sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Vermelhão: Vitória na Champions!

Estrela Vermelha 1 - 2 Benfica


Esta versão do Benfica em 'Turco', está a resultar!!! O faro goleador do Kerem está, e vai fazer a diferença, nesta época!!! As equipas de sucesso, precisam de pontas-de-lança que façam golos, mas também precisam de outros jogadores, normalmente médios ofensivos, que acrescentem golos à equipa! E o Benfica tinha falta deste tipo de jogadores...

Não foi perfeito, longe disso. O adversário é fraco, basta analisar o currículo dos seus melhores jogadores, alguns com passagem modestas pelo Tugão, mas o ambiente Champions motiva qualquer um!!! Dito isto, o golo cedo acabou por fazer 'mal' ao Benfica: entrámos muito bem, com pressão, a tentar mandar no jogo, mas em vantagem recuámos imediatamente... Chegámos ao 0-2 de bola parada, mas nessa altura, já tínhamos baixado as linhas! Mas ainda tínhamos discernimento e pernas para algumas saídas para o ataque...

Algo que mudou no 2.º tempo, com a equipa, inexplicavelmente, a não conseguir gerir a vantagem com a bola no pé!!! As nossas Laterais estavam desprotegidas, o Estrela aproveitou-se disso... a entrada do Aursnes, mudou o desenho do nosso meio-campo, com o Florentino a 'ajudar' o Kaboré e o Aursnes a 'cair' na esquerda, porto do Carreras...!!!

Mas, quando recuperámos a bola, não sabíamos o que fazer... Isso é preocupante! E mesmo com as linhas recuadas, demos algum espaços na defesa. O posicionamento do Benfica sem bola é de facto fraco, a defender e a atacar! Uma das heranças mais pesadas do Schmidt!!!

Mesmo assim, defensivamente, a melhor oportunidade para a equipa da casa, foi um 'quase' auto-golo do Aursnes, numa bola parada!!! Muita da posse de bola do Estrela, foi na sua zona recuada e longe da nossa área...

Com duas substituições feitas, o Lage só tinha mais um momento para alterar alguma coisa, e infelizmente 'atrasou-se' na decisão: só depois do golo sofrido! O Di Maria e o Kokçu estavam rotos! Aliás o golo sofrido, é após um dos nossos ataques mais prometedores do 2.º tempo, com os jogadores a recuarem lentamente!

A estreia do Kaboré não foi famosa, mas o contexto também não foi o ideal! Não merece avaliações definitivas, mas no Bessa preferia o Bah!!!

O Amdouni está com demasiada pontaria, poucos minutos, e já leva duas bolas nos ferros! Continuo a pensar que o Rollheiser é mais útil ao lado do Tino!!!

A 'questão' Pavlidis, deve-se muito ao facto da equipa jogar com Extremos de pé trocado! Sem jogadas para o ponta-de-lança marcar golo, é impossível ele marcar!!!

O próximo jogo da Champions será com o Atlético de Madrid (hoje, mais uma vitória a fechar um jogo, na raça), mas até lá temos dois jogos importantíssimos para a Liga, a começar no Bessa. Não creio que o Lage vá arriscar, uma rotação alargada, mas a equipa hoje pareceu cansada!!!

Bom início...

Estrela Vermelha 1 - 2 Benfica
Varela(2)


Sofrimento desnecessário, mas o mais importante, foram os 3 pontos!!!
Naquela que é a melhor geração, desde da nossa vitória neste Youth League, começamos com uma vitória fora de casa, apesar de algum desperdício...!!!

A uma vitória na Champions!

Benfica 89 - 88 Rilski
28-24, 19-16, 15-23, 27-25

À rasquinha, também conta!!!
Com as lesões do Broussard e agora do Stone, tudo ficou mais complicado! Com os dois Americanos disponíveis, eu diria que a presença na Champions, estava garantida, mas como se viu hoje, contra um adversário limitado, foi preciso sofrer até ao fim...!!!

