sábado, 10 de agosto de 2024

Ergam as bandeiras, toquem os clarins, afinem as gargantas: a festa do futebol está a começar


"Liga arranca esta sexta-feira com o Sporting-Rio Ave

E antes de propriamente o campeonato se iniciar, tivemos a primeira grande oportunidade de avaliar o estado comportamental na obtenção do primeiro troféu (Supertaça Cândido de Oliveira) entre a equipa vencedora do campeonato (Sporting) e a equipa vencedora da Taça de Portugal (FC Porto).
E nada melhor do que ilustrar a dinâmica de intervenção dos eleitos para um jogo cujo retrato haverá de figurar nos escaparates que a história do tempo jamais deixará de memorar.
Não vou divagar sobre as nuances do jogo já amplamente justificadas, mas, esta coisa de estar a ganhar por 3-0 (e com o 4º a pairar nas sombras dos incrédulos) e depois 1-3 e 2-3 e 3-3 e no final 3-4, ficou marcado como um conto só verdadeiro, porque efetivamente visualizado.
Das chamas do inferno de silêncios ensurdecedores até à glória do eterno rejubilada pela vitória, o FC Porto promoveu através duma forma demolidora de intencionalidade energética, um eco libertador duma consciência competitiva, ancorada numa máxima de que jamais ninguém pode e em circunstância alguma, roubar o tributo da esperança.
Valerá a pena dar seguimento a este estado de sítio das equipas intervenientes e apurar a sequência do rendimento e resultado competitivo no futuro, daquilo que a história na noite do terceiro dia de agosto quis invocar!...
Em relação a isto mesmo (campeonato e demais provas em competição), depois de lamber algumas feridas por um desempenho menos conseguido ou de saborear o néctar das vitórias obtidas, de romper algumas ilusões e cativar convicções, é chegada a hora de “arregaçar as unhas” e partir para a luta!..
Após um tempo propício para uma melhor inserção de novos membros nas equipas, capazes de construir um elo de proximidade mais coeso, associando a validação de várias competências, especialmente focadas numa adjunção de traços de identidade perante o símbolo do clube, portador de valores éticos e deontológicas muito singulares, que se lhe exige e responsabiliza, importa refletir numa ideia com base numa previsibilidade funcional das equipas em prova. Após as avaliações de vária ordem, muito em especial ao nível das capacidades antropológicas, biológicas, cárdeo funcionais, motoras, psicológicas e mentais, etc…, geralmente todas as equipas acabaram por realizar estágios, procurando associar à planificação das cargas específicas de treino a realização de alguns jogos, competindo com equipas de maior ou menor dificuldade de exigência.
Verificamos que algumas equipas nesta fase procuraram realizar competições de dificuldade crescente, na tentativa de obter resultados positivos, e com isso ser valorizado os seus índices de confiança, vendo nisso um apelo para a otimização do sucesso no futuro imediato.
Porém, outras equipas procuraram associar ao estágio, competições pela mais-valia do adversário, e assim se dispuseram a correr riscos de acusar um rendimento e resultado em desconformidade com expectativas à priori criadas.
As perguntas que se podem fazer neste momento são as seguintes: qual a importância que se pode imputar a equipas cujos rendimentos e resultados foram negativos? Equipas cujos rendimentos foram negativos e resultados positivos? Equipas cujos rendimentos foram positivos e resultados negativos? E tudo isto condicionado por um conjunto de jogadores disponíveis para a competição; a inserção de novos jogadores; jogadores que advieram de possíveis estados do reaparecimento após lesões; qualificação do perfil de liderança do treinador e toda a estrutura técnica, etc…
Não tenho dúvida que qualquer derrota nesta fase, mesmo que seja desvalorizada pelo seu líder, pode ser objeto de preocupação, inquietação, dúvida e geralmente perturbadora, caso se veja repetida. Poderá, no entanto, acontecer que a adversidade perante resultados menos bons nesta fase, a equipa possa reagir para um novo estímulo renovador, pelo despertar coletivo de novas matrizes de competência, transferindo dificuldades em oportunidades, vendo imprimida uma nova cultura de exigência.
Creio que a imagem criada neste período para as equipas candidatas, poderá ocasionar uma cultura de êxito das vitórias conseguidas, gerando mais satisfação e vendo otimizado esse estado de convicção que sem dúvida perdura mais no tempo. Como aliás tenho referido: «atletas bem-sucedidos, são mais capazes de atingir e controlar o sucesso em causas onde a estabilidade impera, o sentimento de orgulho e autoestima vigora e experiência decorrente das participações efetuadas o regista, vendo-se otimizado o seu grau de comprometimento. Aliado a isto, a capacidade de envolvência de pessoas significativas que possuem uma identidade ganhadora, permite absorver um estado de referências positivas, pela imediata transferência duma modelagem comportamental onde habita o sucesso.»
Importa ainda anotar uma referência ao nível da liderança comunicacional do líder/ treinador. Sabemos que qualquer mensagem para que atinja um objetivo assertivo, deverá estar revestida de clareza, exposta de forma otimista e positiva e sem duplo significado, cuja expressão verbal e não verbal demonstre coerência, devendo separar os factos das opiniões e bem sintonizadas com objetivos positivos de conquista.
Por vezes verificamos que a credibilidade do treinador fica afetada, quando uma resposta se vê emocionalmente traída por um desespero indesejado e por isso inoportuno.
É claro que tudo isto faz parte da identidade do treinador como comunicador e líder e como expressa o tipo de comportamento da liderança no seu desempenho, quer por via da instrução e treino, quer por via democrática, recompensadora, de apoio social, explorando a preceito com inteligência, empatia, motivação intrínseca, flexibilidade, ambição, autoconfiança e otimismo os seus atributos.
Estes sinais ambientais vividos, ajudam a catapultar para o balneário o eixo mediador duma consciência coletiva, onde se forja uma crença que se transforma em desejo partilhado e este em convicção, que se pode ver-se autenticada pelo resultado, que conduz ao sucesso. Estas situações devem na minha perspetiva serem objeto de apoio e treino ao e do treinador!...
Os fatores ambientais e emocionais consagrados pela cultura de exigência do clube, a experiência, a educação e formação do treinador, pode perante situações de incerteza e ambiguidade dotar a sua mensagem, como sinal de esperança, sem usar lamentos para afagar ideias ou desculpas para esconder fraquezas, transportando na alma a evocação das bases onde pode mais facilmente imperar o sucesso.
Quem for capaz de conseguir ultrapassar as exigências da competição de forma emocionalmente mais equilibrada, identificadas de um estado de espírito, onde a paixão em servir, o desejo de vencer, a exigência na formulação de objetivos difíceis e encorajadores, para a defesa do emblema que carrega, não apenas na camisola, mas sobretudo na alma, pode fazer a diferença de quem está mais disponível para ganhar…. e voltar a ganhar!...
Já que estamos em cima da competição que ditará a equipa vencedora do campeonato, ou as equipas que se admitem nas competições europeias, outras que mantém aceso o direto de permanecer ou não na prova, acrescento algumas referências também exposta em períodos anteriores, no referente à mobilização dum permanente e incessante compromisso entre:

Jogadores – Os fiéis interpretes da dinâmica que o desenvolvimento do jogo promove a todo o instante. Aqueles que colocados no estádio, as suas esperanças e medos são expostos em frente de milhares de espectadores e convertem a vontade de vencer numa questão de treino e a maneira de vencer numa questão de honra!... E são tantas as vezes que carregam uma cruz duma vida virtualmente fácil, abnegada e talvez incompreendida!...

Treinadores – Que estejam sempre disponíveis para medir a autocrítica de forma séria e descomprometida e também capazes de motivar para o triunfo e aceitar o fracasso, e sempre disponíveis para administrar os valores da honestidade e a firmeza das convicções. Procurar ser também bons conselheiros, com um modelo de comportamento exemplar, segundo o qual permita corrigir sem ofender e orientar sem humilhar.

Árbitros – Todos sabemos que emitir juízos com a máxima brevidade de tempo e confirmar o caráter irreversível da decisão tomada, não é tarefa fácil, nem facilmente compreendida. É evidente que a crítica ao árbitro é necessária e indispensável. Mas as disponibilidades técnicas do esclarecimento deveriam salvaguardar a sua credibilidade no contexto agonístico do jogo, evitando a todo o custo que a sua figura seja praticamente anulada pelo primado exclusivo da tecnologia.
O estado do comportamento humano do árbitro, a sua personalidade, os seus valores, os seus critérios, deverão prevalecer, porque antes do árbitro está a pessoa. E é por isso que o árbitro deverá ter no jogo uma capacidade de estima e não abuso do poder, que por vezes desorienta quem joga e estimula negativamente quem ao jogo assiste.

Dirigentes – Quantos são aqueles que arrancam do seu labor ocasião e forma de protagonizar para o seu clube o tesouro dos maiores entre os grandes?!... Porventura alguns percorrem de forma intempestiva os corredores do poder, vendo no Futebol um exercício compensatório de personalidades insatisfeitas no campo pessoal e profissional, desprezando as regras adjacentes ao bom senso e razão!.... Felizmente que neste âmbito tem havido de forma progressiva uma mudança estrutural e que implica um ainda longo caminho a percorrer no que ao empreendimento desportivo exige, no que diz respeito à competência e profissionalismo dos seus agentes.

Adeptos – Que gritam e vibram com o peso da sua bandeira, numa profunda relação de afetos no apoio participativo. Contudo verifica-se de forma frequente situações conflituosas, confirmando ou contrariando expectativas do resultado e de imediato o lugar à cólera e euforia perante as fases mais relevantes: marcação ou não dum penalty, golo falhado, falta inexistente e o estádio transforma-se por vezes numa labareda de opiniões, com efeitos por vezes dramáticos. Ainda muito a fazer na qualificação deste modelo comportamental do espectador, por parte duma formação desportiva adequada e uma justiça de combate deveras exemplar e operante.

Orçamentos estabelecidos, objetivos formulados, rentabilização de competências planificadas e partida para uma nova época, onde se apuram comportamentos, se invocam convicções, se ajustam desejos e todos possam partir para mais uma viagem de sonho… e como vale a pena sonhar!...Deixemo-nos levar pela imagem dum belo jogo de Futebol. Se repararmos bem, a potencial dinâmica do jogo dispõe de facto de uma magia inigualável … durante 90 minutos é possível condensar muitas histórias e reproduzir muitas graças que a vida nos oferece. Fixemo-nos pela dinâmica fantástica que o jogo promove, apelando a raros e únicos momentos de inspiração em movimento, onde a harmonia do gesto, insubordinado umas vezes, inspirador e ousado noutras, mas sempre emocionalmente excitante.
Por vezes numa simples jogada lá surgem obras de arte, desfeitas em suor e canseiras, transferidas em «poemas, escritos de calções e chuteiras» Marias. ;(1986). Daí um dos seus principais encantos!...
BOA ÉPOCA!...
Para os vencedores hossanas de glória e exaltação. Para os vencidos respeito e esperança!..."

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