"Olhando para os dados oficiais de 2023, Portugal tinha nessa data 773.845 atletas federados, numa população próxima dos 11 milhões de habitantes. Quando pensamos em atletas federados sabemos que se trata da vertente do desporto focada na competição, deixando de fora destas estatísticas milhares de atletas que praticam desporto apenas por recreação.
Voltando aos mais de 750 mil atletas federados verificamos que apenas 10 modalidades representam cerca de 75% da totalidade desses atletas: futebol (215 mil), natação (103 mil), voleibol (59 mil), andebol (48 mil), basquetebol (30 mil), ténis (27 mil), ginástica (23 mil), atletismo (21 mil) campismo (21 mil) e ciclismo (19 mil).
Em sentido contrário, as restantes 70 modalidades com federações oficiais, representam apenas 25% do total de atletas federados existindo 30 modalidades com menos de 3.000 atletas federados registados. Estes números mostram uma divisão clara entre modalidades ricas e pobres em Portugal.
No entanto, se quisermos fazer uma análise profunda sobre as modalidades preferidas dos portugueses não nos podemos fixar apenas neste indicador já que, em muitas delas, o número de atletas de recreação é seguramente muito maior do que o número de atletas de competição.
Pensemos apenas em 5 exemplos: futebol, natação, ciclismo, atletismo e padel. Pensem nos finais de tarde, noites e fins-de-semana e lembrem-se de relvados, sintéticos ou pelados no futebol, piscinas privadas ou municipais, estradas, ciclovias e marginais e clubes de padel e facilmente percebemos que, só nestas 5 modalidades, o número de praticantes por recreação chega às várias centenas de milhares em todo o país.
Pegando no exemplo do padel, a modalidade com maior crescimento em Portugal nos últimos anos, as estatísticas oficiais indicam apenas 11.000 atletas federados em 2023, mas as estatísticas não oficiais estimam que existam uma comunidade de praticantes superior a 300 mil atletas.
É nesta combinação, a soma de atletas federados com atletas de recreação, que podemos verificar a verdadeira dimensão e força de cada modalidade em Portugal. Quanto maior o número de praticantes, maiores serão os volumes de receitas, a venda de equipamentos ou bilhetes bem como a atração mediática e de patrocinadores.
Neste contexto, é crítico que cada federação desportiva portuguesa seja capaz de trabalhar nos diferentes segmentos de adeptos, praticantes e patrocinadores para poder garantir o desenvolvimento e sustentabilidade da sua modalidade a longo prazo."
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