sexta-feira, 26 de abril de 2024

Chaves-Estoril: batalha campal vergonhosa


"O que se passou no Chaves-Estoril é vergonhoso para o futebol. O jogo deveria ter sido dado como terminado, perante tudo que se passou, não havia condições para o jogo continuar.
A invasão de adeptos no campo e posterior agressões perpetradas por jogadores, caso raro, o normal é os jogadores agredirem-se entre si, é incompreensível e inaceitável que o jogo tenha prosseguido, como nada se tivesse passado.
Perante a insegurança e o exaltar de ânimos, sem condições mentais e anímicas dos jogadores e equipas técnicas, o jogo deveria ter acabado ali. A equipa da arbitragem não teve o mesmo entendimento.
Um jogo de futebol não é uma batalha campal e deve preservar-se a integridade de todos os intervenientes: árbitros, atletas, equipa técnica, apanha-bolas e adeptos que assistem ao jogo.
Um exemplo lamentável que dá uma péssima imagem do futebol.
Pelo que me apercebi ao visionar o vídeo os adeptos do Chaves não foram violentos com os jogadores do Estoril, todavia invadiram o recinto de jogo e abeiraram-se dos jogadores do Estoril.
Os jogadores do Estoril numa reacção espontânea começaram a agredir os adeptos, talvez com medo ou não estarem a perceber o que se estava a passar.
O que os adeptos do Chaves fizeram não se faz – os adeptos não podem invadir um recinto de jogo. Quando adeptos entram num recinto do jogo não é bom agoiro. Às vezes temos visto isso para tirar uma foto com Ronaldo ou outro jogador, outras vezes, para passarem alguma mensagem para as televisões de índole político ou afim. Mas são excepções.
Uma invasão de campo leva sempre a pensar ajuste de contas, o receio que algo possa acontecer e passe a vias de facto com violência.
A verdade é que a violência partiu dos jogadores do Estoril, mas fiquei com a ideia que foi em legitima defesa ao verem os adeptos do Chaves correrem para eles.
Qualquer ser humano, neste caso, jogador de futebol estando a jogar e vê um adepto correr para si, tem todo o direito de pensar o pior e defender-se.
No futebol a legitima defesa é sempre penalizada. Se o jogador fugisse ou não fizesse nada não era penalizado. Todavia como respondeu fisicamente vai ser penalizado.
Evidentemente, que Pedro Álvaro do Estoril com aquela joelhada agressiva pôs-se a jeito.
A lei por vezes é cega e não deve ser cumprida à risca.
Muitas vezes um jogador passa o jogo a provocar o seu adversário e, na volta, leva a resposta que pode passar as marcas. Assim, vê-se muitas vezes, o provocado por não ter mantido o sangue-frio é expulso e o jogador provocador com inúmeras picardias nada lhe acontece. Está mal! No fundo beneficia-se o infractor. O futebol é um jogo em que há disputa, confronto, com vitórias, empates e derrotas.
O futebol não pode ser um antro de loucos e atrasados mentais. O futebol não pode ser sinónimo de ódio e violência.
No futebol não pode haver invasões de campo, atirar garrafas a treinadores, agressões e indisciplina.
Futebol é paixão, emoção, alegria, tristeza e desalento. Quem não vê isto por este prisma não deve ir ao futebol."

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