O Drechsel é o nosso melhor jogador, o Rorie ainda pode dar mais, o Relvão fez um bom jogo... O Thornton, até esteve bem na defesa... ofensivamente, organizou, penetrou, assistiu, mas no lançamento esteve horrível !!!

Não podemos falhar tantos Lances Livres, o Nico, o Makram e o Marcus deviam ficar de 'castigo' a fazer LL nos próximos dias!!!

Agora, com os Suíços, suspeito que vai ser outro jogo muito apertado!!!

Pode ser que até dê


"Alguns pontos de atraso. Treinador despedido. Dúvidas em relação ao substituto. Entrada em falso na estreia. Estádio ao rubro. Reviravolta fantástica. Não é sobre 2019.
Vagueou por aí a ideia de que em dois dias não era possível mudar coisíssima nenhuma. De que a mera troca de treinador não ia valer de muito. “Estas coisas levam tempo”, diziam. O pior: de que a época do Benfica tinha chegado ao fim. Discordo. De tudo. E o jogo de sábado deu-me razão — vimos uma coisa que pouco teve que ver com antigamente. Creio ter a explicação.
Não foi tudo, mas ajudou qualquer coisa: o efeito "novo treinador". Uma mudança no comando técnico que geralmente provoca a melhoria imediata do desempenho da equipa. Este conceito não é vazio de ciência; é algo mais que uma “fézada”: o novo treinador traz consigo novas táticas, dinâmicas e estratégias que podem revitalizar o grupo de jogadores. Além das componentes técnico-táticas — que pouco ou nada terão mudado com os dois dias de Lage —, alguns jogadores deixam de sentir a comodidade de outrora e são forçados a suar se quiserem um lugar na equipa. Ainda assim, reforço que este efeito não mais é do que uma parte da fórmula.
Vou contar-vos um segredo. A função do treinador não se esgota no treino ou nas suas ações diretas durante o jogo: o modo como se puxa pelos adeptos, como se motiva os jogadores e como se cria uma atmosfera de união entre as duas partes é de uma importância vital. O leitor saberá que um jogador de média-gama, logo que esteja no pico da motivação, pode trazer mais valias do que um jogador de alta craveira que não esteja para se chatear. E que um estádio em ebulição é mais alavancador do que um estádio amorfo.
Neste tópico, meus caros, os dois dias de Lage foram decisivos. Para que até os olhares mais desatentos possam detetar esta diferença, recomendo um exercício retrospectivo - não fosse a ação de viajar pelo passado o melhor método para analisarmos o presente. Foi doloroso, mas fi-lo por vós: vi um homem de mãos nos bolsos, com um inamovível biquinho de pato, pasmado e apático, que nada fazia senão olhar especado para o que se lhe atravessava à frente. Este rebobinar da cassete dá outro sabor à atual postura de Lage: irrequieto, insatisfeito, sugestivo e muito ativo, que se sente em incumprimento se os minutos forem passando e nada fizer. Tudo o mais vem por arrasto: o adepto que passa a festejar um passe, o jogador que vibra ao mínimo corte. A reboque do treinador que não pede “com licença” para erguer os braços e lutar por um redobrar de aplausos.
Trabalho. União. Ambição. Golos. Paixão. Muita paixão. Foram as promessas de Lage. Um tanto tocado ao romantismo, é sobretudo no cumprimento destas máximas que encontro a explicação para as melhorias. Para em tão pouco irmos do oito ao cinquenta - com o oitenta ao virar da esquina. Há não muito tempo, fartava-me de ouvir que a época do Benfica tinha acabado. Estamos a evoluir: já ouço uns “pode ser que até dê”. Oxalá tenham razão. Que se ganhe em Belgrado."

