🥈 Pedro Pichardo conquistou a 𝗠𝗘𝗗𝗔𝗟𝗛𝗔 𝗗𝗘 𝗣𝗥𝗔𝗧𝗔 no triplo salto, com a marca de 17,84 metros! 🇵🇹#BenficaOlímpico pic.twitter.com/aWcofvcWDD
— SL Benfica (@SLBenfica) August 9, 2024
sábado, 10 de agosto de 2024
Prata... foi por pouco, uma melhor abordagem à tábua de salto, e teríamos um BiCampeão!
E se mudássemos o fora de jogo?
"Cruijff insistia que era fundamental tornar o campo pequeno a defender e grande a atacar, mas provavelmente não tinha em mente o espaço cada vez mais exíguo da atualidade
Vítor Frade, o treinador, professor, pensador e filósofo a quem devemos a periodização tática e, por consequência, muito da evolução qualitativa do futebol português que teve José Mourinho como porta-estandarte, descreve a regra do fora do jogo como A LEI, parte fundamental do ADN do jogo que hoje conhecemos. Não posso concordar mais. Foi ordem no caos e a forma como o jogo se desenvolveu partiu muitas vezes da relação com essa linha virtual, desenhada hoje com régua, esquadro e perspetiva no pequeno ecrã, que define os jogadores que podem ter contacto de forma legal com a bola perto da baliza adversária.
O fora de jogo surgiu para acabar com a anarquia, a imensidão de oportunidades que surgiam da individualidade ou das abordagens em grupo que hoje até associamos mais ao râguebi e que resultavam numa imensidão de golos e em encontros completamente irracionais e sem fio condutor. O que não deixa de ser paradoxal, perante à forma como hoje associamos espetáculo ao número de remates certeiros. Na primeira regra, escrita em 1863, tinham de estar quatro jogadores rivais entre o avançado e linha de baliza para que a finalização fosse considerada válida. Em 1866, reduziu-se para três. Entretanto, perante as visíveis dificuldades dos ataques em se superiorizarem às defesas, o fora de jogo começou a ser considerado, em 1907, apenas no meio-campo defensivo. No entanto, apesar de tantas alterações, continuava com problemas. Um dos dois defesas avançava estrategicamente no momento certo a fim de colocar o avançado em offside e a armadilha mantinha os encontros excessivamente defensivos e monótonos. Só em 1925 foi declarada a mudança definitiva, a diminuição de três para dois defesas, guarda-redes incluído. O risco aumentara e a última linha das equipas estava obrigada a recuar para garantir segurança.
Com o VAR, o benefício do ataque em situações de dúvida desapareceu, mesmo que questões sobre o frame certo e o momento do passe, apesar de toda a definição do 4K, permaneçam. Entretanto, trabalha-se numa ideia de fora de jogo total, ou seja, de invalidar lances apenas quando não há sobreposição corporal, nesse corte longitudinal na imagem, entre avançado e penúltimo defesa. Ainda se encontra em testes e, como tal, por implementar.
Entretanto, o futebol não é o mesmo de 1925. A evolução não foi apenas tecnológica, com vídeo-arbitragem, chips na bola e foras de jogo semiautomáticos, já que o treino, a medicina e a nutrição melhoraram exponencialmente, e os próprios futebolistas são mais profissionais, ainda que nem sempre os exemplos que se apregoa. A partir de 1974, o pressing tornou-se parte integrante do jogo até assumir a dimensão asfixiante que tem hoje. A estratégia foi ganhando cada maior dimensão, o espaço começou a comprimir e a destruir posições, como o número 10, hoje em vias de extinção, também por força de linhas defensivas muito próximas do meio-campo, que continua a servir de guarida a quem quer escapar ao levantar da bandeirola por parte do auxiliar. Ou, quando não o faz, à correção que chega pelo auricular ao juiz da partida.
Se a linha de fora de jogo é o que distingue os melhores dos outros, porque são estes os mais capazes de reagir com sucesso à falta de tempo e espaço para a tomada de decisão, a verdade é que os heróis, artistas plásticos e rockstars de outros tempos, como Diego Maradona, Roberto Baggio, Zico, Michael Laudrup, Michel Platini, entre tantos outros, deram o seu lugar a meros funcionários de uma cadeia de produção, que garantem, em gestos rotineiros e repetitivos, a qualidade do produto final. Claro que é uma caricatura, porém quantas vezes estas não se aproximam da realidade?
