terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Entre encantos e desencantos, é o Benfica que sai a sorrir


"Quem esperava emoção de um dos grandes duelos entre SC Braga e SL Benfica, não saiu desiludido. O encontro da jornada 14 foi anárquico em alguns momentos, podia ter tido mais golos do que os que teve e foi um claro exemplo de amostra ofensiva – mesmo que nem sempre da forma mais esclarecida – e de incerteza no marcador.
Nem SC Braga nem Benfica fizeram alinhar no seus onzes médios defensivos ‘puros’ –Florentino ficou no banco e Al-Musrati ficou de fora – o que fazia desde já prever que o jogo seria mais partido. E quem o achou não se enganou. Com a transição defensiva a ficar para segundo plano, ganhou o jogo quem cometeu menos erros chave: as águias.

Golo madrugador e oportunidade para mais
Artur Jorge não quis mudar o esquema tático que tem colocado em prática, numa aposta que não foi particularmente feliz. A pressão a meio-campo do Benfica esteve, na primeira parte, a funcionar e uma perda de bola de Zalazar deu golo de Tengstedt.
O médio uruguaio foi sacrificado à meia hora de jogo por André Horta, mas as melhoras na equipa da casa demoraram a fazer-se sentir. As águias encontraram espaço com relativa facilidade, num jogo em que, em alguns momentos, não parecia existir meio-campo de parte a parte.
A tranquilidade era difícil de alcançar, uma vez que, com tanto espaço, o caos estava sempre a uma boa decisão de aparecer. Coisa que, diga-se, aconteceu, mas sem grande frequência.
As coberturas do conjunto de Roger Schmidt ajudaram a disfarçar problemas que surgiam quando o meio-campo era batido, com destaque para António Silva e Otamendi nesse capítulo.
O ataque dos arsenalistas sofreu com as más decisões dos seus extremos, tal como o do Benfica, que ficou a ‘dever’ dois golos à casa. Ao intervalo, o desperdício encarnado impedia um maior conforto no jogo, com apenas um golo.

Reação quase castigou a apatia
O segundo tempo trouxe uma postura mais expectante do campeão nacional, que podia ter sido facilmente castigado, caso a sua defesa estivesse num dia menos feliz.
Fez-se sentir a mudança de energia do Braga, com ataques mais pensados e a passar mais pelo meio-campo, ao invés da procura incessante pelo espaço e velocidade.
Nesse sentido, o Benfica perdeu gás no decorrer do encontro e passou por períodos de desconforto, com pouca bola e pouco acerto nos timings de pressão.
A tendência para desperdiçar manteve-se, com João Mário, no papel de Rafa, a falhar num lance que tinha tudo para marcar, numa das poucas oportunidades criadas pelo conjunto encarnado, a alinhar de preto excecionalmente.
O engenho caseiro já viu melhores dias e se não sai deste jogo com pontos, muito deve ao que não foi capaz de criar, nem de concretizar no último terço. Os pontos vão para o Benfica, que regressa às vitórias na liga e sobrevive no Municipal de Braga, num jogo em que caiu de rendimento de forma considerável no segundo tempo.
Entre encantos (primeira parte aberta) e desencantos (segunda parte mais de sentido único), o jogo entre Braga e Benfica prendeu as pessoas nas cadeiras e em frente aos televisores.

BnR na conferência de imprensa
SC Braga
BnR: Este foi o encontro da Primeira Liga com mais tempo útil de jogo. É o segundo jogo do SC Braga no top dez de jogos com mais tempo útil, o outro foi a receção ao FC Famalicão, que o SC Braga também não venceu. O golo cedo foi o fator-chave para que o jogo fosse mais corrido? E, sendo o segundo jogo do SC Braga com mais tempo útil que a sua equipa não vence, há algo a ajustar nesse sentido?
Artur Jorge: Não acho que o golo cedo tenha sido o fator chave. Tivemos aqui, e eu tinha dito isso, em jogo duas equipas fortes, que gostam de atacar, de ter bola. Portanto, era expectável que fosse um jogo em que teríamos as duas equipas a querer ganhar e isso veio a confirmar-se, aconteceu, sendo que com a vantagem do SL Benfica tivemos que ser nós a ir mais em busca de tentarmos ser mais rápidos, mais intensos, mais capazes de procurar a baliza contrária.

