a força motriz do entendimento entre quem conta para o jogo. Um laboratório de um futebol mais partilhado e transparente para todos, sediado na Rua da Constituição, no Porto. Talvez no futuro, que sempre chega… A sede continuará lá e, certamente, terá espaço para todos!"