O espaço onde se criavam verdadeiras obras de arte já não existe. Ainda se procuraram outros locais, sobretudo sobre as faixas, para exilar estes criativos, mas a necessidade de incorporar desequilibradores mais capazes de ultrapassar, em velocidade e em drible, blocos tão fechados acabou por retirar-lhes o tapete por baixo dos pés.
Os nossos filhos já não consomem futebol como nós. Também não veem uma partida da mesma forma. O meu mais novo, aqui há um par de anos, ainda chegou a parar quase tudo com os jogos do Liverpool muito por causa do seu puto Curtis Jones – vá-se lá saber porquê – da mesma forma que para mim era quase cerimonial esperar pela entrada de Maradona em campo e segui-lo com os olhos por todo o lado. Hoje, não o vejo a ter atenção a um jogo completo. Nem ele nem o irmão ficam vidrados à frente de uma televisão, há sempre milhares de coisas a acontecer ao mesmo tempo que ganham prioridade na distribuição da sua atenção. Mas também a probabilidade de assistirem a um Golo do Século é demasiado pequena, porque já não há jogadores como esses. E os que ainda há estão quase a deixar-nos órfãos da sua magia.
Olhamos para os 110 metros de comprimento sobre os 75 de largura de um campo de futebol e parece impossível que não haja espaço. Mas ele está, sobretudo, onde ninguém pode jogar: para lá da linha de fora de jogo.
Não me interpretem mal. Se este fosse extinto pouco separaria o futebol da abordagem de um jogo de basquetebol, com a bola a sobrevoar a área e com a grande parte dos jogadores aí concentrados. Voltaríamos ao caos. Eventualmente, o jogo passaria a chuveirinho para perto da baliza e golos marcados ao trambolhão no coração da área, pelo meio de verdadeiras florestas de pernas. No entanto, mais uma vez, se há forma de o jogo evoluir é precisamente por aí. Não há mesmo nada que se possa fazer no sentido de aumentar o espaço jogável?
Talvez seja solução temporária, porque o lado estratégico e as dimensões física e atlética não vão parar de aumentar, no entanto, será assim tão descabido fazer baixar a linha do fora de jogo para lá do meio-campo, de forma a obrigar as equipas a distribuir os setores por uma maior dimensão do terreno e, com isso, criar-se verdadeiro espaço entre linhas? Talvez valha a pena a pensar nisso. Em nome dos artistas de amanhã."
Vai arrancar a Liga 2024-25
"E QUE TAL SE PUXÁSSEMOS
TODOS PARA O MESMO LADO?
1. Já não há pachorra para tanta posição extremada a que vamos assistindo em relação às decisões do presidente, às opções do treinador, à continuidade do Di María, à ida do Otamendi aos JO, ao valor da venda do Neves, eu sei lá, tudo serve para alimentar esta verdadeira "guerra civil" entre benfiquistas. Pergunta-se: o Rui Costa e o Roger Schmidt só tomam más decisões, como uns pretendem, ou tudo o que decidem é bem decidido, como defendem outros? Não há por aí um meio termo que sirva de mínimo denominador comum a todos nós?
2. Uma família unida não garante um título; mas nenhum título se consegue com uma família desunida. Às vezes até parece que há quem queira que a equipa perca para poder dizer que tinha razão ou para que isso ajude a provocar a queda do treinador e/ou da direção. E que tal se puxássemos todos para o mesmo lado? Um Benfica unido é muito, mas muito mais difícil de vergar.
3. Também não era mau que a direção e, muito especialmente, a nossa comunicação trabalhassem no duro para unir os benfiquistas, combatendo os divisionismos que nos mandarão abaixo ao primeiro percalço. Aprenderam alguma coisa com o descalabro comunicacional da época passada, que, entre muitas outras coisas, deixou sem resposta, em roda livre na comunicação social adversa, todos os ataques dirigidos ao nosso treinador?