Outras declarações:
“O SC Braga merecia mais. Mais que a eficácia, terá sido a forma como iniciamos o jogo, um erro que nos condiciona para o resto da partida. Acabamos por dar uma boa resposta. Fizemos um bom jogo, com uma segunda parte dominadora, não tivemos essa eficácia e o resultado resume-se aos factos.”
“[Golo madrugador] decide o jogo. Deixa o adversário mais confortável, a tentar aproveitar a velocidade dos avançados e as costas da nossa linha defensiva. Criámos algumas situações, vimos uma equipa que defendeu bem e que ganha o jogo pela maneira que defendeu.”
“Tirei o Rodrigo pela necessidade de fazer um ajuste para a equipa ser mais eficaz no momento de pressão. Demos uma boa resposta imediata, procurámos igualar a partida para irmos em busca de um resultado diferente, que era o que queríamos ter procurado desde muito cedo. Não creio que tenha sido um jogo partido.”

SL Benfica
BnR: Colocou o Tengstedt no XI, contra a expetativa de algumas pessoas, que esperavam que o Arthur Cabral jogasse de início. Para além do golo, o que é que o avançado deu ao jogo da sua equipa?
Roger Schmidt: “Nos últimos jogos o Casper jogou bem. Ele é tecnicamente inteligente e forte fisicamente. Os nossos jogadores da frente têm de trabalhar muito sem bola e o Casper é muito bom nisso. Ele jogou bem em profundidade, acertou os timings das suas corridas Apesar de não ter marcado nos últimos jogos, era importante ele jogar esta partida.

Outras declarações:
“Foi um grande jogo, na minha opinião, com partes diferentes. Na primeira parte, estivemos muito bem, fomos muito perigosos. Não é fácil defender contra o SC Braga. Na segunda parte, tivemos a oportunidade de fazer o segundo golo. Tivemos dificuldade depois a defender um pouco mais profundos do que estamos habituados. Mas fizemos tudo para conseguir os três pontos e parabéns aos jogadores”.
“O Casper Tengstedt marcou e estamos muito felizes por ele. Se marcas cedo e não sofres golos, ganhas o jogo”.
“O Trubin já jogou 15 jogos e cresceu. É bom guarda-redes e está a crescer. Fez um grande jogo”.
“Temos de respeitar sempre o adversário. O SC Braga estava a perder 0-1 e procurou o golo. Tivemos oportunidade para algumas transições ofensivas. Depois de um jogo da Liga dos Campeões, contra um bom oponente, é importante defender bem. É futebol. Hoje, precisávamos de um bom espírito defensivo e conseguimos mostrá-lo”.
“Na minha opinião, merecemos ganhar”."

O Natal entre o bem e o mal


"Um aplauso sincero ao Feirense pela forma como tratou os adeptos do Marítimo

I. À hora que escrevo esta crónica, o clássico de Alvalade está longe de ter o seu início, portanto não irei falar aqui do que terá acontecido de mais relevante no Sporting-FC Porto da «noite passada».
Mas podemos e devemos falar do outro jogo grande da jornada, que colocou frente a frente SC Braga e Benfica, porque houve ali indicadores diferenciados que merecem realce e partilha.
Para quem não sabe, a primeira parte da Pedreira teve apenas seis faltas e quase 70% de jogo útil. São números muito, muito bons para a realidade nacional, que refletem não apenas o foco dos jogadores naquilo que mais importava - o jogo em si -, mas também a estratégia definida pela equipa de arbitragem, permitindo que a bola rolasse o maior tempo possível. Quando todos querem, todos conseguem. E bem.
No meio disso tudo, ganhou quem pagou bilhete e fez a viagem para ver o jogo in loco. Ganharam também aqueles que pagam mensalmente canal premium para assistir, em casa, a jogos de futebol da nossa liga.
Na segunda parte, os números não foram tão apelativos - era normal que assim fosse -, mas os dados finais não deixaram de constituir registo invejável: apenas vinte infrações assinaladas e, mais importante, quase 67% de tempo com a bola a rolar ininterruptamente.
Melhor do que as estatísticas, a qualidade técnico-tática do jogo, o comportamento globalmente correto de todos os intervenientes (adeptos incluídos) e uma arbitragem que, com poucos erros, muito contribuiu para um espetáculo que valeu a pena ver. Assim sim.

