quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Rafa...


"No dia em que o SL Benfica comemora 120 anos, nada melhor do que lembrar - já que a comunicação social só se lembra do sueco de Alvalade - que Rafa Silva é neste momento, um dos poucos jogadores na Europa com mais de 10 golos e 10 assistências. Um dos jogadores mais influentes da Liga Portugal .
Para sermos mais precisos, em Portugal, o jogador do Benfica tem participação em 23 golos, sendo que marcou 12 e assistiu em 11, ao passo que Gyökeres participou em 17 golos e 8 assistências - total de 25 participações.
Mas se fizermos a contabilidade, incluindo os jogos europeus, então a contribuição é ainda mais acentuada: Rafa participou em 31 golos, distribuídos por 17 golos e 14 assistências. Acrescentar "apenas" que nenhum destes golos foi de penalti.
Está na hora de começarem a falar de um Rafa decisivo, ou pelo menos tão decisivo como Gyökeres, no campeonato português. Está na hora da imprensa portuguesa tirar as palas e passar a olhar para todos da mesma forma."

'Bienvenidos'


"Podem não ser louros nem terem carapinha de ascendência do Caribe colonizado pelos neerlandeses, mas vale a pena ver o trio espanhol do Arouca

A recente morte de Andreas Brehme fez-me recordar os tempos pré-Lei Bósman e a rivalidade Milan-Inter alavancada nos anos 80 e 90 do século passado pela tensão Alemanha-Países Baixos criada nos anos 70, com óbvias reminiscências da Segunda Grande Guerra. A Serie A era, à data, o que é hoje a Premier League (o melhor campeonato do mundo), mas as suas equipas só podiam contar com três estrangeiros no plantel (incluindo comunitários), o que obrigava cada clube a um processo de seleção meticuloso – ou, em alternativa, apostar tudo num trio que falasse a mesma língua e tivesse a mesma linguagem futebolística (o que não é bem a mesma coisa).
Foi assim que Silvio Berlusconi conseguiu juntar o trio neerlandês Rijkaard-Gullit-Van Basten no Milan de Arrigo Sacchi e, pouco depois, por insistência da velha raposa Giovanni Trapattoni, os nerazzurri tivessem respondido com os germânicos Andreas Brehme, Lothar Matthaus e Jurgen Klinsmann. Ficava tudo mais simples e facilitava até o falatório da bola: os holandeses (assim se chamavam) de um lado, os alemães de outro. Os campeões da Europa em 1988 de vermelho e negro, os campeões do Mundo em 1990 (em Itália) de negro e azul. Ficou para a história este confronto entre dois eixos, também por causa desse caráter único e quase irrepetível, o de duas das melhores equipas do mundo juntarem os três melhores jogadores de um país estrangeiro de topo nos seus quadros.
É nisso que me lembro (embora salvaguardando as devidas diferenças) quando vejo, com um deleite cada vez maior, o trio espanhol do Arouca. Jason, Mujica e Cristo não são obviamente os três melhores jogadores espanhóis, mas o que estão a fazer na Serra da Freita é em certa medida especial e merecedor de muito mais que uma nota de rodapé na história deste campeonato. E a prova de que uma segunda ou terceira linhas do futebol do país vizinho podem fazer a diferença num campeonato muito competitivo na parte de baixo da tabela, mas não necessariamente bem jogado.
Certamente que cada um deles sairá de Arouca muito melhor jogador do que quando chegou e isso pode ajudar a reforçar uma tendência recente: a chegada de mais jogadores do outro lado da fronteira, sinal de que o mercado espanhol começa a ver a liga portuguesa com um potencial de acolhimento daqueles que têm problemas de afirmação no Este da Península.
Um campeonato com 29 futebolistas espanhóis é inédito (nesta época e também em 2022/2023) e representa uma grande diferença face ao que existia há cinco ou dez anos. O tempo dirá se se trata apenas de uma moda, mas é factual que a formação em Espanha está a produzir cada vez em maior quantidade com a qualidade que é reconhecida por todos, precisará de escoar produto porque a maior capacidade financeira dos seus clubes e o mercado livre tiram espaço à classe média-baixa dos futebolistas e a proximidade geográfica pode ser uma vantagem competitiva para Portugal, que precisa ser cada vez mais criativo e proativo para atrair talento.
Podem não ser louros nem terem carapinha com ascendência do Caribe colonizado pelos neerlandeses, mas vale a pena sintonizar a TV sempre que este trio espanhol começa a bailar em campo."

A grande ilusão


"Como poderia o plantel portista ficar imune a casos de polícia, violência e guerras pelo poder?