4. Também estou entusiasmado com o Pavlidis, o Tomás Araújo, o Prestianni, o regresso do Aursnes à sua posição, mas não era mau que muitos benfiquistas parassem com a narrativa de que temos de longe o melhor plantel da Liga. Deixem a mania das grandezas para o outro lado da Segunda Circular. A recente Supertaça foi mais uma prova do lindo resultado a que essas coisas conduzem.
5. É fundamental que a equipa entre a ganhar: porque sim, porque é o Benfica, porque é imperioso ganhar desde logo nas dez primeiras jornadas - são todos jogos de ganhar! Domingo estarei em Famalicão para apoiar com todas as forças, contribuindo uma vez mais para o ambiente único que os benfiquistas do norte sempre constroem à volta da equipa.
CARREGA BENFICA!!!"
Ergam as bandeiras, toquem os clarins, afinem as gargantas: a festa do futebol está a começar
"Liga arranca esta sexta-feira com o Sporting-Rio Ave
E antes de propriamente o campeonato se iniciar, tivemos a primeira grande oportunidade de avaliar o estado comportamental na obtenção do primeiro troféu (Supertaça Cândido de Oliveira) entre a equipa vencedora do campeonato (Sporting) e a equipa vencedora da Taça de Portugal (FC Porto).
E nada melhor do que ilustrar a dinâmica de intervenção dos eleitos para um jogo cujo retrato haverá de figurar nos escaparates que a história do tempo jamais deixará de memorar.
Não vou divagar sobre as nuances do jogo já amplamente justificadas, mas, esta coisa de estar a ganhar por 3-0 (e com o 4º a pairar nas sombras dos incrédulos) e depois 1-3 e 2-3 e 3-3 e no final 3-4, ficou marcado como um conto só verdadeiro, porque efetivamente visualizado.
Das chamas do inferno de silêncios ensurdecedores até à glória do eterno rejubilada pela vitória, o FC Porto promoveu através duma forma demolidora de intencionalidade energética, um eco libertador duma consciência competitiva, ancorada numa máxima de que jamais ninguém pode e em circunstância alguma, roubar o tributo da esperança.
Valerá a pena dar seguimento a este estado de sítio das equipas intervenientes e apurar a sequência do rendimento e resultado competitivo no futuro, daquilo que a história na noite do terceiro dia de agosto quis invocar!...
Em relação a isto mesmo (campeonato e demais provas em competição), depois de lamber algumas feridas por um desempenho menos conseguido ou de saborear o néctar das vitórias obtidas, de romper algumas ilusões e cativar convicções, é chegada a hora de “arregaçar as unhas” e partir para a luta!..
Após um tempo propício para uma melhor inserção de novos membros nas equipas, capazes de construir um elo de proximidade mais coeso, associando a validação de várias competências, especialmente focadas numa adjunção de traços de identidade perante o símbolo do clube, portador de valores éticos e deontológicas muito singulares, que se lhe exige e responsabiliza, importa refletir numa ideia com base numa previsibilidade funcional das equipas em prova.
Após as avaliações de vária ordem, muito em especial ao nível das capacidades antropológicas, biológicas, cárdeo funcionais, motoras, psicológicas e mentais, etc…, geralmente todas as equipas acabaram por realizar estágios, procurando associar à planificação das cargas específicas de treino a realização de alguns jogos, competindo com equipas de maior ou menor dificuldade de exigência.
Verificamos que algumas equipas nesta fase procuraram realizar competições de dificuldade crescente, na tentativa de obter resultados positivos, e com isso ser valorizado os seus índices de confiança, vendo nisso um apelo para a otimização do sucesso no futuro imediato.
Porém, outras equipas procuraram associar ao estágio, competições pela mais-valia do adversário, e assim se dispuseram a correr riscos de acusar um rendimento e resultado em desconformidade com expectativas à priori criadas.
