quinta-feira, 20 de junho de 2024
Tudo empatado!
Benfica 5 - 2 Corruptos
Vitória normal, da melhor equipa, com uma arbitragem relativamente equilibrada (ainda faltou pelo menos mais um penalty... além da falta sobre o Roca no 1.º golo dos Corruptos), as diferenças entre as equipas são evidentes! Nicolía a abrir, e os Putos em grande a fechar... numa partida com grandes golos!
3.º jogo novamente no antro da Corrupção, com muita pressão, intimidação e apitadeiros cagados! Temos que fazer um jogo perfeito, mas é possível...
Juvenis - 14.ª jornada - Fase Final
Benfica 3 - 1 Rio Ave
Patrício, F. Silva(2)
Último jogo dos Campeões... que na próxima época, deverão subir de escalão, apesar de ainda terem idade de Juvenil!
À lá carte!!!
"A CMVM com o Porto parece as forças policiais a norte do Mondego…parece que a única cotada em bolsa que tem de prestar constantemente declarações a esta entidade por iniciativa da mesma é o Sport Lisboa e Benfica, porque as demais são convenientemente esquecidas!!"
Modo de vida!
"Se isto fosse no Benfica tenho sérias dúvidas se existiria transmissão televisiva do jogo da seleção no Euro ou se estariam já todos os meios de comunicação social à porta do Estádio da Luz, da casa dos dirigentes à espera de algo…"
Vitória de Pirro
"Algumas notas sobre as Assembleias-Gerais realizadas no sábado:
1- Gritos, tensão e contestação são normais em todas as AG. Estas não foram diferentes. Nem era de esperar que fossem, uma vez que os presentes eram, na sua maioria, sócios que, nos últimos anos, mais não têm feito do que gritar e contestar. Conseguiram o que desejavam e o que precisavam, mostraram a todos os benfiquistas ao que vêm. Tiveram a sua vitória de Pirro.
2- Foi dada voz a todos os associados que a pediram e as reuniões magnas rapidamente se transformaram num comício da oposição, unidos em torno de uma estratégia comum: atacar a Direção do Clube, em especial Rui Costa, e massajar o ego daqueles que só conseguem ser relevantes destruindo. Servir o Benfica nunca foi o objetivo.
3- Foi deprimente assistir às intervenções de alguns associados, nomeadamente às de João Diogo Manteigas e Noronha Lopes, este último que após se ter acobardado e fugido a um novo escrutínio dos sócios, frente a Rui Costa, se empenha em perpetuar o mito que criaram em seu redor. Continua amarrado às eleições de outubro de 2020 e é incapaz de demonstrar o mínimo de liderança e apresentar ideias com vista ao futuro do clube.
4- A campanha da dita oposição tem sido assente em ataques e difamações. No sábado, estenderam a mão ao presidente do Benfica na esperança de receber sangue, mas Rui Costa deu-lhes rosas.
5- Aqueles que passaram vídeos e informações a meios de comunicação que sobrevivem às custas de denegrir o Benfica prestaram, uma vez mais, um péssimo serviço ao Clube. São os mesmos que depois andam a apregoar a prática dos bons costumes e os valores do Benfica que têm de ser respeitados.
6- Rui Costa foi, ao longo das reuniões magnas, ardilosamente atacado por uma plateia hostil e manteve sempre a compostura. Demonstrou, numa prova de fogo, que tem a capacidade de unir o Benfica fragmentado e os benfiquistas.
Este fim de semana a oposição teve a sua vitória de Pirro. A esmagadora maioria dos sócios do Sport Lisboa e Benfica saberá dar-lhe a resposta que merece."
O que há a reter da publicação do Makaridze:
""O que eu vi do BENFICA nunca vi em nenhum lado, joguei em França e Espanha mas não há nada parecido ao BENFICA. Fora de campo o BENFICA é a maior equipa que vi."
Mas para toda gente o que importa é falar de um acordo que até o próprio sabia que era ilegal.
