quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Vermelhão: Eliminados...

Benfica 1 (4) - (5) 1 Estoril
(Mário, Otamendi, Cabral, Di Maria)


Mais uma eliminação numa Taça interna, a 3.ª de Roger Schmidt, sempre, sem perder um jogo: duas vezes por penalty's e uma na diferença de golos!!!

Festival de desperdício, com alguns golos falhados de forma escandalosa, com o Rafa e o Di Maria em destaque, e até nos Cantos criámos perigo (algo raro...), mas a bola hoje recusava-se a entrar... E teve que ser um Central, a subir à área contrária, para o Benfica marcar um golo!!!

Dito isto, voltámos a estar mal nas transições defensivas, com muitas falhas na reacção à perda de bola e na pressão alta, dando espaços ao Estoril para fazer contra-ataques, com cavalgadas 'imparáveis', tendo o António, o Nico e o João Neves, na maioria das vezes conseguido travar os adversários, mas quase sempre dentro da nossa área, após sprint's de 30 metros atrás dos canarinhos!!!

Entrámos mal, o Estoril marcou, mas entre os 16 minutos, e o nosso golo ao 58', foi um massacre! Não jogámos 'bonito', foi um domínio territorial, com o Benfica a ganhar vantagens em passes curtos, quase sempre pelo meio... mas ao intervalo, já mereciamos estar em vantagem...

O Estoril criou perigo na 1.ª jogada da 2.ª parte (mais uma aparente falta sobre o nosso jogador não assinalada...), mas até ao golo, só deu Benfica! Com o empate, o jogo ficou partido, mais dividido, voltámos a permitir alguns contra-ataques, sem nunca deixar de criar perigo... e desta vez com o jovem Leonardo a falar de forma incrível (e o Musa também e o Rafa também...)!

As substituições deram alguma energia, mas faltou o Tino para equilibrar a equipa no meio... E já nos descontos, bola no poste, na única defesa meritória do guarda-redes adversário, já que as outras, foi mais demérito dos nossos jogadores, num autêntico festival de tiro ao boneco!!!

Voltámos a ter o João Mário e o Di Maria os 90 minutos, sendo que hoje, com os penalty's no horizonte, até existe uma justificação. E o Angel voltou 'quase' a marcar um golaço, no último minuto, mesmo depois de dezenas de perdas de bola, durante o jogo!!!

Nos penalty's, caiu para o Estoril, com o Marcos Leonardo e o Tomás Araújo a desperdiçarem...

A questão do Tino, na minha opinião é fundamental para o resto da época! Jogos na Luz, com adversários mais retraídos, não será importante, mas na maior parte das partidas, jogar com Neves e Kokçu no meio, é um handicap enorme! Kokçu na esquerda no lugar do João Mário, e Tino no meio, parece ser a solução fácil... e até já foi testada, em alguns jogos, nos minutos finais, com resultados positivos...

Eliminação muito frustrante, contra um adversário que andava a pensar neste jogo à mais de 1 mês, já que nos últimos 4 jogos, conseguiu 4 derrotas, várias com cabazadas, demonstrando 5% da atitude que tiveram hoje!!! Algo que já estamos habituados...

Incrível como já li vários Benfiquistas a considerarem a arbitragem como boa!!! Foram marcadas 8 faltas ao Benfica, e levámos 4 Amarelos! Isto num jogo, onde permitiu tudo ao Estoril, principalmente quando o Benfica tentava apanhar o adversário em contra-pé, com a estratégia canarinha a ser premiada, com faltas sucessivas  agarrões e puxões -, do mais cínico possível, com total impunidade! Em Inglaterra, a terra do tal critério largo, muitas vezes usado para justificar roubos, este tipo de faltas, são sempre assinaladas e sempre com Amarelo, sempre... Hoje, o Estoril esteve à vontade...
O Pina devia ter sido expulso antes do intervalo: 1.ª agarrou o João Mário e depois armou a confusão com o Kokçu...
Ainda, existe um lance com o Musa que com outros seria penalty, no momento em que o Musa tenta o desvio para baliza, existe um toque no pé do Musa, que depois toca na bola...
Nota ainda, para o facto de ter existido uma substituição nos descontos, e ele ter terminado, o jogo sem um único segundo em cima dos 6 minutos dados... Este jogo, com circunstâncias idênticas, com o Sporting ou os Corruptos, no nosso lugar, teria tido na 1.ª parte, no mínimo 5 minutos, e na 2.ª parte, nunca menos de 10 minutos... São as regras do Tugão!!!