As perguntas que se podem fazer neste momento são as seguintes: qual a importância que se pode imputar a equipas cujos rendimentos e resultados foram negativos? Equipas cujos rendimentos foram negativos e resultados positivos? Equipas cujos rendimentos foram positivos e resultados negativos? E tudo isto condicionado por um conjunto de jogadores disponíveis para a competição; a inserção de novos jogadores; jogadores que advieram de possíveis estados do reaparecimento após lesões; qualificação do perfil de liderança do treinador e toda a estrutura técnica, etc…
Não tenho dúvida que qualquer derrota nesta fase, mesmo que seja desvalorizada pelo seu líder, pode ser objeto de preocupação, inquietação, dúvida e geralmente perturbadora, caso se veja repetida. Poderá, no entanto, acontecer que a adversidade perante resultados menos bons nesta fase, a equipa possa reagir para um novo estímulo renovador, pelo despertar coletivo de novas matrizes de competência, transferindo dificuldades em oportunidades, vendo imprimida uma nova cultura de exigência.
Creio que a imagem criada neste período para as equipas candidatas, poderá ocasionar uma cultura de êxito das vitórias conseguidas, gerando mais satisfação e vendo otimizado esse estado de convicção que sem dúvida perdura mais no tempo. Como aliás tenho referido: «atletas bem-sucedidos, são mais capazes de atingir e controlar o sucesso em causas onde a estabilidade impera, o sentimento de orgulho e autoestima vigora e experiência decorrente das participações efetuadas o regista, vendo-se otimizado o seu grau de comprometimento. Aliado a isto, a capacidade de envolvência de pessoas significativas que possuem uma identidade ganhadora, permite absorver um estado de referências positivas, pela imediata transferência duma modelagem comportamental onde habita o sucesso.»
Importa ainda anotar uma referência ao nível da liderança comunicacional do líder/ treinador. Sabemos que qualquer mensagem para que atinja um objetivo assertivo, deverá estar revestida de clareza, exposta de forma otimista e positiva e sem duplo significado, cuja expressão verbal e não verbal demonstre coerência, devendo separar os factos das opiniões e bem sintonizadas com objetivos positivos de conquista.
Por vezes verificamos que a credibilidade do treinador fica afetada, quando uma resposta se vê emocionalmente traída por um desespero indesejado e por isso inoportuno.
É claro que tudo isto faz parte da identidade do treinador como comunicador e líder e como expressa o tipo de comportamento da liderança no seu desempenho, quer por via da instrução e treino, quer por via democrática, recompensadora, de apoio social, explorando a preceito com inteligência, empatia, motivação intrínseca, flexibilidade, ambição, autoconfiança e otimismo os seus atributos.
Estes sinais ambientais vividos, ajudam a catapultar para o balneário o eixo mediador duma consciência coletiva, onde se forja uma crença que se transforma em desejo partilhado e este em convicção, que se pode ver-se autenticada pelo resultado, que conduz ao sucesso. Estas situações devem na minha perspetiva serem objeto de apoio e treino ao e do treinador!...
Os fatores ambientais e emocionais consagrados pela cultura de exigência do clube, a experiência, a educação e formação do treinador, pode perante situações de incerteza e ambiguidade dotar a sua mensagem, como sinal de esperança, sem usar lamentos para afagar ideias ou desculpas para esconder fraquezas, transportando na alma a evocação das bases onde pode mais facilmente imperar o sucesso.
Quem for capaz de conseguir ultrapassar as exigências da competição de forma emocionalmente mais equilibrada, identificadas de um estado de espírito, onde a paixão em servir, o desejo de vencer, a exigência na formulação de objetivos difíceis e encorajadores, para a defesa do emblema que carrega, não apenas na camisola, mas sobretudo na alma, pode fazer a diferença de quem está mais disponível para ganhar…. e voltar a ganhar!...
Já que estamos em cima da competição que ditará a equipa vencedora do campeonato, ou as equipas que se admitem nas competições europeias, outras que mantém aceso o direto de permanecer ou não na prova, acrescento algumas referências também exposta em períodos anteriores, no referente à mobilização dum permanente e incessante compromisso entre:
Jogadores – Os fiéis interpretes da dinâmica que o desenvolvimento do jogo promove a todo o instante. Aqueles que colocados no estádio, as suas esperanças e medos são expostos em frente de milhares de espectadores e convertem a vontade de vencer numa questão de treino e a maneira de vencer numa questão de honra!... E são tantas as vezes que carregam uma cruz duma vida virtualmente fácil, abnegada e talvez incompreendida!...