II. No extremo oposto, a notícia de novas agressões a um árbitro de futebol, desta vez nos Açores.
Aconteceu durante o AFCR Fraternidade-Vitória FC (jogo de seniores a contar para a Taça da AF Horta): um jogador do Fraternidade agrediu a soco o árbitro, na sequência de uma decisão que aquele tomou. Ao cair no chão, o juiz açoriano foi novamente agredido, agora a pontapé, por um segundo jogador do clube. Pouco depois, um terceiro (tinha sido substituído, mas reentrou em campo) atingiu-o também a soco. Os três agentes da autoridade presentes no local tiveram dificuldade em controlar a situação com eficácia. Honra seja feita a alguns jogadores do Vitória FC, que tudo fizeram para proteger a equipa de arbitragem.
A quadra natalícia não parece dar princípios a criminosos deste calibre uma espécie de espírito, que continuam a achar que bater, magoar e traumatizar os outros lhes dá valentia e personalidade. Não dá. Quem agride assim, vale zero como atleta.
Estou expetante para saber quais as consequências desportivas e criminais que sairão daqui.
Quando sensibilizar não chega, a única maneira de evitar esta selvajaria é através de sanções céleres e exemplares. A ver se desta vez a justiça funciona da forma que todos esperamos.

III. E para acabar em beleza, um aplauso sincero ao Feirense pela forma elevada, respeitosa e elegante como na última jornada tratou os adeptos do clube visitante ( Marítimo), oferecendo-lhes refeições ao intervalo. Felizmente, em matéria de bem receber, a equipa de Santa Maria da Feira não é única: há muitos outros emblemas, dessa e de outras categorias, que são exemplares na forma como recebem as equipas forasteiras e respetivos adeptos. São este tipo de iniciativas que nos fazem acreditar que o futebol, quando quer, é uma das maiores escolas de virtude de qualquer sociedade funcional.
A todos os leitores do jornal A BOLA desejo um Santo e Feliz Natal. Boas Festas"

Invisíveis!!!


"A invisibilidade a que a SportTV votou os adeptos do Benfica, em Braga, é inqualificável.
O futebol são os adeptos. São eles o motor e a combustão, que fazem móvel 22 jogadores atrás de uma bola.
Mais do que um vez, foi tema de debate em vários canais televisivos, principalmente daquele que existe a Norte e que vive de subsídios das autarquias, em programas ditos desportivos mas que só servem para fazer propaganda contra o Glorioso, que a BTV priva os espectadores de mostrar os adeptos adversários nos jogos dos encarnados no Estádio da Luz. Ora, não passam de PURAS MENTIRAS. E quem assiste aos jogos na BTV sabe muito bem que o são.
Mas não surpreende nada! Aliás - e agora que o SLBenfica está na frente (com um jogo a mais) da Liga - o que não vai faltar diariamente é Diogos Luises, Luises Vilares, Manteigas e Nunos "bufos" Farinhas - ou qualquer outro ex-assalariado do Benfica -, nas CNN's da vida a desenvolver DELÍRIOS carregados de AZIA sobre tudo e mais alguma coisa referente ao SLBenfica, aos seus jogadores, treinador e direção.
Não se deixem surpreender. Estão todos de luto e necessitam exteriorizar esses sentimentos..."

O desafio de dois sábios do jogo


"Aqueles que vivem estes jogos no excesso da ânsia do resultado, nem sabem o que perdem