Outra curiosidade: a Realização da partida, premeditadamente escondeu repetições de possíveis lances polémicos: no lance do golo do Estoril onde os jogadores do Benfica, pediram um Mão na Bola, nem uma repetição; no lance do Amarelo ao Kokçu nem uma repetição... Aliás, no Site da VSports (oficial da Liga), onde se pode os principais lances, não existe uma único vídeo de um suposto Caso! Lavagem completa...

A única vantagem desta eliminação, é o calendário! Assim vai dar para jogar Segunda, na Amadora (outro jogo complicadíssimo, contra uma equipa parecida, com menos talento individual), e o próximo jogo na Luz, será provavelmente ao Sábado... Só existe uma solução, ganhar... para manter a pressão no Sporting, e para não entrar em depressão!

Mais uma derrota em Inglaterra...

Everton 2 - 1 Benfica
H. Félix

Kokubo; Spencer, Lacroix, Bajrami, Kiko; Zan, Rafa Luís, H. Félix; Precatado, Henrique; Varela

Primeiros minutos complicados, mas rapidamente tomamos conta do jogo, e acabámos por marcar num excelente remate do Hugo Félix, mas quando parecia que o jogo estava controlado, uma série de erros não forçados, e o Everton virou o marcador em poucos minutos...

Apontar à final


"O Benfica disputa, hoje, com o Estoril, às 19h45, em Leiria, o acesso à final da Taça da Liga. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Foco no objetivo imediato
Para Roger Schmidt, o fito da vitória é permanente: "Quando iniciamos uma competição, não interessa qual, tentamos ganhá-la. Vamos disputar um jogo difícil. Sabemos que queremos jogar a final. Estamos preparados para isso, em boa forma."

2. Ambição de conquista
João Mário assume a vontade de vencer a Taça da Liga: "É o segundo título que vamos disputar nesta época e a equipa esteve muito bem nos dois jogos que fez até agora. O Benfica já ganhou muitas vezes este troféu, mas este grupo de trabalho ainda não o venceu. É um grande objetivo."

3. De águia ao peito
Sentir o privilégio de representar o Benfica é um dos atributos em comum entre Di María e João Neves, os quais completaram 150 e 50 jogos, respetivamente, pela equipa principal das águias.

4. Plantel reforçado
Chandra Davidson, avançada canadiana proveniente do Fortuna Sittard e já com passagens por Portugal, junta-se às Inspiradoras para ganhar títulos: "Quero adicionar valor à equipa, fazer o meu trabalho e ajudar a conseguir os objetivos para esta época."
Entretanto, foi realizado o sorteio da Taça de Portugal, com o Benfica a defrontar o Valadares Gaia nos quartos de final.

5. EHF European Cup Women
A equipa feminina de andebol do Benfica tem pela frente, nos quartos de final da competição europeia, o Armada Praxis Yalikavaspor, da Turquia.

6. Entrevista
Raquel Pereira, campeã nacional de natação pelo Benfica, reconhece que as águias são a maior força da natação portuguesa na atualidade."