Comunicação Social, sportinguistas e portistas continuam a demonstrar que as reuniões do Altis estão bem vivas. Os ataques ao SL Benfica são para continuar e agora até têm a ajuda de meia dúzia de adeptos que se dizem mais benfiquistas que os outros. É o que temos..."
Focados na vitória
"O segundo jogo da final do Campeonato Nacional de hóquei em patins é o destaque nesta edição da BNews.
1. Juntos
Benfica e FC Porto disputam hoje, na Luz, às 20h00, o segundo jogo da final do Campeonato Nacional de hóquei em patins. Nuno Resende considera os Benfiquistas decisivos para o sucesso: "Temos debask aproveitar, acima de tudo, o fator casa, a nossa pista e os nossos adeptos. Sentimo-nos muito mais confiantes, e temos de aproveitar muito do trabalho bem feito."
2. Europeu de futebol
3. Novo treinador nos Sub-23
Vítor Vinha é o escolhido.
4. Participação na BCL
Em 2024/25, o Benfica, tricampeão nacional de basquetebol, volta a participar na Basketball Champions League.
5. Protagonista
Inês Nunes, capitã de equipa das pentacampeãs nacionais de polo aquático, é a entrevistada.
6. Gimnáguia
A edição deste ano do tradicional evento do Sport Lisboa e Benfica é no próximo dia 23 (domingo) e os bilhetes estão à venda.
7. Títulos na ginástica
A equipa feminina de minitrampolim revalidou o título.
8. Benfica 1 Minuto
A atividade desportiva do Benfica dos últimos dias."
Metodologia da Revisão dos Estatutos
"Tendo em conta a admissão, desde já, das propostas de alteração aos Estatutos, propõe-se o seguinte:
1. Abrir aos(as) associados(as) por um período de 10 (dez) dias para que possam apresentar, se ainda o entenderem, propostas de alteração alternativas.
2. Todas as propostas de alteração só podem ser apresentadas por sócios efetivos, com mais de um ano de filiação e devem ser remetidas à Mesa da Assembleia Geral, devidamente assinadas, com identificação de nome e número de sócio e para o mail estatutos@slbenfica.pt, indicando a norma a alterar, a redação pretendida e respetivo fundamento.
3. No caso de as propostas de alteração serem subscritas por vários(as) sócios(as), exige-se a assinatura e identificação de todos(as) os proponentes, com os dados definidos no número anterior, em cada uma delas.
4. No prazo máximo de quinze dias posteriores ao previsto no número 1 da presente proposta de metodologia, a Mesa da Assembleia Geral indicará as propostas de alteração que não foi possível compatibilizar e que devem ser objeto de discussão e votação autónomas em Assembleia Geral.
5. O Presidente da MAG marcará, após a devida sistematização, a reunião da Assembleia Geral para votação na generalidade das propostas globais de alteração estatutária.
6. Cada uma das propostas globais de alteração, a existirem, terá quinze minutos para a respetiva apresentação.
7. Em sequência será marcada Assembleia Geral – se necessário em diferentes sessões – para votação na especialidade, sendo, no caso de não compatibilização, as respetivas propostas votadas em alternativa e por artigo.
8. Cada uma das propostas autónomas terá três minutos para a respetiva apresentação.
9. No caso de se verificar um conflito positivo de normas aprovadas ou um conflito negativo entre normas não aprovadas, nomeadamente ao nível de competências dos órgãos sociais, a Mesa da Assembleia Geral submeterá a votação da Assembleia, antes da aprovação global dos Estatutos, a escolha da norma que constará da proposta final.
10. As propostas que recolherem a maioria qualificada prevista no n.º 3 do Artigo 91.º dos Estatutos integrarão, desde que sistematicamente coerentes, a versão definitiva dos Estatutos, a qual será sujeita a votação final global, em processo e votação autónomas.
11. Todas as decisões da Mesa da Assembleia Geral serão divulgadas no site do Sport Lisboa e Benfica.
Aprovada, em Assembleia Geral de 15 de junho de 2024.
