sábado, 5 de outubro de 2024

O paradigma do FC Porto aberto ao mundo e do Benfica fechado em si mesmo


"O futebol português parece um pouco mudado, porém, por enquanto, os três grandes estão a ganhar. Será que a acalmia irá resistir quando a ansiedade naturalmente aumentar?

O futeboliquistão não adormece embriagado e dorido e acorda todo preparado para a vida logo pela fresquinha, de camisa engomada e por dentro das calças. Não há remédio caseiro, com mais ou menos gemas de ovos, engolido de nariz apertado entre indicador e polegar e careta escondida, que lhe devolva a dignidade de um dia para o outro. Daí ter dúvidas de súbitas alterações de que um futebol que nunca gostou de si próprio ter subitamente aprendido a amar-se. Bom seria, não duvidem.
É ainda tão cedo que não é por não cheirar a napalm que, quando começar a doer e os objetivos parecerem escorregar por entre os dedos, não se espere voltar a sentir a pressão, o ambiente mais carregado e barbaridades ditas e repetidas em momento de descontrolo, tão típico da humanidade e mais ainda da que acha que gosta do jogo. É que nem o génio com maior quociente de inteligência em todo o planeta conseguiu descobrir como manter a racionalidade na reação ao pontapé para a atmosfera de debaixo um Arco do Triunfo ou ao frango monumental, replicado desde o seu epicentro até estilhaçar todos os corações na periferia.
Não é só. É ainda penálti não marcado, o golo anulado, a ilegalidade que não se viu, a raça ou a falta dela, a atitude e a sua ausência, as substituições que não fizeram sentido para meter os mesmos, a escorregadela na hora de atirar, o passe que ficou por fazer e ensombrou o drible, o mau atraso, a perda em zona de risco mesmo que este fosse calculado, o amarelo que era vermelho e o vermelho alaranjado que bem que podia ter sido amarelo. Não podia?
Inúmeras as discussões de proporções dantescas. Da TV para as bancadas, das bancadas para as esperas. Rastilhos a cada canto, armadilhas preparadas, e o bom senso a ir pelo cano.
O ponto de partida não foi o mesmo de antes. No Dragão, as várias roturas fizeram circular o ar ao mesmo tempo que esvaziaram um pouco as expetativas, nunca abaixo, no entanto, do compromisso de sempre, fasquia inegociável, que dá sempre uma referência de estabilidade no meio de mares revoltos. A Supertaça alimentou as almas para o clássico a seguir devolvê-las um pouco à realidade, embora todos saibamos que irão estar lá até ao fim. Ou perto deste. Ainda lhes dará mais motivação a ideia de que podem provar que se pode ganhar de outra forma, integrando uma visão mais global do mundo, uma maior e mais saudável proximidade entre todos os agentes e, mais importante ainda, entre os seus: atletas, dirigentes e adeptos. É difícil que não resulte, pelo menos a longo prazo, porém, se isso acontecer, de certeza de que todos saberão que não é tal abertura que lhes desfaz as asas.
A estabilidade no FC Porto encontra paralelo e a um nível ainda superior em Alvalade. As dolorosas sensações trazidas inevitavelmente de Aveiro diluíram-se na solidez de um processo que não abala com a mudança de intérpretes, tal como muito provavelmente as escorregadelas, literais e não literais, de Eindhoven serão digeridas, tranquilamente, de forma adulta, como se de um acidente de percurso se tratasse. Não será apenas isso, tal o incómodo causado pela pressão com referências individuais (como a Atalanta fez ao Sporting há não muito tempo) que dificultou e muito as dinâmicas da equipa na transferência da defesa para o ataque e nas ligações com os homens da frente, mas há uma confiança fortíssima nas ideias do técnico, que as transmite depois para quem as queira ouvir nas salas de Imprensa. A abertura sublinha também essa ideia de que comunicar bem e, sobretudo, de forma acertada para um público cada vez mais culto, dada a imensidão da informação ao seu dispor, só engrandece a liderança, em vez de reduzi-la, e tornar-se inimiga de si própria, fornecendo armas aos adversários. O mesmo se passa com os jogadores, hoje com bem maior liberdade para falar do que no passado.
Se houve continuidade a vários níveis, desde a estrutura do futebol aos jogadores nucleares, nos leões, o Benfica assentou sobretudo numa ideia de paz podre ou de relação má resolvida entre o treinador e adeptos, que não funcionou. A gestão de expetativas, também por ausência de uma liderança forte ao mais alto nível, nunca foi feita da melhor forma, tendo em conta um modelo inegociável e a política desportiva, e Schmidt não soube cativar apoios a partir de certa altura. Hoje, os resultados e sobretudo as exibições acalmam as hostes e a fezada de Rui Costa parece ter tido resultado. A razão passa sobretudo por Bruno Lage, que não se fechou no seu modelo e procurou soluções para o que tinha em mãos.
Na Luz, o clube com maior número de adeptos no país e que, por isso, ainda mais se pode alimentar de heróis e das suas façanhas, as janelas estão fechadas e trancadas e o ar não corre. Não há tranquilidade no discurso, temem-se as assembleias e os votos negativos, e as aparições em público são controladas o mais possível. Os protagonistas são ocos, pouco deles se conhece para além da bidimensionalidade que apresentam em campo. O Benfica acha que controlando toda a informação está mais perto de ganhar, o que está longe de ser verdade.
Bruno Lage não vai comunicar melhor do que Schmidt a não ser na imagem de paixão. Isso garantir-lhe-á uns pontos-extra, apenas isso, mais os que angariou com a noite europeia que devolveu à Luz e que vai permanecer na memória das bancadas por algum tempo. Falta ver o técnico à luz das derrotas. Evoluiu no tempo que passou fora da Luz?
Hoje, o futebol português vive tempos de acalmia. Apesar dos pontos em atraso, há esperança cada vez mais viva nas águias. A de um novo milagre de alguém que já foi milagreiro. Os leões apresentam-se dominadores. E, no que diz respeito aos dragões, subsiste a certeza de que serão candidatos como sempre. Enquanto os três ganharem, o ambiente assim continuará, mas todos sabemos não ficará assim para sempre. As armadilhas estão espalhadas. O teste será duro, mais uma vez, ao novo paradigma do futebol português."

