terça-feira, 8 de outubro de 2024
A razão dos assobios no Dragão
"Entre os resultados e as exibições, pouco se pode apontar à equipa de Vítor Bruno, mas é fácil perceber que os assobios do Dragão não estão relacionados com aquilo que se passa dentro de campo
Pode ser impressão minha, mas noto em Vítor Bruno uma certa contração — do corpo e do discurso — quando tem de falar sobre os assobios que alguns setores do Dragão têm dirigido à equipa que (supostamente) apoiam. A polida reação do treinador do FC Porto é compreensível, entre a obrigatoriedade de defender o grupo de trabalho que lidera e a necessidade de evitar já um choque frontal com os adeptos. Vítor Bruno vai-se esforçando por respeitar aquela velha máxima que diz que o cliente tem sempre razão, mas o desconforto da equipa fica bem patente quando Galeno e Samu, duas das figuras deste início de época do FC Porto, aproveitam festejos de golos para um apelo aos adeptos de assobio fácil.
Após um dos verões mais agitados da história do clube, a equipa principal leva 11 jogos disputados na temporada. Entrou logo a ganhar, a Supertaça Cândido de Oliveira, único troféu já atribuído, e só não triunfou em três ocasiões: no clássico da Liga disputado no reduto do campeão Sporting, e nas duas primeiras jornadas da Liga Europa. Se o empate caseiro com o Manchester United pode ser visto como aceitável — na relação entre o valor teórico do adversário e o momento que atravessa —, só a derrota na visita ao Bodo/Glimt foge à normalidade, mesmo tendo em conta as dificuldades da deslocação à Noruega. O registo na Liga mostra um dragão a três pontos da liderança leonina, a protagonizar o melhor arranque dos últimos cinco anos, em linha com as melhores épocas de Sérgio Conceição, que nunca conseguiu oito vitórias, mas que fez 22 pontos em igual número de jogos da temporada 2017/2018.
Também não será pelas exibições que os assobios estão justificados. O FC Porto de Vítor Bruno tem praticado um futebol atrativo, de cariz ofensivo, a colocar muitos jogadores em zonas adiantadas no terreno. Essa vertigem tem, de resto, gerado também algum desequilíbrio defensivo, embora a principal explicação para os momentos menos positivos até esteja mais no lado emocional de uma equipa em mutação. O contexto financeiro obrigou o FC Porto a gerir o mercado de forma tardia, mas a equipa, mesmo com a introdução gradual de alguns reforços, tem encontrado estabilidade.
Os assobios do Dragão não têm nada a ver com o que se passa dentro do campo, são ainda consequência do processo eleitoral. Quem assobia também está a torcer, mas pelo insucesso da equipa, na esperança de vir a ter aquele prazer mesquinho de dizer que tinha razão."
'Chicotadas psicológicas' no futebol
"Decorreu cerca de mês e meio nesta época e já próximo de 30 % dos treinadores sofreram a vicissitude da liderança no clube para o qual se prepararam.
Na época passada, Portugal liderou em termos europeus esta situação deveras preocupante com 12,4 despedimentos em confronto com a Espanha, com 10, Itália (9.8), França (8,4), Alemanha (8,2) e Inglaterra (7,6). Tendo em conta a situação presente, como será o futuro?
Todos sabemos: quando os objetivos não são conseguidos e o peso insuportável das expetativas deixa um rasto de intranquilidade, a equipa entra numa espiral de dúvida sobre si própria, os jogadores traídos por resultados negativos, são originários de maior dificuldade de concentração, vê diminuído o seu estado de alerta onde sempre espreita uma crise de raciocínio, dando eco ao veneno da memória, ocasionando um estado crítico em que por vezes o medo de perder supera a vontade de ganhar, sobrando para o elo mais fraco a possibilidade de romper a já frágil componente congregadora de readmissão de comportamentos, dando origem às tão famigeradas chicotadas psicológicas.
Também sabemos que o futebol se nos apresenta como um espetáculo muito especial, transitando para as evidências do alto rendimento discussões alargadas, clamando um foco atencional generalizado, em que o falhanço dum golo de baliza aberta, os passes errados, uma falta que não é sancionada e no imediato solta-se um turbilhão de ira, medo e raiva. A labareda de impropérios avança sem identidade da bancada para o centro da luta, onde toda uma gente, aproveitando a onda de azedume e oportunidade, clama para si a verdade, tantas vezes traída de justiça e coerência.
Nesta sequência do maior espetáculo do mundo e sendo o futebol uma atividade, como refere Javier Marias ... «onde não basta ganhar, mas ganhar sempre» e continua: «Um escritor, um arquiteto, um músico, numa obra apenas, podem dormir uma sesta depois de terem criado um grande romance, um maravilhoso edifício, um disco inesquecível. O futebol, ao contrário, não aceita o descanso nem o divertimento e de pouco serve possuir um extraordinário palmarés ou ter conquistado um título no ano anterior ... Ter sido melhor ontem já não interessa hoje, para não falar amanhã. A alegria passada nada pode fazer contra a angústia presente. Também não há durante muito tempo tristeza ou indignação, que de um dia para o outro se podem ver substituídas pela euforia e santificação.»
Como sabemos, a modalidade de futebol, pela sua dinâmica prática, constitui um dos fenómenos desportivos e sociais com superior importância, constituindo os clubes um foco de pressão permanente pela conquista de resultados positivos, sendo o treinador nas funções que lhe estão adstritas o principal responsável pela gestão operacional para o rendimento na obtenção do sucesso.
Quando os resultados dos objetivos propostos não são conseguidos, processa-se a quebra de laços e daí a demissão do treinador, como alvo número um a abater.
As causas inerentes às célebres chicotadas psicológicas confinam-se em primeira instância e de forma genérica aos maus resultados, sendo estes passíveis de gerar a insatisfação dos adeptos, dos diretores e dos próprios jogadores, visualizando-se um ambiente adverso quer no balneário, quer fora do mesmo, instalando-se uma crise de identidade coletiva comprometedora, gerando-se a substituição nem sempre explicada à luz das verdadeiras causas.
Como consequência a esta alteração de estatuto regenerador de liderança, assiste-se muitas vezes a uma fase imediata de aquisição de resultados positivos, tendo alguns jogadores (até aí suplentes) a possibilidade de justificar a chamada à função (desculpabilizando-se), a direção do clube a prestar mais atenção e apoio participativo, possibilitando quantas vezes, ao novo técnico, a abertura a novos jogadores a contratar, fazendo-se constar ainda a melhoria adicional de prémios de conquista.
Imediatamente me acorre à ideia algumas questões que na minha perspetiva se tornam pertinentes:
1 — Haverá necessidade de equacionar um perfil ideal para um treinador?
2 — Saber (apenas) muito de técnica e tática é uma condição necessária para se ser um bom treinador?
3 — A experiência como jogador de alto nível torna-se fundamental para se assumir como treinador mais preparado para o sucesso?