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Fernando Jorge Loureiro de Roboredo Seara"
Viva os treinadores de bancada
"O futebol nada seria sem eles; mas depois há os que têm de decidir a cada momento
A popularidade sem paralelo do futebol e a sua universalidade dependem de três fatores essenciais: simplicidade, regras-base quase imutáveis e muitos milhões de pessoas que o discutem no seu dia-a-dia.
O jogo de estreia de Portugal no Europeu constituiu um excelente exercício para avaliar a terceira condição.
Alguém disse um dia, mais coisa menos coisa, que os artistas são ladrões de ideias brilhantes uns dos outros. Eu, que não sou artista nem brilhante, permito-me aqui roubar ideias partilhadas antes, durante e após a vitória frente à Chéquia, para tentar defender que o futebol nada seria sem os chamados treinadores de bancada.
«Está a jogar com três laterais», disse-se quando foram conhecidos os onzes (se bem que sobre o da Chéquia poucos de nós saberiam ou saberão, ao contrário, espera-se, do Selecionador Nacional); «Que grande risco jogar sem um trinco, sem o Palhinha» (esta disse eu).
«O Cristiano Ronaldo e o Pepe já não deviam estar aqui», tem-se ouvido desde antes do Europeu. «Ainda jogam todos para o Ronaldo», acrescentou-se.
«Este homem nunca mais mexe na equipa, parece o Roger Shmidt no Benfica!», desabafava-se à medida que o relógia andava e Portugal não vencia.
«Que golo de sorte», gritou-se com o empate, que resultou de autogolo. Nota de outro adepto: «Azar — se eles jogam com dez dentro da área sujeitam-se a um deles acertar na bola para o lado errado.» (Gostava de ter sido eu a dizer esta).
Roberto Martínez acreditou num sistema de jogo. Os treinadores de bancada não terão dado pelas primeiras substituições, visto que a ideia do Selecionador se manteve inalterável. Era bom recordar que a Chéquia, outrora República Checa, nos eliminou de chapéu do Euro-96, chegando depois à final, e tem marcado presença regular nas grandes competições. Apresentar-se contra Portugal com dois autocarros londrinos em frente à própria área é sinal de qualquer coisa. E sabemos como é difícil furar pneus a estes autocarros.
Quando todos desesperavam na entrada para o período de compensação, entraram dois jokers que construíram a jogada do golo da vitória. «Que sorte do outro Mundo!», clamou-se. Claro que há felicidade nestas escolhas e no acerto em poucos minutos. Mas elas foram feitas por alguma razão.
«Já o meu pai dizia que Portugal é muito bom a circular a bola, mas marcar golos está quieto!» Esta frase ouvi já uns bons minutos depois do final do jogo. E interroguei-me se a Seleção tinha mesmo ganho ou se tinha sonhado com a parte final.
O futebol é esta magia e vive desta magia. A bola que entra ou a bola que vai ao poste podem determinar toda uma adoração ou uma embirração para com treinadores e jogadores. Injusto? Talvez. Mas todos os treinadores e jogadores devem lembrar-se que sem o entusiasmo dos treinadores de bancada não haveria uma indústria como esta, com os seus milhões de adeptos e de euros."
Deixem falar Mbappé
"Olhe a extrema-direita para a França que desde 98 conquistou 2 Mundiais e 1 Europeu: que maior exemplo de integração e multiculturalismo?
As eleições europeias provocaram em França um terramoto político, a vitória da extrema-direita levou à dissolução do parlamento, com o presidente Emmanuel Macron a anunciar eleições legislativas antecipadas. Já em pleno Campeonato da Europa na Alemanha, palco que por estes dias é um dos maiores megafones do mundo, Kylian Mbappé - tal como também, por exemplo, Marcus Thuram - deu opinião.
«Penso que estamos num momento crucial na história do nosso país. A situação é inédita, por isso dirijo-me ao povo francês e à geração mais jovem, que pode fazer a diferença. Apelo aos jovens para que votem. Vemos que os extremistas estão à porta do poder, temos a oportunidade de escolher o futuro do nosso país.»