Hoje, em Alvalade, um dos grandes jogos do Campeonato. Como diz Sérgio Conceição, um jogo que pode valer seis pontos. Atrever-me-ia a acrescentar que pode valer ainda mais, tanto para quem ganha, como para quem perde. Há um valor intangível, que diz respeito à saúde da mente, à energia psíquica, ao impulso natural do ganho, ou à desconstrução do sonho de quem perde. Por tudo isso, e mais o valor intrínseco de um jogo de futebol entre duas grandes equipas, o clássico desta noite concentra legítimas expectativas e causa uma inusitada concentração da atenção dos portugueses.
Aqueles que vivem estes jogos na perspetiva do adepto que apenas quer ver a sua equipa ganhar, nem sabem o que perdem. A ânsia do resultado, sobretudo quando é excessiva, tapa os olhos à doce paisagem da realidade e sustenta aquela verdade virtual que, ao que parece, se vai impondo no mundo de hoje como a verdade do interesse particular, ou a verdade do egoísmo. E, no entanto, um clássico, como este Sporting-FC Porto, deve ser devidamente apreciado em todos os seus detalhes. Um dos mais importantes será, certamente, o de perceber se a equipa de Sérgio Conceição vai conseguir prolongar a tendência de se sair bem com a tal fórmula de Rúben Amorim de saber tornar difícil as coisas simples, ou as coisas aparentemente previsíveis.
São dois treinadores que marcam de qualidade o futebol português. Dois sábios do jogo, capazes de o pensar, de o ler, de o compreender. Haverá, pois, uma luta invisível entre ambos. Um desafio que eles abraçam com um misto de inquietação e de prazer.
Interessante poder verificar como funcionará, frente ao FC Porto, a regra de «toda a largura» e da «maior profundidade possível» que caracterizam o ataque do Sporting. Fascinante observar como irá reagir o sistema de três defesas do Sporting para conter um ataque versátil, desequilibrador e muito experimentado do FC Porto.
A grandeza de um grande jogo de futebol é que ele tem muitos espetáculos, dentro do espetáculo. E é isso que se espera do jogo desta noite. Que ele consiga juntar à emoção do golo e do resultado, a dimensão maior da arte dinâmica de um grande jogo, protagonizada pelos melhores artistas. Também, entre eles, um desafio peculiar: Gyokeres e Taremi; Pote e Galeno. E outros."

O segredo inglês está bem à vista


"Grande parte do sucesso do futebol inglês depende da cultura do país. Não, não me esqueci da palavra desportiva. Esta será o reflexo da outra. O desporto não é mais do que um espelho da sociedade. A nossa está doente e é normal que o futebol, a única modalidade que parece interessar às pessoas (o que até, por outro lado, permite fenómenos apaixonantes ou de carolice em outras), também não perca este ar macilento, quase tuberculoso. A inglesa é bem mais civilizada e organizada e, como tal, o jogo no Reino Unido também o é. Parece simples. Para quem o quer ver.
Não quer isto dizer que não existam problemas. Claro que há. Durante várias décadas até ao início dos anos 90, Inglaterra tinha dois grandes dilemas, não necessariamente relacionados: um deles era o hooliganismo e outro a insistência no peão, que levou a algumas tragédias como Hillsborough.
As câmaras de vigilância dentro e na periferia dos estádios e as pesadas penas de prisão efetiva resolveram o primeiro, as bancadas totalmente cobertas com assentos e, como tal, também menos lotadas, o segundo. A Premier League não podia ser o que é sem isto, que obviamente protege o produto, e também sem algo não menos importante: os ingleses, quando precisam de resolver uma coisa, resolvem-na. Sentam-se, falam, entendem-se e resolvem-na. Por cá, nada é decidido, seja a justiça ou o local de um aeroporto, e nem se chegam a copiar os bons exemplos.
Assisti em Anfield ao Liverpool-Manchester United, o maior clássico do futebol britânico, e apesar de um tenso e dececionante 0-0 para os da casa não ouvi um único assobio a um jogador, mesmo que estivesse a jogar mal. Claro que não entrou uma única tocha nas bancadas - porque será? - e à exceção de uma discussão breve mais acesa, os jogadores respeitaram-se em campo. A diferença é cada vez maior para o Terceiro Mundo."

Passadas 24 horas: 10 notas sobre uma vitória que não foi a derrota apenas do Braga!