4 — A história e tradição dum clube, bem como a cultura e exigência dos seus diretores, associados e adeptos, implicam a contratação dum treinador com um perfil especial?
A resposta surge nesta conformidade que tentarei explicitar:
Saber muito de técnica e tática é apenas uma condição necessária, mas não suficiente para se ser um bom treinador.
Ser bom treinador é um conjunto de pequenas coisas e comportamentos que vão sendo aprendidas através da experiência e treinadas através duma formação adequada, procurando por isso uma constante busca do saber, baseado no estudo e investigação e sustentado na experimentação.
Procurar sempre transmitir o hábito de ser paciente e persistente, tornando os treinos motivantes, criativos e organizados.
Mostrar empenho, compromisso, criando um código de conduta onde se imponha a dignidade e respeito — daí ser também um educador/amigo/conselheiro/líder.
Deve ter a capacidade para refletir, antecipar, planificar, analisar e decidir perante situações de stress, incerteza e ambiguidade.
Um bom treinador não tem de ter sempre respostas para tudo o que se lhe pede. Ninguém, seja em que domínio científico for, tem respostas para tudo.
O treinador eficaz é aquele que está aberto a todas as opções possíveis de forma a responder apropriadamente nas diferentes situações e problemas com que se confronta a competição. Ao reconhecer que não sabe tudo ou não conhece tudo, ele está a ser verdadeiramente humano.
Deve ser capaz de transmitir aos jogadores os valores da honestidade, a firmeza de convicções, integridade, respeito, exigindo o cumprimento de normas internas da equipa, costumes e tradições que reforcem e estimulem o orgulho e desempenho da equipa por si orientada.
Na comunicação com os jogadores a sua mensagem deverá ser baseada na seriedade e otimismo, assumindo o que pretende dizer, com clareza e sem duplo significado, distinguindo os factos das opiniões e ainda sintonizada com a formulação de objetivos positivos, específicos, desafiadores, mas realistas.
Ser por natureza otimista. Deve saber descodificar os fracassos, transformando-os em êxitos — a principal diferenciação entre os otimistas e os pessimistas está na forma como explicam as suas derrotas. Os pessimistas atribuem as culpas às suas próprias deficiências — uma imagem negativa que têm de si próprios. Por outro lado, os otimistas encaram o futuro com confiança — cada derrota encerra a semente para o futuro êxito.
Transmitir uma imagem de serenidade, competência, liderança, responsabilidade e... cultivar sempre a capacidade organizativa, sabendo que: sem organização não há regras; sem regras não há disciplina; sem disciplina não há resultados e... sem resultados não há SUCESSO!
Quanto ao ponto de análise correspondente à história e tradição de um clube, bem como a cultura e exigências dos seus diretores, associados e adeptos que possa implicar na contratação de um treinador com um determinado perfil, sem dúvida que me parece fundamental e necessária esta simbiose vivencial, pois ninguém pode oferecer aquilo que não possui. Nestas circunstâncias, e para não correr riscos desnecessários, sou a favor de que num clube que tenha por objetivos passos sérios na conquista de um futuro com êxitos, deveria fazer constar, entre outras exigências:
— Organizar uma rede de observação e scouting, a partir das classes mais jovens.
— Possuir nos seus quadros treinadores cujo perfil de personalidade e liderança, seja ajustado ao que foi referido anteriormente. Entendo mesmo que se deveria constituir no clube um conselho técnico (com assento de todos os treinadores e restante staff técnico), reunindo de forma periódica no sentido de ver bem explícita esta filosofia de um crescer sustentado para um ganhar continuado.
— Criar um gabinete de inteligência competitiva (GIC), no sentido de valorizar todas as competências que possam ser parte do gérmen aglutinador onde corre o sucesso — avaliações de ordem sociológica, psicológica e mental; estabelecer um quadro de referências onde se imponham rankings de êxito; inserção de conteúdos numa nova metodologia de treino com a aplicação de matérias referentes às componentes atencionais, motivacionais, autoconfiança, coesão de grupo, formulação e reformulação de objetivos de conquista, comunicação, etc.
Como consequência dos pontos situados anteriormente e porque devem ser objeto de uma reflexão coletiva, todas as fórmulas que impliquem uma tomada de consciência deverão ser institucionalizadas, tendo como produto final uma forma de jogar autenticada e assumida como padrão dessa identidade vivida e operante, porque geradora de êxito.
Penso que com a construção de uma atitude mobilizadora destes compromissos, as razões que levam às tão deprimentes chicotadas psicológicas ficarão mais retidas no tempo.
Como referia Aristóteles: «Nós encorpamos ações que ao serem repetidas se transformam em hábitos. Se construímos hábitos rotineiros e simplistas, porque não focar o desejo da construção de hábitos de entusiasmo, de confiança, de felicidade, de raça e empenho na conquista do sucesso ?!»
Porque o GANHADOR é aquele que é capaz de omitir a palavra problema e enfatizar o termo desafio.
O GANHADOR não conhece os atalhos do facilitismo, transporta na alma as pegadas da experiência vivida e no rosto o certificado do sofrimento experimentado … vai à luta e …GANHA!"
Matar o assunto
"1. Na véspera do desafio com o Atlético de Madrid, tal como faz parte do protocolo destes compromissos, o treinador do Benfica compareceu na sala de imprensa para responder às questões colocadas por jornalistas nacionais e estrangeiros. Houve uma pergunta disparatada e, até mesmo, provocatória que lhe foi colocada por um jornalista (nacional) e que passo a reproduzir: 'O objetivo deste jogo é mudar a imagem do Benfica na Liga dos Campeões?'
2. Bruno Lage não hesitou na resposta: 'Você sabe quantas vitórias o Benfica tem na Liga dos Campeões?' E o assunto morreu ali. O Benfica é um clube histórico da Europa e da prova mais importante do mundo a nível de clubes, a Liga dos Campeões. Não é sequer necessário recuar décadas para reconhecer o estatuto do nosso clube entre os grandes emblemas europeus. Nas ainda bem frescas temporadas de 2021/2022 e 2022/2023, o Benfica atingiu, por exemplo, os quartos de final da Liga dos Campeões colocando-se entre as 8 melhores formações europeias. Invejável? Sem dúvida!
3. Invejável vem de inveja, como toda a gente já percebeu. Questionar Bruno Lage sobre a necessidade de 'mudar a imagem do Benfica na Liga dos Campeões' é um despropósito.
4. Respeitando a missão dos jornalistas, não deixa de ser oportuno referir que há outros clubes nacionais que, muito de vez em quando, muito episodicamente, lá se conseguem qualificar para a Champions por onde passam rapidamente sem protagonizar aquele tipo de campanhas que os seus adeptos gostariam de viver só para experimentar... o sabor.
5. O campeonato nacional de futebol vai para a sua 8.ª jornada. E o Benfica vai cumpri-la no próximo domingo na Madeira defrontando o regressado Nacional. Embora em função do que se ouve e do que se lê, esta Liga de 2024/2025 possa parecer já destinada a um vencedor nomeado em todas as casas de apostas, redações e estúdios de televisão, a verdade é que a prova está longe, muito longe, do seu fim. E, sobre este assunto interno, é tudo.