O astro francês apela ao voto. Avisa para os perigos dos extremistas, mas apenas apela ao voto, não obriga ninguém a votar em quem não quer, dando no entanto a sua opinião. Tão válida como outra qualquer, porém mais amplificada que a maioria, porque de uma superestrela mundial se trata, num dos meios mais mediáticos, o futebol e num grande campeonato.
Reações da extrema-direita francesa logo surgiram, como seria de esperar. Jordan Bardella, um dos seus líderes, criticou os futebolistas da seleção. «Tenho muito respeito pelos nossos futebolistas, sejam eles Marcus Thuram ou Kylian Mbappé, que são ícones do futebol e ícones da juventude... Mas temos de respeitar os franceses, temos de respeitar o voto de todos», disse. Mas pergunto: quando é que Mbappé não respeitou o voto dos outros? Apenas deu a sua opinião, que provavelmente a extrema-direita apagaria se pudesse… «Quando se tem a sorte de ter um salário muito, muito grande, quando se é multimilionário... fico um pouco envergonhado por ver estes atletas darem lições a pessoas que já não conseguem fazer face às despesas, que já não se sentem seguras, que não têm a possibilidade de viver em bairros superprotegidos por agentes de segurança», acrescentou Bardella. Típico discurso populista que não hesita em relacionar a insegurança à imigração, em usar o medo para criar o caos e dele se aproveitar - a receita é conhecida.
Mas olhe a extrema-direita para a seleção francesa que desde 1998 conquistou dois Campeonatos do Mundo e um Campeonato da Europa: que maior exemplo de integração e multiculturalismo? Com esses extremistas no poder a ditar leis arrisco-me a dizer que os franceses não seriam nem campeões do Mundo nem da Europaa. Olhe-se também para a Seleção Nacional de Portugal e à equipa que conquistou o Euro em 2016 e o exemplo também é bom - pode haver quem não goste, mas esses, uma vez, já tiveram uma resposta de trivela ao discurso xenófobo…
Para certos políticos, usar os futebolistas quando lhes dá jeito não faz mal algum. Mas se os futebolistas dão opinião que não lhes agrada aí já devem estar resumidos a dar pontapés na bola. Mbappé tem opinião além das quatro linhas e resolveu expressá-la. Fez bem e aproveite enquanto a pode dar, porque a extrema-direita, já sabemos, uma vez a mandar não terá problemas em mandar calar.
Até de outros futebolistas Mbappé ouviu que não deveria meter-se em assuntos extrafutebol. Unai Simón, guarda-redes de Espanha, acha que não deve falar se de futebol não se tratar. Está no seu direito. O valor maior que a democracia nos dá é a liberdade. Para opinar, para não opinar, para ter opinião, para a não ter. E até para dizermos as nossas patetices de vez em quando.
SELO DE GOLO
Já era o primeiro português a jogar na NBA e agora, além de ser o único na maior liga de basquetebol do mundo, é campeão! Grande Neemias, que sirva de exemplo!"
A audácia lá compensou, Roberto!
"Roberto Martínez surpreendeu com posicionamentos de Nuno Mendes e João Cancelo; Portugal dominou por completa na primeira parte sem criar muito; Vitinha encheu o campo
Cancelo foi o twist no argumento escrito por Roberto Martínez para o jogo de estreia com os checos. O selecionador nacional montou um ambicioso 3x3x1x3, embora nem sempre simétrico, dada a resistência que Dalot ainda teve para acompanhar à direita a profundidade dada por Rafael Leão do lado contrário, com o lateral do Barcelona a meter-se por dentro quando a equipa tinha a bola, o que era imitado por Bernardo Silva, metros à frente. Criava-se um losango à Van Gaal dos tempos do Ajax campeão europeu (1995), com Vitinha - exibição monumenal - como 6 ou primeiro organizador, Bernardo Silva a 10, Bruno Fernandes como interior direito e João Cancelo então como interior esquerdo.
