terça-feira, 16 de abril de 2024

Faltam 12 dias para as eleições no FC Porto


"Não tivesse o FC Porto andado, de há uns anos a esta parte, numa deriva financeira com consequências desportivas catastróficas, e não estaria a passar pelo que está a passar

A uma dúzia de dias das eleições no FC Porto, a nomenclatura dos dragões deixou de estar à beira de um ataque de nervos, e já deu o passo em frente: está agora em pleno ataque de nervos, traduzido pelas palavras erráticas de Sérgio Conceição, após o empate caseiro com o Famalicão, quando afirmou: «Querem meter esta região norte um bocadinho fora do sucesso desportivo que a equipa tem de ter em Portugal e na Europa.» Demasiado longe do primeiro lugar, ainda muito longe do segundo, e a ter de lutar para manter o terceiro, qual o problema do FC Porto, numa época em que teve uma boa prestação na Champions, goleou o Benfica por 5-0, e pode chegar à final da Taça de Portugal? Falta de consistência, em primeiro lugar, no plantel, e depois no controlo emocional. Sejamos absolutamente claros.
Até se sentir apertado por André Villas-Boas, a gestão de Pinto da Costa foi enfraquecendo a equipa, vendendo jogadores para tapar buracos financeiros, e substituindo-os por outros de menor gabarito; fez ouvidos moucos a apelos tão razoáveis quanto criar equipas de futsal ou futebol feminino; e só recentemente se lembrou da necessidade de requalificar quadros e proceder a melhorias estruturais. Ao longo deste penoso declínio, Sérgio Conceição foi maximizando - até ele próprio ceder emocionalmente e passar a ser o exemplo de que os seus jogadores não precisavam - os meios de que dispunha, conquistando títulos que pareciam destinados a outros, que à partida possuíam melhores argumentos.
Mas, como «pode-se enganar todos, por algum tempo; pode-se enganar alguns, por todo o tempo; mas não se pode enganar todos, todo o tempo», a veterania de Pepe, a lesão de Marcano e as saídas de Uribe e Otávio, a que se associou o desaparecimento de Taremi, tornaram em missão impossível o que foi pedido ao técnico portista.

Não tivesse o FC Porto andado, de alguns anos a esta parte, numa deriva que aportou resultados financeiros, com reflexo na qualidade desportiva, catastróficos, e não passaria, por certo, pelo que está a passar. E não valerá tapar o sol com a peneira, imputando as culpas a teoria da conspiração: o FC Porto, especialmente depois dos jogos com Benfica e Arsenal, tem apresentado futebol indigente, débil a defender e macio a atacar. Se a este facto, público e notório, associarmos um descontrolo emocional que começa no banco e alastra para dentro das quatro linhas, temos a explicação para a tempestade perfeita que se abateu sobre o reino do Dragão. E só faltam 12 dias para as eleições..."

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