6. 'Em nenhum outro clube fui recebido de maneira tão respeitosa e simpática. O Benfica é um clube incrível de uma cidade linda a que continuarei a chamar casa'. Foi com estas palavras que Yann-Bejamin Kugel, o preparador físico da anterior equipa técnica, se despediu do nosso clube. Palavras para quê? Ora, para isto mesmo.
7. Na noite de quarta-feira, o Benfica somou mais uma vitória a somar a tantas outras na competição das competições. Um expressivo resultado entusiasticamente construído frente ao Atlético de Madrid. Não haja dúvida de que o Benfica arrancou muito bem na Liga dos Campeões."
Leonor Pinhão, in O Benfica
És só nosso!
"O Benfica provou que com o apoio dos adeptos não há impossíveis
São inúmeras ao ocasiões em que assistimos a adeptos e abandonarem os recintos ainda antes de as partidas terem terminado. Quando a equipa tanto precisa de apoio, é justo abandoná-la? Os verdadeiros adeptos apoiam até ao último segundo do jogo e, mesmo que o resultado não seja o melhor, gritam bem alto: 'Quando ganhas, és de todos; quando perdes, és só nosso!' São esses que inspiram os jogadores e reverterem jogos difíceis. È com o seu apoio que os atletas alcançam o que parecia impossível.
Em 20 de Outubro de 1982, o Benfica deslocou-se a São João da Madeira para defrontar a Sanjoanense, para a 1.º mão dos quartos de final da Taça de Portugal de hóquei em patins. Os dirigentes encarnados admitiam tratar-se de um encontro complicado, devido ao 'limitado recinto nortenho', mas certamente não esperavam a hecatombe que viria a acontecer. Apesar de a 'equipa lisboeta ter sido a que melhor hóquei praticou', foi o conjunto do Norte a vencer por 7-4. Alguma imprensa foi célebre a decretar: 'O Benfica vai ter enormes dificuldades em anular a diferença de três golos, pois a equipa da Sanjoanense está muito bem apetrechada'.
Por outro lado, o jornal O Benfica justificava a derrota devido ao 'mau momento psicológico dos jogadores em virtudes dos maus resultados verificados ultimamente e, também, porque sentem a falta de apoio e carinho da sua massa associativa', lançando o repto: 'Todos aqueles que gostam do hóquei e que por vários motivos deixaram de aparecer nas bancadas do pavilhão (...), venham ajudar a dar a volta ao resultado'.
Na 2.ª mão, o público correspondeu ao apelo e compareceu em massa ao Pavilhão da Luz. Com o apoio dos adeptos, os encarnados iniciaram muito bem o encontro, inaugurando o marcador logo aos 2 minutos. Com um conjunto bastante compacto, e poucos minutos do intervalo, os benfiquistas dispunham de uma vantagem de 4-1. No entanto, em 30 segundos, a Sanjoanense reduziu para 4-3. No segundo tempo, o encontro foi renhido e jogado com 'alguma virilidade quase excessiva'. Aproveitando a inferioridade numérica do Benfica causada pela suspensão de Picas por 2 minutos, a Sanjoanense empatou.
O treinador do Benfica, Torcato Ferreira, reagiu de imediato, e 'José Carlos rendeu Cristiano, dando feição mais atacante ao sistema benfiquista'. A 4 minutos do fim, com o empate a manter-se, tudo fazia parecer que os benfiquistas iriam ser eliminados. Mas 'Leste, com 'gancho', junto ao poste, fez 5-4, no minuto seguinte surgiram, de rajada, mais dois golos, da autoria de Fernando Pereira e Piruças'. Quando se pensava no prolongamento, nos derradeiros segundos, o mesmo Piruças fixou o placar em 8-4, para enorme euforia nas bancadas do Pavilhão da Luz. No final da partida, os jogadores não escondiam a satisfação pelo feito alcançado.
Saiba mais sobre os sucessos do hóquei em patins benfiquista na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
Quatro quintos dos infernos
"É isso que espero do que falta desde campeonato 2024/25. Que seja um verdadeiro inferno para os nossos rivais. Disputado o primeiro quinto da competição (7 de 34 jornadas), estamos num invulgar 3.º lugar, mas com os dois primeiros a uma distância perfeitamente alcançável. Sim, não começámos bem, mas a entrada da equipa técnica de Bruno Lage trouxe de volta algum do perfume, dos golos e de qualidade da equipa profissional masculina. E com isso vieram vitórias e pontos que aliviam a imensa pressão, interna e, principalmente, externa que estava/está/estará sobre a equipa.
Nos 27 jogos que faltam, só espero desta equipa o que já recomeçou a demonstrar. Os resultados positivos trazem mais sorrisos, mais confiança, mais entrosamento, mas não só entre os jogadores. Quem está na bancada, no sofá, sentado ao computador ou agarrado ao telemóvel, e assume o seu benfiquismo, é também isto que quer. E já sabemos, a história do Sport Lisboa e Benfica está recheada desses exemplos: juntos somos mesmo muito mais fortes. E é disso que os rivais têm medo. Sabem que, ajudando a criar a desunião, o Glorioso fica mais vulnerável. Pois bem, esperem sentados. Nós quatro quintos que faltam, dependemos só de nós para provocar o inferno. Basta continuar a fazer o nosso trabalho. As expulsões cirúrgicas, os penálties oferecidos e os foras de jogo perdoados não vão durar para sempre. Nem os estados de graça."
Ricardo Santos, in O Benfica
O Harry Potter turco: Akturkoglu
"Primeiro, a incerteza era natural, no entanto já não sobra qualquer dúvida de que Akturkoglu é mesmo feiticeiro, e dos bons. Eu nunca pensei vir a pronunciar um nome com estes acentos esquisitos com tamanha fluidez, mas sobretudo jamais imaginei que o meu pai o conseguisse pronunciar também desde o 'A' até ao último 'u' sem gaguejar. Foi aqui que percebi imediatamente que este jogador tinha de ser especial.
Apelidado de Harry Potter turco, consegue voar bem alto, e transportar ainda com ele outros colegas que nem sequer estavam inscritos nas aulas de Quidditch. Na célebre saga criada por J.K. Rowling, havia uma espécie de ave imponente, Buckbeack, que subia acima das nuvens, porém, de manto sagrado vestido, Akturkoglu é capaz de se elevar ainda mais alto montado em cima da águia Vitória. Harry Potter ficou conhecido desde bebé pela poderosa cicatriz na testa em forma de 'Z', mas este Potter turco tem antes deixado 'cicatriz' com todas as letras de abecedário em qualquer parte do corpo dos jogadores adversários. Hogwarts tem uma ilustre reputação reconhecida em todo o mundo, contudo chego à conclusão de que o Bósforo também não fica atrás na formação de feiticeiros. De facto, a alcunha não podia fazer mais sentido, porque os paralelismos com Harry Potter vão muito para além de célebre movimento do mago turco com o braço, a simular um Wingardium Leviosa (feitiço interpretado no festejo dos golpes). Se com uma bola nos pés é capaz de fazer aquilo que tem feito, nem imagino o que Akturkoglu fará se lhe passarem mesmo uma varinha para as mãos."
