quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Vermelhão: Melhor exibição da época...

Benfica 2 - 0 Nápoles


Excelente exibição, com uma vitória sólida, com uma defesa segura, sem dar espaços ao adversário, e com uma ofensiva vertical que depois do desperdício inicial, até foi 'eficaz'... Também é verdade que o Nápoles tem alguns jogadores lesionados, tal como nós; e também é verdade que eles jogaram no Domingo, e acabámos por jogar este jogo com mais 48h de descanso, algo raríssimo durante toda época, pois jogamos praticamente todas as partidas, com a mesmo período entre partidas ou com menos tempo de recuperação... também merecemos um jogo nestas circunstâncias!!! Agora, para os mais esquecidos, este Nápoles, ganhou ao Sporting, recentemente!!!

Araújo e Ivanovic no onze, mas a grande 'novidade' foi mesmo a estratégia de saída de bola! Muitas bolas longas, diretamente do Trubin ou pelo Araújo, à procura do Ivanovic ou do Barreiro, com o coletivo na expectativa pela 2.ª bola!!! Este estratégia acabou por 'invalidar' os já famosos erros individuais na defesa, que tantos golos nos têm custado!

Pressionámos alto, mas quando o Nápoles conseguia sair... recuávamos, e com as linhas bem juntas, não demos qualquer espaço. Só nos minutos finais da 1.ª parte, o Neres 'inventou' duas jogadas, uma acabou num fora-de-jogo, e na 2.ª num cabeceamento perigoso ao 2.º poste...

Com o 1.º golo a surgir 'tarde' após duas oportunidades escandalosamente perdoadas, o 2.º golo no arranque da 2.ª parte foi decisivo, pois os Italianos perderam a esperança da reviravolta... Só em bolas paradas, principalmente nos Cantos, a bola surgiu perto da nossa baliza!

Importante a entrada do António, quando o Conte apostou em 2 avançados...

Hoje, pela primeira vez, notei entrosamento!!! Parece estranho, mas praticamente metade do 11 inicial são jogadores 'novos' que não eram titulares a época passada, é sempre necessário tempo, para os jogadores se conhecerem... o números de passes curtos falhados, foi o menor da época! As desmarcações não correspondidas também foram poucas... a forma como os jogadores 'adivinham' o que o colega vai fazer é o melhor indicador...

Ríos, Barreiro e Ivanovic estiveram muito bem... o Croata não marcou, mas acabou por estar nos dois golos! Dahl muito bem com o Neres... Sudakov começa a perceber a nova posição! Araújo muito bem no regresso à titularidade...

Foram poucos minutos, mas as estreias dos Putos na Champions foi merecida: o Freitas é um dos meus favoritos da Formação, injustiçado nas Seleções jovens, mas com muito futuro: forte fisicamente, competitivo, talentoso, tem faro de golo, pode ser um médio todo-o-terreno...; o Zé Neto está na moda, mas tem mesmo muito potencial, além da capacidade técnica e física é no posicionamento e na leitura de jogo o seu maior trunfo...


Inacreditável nomeação do apitadeiro, após o Benfica - Fenerbaçhe este gajo nunca mais deveria entrar na Luz!!! Hoje os jogadores ajudaram, mas é mesmo mau árbitro!!!

Estamos na luta, uma vitória em Turim não é impossível. Aliás nos últimos tempos até tem sido habitual!!! 9 pontos pode ser suficiente. Quem diria, após 4 derrotas consecutivas!!!


Mas agora, no Domingo em Moreira de Cónegos, um dos jogos mais complicadas da temporada, extra-grandes!!! Contra uma equipa bem treinada, por alguém que sabe muito bem montar 'autocarros' é preciso mudar o Chip e voltar ao Tugão e estar prevenido para as suas armadilhas!!! Manter a onda vitoriosa é essencial...



Excelente...

Benfica 3 - 0 Nápoles


Mais uma vitória, e segundo lugar garantido, com um dos melhores ataques da prova, hoje, marcando 3 golos, contra uma equipa, que até aqui, só tinha sofrido 3 golos, em todos os outros jogos!!!

Boa exibição, com várias bolas nos ferros, com um resultado escasso!

Derrota em Barcelona...

Barcelona 3 - 1 Benfica
Chandra


Mesmo com as baixas no Barcelona, têm o melhor plantel do mundo... o Benfica também com as baixas, conhecidas, acabou por se portar bem, com a Pauels, a fazer uma excelente exibição, mas com o Benfica na discussão do jogo até aos 58'!!!

Convocado para jogo de Champions!


"JOSÉ NETO A CHEGAR À PRIMEIRA EQUIPA

1. José Neto é talvez o mais talentoso dos nossos jovens - foram nove - que se sagraram campeões europeus e mundiais de sub-17.

2. Vemos frequentemente jogadores de 17 anos, ou até menos, chegar ao topo de algumas das principais equipas da Europa. O Bayern, para não ir mais longe, tem hoje e tem tido o miúdo Lennart Karl como titular.