Treinadores – Que estejam sempre disponíveis para medir a autocrítica de forma séria e descomprometida e também capazes de motivar para o triunfo e aceitar o fracasso, e sempre disponíveis para administrar os valores da honestidade e a firmeza das convicções. Procurar ser também bons conselheiros, com um modelo de comportamento exemplar, segundo o qual permita corrigir sem ofender e orientar sem humilhar.
Árbitros – Todos sabemos que emitir juízos com a máxima brevidade de tempo e confirmar o caráter irreversível da decisão tomada, não é tarefa fácil, nem facilmente compreendida. É evidente que a crítica ao árbitro é necessária e indispensável. Mas as disponibilidades técnicas do esclarecimento deveriam salvaguardar a sua credibilidade no contexto agonístico do jogo, evitando a todo o custo que a sua figura seja praticamente anulada pelo primado exclusivo da tecnologia.
O estado do comportamento humano do árbitro, a sua personalidade, os seus valores, os seus critérios, deverão prevalecer, porque antes do árbitro está a pessoa. E é por isso que o árbitro deverá ter no jogo uma capacidade de estima e não abuso do poder, que por vezes desorienta quem joga e estimula negativamente quem ao jogo assiste.
Dirigentes – Quantos são aqueles que arrancam do seu labor ocasião e forma de protagonizar para o seu clube o tesouro dos maiores entre os grandes?!... Porventura alguns percorrem de forma intempestiva os corredores do poder, vendo no Futebol um exercício compensatório de personalidades insatisfeitas no campo pessoal e profissional, desprezando as regras adjacentes ao bom senso e razão!.... Felizmente que neste âmbito tem havido de forma progressiva uma mudança estrutural e que implica um ainda longo caminho a percorrer no que ao empreendimento desportivo exige, no que diz respeito à competência e profissionalismo dos seus agentes.
Adeptos – Que gritam e vibram com o peso da sua bandeira, numa profunda relação de afetos no apoio participativo. Contudo verifica-se de forma frequente situações conflituosas, confirmando ou contrariando expectativas do resultado e de imediato o lugar à cólera e euforia perante as fases mais relevantes: marcação ou não dum penalty, golo falhado, falta inexistente e o estádio transforma-se por vezes numa labareda de opiniões, com efeitos por vezes dramáticos. Ainda muito a fazer na qualificação deste modelo comportamental do espectador, por parte duma formação desportiva adequada e uma justiça de combate deveras exemplar e operante.
Orçamentos estabelecidos, objetivos formulados, rentabilização de competências planificadas e partida para uma nova época, onde se apuram comportamentos, se invocam convicções, se ajustam desejos e todos possam partir para mais uma viagem de sonho… e como vale a pena sonhar!...Deixemo-nos levar pela imagem dum belo jogo de Futebol. Se repararmos bem, a potencial dinâmica do jogo dispõe de facto de uma magia inigualável … durante 90 minutos é possível condensar muitas histórias e reproduzir muitas graças que a vida nos oferece. Fixemo-nos pela dinâmica fantástica que o jogo promove, apelando a raros e únicos momentos de inspiração em movimento, onde a harmonia do gesto, insubordinado umas vezes, inspirador e ousado noutras, mas sempre emocionalmente excitante.
Por vezes numa simples jogada lá surgem obras de arte, desfeitas em suor e canseiras, transferidas em «poemas, escritos de calções e chuteiras» Marias. ;(1986). Daí um dos seus principais encantos!...
BOA ÉPOCA!...
Para os vencedores hossanas de glória e exaltação. Para os vencidos respeito e esperança!..."
O heróismo de Pepe e de Iúri Leitão
"Defesa será sempre visto por duas perspetivas, mas é inegável o seu lugar na História; Leitão é um herói cheio de marcas
Há quem seja herói toda a vida, há quem o seja por um dia. Os primeiros acontecem por repetidas proezas e exibições, quando saem do quase anonimato e passam a estar debaixo de um holofote eterno; os outros acontecem porque na maioria das vezes não reparámos antes.
Dito de outra forma, porque não construímos na nossa cabeça que o esforço pode valer tanto como uma vitória. Quem tem mais mérito? O favorito que sai vencedor numa etapa de montanha ou o ciclista, sprinter ainda por cima, que caiu durante esse percurso, magoou-se, mas mesmo assim chegou lá ao cimo do monte para dois dias depois poder lutar por outra conquista?