O Sporting joga como gente grande e o Benfica já é outro


"Resposta afirmativa dos leões no primeiro teste num novo patamar. Bruno Lage chegou, mudou e venceu. Colocar os jogadores certos nos lugares certos foi meio caminho andado

Bom regresso do Sporting à Liga dos Campeões. Depois de uma época de ausência, os leões surgiram personalizados e averbaram uma vitória segura. Os comandados de Rúben Amorim cresceram muito durante este ano de ausência entre a elite europeia. A campanha no campeonato transato foi quase imaculada, com a equipa a vencer e convencer a cada semana. Faltava subir um patamar e uma resposta afirmativa, principalmente depois da derrota no braço de ferro com o FC Porto: derrotas na final da Taça de Portugal e na Supertaça e vitória no último clássico.
O Lille não é propriamente um grande europeu, mas tratava-se de um jogo de Champions, da nova Champions, na qual nesta fase de liga os pontos são ainda mais importantes. O 2-0 de Alvalade na prática vale o mesmo que o 9-2 do Bayern, já que a contabilidade dos golos, se for necessária, far-se-á bem lá mais para a frente.
Creio que tanto Sporting como Benfica devem ter como objetivo para esta Liga dos Campeões posicionarem-se entre o 9.º e o 24.º lugares, que valem o apuramento para o play-off de acesso aos oitavos de final, na prática os 16 avos de final. Parece-me que as oito primeiras posições estão reservadas para os tubarões e só um trajeto praticamente sem erros permitiria uma intromissão lusa. Daquelas que só sucedem quando todos os astros se alinham.
O Sporting respondeu afirmativamente. Seguro, confiante, soube esperar pelo momento para ferir os franceses, com o suspeito do costume a fazer a diferença. Há coisas que nunca mudam. Deem-se as voltas que se derem, o Sporting é Gyokeres e mais 10. E não pode ser de outra forma. O sueco é um jogador diferenciado e a melhor estratégia, claro, é potenciá-lo. Rúben Amorim tem sido hábil e não perde nem um segundo em compor o puzzle de forma a que o ponta de lança melhor encaixe. Não há como não elogiar a maturidade de uma equipa que se apresentou na grande montra com uma defesa sub-23, e aqui estão nada mais nada menos do que cinco unidades, e jogou como gente grande.
O futebol tem evoluído muito, é bem diferente de há uma década, mas há coisas que não mudam. E o jogar simples continua a ser uma virtude. Cada peça no seu devido lugar é, tal como nos CTT, meio caminho andado. Foi isso que senti ao ver o Benfica com o Santa Clara. Bruno Lage regressou à Luz e não inventou. Eu, que gosto de coisas simples, apreciei a transformação dos encarnados. E o que treinador fez foi muito… simples. Basicamente, colocou os jogadores certos nos lugares certos. Nada de dois siameses a meio-campo (Florentino e Leandro Barreiro), que a génese do clube não permite que a equipa se apresente encolhida, antes que os criativos tenham espaço para se libertar e que os mais dotados joguem mais próximo da baliza. Depois, claro, pediu aos jogadores para se libertarem das amarras alemãs e que jogassem com alegria. Basicamente, uma injeção de confiança.
A resposta dificilmente poderia ter sido melhor depois de ter sofrido um golo praticamente na bola de saída. Noutros tempos acredito que tivesse feito mossa. Agora foi como se não tivesse existido. Assim ao jeito de: ‘vamos lá, faltam 90 minutos, isto ainda nem começou.’ Foram quatro golos e muitos outros ficaram por marcar.
Não tenho dúvidas, o Benfica já é outro. Recuperou a alegria e a confiança vem com os resultados. Os indicadores estão lá, a confirmar já hoje em Belgrado."