3. O Benfica dispõe de uma academia de excelência e muitas vezes nos interrogamos sobre a razão de não haver mais apostas nos jovens jogadores que formamos e que muitas vezes, por falta de oportunidades, acabam a brilhar fora de portas.

4. A possível aposta de José Mourinho em José Neto - sei que acredita no valor do jogador, não tem que ser já amanhã - e noutros jogadores da formação que tenham qualidade para chegar à primeira equipa é uma grande motivação para todos os técnicos e jogadores do Benfica Campus - todos trabalham exatamente para isso, para chegar ao top.

5. Compete-nos a nós, adeptos, ter paciência com os jovens jogadores, deixá-los crescer de acordo com as etapas que precisam de cumprir, não embandeirar em arco nem os penalizar com críticas antes do tempo."

Noite de Champions


"Benfica e Nápoles encontram-se hoje, no Estádio da Luz, para mais um jogo da fase de liga da Liga dos Campeões (20h00). Este é o tema em destaque na BNews.

1. Lutar pela qualificação
O treinador do Benfica, José Mourinho, acredita na qualificação: "Só a matemática é que me pode tirar esperança. Vamos olhar para o jogo a pensar que temos de ganhar, e que, ganhando, obviamente ficamos com maiores possibilidades."

2. Focados na vitória
Leandro Barreiro salienta que os membros do plantel estão "unidos para ganhar mais uma final", e refere: "O mais importante relativamente aos nossos adeptos em casa é eles sentirem que nós estamos sempre a dar tudo para o Clube."

3. Parabéns, BTV!
O canal de televisão do Benfica celebra o 17.º aniversário. José Melro, avançado da Equipa B, foi jornalista por um dia. Não perca a reportagem.

4. Benfica FM no ar
A emissão da Benfica FM arranca amanhã, dia 11, às 19h04. Para ouvir através do Site e da App.

5. Últimos resultados
Nesta manhã, a contar para a UEFA Youth League, o Benfica venceu o Nápoles por 3-0. Ontem, registaram-se dois triunfos do Benfica: em andebol frente ao Póvoa AC (31-22) e em futsal ante o SC Braga (5-2). Anteontem, a equipa feminina de voleibol foi derrotada por 1-3 pelo SC Braga e a equipa feminina de basquetebol ganhou, por 58-91, na visita ao Clube dos Galitos.

6. Duelo europeu no feminino
Às 17h45, a equipa feminina de futebol do Benfica joga no reduto do Barcelona.

7. Vice-campeãs do mundo
Portugal sagrou-se vice-campeão do mundo de futsal no feminino e contou com cinco jogadoras do Benfica na fase final do Mundial.

8. Bom desempenho
Samuel Barata conseguiu a sua segunda melhor marca da carreira na Maratona de Valência.

9. Partilha de conhecimento
Treinadores franceses em visita ao Benfica para conhecer a metodologia de treino da equipa feminina de andebol numa ação coordenada entre o andebol benfiquista e a Federação francesa da modalidade."

Dérbi mas pouco


"Era um dérbi como sempre muito aguardado, mas que viria a ser estranho, este que vimos na Luz. O Benfica, do qual se esperava um início vigoroso em função de estar em casa e de ter de fazer pela vida, pareceu amarrado sem se libertar da teia adversária.
A intranquilidade chegou cedo, com uma falha inabitual de Aursnes, perdendo para Luis Suárez, que quase marcava. Entre o susto anterior e a opção de saída temerária de Trubin para Enzo Barrenechea, pouco tempo passou e levou à indesejada desvantagem. O Sporting tinha controlado calmamente o período inicial da primeira parte e o Benfica lutava ainda por encontrar o antídoto para a armadilha adversária.
Sofrer primeiro e cedo, era tudo o que não convinha. Não podia ser pior o começo de um jogo que era considerado vital. O desconforto estava instalado desde cedo, dentro e fora do campo.
Lá dentro, era notória a falta de um líder com bola que assumisse a pretendida revolta. Sudakov, o mais capacitado, não se libertava de Fresneda, que o pressionava de perto, onde quer que ele fosse, contando ainda com a cobertura de Geny Catamo. Na frente, Pavlidis não conseguia dar o habitual e precioso apoio frontal, por menor inspiração, mas também por superior atenção da estrutura adversária. Acabaria por vir de Richard Ríos o impulso e atitude que deu a reviravolta na disputa da posse de bola, contando com a ajuda de Leandro Barreiro.
O empenho-extra e o coração contam muito, desde que alguma razão os acompanhe. Dessa reação acabou por surgir o bem construído golo do empate, que repôs a estabilidade.
Mesmo com algum ascendente do Benfica, o jogo foi pautado pelo menor risco e pelo equilíbrio que ambas as equipas priorizaram. O período final de ataque à vitória viu-se prejudicado pelas constantes interrupções e pela destemperada intervenção de Prestianni, há pouco entrado. Mourinho procurou repetir a receita de sucesso usada na Madeira, mas desta vez a aposta no temperamental jovem argentino resultaria desastrosa. Não só limitou o previsível assalto final do Benfica à baliza de Rui Silva, como ainda colocou em risco o empate, o mínimo proveito nas contas finais.