"1. Impressiona-me o negativismo resistente de vários benfiquistas em relação ao treinador e à equipa. Uma vitória mais do que justa obtida no campo de um candidato ao título não é suficiente? Encontraram assim tantos defeitos na equipa? Tinha que ser de goleada?
2. Curioso como a contratação mais polémica do verão é hoje considerada a mais bem sucedida. Trubin vai-se impondo e vai dando provas de que pode valer dez ou mais pontos no final da época. Ontem, com aquela defesa incrível no período de descontos, garantiu dois!
3. Farense, Salzburgo e, agora, Braga: alguém tem (ainda) dúvidas de que a equipa está com o treinador?
4. Ontem vi, ali bem debaixo das minhas barbas, a forma como o Di María se sacrificou em tarefas defensivas no momento em que a equipa a elas se entregou. Talvez essa tenha sido uma das razões para as dificuldades que nesse período mostrámos em sair a jogar: faltou-nos o craque argentino na construção.
5. Artur Jorge arremessou culpas diretas para um dos seus jogadores pelo golo que ditou a derrota da equipa. Parece que em Portugal todos o podem fazer, menos Roger Schmidt.
6. É justo realçar Luís Godinho, o árbitro, que teve uma atuação altamente positiva. E o tempo útil do jogo, o maior de toda a Liga. Bravo!
7. Falaram-me que a emissão da Sporttv não mostrou os adeptos do Benfica. Vai sendo um hábito a descriminação de que somos alvo naquele canal, muito em especial nos jogos a norte: nas imagens, nas repetições de lances polémicos, nos comentários. Eu estive na Pedreira e posso comprovar: os adeptos do Benfica foram extraordinários no apoio à equipa durante todo o jogo.
8. Para além do Braga, nosso adversário, a vitória na Pedreira significou uma estrondosa derrota para os anti-benfiquistas que comentam em vários canais televisivos. Como é possível que alguns deles tenham sido assalariados do clube?
9. Cheguei às 3 da manhã a casa, já segunda-feira, portanto. São assim os horários da nossa Liga, dando até a ideia de que são feitos de propósito para os adeptos terem mais dificuldade em acompanhar e apoiar a sua equipa fora de casa.
10. Sabemos que não é fácil garantir grandes contratações no mercado de inverno, mas todos esperamos que venham aí algumas prendas que nos tornem ainda mais competitivos. Estamos em quatro frentes, todas para ganhar!"

Fantástica primeira parte, vitória justíssima em Braga


"Braga 0 - 1 Benfica

Apontamentos tomados em direto das bancadas da Pedreira (sem repetições).
> 2 min e o Morato já está condicionado para o resto do jogo.
> 1-0 Tengstedt marca poucos mas são todos importantes.
> grande golo do Rafa, isolado faz um chapelão, tinha que estar fora de jogo?
> bola na barra, cada vez que vamos lá criamos perigo.
> mais uma bola nos ferros!
> vamos para o intervalo com resultado injusto: muitas jogadas de perigo, boas transições ofensivas, boas saídas a jogar sob pressão.
> segunda parte começa com grande jogada de Rafa e perdida inconcebível de João Mário. Acabava com o jogo.
> 65 min e o Benfica a perder gás, sem transições, cada vez mais recuado no campo.
> Fdx, que defesa do Trubin! Daquelas típicas dos guarda-redes que valem pontos.
> ACABOU, GANHÁMOS!!!"

Na montanha-russa dos mal-amados que se tornam heróis, Tengstedt dá a vitória ao Benfica em Braga


"Com um golo do dinamarquês logo aos 3’, os campeões nacionais venceram (1-0) na pedreira e subiram, à condição, para a liderança da I Liga, à espera do que suceda no Sporting-FC Porto