Pepe entra na categoria dos primeiros. Eu sei que o — agora — antigo internacional português teve comportamentos demasiado errados. Como já escrevi, o pior de todos naquela sequência violenta sobre Casquero, num duelo entre Real Madrid e Getafe. Mas Pepe, por exemplo com as quinas ao peito, saiu sempre na frente do pelotão, numa atitude de custe o que custar, defendendo o que levava no peito, nem que isso significasse pegar-se com um alemão (Thomas Muller).
O seu adeus definitivo aos relvados, ontem, encerra um ciclo. Para mim, Pepe será sempre a medida pela qual um indivíduo nascido fora do nosso país e representa Portugal deve ser olhado. Não é preciso nascer aqui para se ser português, mas eu ainda prefiro os que sentem isto do que os que veem na Seleção uma oportunidade de carreira. É tudo legítimo, mas não é bem a mesma coisa…
No FC Porto, é o completar da roda: presidência, bancada, banco de suplentes e relvado. As figuras mais emblemáticas do clube nos últimos anos saíram de cena com o adeus do luso-brasileiro, que será sempre visto como mais vilão por uns e mais herói por outros.O que me parece inegável é que Pepe é um dos maiores defesas da história do nosso futebol.
Já Iúri Leitão parece ter sido herói por um dia. Na realidade, é um herói de todos os dias. Nós, falo do público em geral, é que não reparámos. É um herói nos dias em que se esforça ao máximo no treino, é um herói quando cai da bicicleta e se levanta, é um herói que tem cicatrizes e marcas de todos esses dias em que luta primeiro contra ele próprio, depois contra os melhores do planeta. Onde ele, obviamente, está com o Mundial em 2023 e esta prata olímpica de 2024.
E como Iúri é um herói merece uma capa."
O que une Jorge e Marcos?...
"Falta um mês, apenas um mês, para um novo Mundial de futsal, e dois nomes portugueses emergem no cotejo dos mais competentes e determinados no universo da modalidade
Sabemos que a bola é redonda. E também sabemos que o que é imprevisível determina a validade e o impacto de uma modalidade.
O futsal tem lutado, ao longo das últimas décadas, pela capacidade de se impor através de fatores determinantes para a alta competição. Pela capacidade de cativar multidões de adeptos, de atrair a magia da audiência nas transmissões televisivas, pela transformação e universalização do jogo, tornando-se estruturalmente independente do futebol mas, como organização, bebendo da comunhão, da partilha e da transversalidade do universo FIFA.
Portugal tem a sorte de ter talento.
Essa palavra única e esse conceito tantas vezes mal entendido e tantas outras mal aproveitado. O talento, o que emerge da vocação, o que progride com a formação, o que explode com a competição.
No futsal, esse é um fator absolutamente determinante para o sucesso desportivo, que pode passar, num momento, pelo apuramento para a fase final de um Mundial, ou noutro momento, pela assumida candidatura à maior conquista.
Falta um mês, apenas um mês, para um novo Mundial de futsal, e dois nomes portugueses emergem no cotejo dos mais competentes e determinados no universo da modalidade. Jorge Braz — o melhor treinador do mundo, inquestionavelmente!… — e Marcos Antunes.
Um, mestre do outro. O outro, discípulo atento e seguidor de metodologias, processos e exemplos notáveis. Os dois marcam encontro no longínquo Uzbequistão, vestindo camisolas diferentes no símbolo, mas idênticas na magia e no sonho. E estes são os primeiros pontos de encontro entre Braz e Antunes. Acrescidos da capacidade de perceberem as realidades em que se movem e o equilíbrio de que necessitam.
Falo-vos dos selecionadores de futsal de Portugal e de Angola. Um campeão do mundo em título e favorito (não há como escondê-lo) à renovação do título, o outro vice-campeão africano, procurando melhorar a presença de estreia, há três anos, na Lituânia.
Duas realidades muito distintas mas que, curiosamente, tendem a convergir na perspetiva essencial para o alto rendimento: a capacidade de perceber os momentos, de identificar as fraquezas, de perspetivar os processos, de motivar os recursos, de fazer o que é difícil e de tentar o que é ainda mais difícil.