A fórmula
Com o andar dos tempos, muito se alterou no futebol profissional. Incomparáveis os meios humanos e técnicos que hoje as equipas têm à disposição. Os primeiros minutos do clássico mostraram que algo havia a fazer para inverter o à vontade do Sporting com bola. Mesmo que, no caso, a posse de bola se tenha feito longe da baliza rival, o facto de só haver uma bola impede que se seja atacado.
O Sporting teve, assim, tempo e espaço para jogar. Mourinho revelou depois do jogo que recorreu a um dos seus analistas para que preparasse para o intervalo um vídeo que assinalasse com a maior clareza como a equipa devia ajustar a pressão para recuperar o domínio.
Imagino o stress de alguém que, na hora, pode ter nas mãos a fórmula vencedora. A verdade é que o Benfica foi melhor na segunda parte e esteve mais perto de ganhar, embora dispondo de poucas situações de finalização. Sudakov fez diferença no segundo tempo, provavelmente instruído para atacar mais por dentro, fugindo do marcador direto.
O Benfica recuperou assim o seu melhor construtor de jogo ofensivo, provocando a desorganização adversária, que contrastou com a calmaria inicial. Quando se apostava no forcing final para chegar à vitória, veio a expulsão de Prestianni, que obrigou a medir o risco. Não foi o ideal, mas é bem diferente empatar do que perder, quando se trata do rival e se joga no nosso estádio.

Substitutos
Corro o risco provável de me repetir, mas alguns comportamentos também se repetem, relativamente aos substitutos e à importância que podem ter para desbloquear jogos ou, como foi o caso do dérbi, adensar as dificuldades. Cada vez mais acho que quem sai do banco para o campo deve ser instruído para a missão que lhe é confiada, mas também avisado dos cuidados a ter.
Prestianni foi protagonista na Madeira, decisivo para a reviravolta final. Antes do belo golo chegar, porém, o jovem argentino já tinha entrado em despique com um adversário, mas sem consequências disciplinares. É verdade que estar no banco significa acumular tensão, ainda mais num dérbi. Julgo que as equipas poderão ter no elemento da equipa técnica que dirige o aquecimento alguém que também reforce ao substituto o essencial. A necessidade de agitar e incomodar o adversário, sim, mas que também o alerte para eventuais excessos, que, como no caso, prejudicam a própria equipa.

Cultura do apito
Em semana de mais duelos europeus, recupero o histórico claramente negativo dos clubes portugueses, principalmente relativo a equipas inglesas, alemãs e italianas.
Ao longo dos anos, este desequilíbrio pode tentar explicar-se por vários fatores influenciadores. Desde logo, o superior poder económico que permite às ligas mais fortes recrutar os melhores jogadores, é evidente. Também o futebol marcadamente físico contrasta com o nosso futebol de predominância técnica.
Finalmente, e associado ao aspeto anterior, o parâmetro mais diferenciador destas realidades estará no ritmo e intensidade dos jogos. Quando, como cá, se apita muitas vezes, por pouca coisa ou por simulação frequente, o jogo pára e o povo boceja. Quando tal acontece continuamente, o jogo quebra irremediavelmente. Quanto mais se interrompe menos se joga e menor intensidade se verifica. Esta componente acaba por fazer a diferença bem visível em duelos europeus, em que tudo conta e em que o ritmo de jogo a que se está habituado é decisivo.
Por isso, senhores que lideram a arbitragem, que tal finalmente evoluir para valorizar o nosso campeonato e ajudar as equipas portuguesas?"

Uma besta de 17 anos


"Lennart Karl e José Neto nasceram separados por 57 dias; mas se um pode ser figura no Bayern, o outro não pode ser no Benfica?