O aleatório no caso de Debast


"«Foi o golo da pessoa certa, que nos ajuda», reconheceu Rúben Amorim sobre o central belga que terá sentido pela primeira vez na carreira que duvidavam das suas capacidades

O monumento que escapou do pé direito de Debast na medida perfeita da gaveta mais à direita à guarda de Chevalier é só mais um exemplo da efemeridade do momento quando se é futebolista, ainda mais do que para o mais comum dos mortais.
Se a descer todos os santos ajudam, lembrava-me a minha saudosa avó quando pequeno, no auge de uma sapiência profundamente gravada nas rugas, subir já depende de uma mentalidade que se apoia na força das circunstâncias. Esquecer o fator sorte, que se trabalha tanto como o evitar do seu contrário, embora não ao ponto de eliminar todos os imponderáveis, não faz sentido em jogo com tanta aleatoriedade.
Lembro-me das vezes que falei sobre o jovem central belga, antes sequer de ter alinhado num encontro oficial pelos leões, e de ter achado o mesmo que hoje, sem deixar espaço à dúvida. O potencial que tem não o permite. Seria preciso acontecer muita coisa para que Debast não resultasse numa equipa como o Sporting, que ainda por cima se apresenta há muito com o contexto certo: uma ligação forte entre quem treina e quem é treinado, e um modelo bem trabalhado.
Numa altura em que a predominância da procura pelo central-jogador em vez do central-destruidor fez diminuir a oferta dos portentos físicos dos anos 80 e 90, Debast é o pacote completo: forte nos duelos, pelo ar e pelo chão, assente numa boa dimensão física, rápido, focado e com capacidade de verticalizar com o passe, seja com o pé direito ou o esquerdo, além de poder saltar a pressão em condução. O ex-Anderlecht foi excelente decisão de mercado, que poderá tornar-se lucrativa no futuro. O portentoso golo que marcou, por muito provavelmente continuar a ser uma raridade, pouco acrescenta ao que de bom já lá estava. 
A rosca infeliz na Supertaça levou a que vivesse algo inédito, tal o hype à sua volta. O da dúvida. Abanou, não só por cá, mas também na seleção. O tiro tornou-se catarse.
Ao momento menos feliz - que Amorim reconheceu agora, ao ponto de dizer que o golo surgiu na pessoa certa - ter-se-á juntado o regresso do mais experimentado Diomande e a boa performance de Quaresma. A lesão do último deu-lhe a oportunidade, e no palco certo, aberto para toda a Europa, tal como a situação dos lesionados o beneficiará no fortalecimento do estatuto na equipa. Sorte e azar existem. E há males que vêm por bem, embora dificilmente alguém pense mesmo assim. Talvez só mesmo a minha querida avó."