O xeque-mate e os axadrezados


"O campeonato nacional por muito que tenha de tática e de estratégia não será um jogo de xadrez. Isto, naturalmente, a propósito das camisolas dos jogadores do Boavista e, em jeito de introdução, a lembrar o livro famoso do mestre xadrezista russo e, depois disso, famoso opositor do Sr. Putin, Garry Kasparov, com o título “Xeque-Mate, How life imitates chess” (como a vida imita o xadrez). Sempre achei que, efetivamente, o desporto e particularmente o futebol é uma metáfora perfeita da vida. Mas se o xadrez nos remete para tudo o que é estratégia, o futebol remete-nos de forma perfeita para uma ideia de espírito de grupo e de superação coletiva.
Num jogo em que o Benfica recebia em casa a única equipa que o tinha derrotado para o campeonato, nesta época, o que estava em causa não era “vingança”, como vi escrito, mas sim uma desforra que só é relevante em função do objetivo final dos encarnados: chegar ao primeiro lugar e, depois, renovar o título de campeão nacional.
A desforra da derrota na primeira jornada aconteceu e de forma concludente. O Benfica foi muito superior durante quase toda a partida com mais uma exibição fabulosa do “veterano” Di María, a marcar um golo fantástico e a assistir Marcos Leonardo para o seu segundo golo, em dois jogos como suplente. Numa altura em que chegam reforços à Luz. Bem necessários para atacar esta segunda volta que, até pelo que os adversários diretos têm feito e mostrado, vai ser renhida. O xeque-mate final, esse, ainda está longe e será mais lá para maio, mas o Benfica prepara-se bem para isso."

O fim da Taça da Liga


"Por causa do aumento de número de jogos nas provas europeias, a Liga vai afastar no novo formato 26 clubes que não estão na Europa...

Começou ontem, em Leiria, a última final a quatro da Taça da Liga tal como a conhecemos. A partir da próxima época, a competição que sempre foi o parente pobre do futebol português deixará de ser aberta a todas as 34 equipas do futebol profissional e passará a ter lugar para apenas oito - os seis primeiros classificados da Liga e os dois primeiros da Liga 2.
O principal argumento para a alteração é o aumento do número de jogos nas competições europeias. Também a partir da próxima temporada, a fase de grupos (tecnicamente fase de grupo, porque passa a ser um campeonato único) da Liga dos Campeões e da Liga Europa passa a ter oito jornadas, em vez de seis (sendo que as duas datas adicionais são nas duas últimas semanas de janeiro). Para atenuar a acumulação de jogos para os clubes que estão nas competições europeias, a Liga decidiu reajustar a Taça da Liga, que se inicia diretamente em quartos de final antes da final four tradicional.
Com isso, os clubes que estão nas provas da UEFA poupam um jogo. Em vez dos futuros quartos de final, na Taça da Liga desta época jogaram dois jogos numa fase de grupos que apurou diretamente para as meias. Talvez esse jogo que deixam de fazer seja determinante no sucesso português na Europa, pelo qual a Liga diz tanto pugnar. Não me parece, mas admitamos que sim.
Mas mesmo que assim fosse, e que achassem obrigatório cortar esse jogo a mais, era completamente escusado afastar 26 clubes da possibilidade de lutarem pela conquista da Taça da Liga.
Criada em 2007, quando o campeonato ainda tinha apenas 16 clubes (que saudades...), a Taça da Liga foi uma forma de simultaneamente tentar encontrar novas fontes de receitas para os clubes e de preencher uma época competitiva que ficava algo vazia para a maior parte dos clubes, aqueles que não participam nas competições europeias.
O cenário não mudou, mesmo com o alargamento da Liga a 18 clubes e as quatro jornadas adicionais que isso implicou. O ano desportivo é suficientemente grande para que Portugal não tenha jornadas de campeonato a meio da semana. E na Taça de Portugal, só a partir dos oitavos de final (ou seja, com mais de metade das equipas profissionais já eliminadas) se deixa de jogar ao fim de semana.
Sem a Taça da Liga, o calendário dos clubes que não estão na Europa ficará ainda mais vazio. Mesmo admitindo que os quatro primeiros do campeonato - e abrindo até a possibilidade de um quinto clube também ter esse direito, se entrasse na fase de grupo(s) da Liga Conferência, o que até agora nenhum português conseguiu nos três anos de existência da terceira prova da UEFA... - se apuravam diretamente para os quartos de final da Taça da Liga, por que não ter os outros 29 ou 30 clubes a lutarem pelas restantes três ou quatro vagas, com oito grupos que garantissem pelo menos dois jogos e na maior parte dos casos três a cada equipa e depois mais duas eliminatórias até se chegar aos quartos de final?
Porquê? Porque na verdade a mudança de formato da Taça da Liga tem muito menos a ver com o calendário do que tem com o potencial aumento de receitas. A ideia original, aliás, era de apurar diretamente os quatro primeiros do campeonato para a final four. Assim, não haveria risco de um qualquer Estoril desmancha-prazeres eliminar um grande como o FC Porto...
Com essa garantia de que os grandes estariam na fase final, seria muito mais fácil comercializar a prova e levá-la para o estrangeiro, como a Liga pretende (atendendo ao entusiasmo que o campeonato cá do burgo desperta lá por fora, boa sorte com isso...). A concessão de fazer uma eliminatória antes, por proposta do Vitória de Guimarães, foi contrabalançada com a obrigação dos quatro primeiros jogarem em casa nos quartos de final...
Pode ser entusiasmante ter ano sim, ano sim uma final a quatro com os quatro maiores clubes portugueses? Há o risco da monotonia e de se vulgarizar os jogos grandes, mas diria que sim. Mas chamem-lhe outra coisa, Taça da Liga é que não. Essa acaba no sábado, em Leiria."

