quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Assistências: ganhamos com pontapé de bicicleta


"Há 14 anos que o SL Benfica não jogava para o campeonato na Amadora. E o que aconteceu? O estádio encheu, claro - 6398 espectadores, a melhor assistência da época no Estádio José Gomes, na zona da Reboleira. O recinto tem capacidade para mais de 9200 pessoas, mas uma das bancadas estava coberta por lona publicitária. Talvez precisasse de obras, talvez o clube da Amadora não quisesse ganhar mais dinheiro com bilhética, talvez por questões de segurança ou estruturais. São só suposições porque, neste futebol da Liga de Clubes, nunca se sabe ao certo o que se passa. É por isso que há equipas que jogam sempre em casas emprestadas, adeptos que não podem usar adereços dos seus clubes nas bancadas adversárias ou preços de bilhetes vergonhosamente altos nas deslocações do Glorioso. Já para não falar de pesos e medidas diferentes para clubes com dívidas - uns descem de divisão, outros são perdoadas pelos bancos ou olha-se para o lado.
Mas está tudo bem. Pelo menos é o que nos diz a Liga, feliz na vida com o aumento médio de pessoas nos estádios, mas sem entender que o 'culpado' tem três nomes: Sport Lisboa e Benfica. Têm dúvidas? Eu dou uma ajudinha. Na vitória do SLB na Amadora por 1-4, os quase 6400 adeptos corresponderam a 96% dos bilhetes disponíveis. Duas horas depois, na zona do Campo Grande, em Lisboa, o por enquanto líder do campeonato, idolatrado por comentadores e jornalistas, melhor equipa a jogar futebol desde o Brasil de 1982 (segundo os mais imparciais), só conseguiu alcançar 65% da lotação do seu estádio, com menos de 33 mil espectadores. E vão à frente... Não chega sequer para entrar na lista das 20 melhores assistências do campeonato. As 9 primeiras são todas na Catedral, mas ainda só lá jogámos 9 vezes."

Ricardo Santos, in O Benfica

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