O Sporting foi melhor em Munique do que na Luz e saiu da Baviera com um resultado pior do que o alcançado com o Benfica. Olhando para o resultado, dir-se-ia que se teria de verificar o adversário europeu e considerá-lo uma normalidade; olhando para a exibição, dever-se-á pensar porque é que a perceção é que o Sporting jogou melhor na Alemanha do que no dérbi perante uma equipa que é, claramente, melhor que qualquer uma portuguesa — está para ser criada a equipa nacional que consiga uma vitória em casa do Bayern. Sem Quenda, Pote e Trincão o desempenho de Munique é ainda mais de louvar e o da Luz de colocar os sportinguistas a coçar a cabeça. Mas fiquemo-nos pela Champions...
O Bayern lá se tornou naquilo que costuma ser: uma besta. Um monstro que atemoriza mais portugueses no futebol do que Adamastor nos Lusíadas. As criaturas monstruosas também caem, e este gigante bávaro tombou em 1987 com o FC Porto. Mas como na mitologia, o monstro acaba por se regenerar e o Bayern recria-se como besta que insiste ser, agora com um rapaz de 17 anos a engrandecer-se enquanto a luz dos holofotes o fortalece.
Lennart Karl já tinha sido o mais de novo de sempre do Bayern a marcar um golo na Liga dos Campeões, portanto, não foi frente ao Sporting que ficou famoso, até porque entre o golo ao Club Brugge e o golo aos leões marcou ao Arsenal. Não ficou famoso, disse, mas ficou com outro estatuto numa equipa que se quer sempre tão grande como os maiores do futebol.
Pois mesmo esses, os maiores dos maiores, precisam de formar jogadores porque essa é, também, a História dos Bayerns, Barcelonas, do Real Madrid, e até dos novos ricos - PSG e Manchester City.
Entre Lennart Karl e José Neto há 57 dias de diferença, mas, neste momento, um mundo futebolístico entre eles. Seria surpreendente se Mourinho colocasse Neto já nesta noite frente ao Nápoles: pelo poderio coletivo do adversário italiano e pelo poderio individual do adversário brasileiro, isto é, David Neres. Mas Mourinho deu uma garantia: José Neto vai estrear-se seguramente com o setubalense no banco do Benfica e o treinador não olhará a nomes nem nacionalidades para o fazer.
Entre Lennart Karl e José Neto há 57 dias e, neste momento, um mundo inteiro de diferença. Mas se um pode ser figura do Bayern com 17 anos, 9 meses e 18 dias, porque não há de o outro poder ser figura do Benfica aos 17 anos, 7 meses e alguns dias?"

Costa/Costa; Macbeth/Macbeth


"Eis, amigos, o círculo vicioso da pequenez: o Benfica a jogar como clube pequeno; o funcionário a escrever como funcionário de clube pequeno; o Presidente a resguardar-se como líder de clube pequeno; o gesto do apagamento como táctica de clube pequeno

A partir de que momento é que o Benfica, maior entre maiores, passa a ser um clube pequeno?
A resposta é: provavelmente, nunca. Tem demasiados adeptos, demasiadas taças, demasiada história. É grande demais para o encolhimento formal. Mas isso não impede que a dúvida se instale quando, três dias depois de ter jogado como visitante — em casa — contra o Sporting, Nuno Costa, o chefe de gabinete do Presidente do Benfica tenha escrito no Linkedin como escreve o funcionário de um clube pequeno. Disse “funcionário”? Disse a verdade — mas disse pouco. Deveria ter acrescentado: “um Costa ao quadrado, um Costa por cima de outro Costa.”
Aqui há tempos, em Maio, fiz-nos o favor de confundir o Presidente do Benfica com Macbeth. O tema era o final da época e a convicção que tinha de que ele deveria saber ler os sinais e demitir-se, em vez de se manter isolado no alto do seu castelo. Não aconteceu. Rui Costa continua, assim, a ser Macbeth, mas num novo acto da trama. Está agora naquela parte em que, depois de coroado, descobre que não sabe o que fazer com a coroa, como se a legitimidade dos 65% não o salvasse, mas apenas o fixasse num enredo trágico. E — é aqui que começa tudo — a força que move este novo Macbeth não está nele, mas na figura que, atrás da cortina, sussurra estratégias, alimenta ressentimentos, empurrando o protagonista quando o protagonista hesita. A força motriz chama-se, perdoem-me a precisão, Lady Macbeth, isto é, Nuno Costa.
Se Macbeth reinou porque alguém reinou por ele, também Rui Costa lidera porque alguém lhe empresta o faro político que ele não tem. Vem de longe, esse olfacto: dos confins dos gabinetes de Isaltino Morais e de Luís Filipe Vieira, por onde o actual chefe de gabinete do Presidente do Benfica passou, tornando-se, assim, especialista em navegar estruturas fechadas e personalistas.
Então, quando a massa adepta começa a habituar-se a mostrar gratidão por não perder em casa, o poder percebe imediatamente. É instintivo, quase biológico. E é por isso que o tal texto do chefe de gabinete não caiu do céu numa Segunda-feira qualquer. Foi um gesto oportuníssimo. Nuno Costa escreveu o que escreveu porque intuiu que podia escrever. Porque percebeu que o Benfica estava cabisbaixo. E quando o destinatário está assim derrotado — acreditando em teses mirabolantes do tipo “a segunda parte do derby foi uma quase vitória moral” — qualquer sermão soa a ordem natural das coisas.
Aquela repetição — “no Benfica, mandam os sócios” — não tinha intenção de esclarecer; tinha intenção de domesticar. É o tipo de frase que só se usa quando se sabe que repetir a autoridade dos outros é sempre a forma mais subtil de afirmar a própria. E, dizendo o que Rui Costa não consegue dizer, atacando quem Rui Costa não pode atacar, definindo a fronteira entre “nós” e “eles” que Rui Costa não quer definir, escrevendo assim o que deveria ser dito — mas nunca poderia ter sido dito — pelo Presidente, Nuno Costa pratica aquilo a que se poderia chamar “coragem delegada”. E isso é, como se sabe, Lady Macbeth pura.
Dessa maneira, Nuno Costa protege Rui Costa da percepção de fraqueza. Cria inimigos externos para desviar responsabilidades e unir a corte; transforma a contestação legítima em “ruído”; valida o poder falando em nome dos “sócios”. É o escudo psicológico do Presidente. Mas um escudo que, por revelar a sua dependência, o enfraquece ainda mais.
O próprio gesto de o apagar é calculado (sim, o texto foi apagado). E se não for, é como se fosse. É que, assim, estaria a jogar em dois tabuleiros ao mesmo tempo. Primeiro, dizia o que queria dizer — ou o que achava que deveriam querer que dissesse —, deixando a mensagem espalhada, comentada, e fixada em centenas de capturas de ecrã. Depois, com o apagamento, tratava de sacudir a água do capote quando toda a gente já estava encharcada. É a velha arte de dizer sem dizer, de simular recuo para preservar o avanço. O texto cumpre a função política; o apagamento cumpre a função estética de inocência, e todos saem a ganhar (menos o Benfica).
Rui Costa disse, em 2020, numa entrevista a este jornal: “Não permito que me considerem um banana.” (Quando um homem tem de dizer que não é banana, é porque já brilha, amarelíssimo e viçoso, em pleno bananal.) Ora, dois dias depois do jogo com o Sporting, quem mandou não foi o Presidente; foi o seu chefe de gabinete. O texto não é só uma imprudência, mas a versão institucional de Macbeth deixado sozinho enquanto Lady Macbeth age em seu lugar.
Eis, amigos, o círculo vicioso da pequenez: o Benfica a jogar como clube pequeno; o funcionário a escrever como funcionário de clube pequeno; o Presidente a resguardar-se como líder de clube pequeno; o gesto do apagamento como táctica de clube pequeno. É uma estrutura que se dobra sobre si própria como o tal texto do Linkedin, repetitivo, litânico, claustrofóbico. Um poder que se fecha numa capicua perfeita — quase cómica — a girar em torno de si mesma como num poema à abjecção:
Costa / Costa
Macbeth / Macbeth
No Benfica mandam os sócios
Está bem, abelha"