Pedro Soares, in O Benfica
A liguinha do Proença
"Na forma, Pedro Proença falta bem e dá abraços a toda a gente. Na substância, foi um mau árbitro e é um mau dirigente.
Segundo ele, nenhum clube vale mais que a sua triste liguinha. Vale, sim. E não só o Benfica, como Sporting e FC Porto também. Talvez até SC Braga e Vitória SC. O país tem excelentes jogadores, tem excelentes treinadores e tem equipas que fazem milagres na Europa. O que deita o futebol português abaixo? Quais são os principais problemas? A fraca arbitragem (onde esteve Proença) e a miserável liga (onde está Proença) - que nivela tudo por baixo e promove uma marcha de fantasmas sem identidade, sem história, sem massa crítica, por vezes sem instalações condignas, com capital sabe Deus onde, com propósitos sabe Deus quais, que intoxica o nosso campeonato até o tornar totalmente irrelevante para lá de Badajoz.
A quem interessa um Casa Pia - Moreirense? Ou um AVS - Arouca? É fácil responder à pergunta. Mas ninguém parece querer fazê-la.
Acredito que a Liga podia, de facto, valer bastante mais, mas só alterando radicalmente os seus quadros competitivos, e promovendo uma primeira divisão adequada à dimensão social, cultural, económica e demográfica do país. Por exemplo, com oito clubes a quatro voltas, multiplicando os clássicos e os jogos verdadeiramente interessantes, congregando meios e não penalizando os emblemas que competem nas provas internacionais, que formam e vendem grandes jogadores, que suscitam a atenção da larga maioria dos adeptos, e que não têm de partilhar a riqueza que criam com o desfile fúnebre que é o resto do campeonato. A solidariedade existe para com pessoas. Não tem de existir para com entidades pseudodesportivas, sem qualquer interesse desportivo ou social.
Centralização? Sim, mas só com uma redução drástica do número dos seus beneficiários."
Luís Fialho, in O Benfica
Uma semana de celebração da vida ativa
"Esta semana é uma celebração da atividade desportiva e da vida ativa dos cidadãos europeus em nome do seu bem-estar físico e mental e da sua qualidade de vida.
Poucos sabem, mas vale a nota pela curiosidade, que a Fundação Benfica esteve como convidada no lançamento desta iniciativa da Comissão Europeia em Bruxelas, vendo assim reconhecido o impacto social do seu trabalho.
Não admira, portanto, que todos os anos, a cada edição desta semana temática, a Fundação Benfica colabore com as instituições públicas e privadas que a levam a cabo e intensifique, uma vez mais, a sua mensagem que é universal e útil e todos: praticar desporto não faz apenas bem, pode ajudar a nossa vida a melhorar em quase todos os seus aspectos.
O desporto dá saúde, ânimo, cultiva amizades e lança pontos entre os diferentes, pelo nível de suor e pela camaradagem, e não pelo tamanho da algibeira ou pela posição social.
Numa palavra, o desporto edifica a humanidade!"
Jorge Miranda, in O Benfica
Núm3r0s d4 S3m4n4
"1
O Benfica ganhou, pela 1.ª vez, a Supertaça de voleibol no feminino;
3
O Benfica ganhou, pela 3.ª vez, a Supertaça de basquetebol no feminino;
4
O Benfica já não marcava 4 ou mais golos a um clube espanhol nas competições europeias desde 1965 (5-1 ao Real Madrid). E conseguiu infligir o pior resultado de sempre do Atlético Madrid em provas da UEFA, igualando o ocorrido frente a Borussia Dortmund, em 2018, e Bayern Munique em 2020;
6
Excelente começo benfiquista na estreante fase de liga da Liga dos Campeões, com 6 pontos somados em 2 jornadas;
11
Di Maria passou a integrar o quarteto dos 11.º melhores marcadores de sempre do Benfica em provas da UEFA. Soma 12 golos, tantos quantos João Pinto, Salvio e Simão;
17
Di Maria é, com Samaris, o 17.º com mais jogos oficiais pelo Benfica no atual Estádio da Luz (91). É o 18.º em tempo de utilização;
70
Otamendi passou a integrar o top 70 de futebolistas com mais jogos oficiais de águia ao peito (186 - tantos quantos José Calado e Valdo), sendo o 12.º estrangeiro. Em competições europeias, é o 26.ª, a par de Paneira, com 46;
100
No desafio com o Gil Vicente, António Silva atingiu os 100 jogos oficiais de águia ao peito pela equipa de honra do Benfica;
62028
Frente ao Atlético Madrid registou-se a maior casa da época no Estádio da Luz;
3000000
A conta oficial do SL Benfica no Instagram atingiu a marca dos 3 milhões de utilizadores."
João Tomaz, in O Benfica
Polvo...
Mais recuperações de bola após a Jornada 2 😮💨#UCL | @SLBenfica | @Florentino_61 pic.twitter.com/8uKqOgi96K
— UEFA.com em português (@UEFAcom_pt) October 7, 2024
Kerem “Potter” Aktürkoğlu, magia otomana para fazer esquecer Neres
"Muhammed Kerem Aktürkoğlu. Não precisou de adaptação para começar a espalhar magia com as cores do Benfica. O internacional turco tem sido um dos destaques da retoma dos “encarnados” desde que Bruno Lage reassumiu o leme.
Contratado no último suspiro do mercado de transferências, o dianteiro otomano está a demonstrar muito daquilo que fez os fervorosos fãs do Galatasaray apaixonarem-se por ele.
Vertigem para fazer “esquecer” Rafa e Neres
Com as saídas de Rafa – a custo zero para o Besiktas – e de David Neres – por €28M mais €2M por objectivos para o Nápoles -, o ataque benfiquista perdeu rasgo, magia, velocidade, verticalidade e imprevisibilidade, características que encaixam no internacional turco. Além de tudo isto, acrescenta presença na área, algo que faltava à equipa durante os últimos tempos sob a égide de Roger Schmidt, bem como golos. Para já, em cinco jogos oficiais já festejou em quatro ocasiões e carimbou duas assistências, incluindo tentos ao Crvena Zvezda e ao Atlético de Madrid, ambos a contar para a Liga dos Campeões.
Uma “pechincha” de apenas €12M
Aktürkoğlu passou as últimas quatro temporadas no Gala e foi contratado por €12M, assinando um contrato válido até 2029. Na última temporada, foi fundamental na renovação do título de campeão turco e esteve umbilicalmente ligado a 23 golos – 15 tentos e oito assistências –, e está num bom caminho para atingir marcas semelhantes.