Acredito que, salvo raríssimas exceções, a conversa sobre balneários blindados e imunes às polémicas que correm nos corredores adjacentes aos mesmos foi sempre uma valente treta. Ou, enfim, uma ilusão. Já o era em tempos mais antigos; e é inevitavelmente mais notória em plena era de informação ao segundo, na palma da mão, fruto da revolução tecnológica que a todos nos envolve e absorve desde os primórdios do século XXI.
Exemplo claro desta realidade é o que está a passar-se nos últimos meses no coração do FC Porto: casos de polícia, atos de violência, detenções e uma guerra fratricida pelo poder. Como poderia o plantel portista (e a equipa técnica e todo o staff ligado ao futebol) estar livre de sair ferido de tamanha e, por vezes, inaceitável confusão nos edifícios, pavilhões ou ruas que o rodeiam? Parece-me, sinceramente, impossível.
De tal modo que torna inevitável ligar a bota com a perdigota. Porque a ansiedade, a preocupação e, até, tristeza evidentes nos rostos de alguns jogadores não tem como não resultar em jogos menos conseguidos, desconcentrações e falhas que, noutras circunstâncias, dificilmente ocorreriam. Não é, assim, à toa que os dragões estão a nove pontos da liderança da Liga (que até podem vir a ser 10 caso o Sporting vença o jogo em atraso com o Famalicão) e que são donos de um ataque medíocre (38 golos marcados, contra os 63 dos leões ou o 56 do Benfica).
No meio de crises, sejam elas de que tipo forem, não há balneários blindados. Não houve no Benfica, durante o conturbado período de transição na presidência do Benfica – com FC Porto, duas vezes, e Sporting, uma, a aproveitarem para conquistar títulos de campeão – como não houve no Sporting nos tempos mais controversos da liderança de Bruno de Carvalho…
E, no meio do ruidoso chinfrim que tem rodeado as mais mediáticas eleições de sempre do FC Porto, o incrível acontece quando o próprio Sérgio Conceição decide dar o seu contributo com mais lenha para a fogueira ao comparecer a 4 de fevereiro na apresentação da recandidatura de Pinto da Costa, presença à qual juntou um abraço e um beijo na testa do seu querido líder, numa clara contradição à garantia que deixara, dias antes, de que se manteria à margem do ato eleitoral e de que publicamente não assumiria apoio a nenhum dos candidatos. Ao não cumprir com essas garantias, levou ele próprio a luta eleitoral (e tudo o que a rodeia) para o coração do plantel: o balneário."

Talvez Adán mereça confiança


"É um facto que Adán não tem vindo a melhorar, mas não há paciência para as ‘redes sociais’

Provavelmente Rúben Amorim tem uma decisão tomada e dorme bem por estes dias, pelo menos no que respeita ao guarda-redes que fará subir ao relvado de Alvalade esta quinta-feira, diante do Benfica.
Talvez durma menos bem a pensar como travar uma trajetória ligeiramente descendente iniciada frente ao Young Boys e prosseguida em Vila do Conde, que resultou num apuramento europeu, é certo, mas também em duas partidas sem as vitórias a que a equipa já se vinha habituando. Mas isso são outros temas, e como sabemos as próximas semanas trarão respostas bastante robustas a Rúben Amorim, como a Roger Schmidt, Sérgio Conceição e Artur Jorge. As lutas estão acesas e quase tudo em aberto.
Voltemos à baliza leonina: Franco Israel tem sido titular nos jogos da Taça de Portugal. Deve o treinador manter a aposta, mesmo correndo riscos de a saída de Antonio Adán ser encarada como punição pelo jogo menos conseguido diante do Rio Ave?
Em 2021/2022 o titular da Taça também foi João Virgínia, mas apenas até às meias-finais, altura em que o então idolatrado Adán retomou o posto, frente ao FC Porto.
É factual que o guardião espanhol tem cometido progressivamente mais erros desde que chegou a Alvalade.
De memória, no ano do regresso do Sporting ao título nacional, Adán defendeu quase tudo o que pôde, tendo facilitado ligeiramente em Famalicão, num golo sofrido de livre, e frente à B SAD em casa, quando tentou sair a jogar (como lhe é indicado) e falhou uma finta, lance que resultou em golo adversário.
Os anos seguintes, com efeito, não foram iguais, mas mesmo assim há fortes lembranças de jogos em que o guarda-redes salvou a equipa de alguns males maiores. A questão da confiança é fundamental.
A autoconfiança, antes de mais (e essa não parece faltar a Adán, que várias vezes já respondeu com classe e trabalho a percalços sofridos), a confiança do treinador, a confiança da defesa e a confiança dos adeptos.
Esta, claro está, é a mais difícil de manter. Nos tempos de pensamento imediato que vivemos, qual fast food for thought, essa entidade a que convencionámos chamar redes sociais - quase como se elas se autoalimentassem e não houvesse pessoas por detrás dos comentários (bom, sabemos que por vezes não há mesmo, mas essa também é outra conversa) - incendiaram-se (parece que é assim que se diz) depois do jogo de Vila do Conde. De repente, a gratidão pela época de 2010/2012, mágica para os leões, transformou-se no típico «vai-te embora», «o teu tempo acabou» e mimos afins.
Apostaria dobrado contra singelo em como Adán confia em si próprio e os companheiros continuam a confiar nele. A questão-chave está, como sempre acaba por estar, em saber o que pensa e sente Rúben Amorim sobre o assunto.
Não sou treinador, nem conseguiria sê-lo, mas aqui desta bancada confesso que colocaria o espanhol em campo."

Azias!

Mensagens!

A Carta!

𝙎𝙤𝙪 𝙙𝙤 𝘽𝙚𝙣𝙛𝙞𝙘𝙖, 𝙞𝙨𝙨𝙤 𝙢𝙚 𝙚𝙣𝙫𝙖𝙞𝙙𝙚𝙘𝙚 ❤️‍🔥

Parabéns...

Hino...

Tochadas do 120 !!!