sexta-feira, 7 de junho de 2024

Dinâmicas, Bruno e Vitinha


"Grande diversidade de opções faz crescer responsabilidade da Seleção para o Euro

A caminhada começou. A Finlândia saiu melhor do que a encomenda, com dois golos que irão certamente obrigar Roberto Martínez a rever com os jogadores o momento da pressão sobre o portador e o posicionamento de uma linha defensiva em que a expetativa é que englobe poucas unidades e mantenha o distanciamento correto entre todas estas para que não se torne permeável. O sinal de alerta surge num setor já sido exposto pelo exagerar no risco por parte do próprio selecionador, mas a permeabilidade lembra jogos do passado recente, e deve ser desconstruída, a fim de que não se torne mais do que isso quando for realmente importante.
Numa partida sem grandes ideias ou fio condutor para lá do que Bruno Fernandes trouxe após o intervalo, não deixa de parecer crescer a responsabilidade de cada vez que se contam as opções para cada posição. Basta olhar para as laterais, por exemplo, onde antes havia lacunas. Nélson Semedo pode ser um defesa direito mais conservador ou uma adaptação à esquerda, Dalot e Cancelo medem-se pela profundidade que oferecem em cada uma das faixas – o do Man. United equilibrado entre abordagens defensiva e ofensiva, e o do Barcelona com capacidade de pisar terrenos mais próximos da baliza; o primeiro mais para uma ideia de construção, o segundo para superioridades numéricas e finalização – e Nuno Mendes, além da tendência natural para alargar a frente de ataque pela esquerda, também se mostrou preocupado em apanhar desprevenidos os rivais na grande área em momentos sem bola e em atrair por dentro, com Leão aberto para o 1x1. Opções válidas e até divergentes que dão dinâmicas específicas a quem não tem muito tempo para trabalhá-las em contexto Seleção. E estamos só a falar de uma função específica.
Além disso, há semanas que o futebol português olha com elevada expetativa para um eventual espaço no onze para Vitinha, o único português entretanto eleito para a equipa ideal da Liga dos Campeões. Roberto Martínez parece ter ouvido as preces ou sentido ele próprio essa necessidade, ao mesmo tempo que ainda tentou perceber como João Neves reagiria à primeira titularidade, se Francisco Conceição conseguiria ou não transportar a irreverência do Dragão para a equipa das quinas e como se apresentava fisicamente Diogo Jota. Os três deram respostas positivas, tal como o médio do PSG.
O espanhol tirou facilmente o elefante da sala e nem foi preciso puxar muito pelo cabedal. Manteve Palhinha, recuando-o para central, e entregou a batuta ao médio do PSG, com Neves ao lado. A decisão poderá ter antecipado uma decisão futura seja para o arranque – é preciso perceber se há continuidade, ou se foi experiência ou fruto das circunstâncias – ou no desenrolar do Euro, sobretudo perante equipas que vão naturalmente defender baixo.
O ensaio não deu para muito mais nem era naturalmente aquilo que se pretendia. Importante era apenas aquecer os motores, nem que seja porque a Croácia promete, já no sábado, fazer disparar o grau de exigência."

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