É como se a época do Benfica quisesse mostrar que, no futebol, nenhuma condição é eterna, que as bestas logo passam a bestiais e os ídolos a alvos de crítica, que a bola bater no poste e entrar ou esbarrar no ferro e sair é a verdadeira sentença que consagra uns e pune outros. É neste sobe e desce, qual etapa acidentada de uma corrida de ciclismo, que os pontas-de-lança das águias vivem a sua temporada.
Casper Tengstedt chegou a meio da época passada, meio desconhecido, vindo do Rosenborg, um dinamarquês chegado da Noruega sem argumentos para superar a concorrência de Gonçalo Ramos. Quando o algarvio foi vendido ao PSG, o nórdico viu Arthur Cabral chegar, uma contratação cara que, à partida, lhe taparia espaço, até porque também há Musa.
Só que Tengstedt, o pouco mediático e algo trapalhão Casper, resolveu especializar-se em golos decisivos. Abriu caminho à vitória contra o Estrela da Amadora, na jornada dois do campeonato, deu o triunfo frente ao Sporting, na frenética goleada do dérbi e, agora, decidiu o duelo contra o Sporting de Braga (1-0).
Se o dinamarquês, que parecia destinado a personagem secundária na época do Benfica, foi titular, foi porque Schmidt resolveu deixar Arthur Cabral no banco, mesmo depois da proeza em Salzburgo. O brasileiro, que passou de besta a bestial depois do golo que manteve o Benfica na Europa, voltou a desaparecer das opções em Braga. Nelas esteve Tengstedt, o herói improvável que começa a ser provável, o artista que não se esperava convidado neste concerto, mais um mal-amado a entrar na montanha-russa dos pontas-de-lança do Benfica.
Para ganhar na pedreira e ficar, à condição, em primeiro — o Benfica tem mais dois pontos que Sporting e Benfica, à espera do que suceda no clássico de Alvalade, e mais quatro que o SC Braga —, Tengstedt aproveitou um erro dos locais logo aos 3'. Zalazar perdeu a bola em zona proibida e Kökçü serviu o dianteiro, que não falhou. Nova subida nas ascensões constantes dos profissionais do golo nas águias, desta feita com Casper a sorrir e Arthur sentado no banco. Qual a próxima viagem? Aguardemos pelas cenas dos próximos capítulos.
Se numa ponta do campo há rotação de heróis, na outra há um ucraniano que se vai afirmando como as mãos — e os pés — firmes do Benfica. Trubin, o guardião da I Liga que, estatisticamente, é mais difícil de bater, voltou a corresponder. Fez seis defesas, a última delas crucial, negando o 1-1 de Banza, já em tempo de compensação. O clima de pré-crise parece ter saído da Luz e isso deve-se, em parte, à segurança do guarda-redes do Benfica.
O duelo deu sequência ao golo madrugador, mantendo a vertigem que o 1-0 aos 3’ indiciava e partindo para minutos de parada e resposta, de ataque e contra-ataque, de jogo vivo e elétrico, de futebol quente, contrastando com a fria noite minhota. Houve momentos na primeira parte em que parecia jogar-se em Braga uma homenagem ao futebol de rua, sem portagens ou barreiras criadas a meio-campo.
Artur Jorge quis manifestar a ambição do Sporting de Braga em forma de onze inicial. Abordou o encontro com quatro atacantes, juntando Ricardo Horta, Álvaro Djaló, Bruma e Banza, apostando na força do melhor ataque da I Liga. No entanto, a escolha abriu crateras que poderiam ter levado a que o resultado cedo ficasse decidido.
Surfando o caos proposto pelos locais, os visitantes aproveitaram para, a cada recuperação, explorar a ausência de policiamento do meio-campo minhoto para chegar com perigo à frente. Nos primeiros 30’, foram vários os lances de perigo do Benfica: António Silva e Otamendi estiveram quase a dar a melhor sequência a bolas paradas executadas por Di María, que acertou, ele próprio, na barra, num remate em arco só ao alcance dos eleitos.
Mas, perante a ausência de meio-campo arsenalista, quem mais se divertiu foi Rafa. No reencontro com a ex-equipa, o supersónico agitador conduziu e conduziu a bola, levando o Benfica para a frente, rasgando pelo campo como se fosse uma navalha a ferir o corpo do adversário.
Rafa marcou o 2-0, que seria anulado por fora-de-jogo — num fantástico chapéu, que nos faz julgar que,para que melhore o nível das suas finalizações, seria sempre melhor pensar que estava em posição irregular —, rematou às malhas laterais e serviu João Mário, já no segundo tempo, para um disparo frouxo em excelente posição.
Se a coroa do plano de Artur Jorge eram os muitos espaços para o Benfica aproveitar, a cara era a concentração de futebolistas elétricos, cheios de talento. Um dos mais em forma, Álvaro Djaló, rematou aos 14’ para enorme defesa de Trubin. Mas o Sporting de Braga foi errático e a troca, aos 32’, de Zalazar por André Horta parecia confirmar que havia insatisfação local com o rumo do desafio.
Artur Jorge foi mexendo na sua equipa. Colocou Niakaté para o lugar de Saatci, procurando evitar a expulsão do turco. Meter um jogador que já viu o vermelho cinco vezes em 51 partidas pelo SC Braga para evitar uma expulsão não deixa de ser irónico.
No segundo tempo não se assistiu à mesma vertigem da etapa inicial. O Benfica foi recuando, aproximando-se de Trubin como quem defende o seu castelo com base na segurança do seu guardião.
Sempre que o Sporting de Braga superou a defesa rival, o ucraniano disse presente. Aos 57', uma grande combinação entre Djaló e Banza deu uma excelente oportunidade ao melhor marcador do campeonato, mas a finalização saiu frouxa. Os minhotos só colocariam a bola no fundo das redes aos 68', mas Ricardo Horta, assistido por João Moutinho, estava em fora-de-jogo.
Os locais acumularam homens no último terço, mas foram perdendo critério. No final, a montanha-russa dos heróis dita que, no plano interno, o Benfica venceu todos os jogos de maior exigência da temporada: a Supertaça e a receção ao FC Porto para a I Liga, o dérbi contra o Sporting, este duelo em Braga. Schmidt saiu do último encontro da Luz em clima de divórcio com os adeptos. Quando lá voltar, respirar-se-á um ar mais puro entre o Benfica."