Não é Liga dos Campeões. É a Champions do mais, mais e mais


"O nome de Craig Thompson ressoa pouco, dirá ainda menos a quem puxa com afinco o lustro às memórias futebolísticas. No raiar dos anos 90, colava telefones à orelha e redobrava-se em chamadas para jornais espanhóis e franceses, azucrinando o juízo a jornalistas, gastando-lhes o nome com a súplica em forma de exigência para que deixassem de chamar “La Liga de Campeones” ou “Le Ligue des Champions” à recém-intervencionada prova que acabara de se levantar da mesa de operações. O tom das respostas que lhe vociferavam do outro lado era pouco simpático: “Ouvia ‘seu fuck*** americano, somos franceses, não nos digas para a dizermos em inglês’.”
A defesa hoje evocada por Thompson, três décadas feitas desde a reformulação da Taça dos Clubes Campeões Europeus, é que a sua insistência durou “uns três ou quatro anos” por ser “uma questão legal” e, mais pertinentemente, por se tratar dos “esforços” feitos para “promover a marca”. A escolha de palavras feita pelo antigo diretor da TEAM, empresa que tratou do processo de rebranding, não é inocente, muito menos descabida. “Estava no nosso ADN que a marca era sagrada”, disse, há dias, à “The Athletic”. A marca, não a prova em si, tinha que ser impulsionada, liguem os propulsores e apertem os cintos.
Com o tempo, fomos aprendendo as chorudas repercussões da profunda cirurgia plástica de 1992, da qual a Liga dos Campeões, ups, perdão, a Champions League, não vá o chicote do branding vergastar-nos, se refastelou. Feita crescer a marca, as receitas da UEFA escalaram a cada ano e concomitantemente o prize money para os clubes: em 2006/07, o AC Milan, equipa que mais dinheiro recebeu, levou quase €40 milhões pela sua participação, quantia insuflada para os cerca de €135 milhões colecionados pelo Manchester City em 2022/23. Esta época, mais de €2,4 mil milhões vão ser distribuídos pelos 36 clubes, um aumento de €400 milhões, ou 22%, face ao que foi pago às 32 equipas na edição passada. A regalia endinheirada aumenta, claro, porque as receitas da casa-mãe vão engordando.
Em 2023, a UEFA fez pouco mais de €600 milhões em receitas comerciais além de qualquer coisa como €3,5 mil milhões pelos direitos televisivos, um dos lados da máquina por onde se veem as consequências de lastimar do crescimento sem freios da prova que engole tudo em seu redor. Estilizada ao máximo, posta a sua marca a render na saliva derramada no apetite de marcas esfomeadas por aparecerem nos espaços da Liga dos Campeões, a competição vai exigindo um pouco mais de toda a gente - no fundo, porque cresceu tanto que pode fazê-lo.
Havendo nesta temporada mais jogos (cada equipa terá, no mínimo, oito na fase regular), a UEFA vendeu mais caros os pacotes dos direitos televisivos a cada país. Em Portugal, terão rondado os 20 milhões de euros para o ciclo 2024-2027, um aumento de 30 ou 35% face ao anterior, estimou Jorge Pavão de Sousa, diretor-geral da DAZN, em entrevista ao “Record” no mês passado. Pagando os operadores mais pelas partidas da Champions, mais será exigido à carteira dos adeptos, ou melhor dizendo, dos consumidores. Quem paga para transmitir o futebol tem de reaver o investimento algures e tal vai recair em quem deseja ver futebol pela televisão, quiçá não se preocupando de imediato no que este aumento geral dos euros causa no ecossistema da bola.
Longe de ser um problema de agora, esta reformatação da Liga dos Campeões acaba por ser uma resposta da UEFA em moldes não tão distantes assim dos que 12 clubes quiseram, em abril de 2021, levar avante na então assustadora e criticada ideia da Superliga, enterrada quase à nascença pelo alvoroço geral que suscitou por ser uma competição fechada e a convite, casulo que esta ‘nova’ Champions que arranca esta terça-feira não o é, por definição, mas cada vez mais o será por elitismo.
O aumento gradual dos prémios de jogo foi indo, com o tempo, para um constante grupo de mais ou menos os mesmos clubes. Os já mais endinheirados pelas suas massas de apoio (Real Madrid ou Barcelona são exemplos), por terem a sua história em regiões ricas (Bayern de Munique), por existirem em campeonatos que colheram os frutos da mesma lógica de tornar uma competição numa marca apetecível (quem está na Premier League) ou os que se abriram a abastados zilionários com reservas de dinheiro sem fundo, que investiram para tornar os clubes em potências (os rendidos ao Médio Oriente que são o PSG e o Manchester City) ou fortalecer ainda mais os que já o eram (o Liverpool ou o Manchester United, detidos por conglomerados norte-americanos).
Existindo um lote de uma dezena e pouco de clubes com orçamentos gigantes e receitas anuais enormes, repletos de uma capacidade em pagar e gastar quantias absurdas, não só as etiquetas do preço coladas aos futebolistas aumentam, como os melhores jogadores tendem a ir para estas equipas, reforçando a probabilidade de se qualificarem para a prova europeia mais apetecível e de nela chegarem longe, recebendo então mais dinheiro por cada vitória (€2,1 milhões esta época) e fase da competição galgada. É um efeito cascata que esta Liga dos Campeões não amenizará. Indo mais dinheiro para o grupo seleto previsível, mais esforço será exigido a quem, como os clubes portugueses, tem de acompanhar os custos de vida no futebol.
O apetite papão da UEFA não cessa e o maior dos efeitos é sugar as provas que habitam com ela na Europa, sejam campeonatos nacionais ou as outras competições da entidade, onde a retribuição paga aos clubes é incomparável. Excetuando a Premier League, com o seu próprio cosmos milionário que só as suas novas regras de controlo financeiro pareceram abrandar, recentemente, o contágio para o mercado - os clubes ingleses têm cada vez mais músculo endinheirado por comparação com equipas de outros países -, a água da cascata faz com que, nas ligas internas, o fosso entre os que jogam na Champions e quem não se qualifica tende a agravar-se também.
Quando, a partir desta terça-feira, passaremos a ter seis jogos por dia e três vezes por semana, o transe compreensivelmente provocado pelo espetáculo da marca que se vendeu, nos anos 90, como sendo o palco para os confrontos entre os melhores clubes do futebol eurocêntrico, a incessante voragem por mais, mais e mais da prova-rainha continuará indiferente às consequências que vai causando. Já nem parecemos ligar ao desvirtuar da natureza do próprio nome, Liga dos Campeões, que há muito deixou de ser exclusiva aos de facto campeões nacionais da Europa, onde os da Roménia, da Eslováquia, da Geórgia ou da Eslovénia começam a jogar na masmorra da 1.ª pré-eliminatória, logo no início de julho, relegados para lá pela UEFA que regozijou com as façanhas das suas seleções no último Europeu. Aí, aplaude os davids que mordem os calcanhares aos golias.
Na Liga dos Campeões, a prioridade é a fome por mais. Perdão, na Champions League."

