"Fez-se história - mais uma vez - no Sport Lisboa e Benfica. No passado fim de semana, a equipa feminina de voleibol conquistou a Taça de Portugal, feito interno que não era alcançado há meio século. Em 1974, aquando dessa última vitória, tudo era bastante diferente no Clube, no país e o no mundo. Para pior.
É certo que a equipa de há 50 anos continua a ser uma das mais bem-sucedidas da história do clube - as famosas Marias. E aquilo que aquelas mulheres fizeram e conquistaram foi, não uma pedra, mas uma montanha no triste oceano que era a realidade portuguesa. Nesses tempos, o papel da mulher era de subserviência, de dependências, ao ponto de nem sequer poder viajar sem autorização do marido ou do pai. Meio século depois, é o Sport Lisboa e Benfica quem mais faz pelo papel das mulheres no desporto em Portugal. À escala mundial, é um caso único, tendo equipas femininas nos principais campeonatos de futebol e modalidades de pavilhão. E sempre na luta pelo 1.º lugar.
Nestes 50 anos que passaram até à explosão de alegria em Viana do Castelo, quase tudo mudou no desporto feminino em Portugal, e o protagonismo do Glorioso não pode ser secundarizado. O mediatismo alcançado pelas equipas femininas do Clube não tem comparação e é o motor para a continuidade e para o crescimento, não apenas do SL Benfica, mas de todos os outros clubes em Portugal. È preciso que isso seja aceite sem dramas pelos nossos concorrentes. Olhe-se para o impacto social e financeiro, no feminino, da equipa de futebol. Ou os títulos alcançados - e respetivo aumento da qualidade das seleções nacionais - das equipas de hóquei em patins, futsal ou andebol. No caso desta conquista do voleibol, e à vista do que tem sido este projeto, não há dúvidas: é o primeiro título dos muitos que estão para chegar ao Museu Cosme Damião."
Ricardo Santos, in O Benfica
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