quarta-feira, 13 de março de 2024

Olhar em frente


"O primeiro jogo do frente que recordo é uma derrota em Munique por 5-1. O segundo, nova derrota, em Alvalade por 3-0. Foi, pois, sobre lágrimas que nasceu o meu benfiquismo. Que dura até hoje. Que durará para sempre.
Após um resultado extremamente doloroso para adeptos, jogadores, treinadores e dirigentes, não é decerto este o momento para apontar o dedo a quem quer que seja. Pelo contrário, é tempo de manter a serenidade e de reforçar a união da família benfiquista em redor dos seus.
Nas horas difíceis, a paixão pelo Clube tem de se sobrepor à frustração da derrota. Independentemente das análises internas que possam, e devam, vir a ser feitas, aos adeptos restam dois caminhos alternativas: ou engrossar o coro de críticas mais ou menos destrutivas alimentado na comunicação social (para o bem e para o mal, é o Benfica que vende), contribuir para a desestabilização interna, acentuar défices de confiança nos jogadores, e fazer as delícias de quem gosta de nos ver perder; ou, pelo contrário, manter a cabeça fria, apoiar a equipa (é a nossa, não temos outra), unir-nos em torno dela, do treinador e dos dirigentes, e mitigar assim os efeitos negativos de uma derrota tão expressiva, ajudando, sem dramas, a criar condições para um rápido regresso aos triunfos. Ora, quem ama verdadeiramente o Clube não pode ter dúvidas sobre por onde seguir.
Os adeptos presentes no Estádio do Dragão deram um excelente exemplo: mesmo a perder por 5-0, fizeram-se ouvir no sei grito de amor ao Benfica. É essa a atitude certa para os próximos jogos, e até ao fim da época. Então, sim, fazem-se balanços e tiram-se conclusões.
Estamos na luta pelo Campeonato, pela Taça, e ainda na Liga Europa. Há que olhar em frente e congregar esforços para ir buscar o que esta temporada ainda tem para dar. E não é pouco."

Luís Fialho, in O Benfica

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