No 1x4x3x3 que Bruno Lage está a edificar, tem ocupado o lado esquerdo, mas tem total liberdade para se movimentar por toda a linha ofensiva. Muito incisivo, procura ser objectivo nos processos e não hesita quando tem de disparar, surgindo muitas vezes em zonas de finalização. Os golos que apontou ao Gil Vicente e Atlético ilustram na perfeição estas suas características.
Entre jogadores com pelo menos 204 minutos disputados, os mesmos do turco, Aktürkoğlu começa já a deixar uma marca forte na Liga portuguesa:
Muitas acções na área – Kerem rivaliza já com o sportinguista Viktor Gyökeres na média de acções com bola na área contrária, com 10,6 por 90 minutos, apenas atrás do sueco, que acumula 13,8.
Facilidade de remate – O benfiquista é já o sexto da Liga na média de remates, com quatro por 90 minutos, todos eles de bola corrida (terceiro valor mais elevado).
Peso grande no ataque benfiquista – O turco tem assumido um peso grande nos golos apontados pelas “águias”. Neste momento, contabilizando tentos e assistências, teve acção directa em metade dos golos marcados pelo Benfica consigo em campo.
Bom posicionamento – Aktürkoğlu é, neste momento, o quinto extremo com melhor média de recuperações posicionais de posse (6,2), lendo bem o jogo para recolher o esférico em prol da sua equipa.
“Neres oscilou muito na titularidade”
Numa recente entrevista que concedeu à BTV, o presidente dos “encarnados”, Rui Costa, abordou a saída de Neres e a chegada de Kerem.
“Apesar de toda a sua qualidade e do que de bom fez no Benfica, David Neres não deixa de ser um jogador de 27 anos e que oscilou muito na titularidade. Já no ano passado surgiram propostas para ele e houve a ideia de ele em mudar de ares, mas pensámos que era melhor ficar. Este ano houve mais propostas até chegar a do Nápoles, para um campeonato que a ele lhe agradava e considerámos que em termos de posicionamento de plantel podíamos ter jogadores de outras características. Veio o Kerem, que joga nos dois flancos, o Neres gostava mais da direita… aceitámos a saída do Neres por valor substancial e para um jogador que não era titular indiscutível no Benfica”, justificou Rui Costa. Já sobre o “Harry Potter”, confessou que estava na “shorlist” benfiquista há algum tempo.
“O negócio foi concluído nos últimos instantes do mercado, mas não deixa de ser um jogador já visto muito antes. Só chega no último dia por causa das novas leis da imigração, mas entronca muito no que acabei de dizer do Neres. Perdemos um criativo que privilegiava jogar pela direita e precisávamos de um jogador com maior preponderância ao jogar em várias posições. Esperamos que continue assim, mas vai ao encontro do equilíbrio do plantel. Sentíamos que do lado esquerdo tínhamos menos criadores. Assim, libertamos o Aursnes para outras posições e queremos apostar no Schjelderup e Prestianni”, descreveu.
Não obstante ter características diferentes de Neres, podemos verificar que Kerem é mais fiável em termos físicos do que o “canarinho”, falhando menos partidas por lesão do que homem que veio “substituir”. Por exemplo, na época transcorrida realizou quase o dobro dos minutos do antigo camisola “7” da Luz.
O turco é menos associativo do que Neres, accionando mais objectividade nas incursões que faz no terreno, arrisca mais vezes o remate à baliza a cada 90 minutos, é menos tecnicista e virtuoso nos lances de um para um, mas é mais explosivo, principalmente em espaços mais amplos, recordando as algumas das arrancadas que celebrizaram Rafa Silva. No entanto, o antigo jogador do Ajax é mais eficaz no capítulo dos dribles a cada 90 minutos. Característica que ambos têm e que podem melhor prende-se com o que facto de “desaparecem” durante alguns períodos dos jogos.
Aos 25 anos, Aktürkoğlu fez a formação do Basaksehir e representou depois o Bodrumspor, Belediyespor e Erzincanspor, antes de saltar, em 2020/21 para o Galatasaray. Presença regular na selecção da Turquia, é um dos indiscutíveis do seleccionador Vincenzo Montella e já contabilizada 36 internacionalizações e nove golos apontados.
Num mercado agitado na Luz, o dianteiro foi a sétima e última contratação das águias e aterrou após as chegadas de Leandro Barreiro, Pavlidis, Beste, Renato Sanches, Amdouni e de Kaboré, assumindo-se como o substituto natural de David Neres. Até ao momento, a história está a sorrir ao turco, mas a questão mantém-se: fará esquecer a marca deixada pelo brasileiro entre os adeptos benfiquistas?"
Kokçu, um homem livre a falar e a jogar
"Foi numa manhã - até então calma - de sábado, em março passado, que Orkun Kokçu agitou as águas no Benfica com uma entrevista ao jornal neerlandês De Telegraaf em que se queixava do papel que o então treinador Roger Schmidt lhe reservava em campo. Que «nunca o fizeram sentir importante» ou que lhe davam «demasiadas tarefas defensivas». «Dêem-me o papel certo no Benfica (…) Espero conseguir [com os adeptos] o mesmo vínculo que no Feyenoord», pedia.
Dividiu os adeptos, uns a apoiá-lo por se defender, outros a criticar por desestabilizar (mais) a equipa. Foi censurado por falar de mais num tempo em que é raro um jogador dizer alguma coisa, quanto mais explicar realmente o que pensa e sente. O treinador, como em tantos outros momentos, geriu mal a coisa, dizendo que ainda «ia ler» a entrevista. Kokçu teve um castigo e voltou.
No final de agosto o turco deixou de empurrar uma pedra ladeira acima, qual Sísifo, com a saída de Schmidt, e parece outro desde a entrada de Bruno Lage. Se dúvidas houvesse dissipou-as todas após o 4-0 ao Atlético Madrid para a Liga dos Campeões. Um sorriso rasgado, uma leveza no discurso, quase a pairar. «Muito feliz, claro, porque no ano passado tive momentos complicados e nesta altura posso dizer que agora adoro jogar aqui, temos uma fantástica equipa, fantástico staff e foi uma boa vitória, muito importante», explicou à Sport TV. Hesitou quando lhe perguntaram se se sentia outro jogador com Lage, mas era evidente: «Eu já não quero dizer palavras más sobre o antigo treinador, foco-me no futuro e posso dizer que adoro jogar neste sistema e o estádio foi brutal, portanto adoro ser futebolista agora». Uma ligação aos adeptos, como pedia há meses. Insisto: «Adoro ser futebolista agora» é uma excelente frase, dita com uma sinceridade indesmentível.
A chegada de Kerem Akturkoglu, alguém que já conhecia e fala a mesma língua, terá sido também uma ajuda de duas vias para ambos – é o ‘Harry Potter’ a exercer alguma magia não só dentro, mas também fora de campo, ajudando-se a uma integração mais rápida."
