sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Inevitável, parte II


"Intitulei a minha última crónica assim - Inevitável - para qualificar a demissão de Schmidt. Escrevi então que o Benfica precisava de um treinador português que jogasse com dois avançados, um médio criativo, extremos a “ir à linha” e se emocionasse no banco. Destas, só falhei os avançados, ainda que Di María (que golo!) e Akturkoglu (que estreia!) se tenham muitas vezes juntado a Pavlidis.
O “médio criativo” foi o melhor em campo (este é o Kokçu da Holanda) e Lage conquistou os adeptos, não parando um segundo no banco, gesticulando, incentivando e “entregando-lhes” no final a vitória…inevitável, pois a distensão do ambiente, a comunhão entre equipa e adeptos (a homenagem do início do jogo que “distraiu” Otamendi no golo do Santa Clara também ajudou) e, o mais importante, a reconquista de confiança pelos jogadores.
Como tenho escrito, o problema do Benfica é sobretudo psicológico e a “nova energia” que Kokçu referiu no final do jogo não é mais do que simples distensão... Inevitável, assim, acreditar que o Benfica irá estabilizar um modelo em que os metros à frente do dez turco parece ser a medida de fundo com mais impacto e voltar a ser uma equipa temível.
Mas, inevitáveis serão também, e Lage sabe disso, as dificuldades, as críticas e até os assobios que aí virão, porque a época é longa e os problemas não foram todos resolvidos. Será nestas alturas que Bruno Lage e os jogadores mais precisarão daqueles que sábado os aplaudiram de pé. Vamos a isso, porque “isto” só agora começou e o que interessa é sempre como acaba."

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