Para ganhar


"O Benfica inicia hoje a participação na nova fase de liga da Liga dos Campeões de futebol. A partida no reduto do Estrela Vermelha tem início marcado para as 17h45. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Ambição
Bruno Lage assume que o objetivo da equipa passa pela conquista dos três pontos: "O mais importante é estarmos confortáveis, para fazer um bom jogo e vencer. Que a equipa tenha uma estratégia ambiciosa e com o desejo de vencer. A ambição da equipa que ganhou o último jogo tem de estar presente neste desafio."

2. Focados em vencer
Florentino salienta o objetivo: "Ganhar todos os jogos, pontuar e fazer o máximo de pontos possível para estarmos na próxima fase."

3. Um jogo especial
Filipovic, glória do Benfica e do Estrela Vermelha, antevê a partida e partilha o que sente sobre o embate de dois clubes que representou.

4. Informação aos adeptos
Notas importantes dirigidas aos Benfiquistas presentes em Belgrado para apoiar a equipa.

5. O sonho do Miguel
Uma iniciativa conjunta da Fundação Benfica e do Futebol Profissional.

6. Na frente da eliminatória
A equipa feminina de futebol do Benfica venceu, por 1-2, o Hammarby na 1.ª mão da 2.ª ronda de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. 
Na opinião de Filipa Patão: "As nossas jogadoras foram irrepreensíveis no papel que tiveram de fazer durante este jogo. Conseguimos uma vitória muito importante."
O segundo encontro é na próxima quarta-feira, às 20h00, no Benfica Campus.

7. Triunfo na UEFA Youth League
O Benfica venceu, por 1-2, na visita ao Estrela Vermelha.

8. Na final
O Benfica ganhou, por 89-88, ao Rilski Sportist, campeão da Bulgária, nas meias-finais da ronda de acesso à fase de grupos da Basketball Champions League.

9. Outros resultados
Na 1.ª mão da 1.ª ronda de qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões de voleibol, o Benfica foi derrotado, por 3-1, no reduto do CV Guaguas.
A equipa feminina de hóquei em patins goleou, por 11-0, o Criar-T em jogo relativo à 3.ª jornada da 1.ª fase da Taça Professor João Campelo.

10. Mundiais de futsal e de hóquei em patins
Acompanhe a prestação dos atletas do Benfica nos Campeonatos do Mundo de futsal (masculino) e hóquei em patins (masculino e feminino).