Mediocridade atrai mediocridade
"Num clube de futebol, há um saber do jogo que é indispensável. Mas, se não for complementado por outras valências, só por si é cada vez mais curto
Diz a razão que as ‘chicotadas psicológicas’ são sobretudo fruto de má planificação, e que a estabilidade, no futebol, é um bem inestimável. Mas, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Quando alguém contrata um treinador, nunca o faz a pensar que vai despedi-lo antes do final do vínculo, não só por razões desportivas, mas também de tesouraria. Porém, há momentos em que o melhor para todos – clube, treinador e jogadores – é mesmo o divórcio, e isso sucede quando se atinge aquele ponto em que toda a gente percebe que só se está a perder tempo. Ter sensibilidade para intuir o momento certo, é uma arte que muitas vezes não está ao alcance de quem, por se encontrar demasiado perto do problema, vê as árvores mas não enxerga a floresta.
Há clubes que, por conjunturas, diversas, se confundem, pela filosofia que assumiram, ou pela confiança criada, com treinadores marcantes: se quisermos um exemplo internacional temos o de Pep Guardiola e do Manchester City, se preferirmos um caso nacional ocorre-nos, de imediato, a ligação de Rúben Amorim ao Sporting. Uma coisa é certa: um dia, mais cedo ou mais tarde, Pep vai deixar os citizens e Rúben sairá dos leões, e os clubes vão continuar a sua senda, reinventando-se, regenerando-se, na certeza de que os cemitérios estão cheios de insubstituíveis.
Mas peguemos no caso do Benfica, por paradigmático. O clube, com Roger Schmidt, era uma bomba relógio à espera de rebentar, de tal forma os adeptos estavam insatisfeitos, os jogadores já tinham levado a relação com o técnico ao limite da saturação, e os dirigentes tentavam, desesperadamente, retardar o inevitável. Quando Schmidt foi substituído por Lage, a cabeça dos jogadores desbloqueou-se, os adeptos uniram-se, e os dirigentes tiveram de agarrar-se à solução encontrada, como um náufrago não larga a boia de salvação, e, quase de imediato, foram criadas condições para que o paradigma de depressão se transformasse em campo de ilusão.
É por tudo isto que, embora a troca de treinador deva ser exceção e não regra, há momentos em que se torna imperiosa, e há que desdramatizá-la. O futebol, devendo ser organizado e gerido como uma empresa, está longe de ser uma ciência exata, e o saber que se pede a quem toma decisões deve ser feito do que vem nos livros, e do que aprende no dia-a-dia, porque se trata de um negócio diferente de qualquer outro. Daí a vantagem de ter no processo quem seja profundo conhecedor do jogo, para dominar as especificidades; mas o sucesso só chegará se quem percebe do jogo se rodear de profissionais de excelência noutras áreas, que o complementem, ajudem e façam crescer, colocando-o mais perto das melhores soluções. Resumindo, há um saber único, que só quem é do futebol possui. Mas que é insuficiente, sem ajuda altamente qualificada, para gerir um clube de futebol de topo. Aliás, mutos dos titãs da indústria afirmaram que só chegaram onde chegaram por se terem rodeado por quem é melhor do que eles. Isso é liderança forte e descomplexada, porque mediocridade só puxa mediocridade."
Taarabt?! Bah?! Musa?!
𝗠𝗮𝗹𝗱𝗶𝘁𝗼 𝗕𝗮𝗵. Mais uma expulsão perdoada aos lampiões. pic.twitter.com/rM0visGgRe
— Polvo das Antas - Em Defesa do SL Benfica (@moluscodasantas) October 7, 2024
Lavagem!!!
A Polícia Judiciária (PJ) e o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) têm em curso uma investigação em torno do universo empresarial e ligações a empresas e empresários em Portugal, do ex-Ministro das Finanças de Angola, José Luís de Morais 💥
— ̷S̷p̷o̷r̷t̷i̷n̷g̷ ̷A̷n̷o̷n̷y̷m̷o̷u̷s̷ ̷ (@AlexMilhas1906) October 7, 2024
EU AVISEI 🚨 https://t.co/iFHPx4pdB3 pic.twitter.com/cwIIjrjmv6
Adiado
"O adiamento do Nacional-Benfica para 19 de dezembro e a conquista da Supertaça de polo aquático no feminino são os destaques nesta edição da BNews.
1. Prossegue a 19 de dezembro
Devido a nevoeiro, o jogo entre Nacional e Benfica foi interrompido aos 4'14'' minutos, retomado aos 6'22'' e suspenso aos 8'05'', com o resultado 0-0, tendo sido agendada, para 19 de dezembro, às 17h00, a retoma da partida.
2. Em defesa dos adeptos
Em comunicado oficial, foi anunciado que os sócios do Benfica que adquiriram bilhetes nas plataformas do Clube serão ressarcidos do montante pago pelos bilhetes para o jogo entre Nacional e Benfica.
3. A 6.ª Supertaça
A equipa feminina de polo aquático do Benfica conquistou a Supertaça pela 6.ª vez. Frente ao Fluvial Portuense, em Felgueiras, venceu por 19-7. O treinador adjunto Bruno Cargaleiro salienta: "Defendemos muito bem e tivemos um contra-ataque mortífero. Conseguimos conquistar a Supertaça e manter a hegemonia do Benfica."
Na mensagem de felicitações, o Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, congratula a equipa pelo 6.º troféu da Supertaça, "sendo conseguido de forma consecutiva, o que é absolutamente admirável".
4. Primeiro troféu da época
A equipa feminina de hóquei em patins ganhou a Taça Professor João Campelo, batendo a Stuart Massamá, na final, por 6-4.
5. Mais três pontos
A equipa B do Benfica voltou a ganhar e soma cinco vitórias em 7 jornadas na Liga 2. Frente ao Chaves, venceu por 1-0.
6. Outros resultados
Estiveram em ação três equipas femininas do Benfica: em andebol, derrota, por 28-30, com o Super Amara Bera Bera na 1.ª mão da 2.ª ronda de qualificação da EHF European League Women; no basquetebol, triunfo, por 103-41, frente ao Basquete Barcelos; em voleibol, desaire, por 3-2, decidido nas vantagens do set decisivo, na visita ao FC Porto.
7. Campeão do mundo
O Brasil, com Arthur no elenco, sagrou-se Campeão do Mundo de Futsal.
8. Visita ao Museu
As jogadoras da formação do andebol benfiquista visitaram o Museu Benfica – Cosme Damião."
Até quando irão permitir a realização de jogos na Choupana?
"Episódio número 17* de um jogo adiado na Choupana devido ao nevoeiro, curiosamente a terceira vez que acontece ao Benfica. Até quando irão permitir a realização de encontros da primeira liga naquele palco? São perguntas que os adeptos merecem saber a resposta, porque é devido a estas condições que o futebol português não sai da situação fraca em que se encontra.
Podia dizer que é só o Nacional que tem culpa, mas depois olhamos para outros clubes que jogam em casas emprestadas, com relvados péssimos que mais parecem formações distritais. É assim que se vai melhorar a qualidade do desporto rei em Portugal? Desde 2001 que a Choupana devia ser impedida de receber partidas no período mais friorento, sem esquecer que mesmo em março já houve cancelamento de eventos pela mesma razão meteorológica.