Sporting: mais vale a azia do que massagem ao ego


"Mesmo sendo verdade tudo o que Rui Borges disse, o leão perdeu em Munique... Calava os elogios e treinava a aversão do grupo à derrota. Perder é perder... Em Munique como em Alcafozes...

Não creio que seja do interesse dos jogadores do Sporting ouvirem o treinador falar em grande jogo, ogulho pela exibição, coragem, tudo elogios rasgados no rescaldo do jogo de Munique, com o Bayern. Em última análise, pode até ser tudo verdade, mas não ajuda nada para o futuro. De facto o Sporting jogou sem vários dos indiscutíveis, chegou a enervar o colosso bávaro, teve bons momentos, marcou primeiro mas... perdeu 3-1. E quando se perde todos os elogios são suspeitos.
Em primeiro lugar porque coloca o jogo no patamar das vitórias morais. Não creio que exista uma única taça moral no rico museu do Sporting. Em segundo lugar, é uma questão de treino mental. Ninguém é gigante sem se imaginar primeiro gigante. Se não incorporar uma linguagem, verbal e até corporal, de gigante.
Mesmo que possa soar a exagero. Até a fanfarronice... Morre-se mais por falta de fé do que por garganta a mais.... David nunca teria entrado na história se não se imaginasse maior do que Golias. Mesmo não o sendo. Mesmo que em cada dez tentativas apenas por uma vez acertasse em cheio em Golias. E essa vez bastou para entrar na história. Mesmo que ninguém, de bom senso, pudesse exigir uma vitória ao Sporting em Munique, mesmo na máxima força, quanto mais tão limitado, há coisas que se treinam sempre: a aversão à derrota, qualquer que seja o contexto e o adversário. O Sporting perdeu, não teve os mesmos argumentos, talvez nunca os venha a ter. Os jogadores têm de sentir que foi uma derrota, têm de tentar mais e melhor da próxima vez que jogarem em Munique. E tentar de novo... E de novo... Uma derrota como esta pode não atrapalhar uma consciência tranquila. Mas não justifica, independentemente dos contornos, massagens aos egos. A linguagem, a atitude, a aversão profunda à derrota e a superação de adversários bem superiores, uma vez que seja, também se treina. Um pouco de azia será mais útil ao Sporting do que um ego massajado. E quem fala do Sporting fala de todos os clubes.
Isto não invalida que alguns jogadores leoninos se tenham destacado mais do que outros. Um deles, um menino de 18 anos, foi até eleito o melhor dos leões para A BOLA: João Simões. E tem tudo para que os adeptos gostem dele, em especial, claro está, os do Sporting. Sente e vibra com o Sporting, mais expansivo até quando está no banco...; começou aos 11 anos um percurso que já o guiou à titularidade; tem muita qualidade; enorme garra; saudável irreverência e até alguma 'irresponsabilidade' de se guiar pelas emoções e não pelo medo. De resto, não esqueço a conferência de imprensa, na Alemanha, de antevisão ao jogo com o Bayern. Repostas curtas, mas sentidas. Colocação de voz. Convicção. Arrojo. E Rui Borges, a seu lado, a sorrir, achando piada ao miúdo a quem já aponta o trilho das estrelas. Assim o senhor estudante universitário - que bom se puder continuar a conciliar - saiba tornar-se um homem honoris-causa."