4 comentários:

  1. O “EVANGELHO” CARTILHEIRO DE MATEUS ANTI-BENFICA NA EX-BÍBLIA, A CARBURAR A TODA A FORÇA


    Luís Mateus, hoje director-executivo - um cargo com pompa para fulano tão medíocre – continua na sua saga anti-Benfica.

    Tudo está mal, pouco ou nada se aproveita e até se dá ao desplante de tecer considerações sobre a estratégia geral e comunicacional do Clube, imiscuindo-se em assuntos do foro interno como se fosse ele o maior e melhor guru do mundo e arredores.

    Quem ouve ou lê este indigente jornalístico tem necessariamente de esboçar um sorriso de desprezo perante tamanhos dislates. Sempre que abre a bocarra tendo como parceiro o inefável JP&S ou carrega com as patolas no teclado, construindo os seus parciais artigos de opinião, já sabemos de antemão que é para ferrar mais umas grosseiras alfinetadas no Maior – para este primata, o que se infere deste texto miserável abaixo transcrito, é que o SL Benfica só é o maior de Portugal em número de adeptos – com um conjunto de canalhices mais ajustadas a um anti-benfiquista primário tal qual um boçal hominídeo da Idade da Pedra.

    Paz pôdre no Clube, má gestão de expectativas, liderança fraca, fezadas, milagres e milagreiros, Lage ao mesmo nível de Schmidt em termos comunicacionais, etc., etc., etc., são muitos dos habituais chavões para tentar por si desestabilizar o Clube e apoucá-lo. Acrescenta ainda substantivos como “façanhas”, o plural de uma palavra habitualmente utilizada com contornos depreciativos, “intranquilidade”, “aparições controladas”, “protagonistas ocos e bidimensionais”, “controle da informação”, etc., etc., etc.

    Mas quem é este façanhudo para tecer considerandos deste teor?

    Quem é este pobretanas intelectual que refere que “Lage não vai comunicar melhor do que Schmidt”?

    Quando é que este podão jornalístico vê o passo acertado e é chutado de vez de um desportivo outrora de topo, que merece muito mais do que o bando de escrevinhadores e anti-Benfiquistas que por lá grassa e que quase o tomou totalmente de assalto?

    Também ficámos a saber que este gajo espera ansiosamente a primeira derrota do Benfica de Lage “para ver como é” e que vá lá saber-se porquê escreveu um livro sobre Schmidt, “Schmidtologia”. Mais um a mamar à conta do alemão!

    Pobre alemão, campeão nacional e vencedor da supertaça de futebol, esgaçado por um grupelho de fascínoras da CS afectos ao anti-Benfica, depois de lhes matar tanta fomeca!

    Schmitdt, para esta cáfila de agentes oportunistas foi como um preservativo rasca – serviu para esgalhar umas parangonas nos pasquins e agora joga-se na sarjeta!

    Quando um indivíduo deste calibre tem o desplante de escrever esta “pérola” que se segue, está tudo dito:

    . “A estabilidade no FC Porto encontra paralelo e a um nível ainda superior em Alvalade.”

    Nem uma linha sobre as dívidas, sobre as negociatas, as vigarices e as formas trapaceiras como o grémio do putêdo e o do lagartêdo atingiram essas alegadas “estabilidades”.

    “Violinos do apito”, expulsões a torto e a direito, guarda-redes comprometidos e penaltys fantasmas desbloqueadores não fazem parte desses fantásticos paradigmas!

    “Paradigmas”, intitula ardilosamente o escrevinhador no seu artigo de opinião, substituindo a palavra “exemplos” por essa outra mais disfarçada.

    Ora pr’ó c@r@lho com os teus “paradigmas” ó apóstolo de pacotilha!

    Junto segue o veneno destilado por uma mente viperina, ignóbil, deste desgraçado “jornalista” científico, analista-cronista-colunista-comentador, que na quarta–feira pretérita necessitou de “bicarbonato de sódio” e “halibut” após uma das sodomizações jamais vistas no Portugal do futebol – os 4-0 do SL Benfica ao Atlético de Madrid, que percorreu uma área ardida, desde os ânus estraçalhados de muitos até aos seus ulcerosos intestinos delgados!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tudo bem dito, Anónimo, essa gente só tem uma missão: apequenar o Glorioso.
      Mas nunca o vão conseguir, os grupos de média estão todos na mão dos comparsas do Altis e têm que seguir a linha editorial dos donos, o grupo Ringier segue o mesmo caminho. Eu leio essas pérolas que eles escrevem, mas o que eu me rio de todas as tentativas de apequenar. Somos enormes nada nem ninguém nos derruba.

      Eliminar
  2. Ó Abidos,
    Como é que publicaste neste teu blog estas alarvidades do Mateus?
    Este gajo não tem feito outra coisa senão achincalhar o Glorioso.
    Isto é fazer-lhe publicidade, crlh!

    ResponderEliminar
  3. Quem é que tem paciência para ler estas prosas?

    ResponderEliminar

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!