Talvez se consiga ver aí também um decalque da Suíça na estreia diante da Hungria e dos papéis de Aebischer (falso lateral-esquerdo) e Ricardo Rodríguez (lateral adaptado a central da esquerda) nesse triunfo por 3-1.
A superioridade numérica (4x3)_sobre o meio-campo garantia o controlo absoluto da partida, no entanto, a rotação dos quatro elementos do miolo e a irreverência de Rafael Leão, não eram suficientes para furar o bloco baixo do conjunto de Ivan Hasek. Foram poucas as oportunidades claras e os números só não eram avassaladores no resultado ao intervalo: 72% de posse de bola, 46 ataques contra 7, 9 remates contra 1, 9 cantos perante zero. No entanto, o nulo persistia teimosamente.
No regresso dos vestiários, Martínez manteve ideia e jogadores, porém a equipa pareceu mais desligada, o que se traduziu em passividade a mais no controlo do espaço à entrada da sua área, com os médios demasiado perto dos defesas e muito longe da bola. Esse foco menor, que, aos 62 minutos, até nasceu de uma bola deixada perdida à direita por Dalot, resultou na falta de proteção para o tiro de Provod no 0-1 e em mais uma ou outra oportunidade para os checos.
A felicidade do empate, no autogolo de Hranác apenas sete minutos depois, garantiu aos portugueses continuar no rumo certo para a boa estreia, com o triunfo a chegar por dois convocados pouco consensuais e lançados em cima dos 90 minutos: Pedro Neto arrancou sobre a esquerda e Francisco Conceição aproveitou a sobra para atirar para o triunfo.
A ideia carece de legitimação com mais oportunidades e golos, mas o objetivo foi cumprido.
4x2x3x1 dominador
Ao fim da primeira jornada da fase de grupos, é notório que o esquema tático mais usado é o 4x2x3x1, o que não é alheio à ideia generalizada na maior parte das equipas de dominar as partidas com grandes percentagens de tempo de posse de bola. Dez em 24 seleções organizaram-se assim. No entanto, conjuntos como Alemanha, Itália e Países Baixos transfiguraram-se no momento da posse, adotando uma linha de 3 para a primeira fase de construção.
Linha de 3 bem na moda
Um terço das equipas, ou seja oito em 24, incluindo a portuguesa, alinhou no seu primeiro jogo na Alemanha com uma linha fixa com três centrais. O 3x5x2 tem levado a melhor sobre o 3x4x3, e assistiu-se ainda ao 5x2x3 húngaro e ao 4x5x1, que trouxe respetivamente felicidade à Roménia e infelicidade à Albânia, de acordo com os resultados conseguidos.
Foco na esquerda
Centrais-esquerdos como o neerlandês Nathan Aké ou falsos laterais do mesmo lado como o suíço Aebischer têm sido os elementos disruptivos a nível tático nesta fase final. Ambos somaram golos e assistências em posicionamentos divergentes.
34 golos para começar
A primeira jornada apresentou a média de 2,8 golos por jogo. O_grupo mais produtivo foi o A, da Alemanha, com 10 golos."
Aquilo que verdadeiramente interessa!
«Só vejo jogos do Benfica» 👑🦅
— MasterPT (@MasteringPT) June 19, 2024
🎥 @sporttvportugal pic.twitter.com/XldUXuYxj8
Eurolândia, dia 5: a reinvenção de Portugal, paixão, talento e alma anti-tática no Turquia-Geórgia
"Roberto Martínez olhou para o primeiro adversário no Euro 2024 e fez o que ainda não tinha feito: colocou um lateral-esquerdo como central mais à esquerda. Tal como Matheus Reis no Sporting de Rúben Amorim, por exemplo. O selecionador nacional terá tentado antecipado a habitual pressão alta checa com a colocação de alguém capaz de quebrar linhas com o transporte da bola, algo que os outros titulares, Rúben Dias e Pepe, não poderiam oferecer, nem António Silva ou Gonçalo Inácio, preteridos no banco.