Mercado vai mudar e os grandes portugueses serão prejudicados


"Caso Diarra e ação legal contra a FIFA vão dar mais liberdade aos futebolistas para rescindirem, pondo em causa o modelo tradicional de transferências. Será hora de repensar muita coisa

Qualquer presidente de clube de pequena e média dimensão (todo o ecossistema português, portanto) deveria estar muito preocupado com a ameaça que paira nas instâncias jurídicas do Velho Continente sobre a alteração profunda no mercado de transferências de jogadores no espaço da União Europeia (e também no Reino Unido). Se as previsões de muitos juristas estiverem corretas, a médio prazo os futebolistas poderão vir a rescindir unilateralmente com os seus clubes de uma forma que hoje seria impensável, tornando as cláusulas de rescisão um anacronismo e reduzindo drasticamente os valores das transferências.
Por enquanto isto está apenas no plano hipotético, mas neste mês houve um comunicado em conjunto da UEFA, FIFPro (sindicatos), Associação das Ligas Europeias e Associação dos Clubes Europeus no qual se pede um diálogo social com a União Europeia com o propósito de encontrar uma cura para a ferida aberta após o caso Diarra.
Recorde-se que em outubro de 2024 o Tribunal de Justica da União Europeia deu razão ao médio francês na ação que tinha interposto, em 2015, contra a FIFA, por ter sido impedido de rescindir unilateralmente com o Lokomotiv e assinar pelo Charleroi, da Bélgica, um ano antes. O ex-jogador do Real Madrid não só ficou impedido de jogar durante um ano como ainda foi obrigado a pagar 10,5 milhões de euros de indemnização ao clube russo.
Na sentença, a instância máxima da UE declarou que o artigo 17.2 do regulamento de transferências da FIFA «obstaculiza a livre circulação de jogadores e restringe a concorrência dos clubes», ou seja, viola os valores fundamentais do espaço europeu.
Na sequência dessa decisão houve outra ação contra a FIFA, em agosto de 2025, pela Players’ Justice Foundation (PJF), uma fundação com sede nos Países Baixos e que conta com o apoio do advogado Jean-Louis Dupont, que defendeu Lass Diarra e Jean-Marc Bósman em 1995 (que viria a criar a Lei com o nome do avançado belga). Tendo por detrás também o suporte das federações neerlandesa, francesa, alemã, belga e dinamarquesa, a PJF pede uma indemnização de valores bíblicos, que pode beneficiar cerca de 100 mil futebolistas que tenham jogado na UE e no Reino Unido desde 2002. De acordo com a queixa, o regulamento de transferências da FIFA tirou, em média, cerca de oito por cento de rendimento a todos os jogadores ao longo de mais de 20 anos.
Além das questões financeiras, a Players’ Justice Foundation também questiona a própria jurisdição da FIFA no espaço europeu, considerando que este modelo de justiça privada não se coaduna com o enquadramento da União.
Ainda será prematuro tirar conclusões, mas é cada vez mais certo que alguma coisa vai mudar e que os jogadores vão ter maior margem para rescindir os seus contratos sabendo de antemão quanto têm de pagar (e se têm mesmo de fazê-lo).
Em suma, uma aproximação do quadro legal dos futebolistas ao regime laboral dos cidadãos comuns da União Europeia dará ainda mais poder aos clubes que podem pagar maiores salários, logo será mais prejudicial aos emblemas que têm a venda de passes de jogadores como principal fonte de riqueza. Ainda não há projeções oficiais de perdas, mas é plausível admitir quebras de 20 a 30 por cento (perspetiva moderada) ao ano.
Isto levará, mais cedo ou mais tarde, a um reajustamento dos modelos de negócio dos clubes de ligas como a portuguesa, exportadoras por natureza e necessidade. Num momento em que se discute mais a fundo a centralização dos direitos televisivos, nunca como agora faz sentido um olhar ainda mais abrangente sobre o caminho que se quer trilhar. Se não ocorrerem mudanças profundas nos próximos dois/três anos, o definhamento pode tornar-se uma realidade para muitos."