Cronometrar as compensações e a ideia de fora-de-jogo de Wenger: há que refletir


"A chave do sucesso universal do futebol é um conjunto de regras simples e estável

O segredo da universalidade do futebol, incomparável a qualquer outra modalidade desportiva pela absoluta intercontinentalidade, reside essencialmente na simplicidade e na perenidade das 17 leis que regem oficialmente o jogo desde final do Século 19.
A porventura mais complicada destas leis é a 11, do fora-de-jogo, e ao contrário do que muitas vezes intuímos existe desde os primeiros esboços feitos por ingleses, mais tarde formalmente definidos pelo International Board. Sofreu alterações ao longo da centenária história da modalidade e é de crer que todos quantos a seguem percebem o que é e para que serve.
Todas as outras regras são maravilhosamente simples. Anualmente, o International Board atualiza detalhes da aplicação das mesmas, mas raramente introduz alterações estruturais. São leis periodicamente regulamentadas, por assim dizer.
Desde 1886, podemos apontar quatro mudanças de grande relevo: substituições (1958, apenas em caso de lesão, e a partir de 1970 por opção), cartões (1970, inspirados nos semáforos de trânsito), desempate por penáltis (1970) e inibição de os guarda-redes jogarem com as mãos após atraso com o pé de um companheiro de equipa (1992). Tudo o resto mantém o espírito das 17 leis fundadoras.
Há, por isso e muito justificadamente, enorme relutância em mexer demasiado, como outras modalidades foram forçadas a fazer por forma a granjearem mais adeptos mundo fora. Ainda assim, novas ideias surgem e algumas merecem atenção.
A introdução do VAR está a ter forte impacto nos espetáculos de futebol, mas não mexeu na essência das regras. Decorrem daqui, porém, algumas especificidades que já conduziram a boas propostas. A melhor parece ser a de Arsène Wenger, que defende a punição de fora de jogo apenas se nenhuma parte do corpo do infrator estiver em linha com o penúltimo defesa. Manter-se-ia a polémica em torno da eventual falibilidade da tecnologia e dos homens que a manuseiam, mas manter-se-ia a adequação ao espírito original da lei: impedir que um jogador retire vantagem de uma posição irregular, o que é óbvio não suceder quando a unha de um dedo grande do pé pode determinar essa irregularidade. Anular golos por 2, 10, 15, 20 ou mesmo 30 centímetros é um preciosismo que não favorece o espetáculo.
Outro tema que se tem levantado é o do tempo de jogo útil. Para atacar o problema das baixas percentagens, não falta quem advogue que o jogo passe a ser cronometrado, à imagem do que sucede noutras modalidades coletivas, incluindo o afilhado futsal.
Excluindo uma eventual supressão do fora-de-jogo, que retiraria a inteligência ao jogo, não vejo outra medida mais prejudicial àquilo a que todos nos habituámos a conhecer como futebol. Desde logo porque se joga numa área enorme e ao ar livre; porque prejudicaria a previsibilidade de duração, importante para o negócio das TV, entre outros considerandos possíveis.
Mas há uma boa ideia a ter em conta, da qual o treinador Rui Vitória, por exemplo, já falou: cronometrar os tempos adicionais de cada parte. O impacto no jogo seria reduzido, porque focado em períodos curtos e concretos, e seria concedida, de facto, uma compensação pelo tempo que os árbitros entendem (segundo critérios objetivos e uniformes) ter sido desperdiçado durante os 90 minutos.
Mexer no futebol, sim, mas devagar e com muito tato."