Não terá funcionado na totalidade porque os checos assumiram que não iam comprar essa guerra, preferindo só subir linhas de forma esporádica.
No onze, surgiram ainda outros dois laterais. Diogo Dalot, à direita, e João Cancelo, à esquerda. Tal como acontecia no Manchester City, o segundo nunca iria ser um elemento colado à linha desse lado quando a equipa tivesse a bola. Viria sempre para dentro. Não era propriamente uma novidade, nem na equipa das quinas, e basta recuar algumas semanas. Ao colocá-lo no miolo, ao lado de Vitinha e Bruno Fernandes, Martínez igualou os números a meio-campo (3 vs. Provod, Soucek e Sulc), porém Martínez ainda não tinha terminado a resolução da equação, porque Bernardo Silva também sairia da direita para o meio, para as costas de Ronaldo.
Portugal ganhava superioridade numérica e tinha a equipa alinhada para a reação à perda. Foi aqui que a Seleção conseguiu estrangular os checos e recuperar rapidamente a bola para voltar a atacar. Metade da missão estava cumprida, faltava o resto.
Tantas vezes se repete, mas não deixa de ser obrigatório: não há nenhuma equipa que jogue sozinha. E Portugal tinha pela frente uma República Checa organizada, que defendia com 9 unidades atrás da linha da bola, 7 (!) no corredor interior, contando com o guarda-redes. Um autêntico muro. Martínez tentou que Nuno Mendes apoiasse mais e Dalot estivesse tão profundo quanto Rafael Leão à esquerda, mas nunca se percebeu haver ali conforto com tamanha projeção. E se Vitinha se exibia a um nível estratosférico, Bruno Fernandes e Bernardo Silva pareceram algo perros nas decisões que tantas vezes tomam de olhos fechados nos respetivos clubes.
Leão, por sua vez, ainda deu um ou outro esticão, porém rapidamente se tornou inconsequente e até esteve tempo a mais no relvado. Também Cristiano Ronaldo apareceu várias vezes demasiado ao largo para um bailado sem qualquer tipo de objetividade e, numa ou noutra situação, surgiu atrasado em relação aos movimentos da equipa: Não só CR7 não tirava ninguém do caminho como tornava o jogo relativamente confortável para os centrais adversários. Faltou ainda mais dinâmica, um pouco mais de risco, movimentos sem bola e tentar até direto, por vezes. para camuflar intenções.
Terminado o encontro, o momento defensivo tem de continuar a ser uma preocupação. Os jogadores desligam facilmente quando a bola está a rodear a sua área, expondo-se a remates e até a passes de rotura. Foi evidente nos jogos de preparação e voltou a sê-lo em Leipzig. Há muito trabalho a fazer nas próximas horas.
Luta de 'underdogs'
A Turquia venceu a Geórgia,, mas o encontro foi bem mais complicado do que o resultado deixa crer. Os turcos, que perderam vários jogadores importantes nas últimas semanas, assentam na criatividade de quatro unidades: Çalhanoglu, Kökçü, Güler e Yildiz. Começaram muito melhor, chegaram a ameaçar um segundo golo, mas os georgianos nunca desistiram de levar a melhor. Com ataques rápidos em forma de parada/resposta, os dois conjuntos protagonizaram um excelente encontro.
Na Turquia, a forma estreita do 4x2x3x1 favorece o jogo interior, com Kökçü mais livre como 10, dois extremos de muito talento a fletir para o meio, para o pé mais forte, e um avançado capaz de jogar de costas para a baliza e fazer o comum apoio frontal. Ambos os laterais têm ordem para avançar no terreno, tal como o central Bardacki.
Os georgianos, em estreia, apostaram tudo em saídas rápidas e chegaram a ameaçar um resultado muito mais favorável, pecando apenas na finalização em momentos cruciais. Tudo misturado, a partir do golo anulado que daria o 2-0 ao conjunto de Vincenzo Montella a partida tornou-se um autêntico caos táctico e uma correria desmedida. Bom para o espetáculo.
Turquia e Geórgia prometem dar muito trabalho a Portugal."