Arbitragem em modo avião


"A vitória no Dragão foi daquelas noites que ficam. Já tinha escrito que o Vitória tinha de aproveitar o momento, e aproveitou mesmo: uma exibição adulta, inteligente, cheia de personalidade. Uma equipa jovem, mas que soube ler o jogo, sofrer quando era preciso e ferir quando o Porto se abriu. A entrada na Final Four foi merecida. Por isso, venha janeiro e os jogos que decidem.
Depois chegou o fim de semana e, com ele, o déjà vu do costume. O Vitória fez mais do que suficiente para ganhar, mas encontrou um obstáculo que não faz parte do futebol jogado. Dois penáltis claros - três, se não quisermos fingir prudência - daqueles que até num ecrã a preto e branco se percebiam.
A explicação para a videoarbitragem sempre foi simples: “os lances são muito rápidos”. Pelos vistos, até com câmaras, linhas e repetições em alta definição, continuam rápidos demais… ou então quem decide está, literalmente, no modo errado. Árbitros a funcionarem como quem desliga o telemóvel antes da descolagem e ativa o “Modo Avião”. A diferença é que até os aviões modernos já permitem rede. A nossa arbitragem é que não.
A tecnologia está lá, o que falha é mesmo a competência. Ora no futebol, quem erra perde o lugar. Treinadores, jogadores... E os árbitros? É que num campeonato equilibrado, isto pesa, e com erros destes a credibilidade da arbitragem continuará a cair, e os protagonistas a entrar em campo sozinhos, não por greve, mas porque se afastam do jogo que dizem proteger."

Hoje é Dia de Rugby


"Estou em Londres — por razões académico-profissionais, mudei-me para cá. Sem dúvida nenhuma, uma das grandes expectativas que trazia em relação a esta cidade prendia-se com o rugby. Viver no país que é o berço deste desporto que tanto me apaixona — e que me tem acompanhado ao longo dos últimos 18 anos — é uma oportunidade incrível.
Experienciar o quotidiano de um lugar onde o rugby é tão praticado e aclamado é uma verdadeira inspiração para quem ambiciona ver o rugby crescer em Portugal. Apesar de estar cá há relativamente pouco tempo, já me é possível refletir sobre duas oportunidades para o rugby português.
Para contextualizar, tenho jogado pelo Belsize Park Rugby Football Club, um clube do centro de Londres que reúne pessoas que — devido à sua vida pessoal e profissional — não podem (ou não querem) assumir um compromisso grande com o rugby. Assim sendo, o clube tem cinco equipas que treinam apenas uma vez por semana, mas que jogam, regularmente, ao fim de semana.
Com o intuito de promover mais jogos, e para que cada jogador jogue o maior tempo possível, as substituições são limitadas — e em algumas competições existe mesmo o limite de apenas três (regra naturalmente discutível, mas da qual ressalto o seu princípio base — quanto mais jogos, melhor!). Obviamente, que aqui o número de jogadores e, consequentemente, de equipas, é maior. Mas a minha primeira reflexão incide sobre isso mesmo — o seu porquê.
O rugby em Inglaterra extravasa as quatro linhas. Vai muito além dos 80 minutos de jogo. Por cá não só é prática, como é regra, que o clube da casa ofereça comida e bebida à equipa adversária no fim do jogo. A terceira parte é sagrada. Sob pena de se ser multado, é obrigatório conviver com a própria equipa e com a equipa adversária, num espaço onde se reúnem também os amigos e famílias dos jogadores.
Um espaço onde se é bem recebido, onde se quer estar, e onde somos interrompidos para ouvir a escolha do MVP (most valuable player) por parte da equipa adversária (cada equipa escolhe o melhor jogador da outra equipa). Um espaço onde corre o fair-play, transborda o respeito e a lealdade, e que cheira a companheirismo — e também a alguma Guinness. Um espaço onde se respira e transpira rugby. Rugby puro.
Assim, dou por mim a pensar: 'O que falta para se adotar esta ideia em Portugal?' A extensão do jogo à Club House atrai pessoas e faz de um mero jogo todo um programa. Ter amigos ou família a jogar é sinónimo de Dia de Rugby. Acredito que tornar a terceira parte uma prática habitual não só ajudaria a fomentar e desenvolver o espírito do rugby, como atrairia mais pessoas para o jogo.
Paralelamente, tive também já a oportunidade de assistir a um jogo dos Harlequins (clube que disputa a primeira divisão inglesa) a convite de um amigo e antigo treinador que agora trabalha no clube. Para chegar ao estádio dos quins é preciso apanhar o comboio. Na altura, chegado à estação, deparei-me com centenas de adeptos da equipa da casa e dos Saracens (equipa contra a qual os Harlequins jogavam) que estavam a caminho do estádio muito antes do apito inicial. E sabem porquê? Porque era Dia de Rugby.
Todos os pubs e bares nas imediações do estádio estavam cheios. Amigos, famílias, ex-jogadores e atuais praticantes, adeptos e simpatizantes reúnem-se muito antes do jogo começar para beber umas cervejas, comer qualquer coisa, lembrar histórias antigas e antever o jogo. Fazem-se prognósticos e análises dignas de serem escritas. E respira-se rugby! Quando se aproximava a hora do jogo, seguimos uma multidão em procissão para o estádio, onde a festa continua durante e depois do jogo.
Obviamente que o meu ponto não é comparar um jogo da Premiership e da nossa Divisão de Honra, mas realçar o que, para mim, ficou claro e óbvio: o programa de dia de jogo cativa as pessoas. O desporto é mais do que aquilo que acontece dentro de campo. É o ambiente, as conversas e as músicas que se cantam. O futebol tem certamente muita coisa a aprender com o rugby — mas o rugby, num gesto de humildade, não se pode considerar acima de todos.
Há que reconhecer que o rugby português tem, também, algo a aprender com os outros desportos e, nomeadamente, o futebol. Parece-me bastante claro — e falo por experiência própria porque também frequento regularmente o mundo do futebol — que, atualmente, muita gente vai ver um jogo de futebol também pelo programa que envolve. Sabem que estarão lá amigos, família, companheiros e caras conhecidas com quem podem partilhar bons momentos.
Também no rugby já experienciámos isso. Quer em 2023, no Mundial, quando várias pessoas que não seguiam a modalidade foram apoiar a nossa Seleção a França, quer mais recentemente — e perdoem-me o exemplo clubístico, mas é a minha realidade — na final da Taça de Portugal do ano passado, em que o CDUL conseguiu reunir muitas pessoas num almoço pré-jogo, incluindo algumas que não assistiam a um jogo de rugby há largos anos.
Também ao nível dos grandes torneios jovens — com o exemplo do Youth Festival à cabeça — percebemos que conseguimos juntar o rugby a um programa para todos. Estes torneios transformam-se em dias para toda a família e amigos — e que dias são esses!
Posto isto, questiono-me porque é que é — e perdoem-me a frontalidade — tão maçador e aborrecido ir ver um jogo da Seleção Nacional atualmente falando exclusivamente da experiência fora das quatro linhas (exceção seja feita ao último jogo em Coimbra, no qual já se procurou dinamizar a experiência pré-jogo). E por que razão se joga em estádios cuja capacidade excede largamente o número de espectadores, resultando num efeito visual desanimador, pouco apelativo e na dispersão do ambiente? O que é que falta para tornarmos os jogos da Seleção Nacional num programa cativante? Com bancas de comes e bebes, os vulgos food courts e áreas onde se possa conviver antes e depois, atrações para os mais jovens, num espaço onde se possam reunir amigos, famílias, adeptos, simpatizantes, homens e mulheres, netos e avós, num dia bem passado a apoiar a nossa Seleção.
Num país de futebol, quando é que se vai perceber que não é possível ficar parado à espera que o rugby cresça por milagre? Quando é que se vai trabalhar a experiência de match day? Quando é que se vai olhar para o adepto e valorizar o motor que pode impulsionar o rugby nacional? Mais do que investimento, é preciso ambição, vontade e paciência para tornar isto realidade — e isto sem mencionar os ganhos financeiros que estas dinâmicas podem proporcionar.
Para finalizar, sei que os sonhos são normalmente associados às crianças, mas eu ainda sonho. Sonho com o dia em que a resposta a uma pergunta tão simples seja óbvia:
— O que é que fazes hoje?
— Hoje? Hoje é Dia de Rugby!"