O Pedro Proença que se preocupe com isto em vez de mandar bocas ao Benfica, o emblema que carrega o país vergonhoso em que vivemos às costas no que toca a assistências e grandeza. De referir ainda o bonito gesto do nosso glorioso em devolver o valor dos bilhetes aos sócios e simpatizantes que ontem se deslocaram à Madeira. Dia 19, pelas 17h, voltaremos para ir buscar os três pontos.
Nem tudo foi mau este fim-de-semana. Dar os parabéns à equipa B pela vitória sobre o Chaves no Seixal. É pena agora virem as seleções, mas dia 19 cá estaremos para vencer o Pevidém e seguir em frente na Taça de Portugal. Viva ao Benfica!!
*Eis a lista de jogos adiados na Choupana.
1) Nacional-Chaves, março de 2001
2) Nacional-Braga, dezembro de 2002
3) Nacional-União Leiria, fevereiro de 2003
4) Nacional-Rio Ave, março de 2006
5) Nacional-Guimarães, fevereiro de 2008
6) Nacional-Académica, dezembro de 2009
7) Nacional-Belenenses, março de 2010
8) Nacional-Naval, dezembro de 2010
9) Nacional-Setúbal, fevereiro de 2015
10) União-Benfica, outubro de 2015
11) Nacional-FC Porto, dezembro de 2015
12) Nacional-Benfica, janeiro de 2016
13) Nacional-Oliveirense, janeiro de 2018
14) Nacional–FC Porto B, fevereiro de 2018
15) Nacional-Tondela, janeiro de 2024
16) Nacional–AVS SAD, março de 2024
17) Nacional-Benfica, outubro de 2024"
Choupana, deixa os meninos brincar (a crónica de um fogacho futebolístico entre Nacional e Benfica)
"O cronómetro do estádio ficou imobilizado no momento que indica que se jogaram pouco mais de oito minutos do Nacional-Benfica. E ainda houve um intervalo pelo meio. Logo aos cinco minutos, a primeira interrupção devido ao nevoeiro e, pouco depois, a certeza de que o encontro não podia mesmo ser terminado. A conclusão do duelo vai acontecer no dia 19 de dezembro (17h)
Um carro estacionado atrás do nosso, a impedir a saída, quando estamos com pressa de deixar um local. Sensação familiar? Assim foi o fogacho futebolístico na Choupana. O malfadado nevoeiro alapou-se em cima do relvado e bloqueou o Nacional-Benfica que estava previsto ali ser realizado. Devido ao comportamento irresponsável deste intruso, que não compreendeu que aquele era um lugar reservado a moradores e seus convidados, o jogo foi adiado.
O árbitro Gustavo Correia e restantes membros da sua equipa de julgadores eram os mais prevenidos. O amarelo fluorescente é um unânime flagelo para o potencial estético de uma paisagem, exceto num cenário como este. Se esta noite virem estrelas pela Madeira, não são estrelas, de certeza. São três senhores do apito perdidos na ilha.
Aos cinco minutos, o jogo parou pela primeira vez e foi retomado pouco depois. Como demonstração de máximo respeito para com quem anda saturado, não foi preciso esperar por uma terceira paragem para ser de vez. Atingidos os 8’5’’ de jogo, as equipas regressaram ao balneário. É que nem para quem assistia à distância a experiência estava a ser boa. Os MacGyver’s desta vida ter-se-ão levantado para mexer nos cabos atrás da televisão em busca de resolver o problema de sinal. Mas calma, era só uma nuvem de nevoeiro a ser emplastro na transmissão.
O que fizeram os jogadores enquanto estiveram nas cabines entra na jurisdição do imaginário. Ficam algumas apostas: Álvaro Carreras esteve a cortar as pontas do cabelo, Aktürkoglu acabou de ler mais um capítulo do seu livro favorito de Harry Potter, Otamendi foi ver como estava o resultado do River Plate.
Meia hora depois, as equipas regressaram. Fizeram apenas alguns exercícios de aquecimento, não fosse Gustavo Correia ter a infeliz ideia de retomar o encontro. Numa decisão sensata, alguém fez saber que o jogo seria adiado, para azar do Benfica que desencantou uma fresta no calendário (19 de dezembro, às 17h) para 81’55’’ de atividade desportiva em território insular.
Do período em que a bola rolou, honestamente, pouco se sabe. Ainda deu para ver que o onze do Nacional entrou em campo com uma t-shirt que homenageava Daniel Guimarães, o falecido ex-guarda-redes do clube. Depois, a cortina estendida no relvado impediu o escrutínio. Aqueles jogadores que costumam tapar a boca quando estão a falar para não correrem o risco de aparecer um especialista em leitura labial que exponha o teor da mensagem tiveram uma tarde descansada.
Como ideia para o futuro, fica a sugestão de mudar os regulamentos. Todas as equipas deviam ter um equipamento principal, um equipamento secundário e um equipamento para o nevoeiro (podem pedir emprestados uns coletes à empresa de construção civil mais próxima). Para ti, Choupana: por favor, para com isto."
Será que vai mesmo haver Mundial de Clubes?
"Da falta de contrato televisivo às queixas dos jogadores e processo da FIFPro pelo excesso de jogos e agora às recusas das ligas nacionais em adiarem o arranque, sobrará algo para a FIFA salvar?
A FIFA bem vai tentando que o Mundial de Clubes não morra de causas naturais antes mesmo de nascer, mas a competição que idealizou para juntar os maiores clubes do mundo, por alturas do arranque falhado da Superliga, parece ferida com gravidade.
O maior problema foi vivido com a venda dos direitos de televisão — a FIFA contava com um contrato milionário que ninguém esteve disposto a dar; daí, os prémios fantásticos com que acenara aos clubes para convencê-los a entrarem em mais uma prova de um mês de duração (chegou a falar-se em 50 milhões de euros só de prémio de participação) tornaram-se uma miragem e ninguém sabe bem quanto vai receber por ir aos EUA.
Mas o problema maior está mesmo nos calendários. E a questão já não está só no excesso de jogos com que os jogadores vão sendo sobrecarregados e que levou a FIFPro, união internacional de sindicatos de jogadores, a interpor uma ação legal contra a FIFA no passado mês de junho.
Agora, os próprios responsáveis dos clubes começam a fazer contas à vida e a perceber como será quase impossível fazer a transição duma época para a outra. O Mundial de Clubes deverá realizar-se entre 15 de junho e 13 de julho. Depois disso, os jogadores terão de gozar no mínimo três semanas de férias — quem for à final não voltaria ao trabalho antes de 4 de agosto. Os principais campeonatos europeus devem começar a 9 ou 16 desse mês, para não falar das supertaças que costumam realizar-se uma semana antes. Pior: para quem corra o risco de ter de jogar pré-eliminatórias das provas europeias (como Benfica ou FC Porto), o primeiro jogo oficial pode calhar ali por 5 ou 6 de agosto.