Demolidores!

Exorbitâncias...

O Homem, o Futebol e a Ilusão


"Talvez o futebol e outras modalidades tomadas por indústrias económicas maduras, devessem alocar a causas promovidas pela ONU, uma percentagem da sua movimentação financeira.

O futebol é uma forma, um meio, talvez o mais expressivo, das pessoas mostrarem o quanto precisam de se identificar com algo. Uma identificação que me parece um escape, uma fuga ao medo da inutilidade.
Ser deste ou daquele clube parece dar um sentido à vida. Por isso os pobres continuam a vibrar com os que ganham milhões. A pessoa pobre materialmente tem no futebol milionário uma vibração única e viciante. Vibra com profissionais que têm salários astronómicos, em muitos casos obscenos, mas que nada lhe importa na hora da vibração do ego.
A pessoa vulnerável apoia fervorosamente uma indústria sólida, milionária, cheia de negócios e interesses complexos, muitas vezes feridos de licitude. Que importa se o meu clube ganha.
O mundo do futebol movimenta milhões, quer em países ricos quer em países menos ricos, quer em países desenvolvidos quer em países em desenvolvimento, e, ainda assim, a pobreza não desaparece.
O futebol é uma indústria de milhões, de egos exacerbados, de ganância e arrogância, de extravagâncias sem senso comum, dotada de um sentido que não resolve a pobreza mundial e ainda confere à mente humana um sentido ilusório de vida prazerosa.
Referi-me aos pobres materialmente, mas quando vejo pessoas a discutir fervorosamente um resultado do seu clube, uma falta num momento do jogo, uma decisão do árbitro, colocando em causa a relação humana entre iguais, por clubismo, creio que encontro os verdadeiros pobres.
São esses os pobres de espírito e alma, os pobres de valores morais e humanos, deficitários em sensibilidade, que por causa do clube do qual nem sequer escolheu ser, ficam cegos de raiva ou vaidade. Perdem o equilíbrio e a lógica da igualdade. Discutem como se a sua identidade se perdesse com a perda da razão clubística.
As crianças nascem, e ainda sem perceber que atmosfera é esta que lhe dá a vida, já são sócios ou simpatizantes de um clube. Normalmente do clube do pai para que este satisfaça o seu ego, o seu narcisismo, e garanta estupidamente a sua descendência. E a criança dirá um dia – sou deste clube porque o meu pai já era. E pronto, isso dá um sentido à coisa.
Este é um dos maiores condicionalismos do Homem. Ser algo que não escolheu ser e que poderia ter escolhido, e do qual ficará refém toda a vida. Uns dizem que é como uma religião e, em ambos os casos, creio que são formas de tratar os humanos como “manadas a alinhar”.
A dimensão religiosa e futebolística não evita guerras, nem assédios, nem negócios ilícitos, e até mostram que o Homem foge ao pensar pela própria cabeça. Alista-se numa tendência e defende-a como se tivesse sido uma opção sua. O Homem aliena a capacidade para pensar e para decidir porque, desafortunadamente, foi condicionado na infância, no início da vida.
Tive momentos em que senti uma espécie de medo se deixasse de seguir o catolicismo ou o sportinguismo, porque geraria um vazio na vida, uma perda de identidade ou motivação no quotidiano.
Na verdade, ao livrar-me dessa dependência de vida, isto é, ao deixar de viver a pensar na recompensa de Deus na hora da morte ou em viver os dias a pensar no próximo jogo do Sporting, fez-me ver outras coisas. Na verdade, apenas isso – ver as mesmas coisas de outra forma.
Por último, um desejo.
Deveria haver o desígnio humanitário mundial – “erradicar a pobreza no mundo”.
Aí, talvez, o futebol e outras modalidades tomadas por indústrias económicas maduras, devessem alocar a causas promovidas pela ONU, uma percentagem da sua movimentação financeira. A riqueza mundial está num desequilíbrio exasperante."