sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Renato Sanches e os outros: não há duas lesões iguais


"Três crónicos candidatos ao título retomam a Liga com lesões relevantes nas respetivas equipas. Mas há uma que preocupa mais os adeptos, pelos antecedentes do infortunado

A semana que marca o regresso do futebol caseiro, naquilo que poderá ser considerado, por virtudes do calendário, uma espécie de segundo arranque do Campeonato Nacional, não traz grandes notícias aos três candidatos crónicos ao título no que respeita a lesões.
O Sporting retoma a competição sem o guarda-redes titular, o FC Porto vê-se forçado a adiar a estreia de uma das contratações mais empáticas e simbólicas do verão e o Benfica vê-se privado do poder de arranque de um médio vindo do... PSG, de onde na realidade poucas boas notícias têm chegado à Luz nos últimos anos no que respeita a jogadores emprestados.
Cada lesão é um problema, antes de mais, para o próprio jogador. E será sempre um problema para os treinadores. Mas assim como não há duas lesões iguais, porque nenhuma pessoa é igual a outra, estes três casos enquadram-se em cenários absolutamente diferentes, com especial destaque para a de Renato Sanches no Benfica.
Pode até ter sido — esperamos sinceramente que sim, porque a saúde é bem acima de quase todos — apenas uma coincidência, mas convenhamos que não haveria benfiquista que não esperasse pela primeira recaída do médio internacional português. Os números são claros, como poderá ler nas notícias dedicadas ao tema por A BOLA, e até José Mourinho chegou a referir-se ao assunto de forma pouco meiga: Renato Sanches, desde que deixou o Benfica, passou largo tempo lesionado e representava desde logo, por isso, um risco num mercado de contratações que não correu exatamente como os adeptos esperavam.
Não é, infelizmente, caso virgem. O Sporting, por exemplo, tem tido em St. Juste um exemplo claro de jogador com potencial que a cada renascimento sofre novo contratempo e volta a ficar de fora das opções. Outros exemplos haverá, pelos clubes fora. Com todas estas coincidências, os jogadores perdem espaço nas equipas e os treinadores veem limitadas as suas opções.
É por estes antecedentes que o azar de Renato Sanches é mais relevante que os de Kovacevic, no Sporting, e Fábio Vieira, no FC Porto. Porque paira sobre ele uma espécie de nuvem nefasta que fará desconfiar os adeptos — em primeiro lugar e de forma que será sempre mais ruidosa — mas corre riscos de alastrar a sua sombra aos decisores, como desafortunadamente sucedeu a Renato nos clubes por onde tem passado desde que deixou a Luz com a coroa de campeão da Europa.
Que seja apenas uma coincidência e Renato possa, daqui a umas semanas, trilhar o caminho que o talento dele merece."

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