Foi sempre assim, no futsal português, o caminho de Jorge Braz. Talentoso e diferenciador, a redimensionar e a acrescentar fronteiras competitivas à modalidade. Descrição, formação, leitura, competência, rigor, respeito. Sobre o respeito há muito a dizer, porque (et par contre…) ele não se diz. Cria-se, demonstra-se, percebe-se e estimula-se.
O trabalho de Braz é hoje não apenas reconhecido no mundo como diferenciador e benchmark. Para ele, o resultado constrói-se como reconhecimento da evolução na competência e na evolução das competências. Parece a mesma coisa, mas não é. E quem, comulativamente, agrega estas duas traves tem muito mais hipóteses de chegar ao sucesso. Que, no caso de Portugal, é uma permanente candidatura aos primeiros lugares numa competição mundial de futsal.
Se falamos de Angola, falamos de um fascinante trabalho de base. A despistagem, uma grassroot que emerge das próprias condições inatas de perceção da modalidade nas províncias, no método de identificação e na capacidade de motivação.
A seleção para o alto rendimento é o parâmetro sequencial, é o que efetivamente resulta de um fascínio quase infantil (no motivacional sentido do termo). É sentir o cheiro da terra e o som da paixão pelo jogo. E pela conquista. E pela evolução gradual no patamar internacional.
Os palancas negras do futsal são, hoje, vice-campeões africanos. Transportam consigo a magia de uma modalidade mas, sobretudo, os anseios de um povo cujas dificuldades, embora francamente atenuadas em alguns setores nos últimos tempos, continuam na primeira linha das prioridades.
É essencial que percebamos, à partida, as limitações de um e de outro lados. As portuguesas são as de sempre para uma equipa de topo: os adversários, os detalhes, os momentos. As angolanas também são as de sempre para um conjunto que se desafia a si próprio: o cenário, o mindset que faz a diferença, a possibilidade de escrever história.
Aqui, emergem Braz e Antunes. Os dois selecionadores sabem o que os espera no Uzbequistão. Uma modalidade em constante evolução nos diferentes parâmetros do jogo, no seu entendimento e na capacidade de passar a mensagem aos jogadores (na comunicação interna), e de equilibrar as expetativas (na comunicação externa).
O que une estes dois portugueses é, sobretudo, a dedicação e a paixão. O modo como vivem e respiram a modalidade. A capacidade que cada um revela, à sua especial maneira, para cativar um país e justificar o investimento.
Porque (não tenhamos ilusões) rendimento rima com investimento. O financeiro, essencial para assegurar condições dignas de presença em eventos de dimensão planetária, mas sobretudo o humano, fundamental para que todos percebamos que, por trás dos sucessos — qualquer que seja a medida e expetativa — está sempre a competência, a determinação e o talento de alguém.
Exatamente o que une Jorge Braz e Marcos Antunes.
Cartão branco
Não sendo dos países com maior número de árbitros e árbitras internacionais, Portugal tem feito um caminho paulatino, de formação e evolução, que têm os seus expoentes nos juízes e nas juízas que apitam com as insígnias da UEFA e da FIFA. Neste início de temporada, têm sido importantes os sinais (entendam-se, nomeações) de equipas de arbitragem para competições europeias. A cereja no topo do bolo é a nova indicação de Eduardo Coelho para o Mundial de futsal, de 14 de setembro a 6 de outubro, no Uzbequistão. O caminho de facto, faz-se caminhando. Só não vê quem não quer.
Cartão amarelo
Há uma semana, aqui sublinhei a necessidade de Rui Costa, Frederico Varandas e André Villas-Boas se unirem a outros agentes essenciais do futebol português numa espécie de manual de boas práticas. Cada um é líder de massas, e as suas atitudes (ou falta delas) influenciam o comportamento de uma imensa mole de adeptos espalhados pelo mundo. Caro Frederico Varandas, perder faz parte do jogo. Não cumprimentar o presidente adversário aquando da derrota (depois de um almoço que visava exatamente o contrário, em termos de posturas e mensagens), não é correto. Vamos começar bem a temporada? Então entendamos que é muito mais o que nos une do que o que nos separa."