Comportamento de adeptos


"A questão da responsabilidade dos clubes pelo comportamento incorreto dos seus adeptos é uma matéria que tem estado subjacente a várias decisões disciplinares ao longo da última década. Por outro lado, saber se as sanções aplicadas são efetivadas implica a questão prévia de analisar se as mesmas são adequadas à finalidade pretendida, isto é, prevenir e reprimir fenómenos de violência nos recintos desportivos e/ou associados ao desporto.
Para além da sanção de realização de jogos à porta fechada e da interdição total do recinto desportivo, a sanção de interdição temporária de um setor do recinto desportivo pode ser uma medida eficaz para sancionar tais condutas.
Esta medida permite sancionar comportamentos incorretos de forma direcionada, atingindo diretamente os setores ou grupos responsáveis por incidentes, como atos de violência, racismo ou uso de pirotecnia. Uma das grandes vantagens desta medida é, de facto, a sua proporcionalidade: ao invés de recorrer automaticamente à interdição total do estádio ou à realização de jogos à porta fechada, que afetam toda a massa associativa, a interdição de um setor atinge, ou pretende atingir, diretamente os autores dos comportamentos indevidos.
Esta abordagem já é aplicada com sucesso por organizações internacionais como a UEFA e a FIFA. Assim, adotar este tipo de sanção nos regulamentos disciplinares alinha os procedimentos internos com as melhores práticas internacionais, reforçando a credibilidade, a justiça e o compromisso com o combate contra a violência e intolerância no desporto.
No final, todos desejamos espetáculos desportivos mais seguros para todos; adeptos, árbitros, jogadores e demais agentes desportivos."