11. Revisão dos Estatutos
Jaime Antunes, vice-presidente do SL Benfica, João Pinheiro, membro da Comissão de Revisão dos Estatutos, e Guilherme Fontes, membro da Direção do Movimento Servir o Benfica, debateram, na BTV, a revisão estatutária do Clube.

12. Fundação Benfica
Nos últimos dias procedeu-se à entrega de bens essenciais a corporações de bombeiros.
E está apresentada a seleção portuguesa de futebol de rua que participa no Mundial organizado na Coreia do Sul.

13. Casa Benfica Faro
Conheça esta embaixada do benfiquismo que leva 30 anos de serviço ao Benfica."

Inevitável, parte II


"Intitulei a minha última crónica assim - Inevitável - para qualificar a demissão de Schmidt. Escrevi então que o Benfica precisava de um treinador português que jogasse com dois avançados, um médio criativo, extremos a “ir à linha” e se emocionasse no banco. Destas, só falhei os avançados, ainda que Di María (que golo!) e Akturkoglu (que estreia!) se tenham muitas vezes juntado a Pavlidis.
O “médio criativo” foi o melhor em campo (este é o Kokçu da Holanda) e Lage conquistou os adeptos, não parando um segundo no banco, gesticulando, incentivando e “entregando-lhes” no final a vitória…inevitável, pois a distensão do ambiente, a comunhão entre equipa e adeptos (a homenagem do início do jogo que “distraiu” Otamendi no golo do Santa Clara também ajudou) e, o mais importante, a reconquista de confiança pelos jogadores.
Como tenho escrito, o problema do Benfica é sobretudo psicológico e a “nova energia” que Kokçu referiu no final do jogo não é mais do que simples distensão... Inevitável, assim, acreditar que o Benfica irá estabilizar um modelo em que os metros à frente do dez turco parece ser a medida de fundo com mais impacto e voltar a ser uma equipa temível.
Mas, inevitáveis serão também, e Lage sabe disso, as dificuldades, as críticas e até os assobios que aí virão, porque a época é longa e os problemas não foram todos resolvidos. Será nestas alturas que Bruno Lage e os jogadores mais precisarão daqueles que sábado os aplaudiram de pé. Vamos a isso, porque “isto” só agora começou e o que interessa é sempre como acaba."

E que tal sexo por objetivos?


"Em Espanha já se discute o contrato de «consentimento sexual» e as cláusulas sobre violação 'acidental'. E eu entro na discussão, num texto a atirar para o científico mas que falhou por manifesta falta de pontaria.

A denúncia foi feita por Miguel Galan, presidente da Escola Espanhola para a Educação de Treinadores: diversos jogadores de futebol estão a recorrer a contratos de consentimento sexual para evitarem processos judiciais. O documento, de três páginas, exige que as partes se identifiquem e detalha ao pormenor as práticas sexuais que são permitidas e aceites pelos parceiros. A dar brado está a secção apelidada de violação acidental, considerando-se um «mero acidente» a «atividade sexual na qual possa acontecer um movimento rápido ou de julgamento prejudicado, onde passa ocorrer penetração em orifício não disponível por uma das partes do contrato». Não sei se as narinas ou os ouvidos entram na equação, mas desde já abro as hostilidades, já que, neste tipo de debates, mais do que a crítica ou o silêncio é a gargalhada a melhor arma.
O que me surpreende neste caso não é a parvoíce do homem (se por algum motivo extraordinário este texto for escolhido para integrar algum manual de português, desde já aviso os alunos que usei dois eufemismos: «parvoíce» e… «homem»). Em matéria de sexo, muitos homens ainda não chegaram a Homo Sapiens. O que me choca mesmo é haver mulheres que assinam, pedras preciosas que aceitam ser pechisbeque nas mãos de quem não distingue um diamante de um calhau. E também me surpreende que haja quem tenha de preencher um formulário, discutir todos os pormenores do ato sexual, ler as chamadas letras pequeninas do contrato, assinar e, depois desta canseira, ainda tenha vontade… E seria útil contratar um advogado para estar no quarto a aferir da correta aplicação das cláusulas.
E já que é para o disparate – insisto no eufemismo – por que não um contrato sexual por objetivos? Sempre se premiava o desempenho. E se a parceira já for comprometida, seria de bom tom discutir um contrato de empréstimo. Com ou sem opção de compra... Ou pagar a cláusula de rescisão…
Se fosse mulher, só assinava com a seguinte cláusula: «Considera-se um mero acidente a atividade sexual na qual pode acontecer um movimento rápido de uma mão que se cola com violência numa das faces do primeiro outorgante, ficando o autor do gesto isento do pagamento dos implantes dentários que forem necessários colocar».
Aos homens que têm tanto medo de errar no «orifício» - citei o contrato - mais uma aula de português: na cama, a palavra «não», por absurdo que possa parecer, quer dizer… NÃO. E aconselho uma experiência radical, que pode até custar a entender, mas vale a pena tentar: não é obrigatório ir para a cama com alguém que acabámos de conhecer; convidar para um jantar, conversar, ser cortês, oferecer presentes e deixar a relação acontecer naturalmente é muito mais seguro e recompensador. Último conselho: é de macho assumir-se as consequências dos atos; é de Homem evitar que isso aconteça.
Conservador? Sou, sim. Não no sentido de ser retrógrado ou avesso à mudança. Um conservador, no verdadeiro sentido, é alguém que conserva práticas ou valores que provaram dar resultado ao longo dos tempos. O respeito pelo outro e por si próprio está no topo. E para isso não é preciso contrato."