E as datas nem são estranhas, aproximam-se das que são usadas para Europeus ou Mundiais de seleções. Mas aí, nenhum clube fica com todos os seus jogadores presos até final da competição. Há uma série deles que não vão, e as equipas podem começar a trabalhar nas datas normais. Depois, os outros vão chegando a conta-gotas. Com o Mundial de Clubes, salvo se as equipas levarem apenas metade dos plantéis (e a FIFA já avisou que não o aceita), como seria possível fazer isso?...
A preocupação é de tal ordem que Pep Guardiola, treinador do Manchester City, confirmou que o clube pediu à Premier League para que as suas duas primeiras jornadas da próxima época fossem adiadas. A resposta? Nem pensar, não foi a liga inglesa que criou o problema.
A FIFA, volto a dizer, está a tentar tudo para que o Mundial de Clubes não morra à nascença, mas acho cada vez mais difícil..."
Trabalhar mal vale milhões!
"Há algo poético em ser despedido e ganhar uma pipa de massa. No entanto, tal poesia não está ao alcance dos comuns mortais, como nós, amigo leitor. Poucos são os casos em que alguém é despedido por falta de capacidade e recebe uma indemnização milionária. Tal acontece, porém, a alguns treinadores de futebol ditos de topo.
A A BOLA organizou um ranking relativo aos despedimentos milionários dos últimos anos: 1.º, António Conte em 2019, 30 milhões de euros para deixar o Chelsea; 2.º, José Mourinho, €19,6 M para deixar o Manchester United; 3.º, o mesmo Mourinho, €18 milhões para deixar o Chelsea em 2007. Porém, o segundo lugar do português está em perigo porque se o Manchester United despedir Ten Hag pagará ao treinador 21 milhões de euros.
Há pouco tempo o United despediu 100 pessoas para poupar €10 milhões ao ano. Mas, para se livrar de um treinador que não obtém resultados vai ter de pagar mais do dobro. Injusto? Sim. Ilegal? Não. Na essência, os contratos de trabalho desportivos são iguais a todos os outros. Mas há especificidades. Muitas estão relacionadas com horários – trabalham quando os outros descansam. Com treinos: trabalham muito (os bons) e não recebem horas extraordinárias. Com performance e direito ao trabalho: não tem realmente direito a trabalhar, exceto nos treinos. Durante o jogo, há quem fique no banco e quem não seja sequer convocado! Tal não sucede aos outros trabalhadores: estes podem sempre, dentro dos horários, aceder ao local de trabalho, por exemplo.
E há mais: estão sujeitos a regras disciplinares que não são impostas pela lei nem pelo empregador. São impostas por um terceiro, a Liga ou a Federação de cada país, representada pelo árbitro. E podem mesmo implicar a expulsão, sem qualquer tipo de processo ou garantia, do local de trabalho, ou seja, um cartão vermelho!
O art.º 3, n.º 1, da Lei do Contrato de Trabalho Desportivo diz logo que «as relações emergentes do contrato de trabalho desportivo (...) aplicam-se as regras aplicáveis ao contrato de trabalho», mas só «as que sejam compatíveis com a sua especificidade, tendo em conta as especificidades da modalidade desportiva».
E os litígios, como são resolvidos? Ao contrário dos outros contratos, que são discutidos nos Tribunais de Trabalho, do Estado, aqui a Justiça é semiprivada: prevê-se arbitragem entre as partes. E o contrato tem uma duração limitada a cinco épocas com um mínimo de uma época (artigo 9ª). Enquanto no mundo das relações laborais corriqueiras a lei portuguesa tenta prolongar os contratos, no mundo do desporto faz exatamente o contrário: permite contratos mais curtos e não permite contratos sem termo!
E Ten Hag? Ten Hag arranjou maneira de convencer o Manchester, mas não Alex Fergunson, que Ronaldo não fazia falta! Merecia sair como Ronaldo, sem indemnização. Ronaldo saiu porque quis sair, Ten Hag porque merece sair. Não vai ser assim: nos contratos de trabalho desportivo, bem negociados, é melhor ser despedido que trabalhar!
PS: O Direto ao Golo desta semana vai para o Benfica que goleou o Atlético de Madrid num jogo perfeito. Parabéns!"
Quando for grande quero trabalhar em desporto
"Mãe e Pai: quando for grande quero ser bombeiro. Ou médico. Ou advogado. Ou veterinário. Os nossos desejos quando temos apenas 5 anos evoluem à medida que nos vamos tornando adultos e, às portas do ingresso no mundo profissional, as opções centram-se muitas vezes em empresas de sonho como Sonae, L'Oreal, Banco Santander ou consultoras como a KMPG.
Os jovens adultos portugueses – os norte-americanos desejavam andar entre as financeiras de Wall Street e as tecnológicas de Silicon Valley – procuravam numa fase inicial das suas carreiras, indústrias de sucesso, empresas com boa reputação e salários atrativos.
Com a mudança do perfil dos trabalhadores originada pela natural renovação das gerações, as necessidades, desejos e personalidade terão também um impacto significativo na capacidade de atração dos melhores talentos para as organizações. Se nos anos 70 e 80 os trabalhadores privilegiavam os salários e procuravam as maiores, mais sólidas e mais reputadas empresas para trabalhar, atualmente as novas gerações valorizam aspetos como transparência, integridade, cultura organizacional, flexibilidade, propósito, benefícios para além dos salários e equilíbrio.
Poder trabalhar no ATP Tour, Boston Red Sox, Liverpool, Tour de France ou no Grande Prémio de Monza parece hoje em dia muito mais apelativo para as novas gerações do que colaborar com o JP Morgan, General Motors, IBM ou no Barclays. Da mesma forma o Portugal Open em golfe, SC Braga, Autódromo do Algarve ou Volta a Portugal em bicicleta parecem projetos mais excitantes do que o Novo Banco, TAP, Meo ou Galp.
O futuro será risonho para a indústria do entretenimento e para o desporto em particular porque se prevê que organizações, empresas, ligas, federações e clubes desportivos possam ser os mais atrativos no mercado de trabalho capazes de atrair os melhores talentos nacionais e internacionais. Quanto maior o talento melhor será o desempenho de cada uma dessas organizações.
Por outro lado, vemos que já existem e espera-se que se acentuem as funções com um crescimento mais rápido em relação ao seu tamanho atual sendo impulsionadas pela tecnologia, digitalização, mas também pela sustentabilidade. Espera-se assim que, na indústria do desporto, dispare a busca de talento e contratação de especialistas nas áreas de inteligência artificial, sustentabilidade, analistas de dados e business intelligence bem como analistas de segurança da informação.
Esta nova geração, a mais qualificada de sempre, a inundar as diferentes organizações desportivas vai permitir acelerar a transformação digital na indústria do desporto e impulsionar a revolução dos modelos de negócios num futuro muito próximo."