Entre o apoio e a pressão – o papel dos pais no Desporto


"Uma nova época desportiva está no seu início e nunca é demais relembrar que prática desportiva é incentivada em toda e qualquer idade, mas na infância contribuí para desenvolvimento individual nas dimensões físicas, cognitivas, emocionais e sociais. Mas para que o desporto cumpra a sua missão na vida destas crianças é necessário que os pais adotem uma conduta também ela adequada a esse mesmo desenvolvimento, principalmente no que ao desenvolvimento emocional e social diz respeito.
O envolvimento parental no desporto pode ser tanto um fator facilitador quanto um obstáculo para o desenvolvimento e sucesso dos jovens atletas, dependendo da forma como as expectativas e a pressão são geridas. Muitas vezes, ao querer o melhor, os pais escolhem modalidades com base nas suas próprias perspetivas, sem permitir que as crianças experimentem diferentes opções. A infância é uma fase de descoberta, e as crianças devem ter a liberdade de explorar várias modalidades, independentemente do talento. A criança não tem de treinar para no futuro ser uma estrela, ser o melhor ou ser profissional, isso pode nunca acontecer, mas o deporto continuará a cumprir a sua função, desenvolvimento de competências. O desporto deve ser visto como uma forma de promoção autodesenvolvimento e felicidade, e cabe aos pais controlar as suas expectativas, promovendo um ambiente positivo e sem pressão para resultados, onde as crianças possam crescer e aprender a gostar do desporto sem sentirem que estão sob pressão constante para atingir resultados ou expectativas muitas vezes irreais.
Deixam-se três estratégias base para que pais e educadores possam melhorar o seu desempenho nesta função no que ao desporto diz respeito:
1. Adotar um discurso que encoraje a prática desportiva, que enfatize a diversão e a melhoria contínua em vez da vitória, que valorize a autonomia em vez dos resultados.
2. Os pais devem moderar as suas expectativas em relação ao talento e sucesso dos filhos, adequá-las à sua idade, devem valorizar o esforço, a atitude e o progresso ao longo do tempo, em vez de focar apenas nos resultados.
3. Os pais devem evitar criticar negativamente o desempenho desportivo dos filhos ou compará-los com outros atletas. As críticas constantes ou comparações com colegas podem gerar sentimentos de insegurança e frustração e ter um impacto negativo na motivação da criança e na sua autoestima podendo trazer problemas a médio e a longo prazo na sua autoconfiança e saúde mental."