Vitória merecida


"O Benfica visitou o Braga e triunfou, com justiça, por 0-1, naquela que foi, até ao momento, a partida com mais tempo útil de jogo da Liga Portugal. O sorteio da Liga Europa e a qualificação para o Mundial de Clubes em 2025 são também temas em destaque nesta edição da BNews.

1. Qualidade e mentalidade competitiva
Na opinião de Roger Schmidt, "foi um jogo de topo". O treinador do Benfica considera: "Podíamos ter decidido antes, fomos sempre perigosos, tivemos grandes chances para fazer o 0-2, mesmo na segunda parte." E acrescenta: "Demos tudo para ganhar, mostrámos grande atitude e espírito combativo e, por isso, merecemos. Todos tiveram de trabalhar muito. Fomos a equipa que mereceu ganhar o jogo. Estamos num bom momento."

2. Benfica fez por ganhar
Tengstedt, autor do golo benfiquista, refere: "É sempre bom marcar cedo, isso deu-nos confiança e acreditámos em nós. Lutámos até ao fim e conseguimos os três pontos." E acrescenta: "Criámos oportunidades e merecemos a vitória."

3. Sorteio da Liga Europa
O Toulouse é o próximo adversário do Benfica na Liga Europa. O primeiro jogo é na Luz, no dia 15 de fevereiro, e a segunda mão é disputada na semana seguinte, no dia 22.
Em declarações à BTV, Simão Sabrosa, diretor para as relações internacionais do Benfica, afirma: "Vamos encarar esta eliminatória como sempre, com muito respeito, rigor e ambição, representando sempre ao mais alto nível e defendendo sempre as nossas cores. As ambições são sempre jogo a jogo, com o máximo de respeito, máxima responsabilidade, encarar este jogo com a vontade de seguir, respeitando a prova e o adversário. Temos de pensar apenas numa eliminatória de cada vez."

4. Benfica no Mundial de Clubes
O Benfica é um dos oito clubes europeus apurados para o Mundial de Clubes 2025 (disputado de 15 de junho a 13 de julho nos Estados Unidos da América) via ranking da UEFA, o qual é elaborado com base no desempenho na Liga dos Campeões das épocas 2020/21 a 2023/24. Os quatro campeões europeus nestas temporadas também têm presença assegurada e perfazem o lote de 12 clubes da Europa entre os 32 participantes na edição de estreia deste formato da competição (oito grupos de 4 clubes, com os dois primeiros a apurarem-se para os oitavos de final em jogo único até à final).

5. Resultados
Das equipas masculinas do Benfica, estiveram em ação a de hóquei em patins (vitória, por 2-5, na visita ao Juventude Pacense) e a de andebol (derrota, por 34-38, na final da Supertaça frente ao Sporting).
Quanto às equipas femininas, as Inspiradoras ganharam por 0-5 na deslocação ao reduto do Länk Vilaverdense. No basquetebol, triunfo em Albufeira ante o Imortal nos oitavos de final da Taça de Portugal (56-63). Em hóquei em patins, goleada, por 8-1, infligida à Stuart Massamá.
No futebol de formação, a equipa B empatou a um golo com o Tondela, os Sub-17 bateram o Torreense por 2-0 e os Sub-15 ganharam, por 1-2, no Estoril."

A luta pela liderança


"Os resultados das competições europeias trouxeram boas notícias. Antes desta última jornada equacionávamos vários cenários, que até podiam deixar de fora duas das nossas equipas. Porém, a derradeira jornada europeia veio demonstrar alguns pontos importantes: o FC Porto é claramente superior ao Shakhtar e demonstrou-o dentro do relvado. O Benfica conseguiu garantir lugar no play-off da Liga Europa, porque é superior ao Salzburgo como ficou provado na vitória incontestável na Áustria. O SC Braga teve uma grande participação na fase de grupos, deixando a questão do apuramento para os oitavos de final para a última jornada, o que revela a capacidade que a equipa demonstrou. O Sporting, já com o play-off garantido, fez um jogo bem conseguido e começou a preparar o difícil desafio da próxima segunda-feira frente ao rival FC Porto.

Ambições intactas
Hoje e amanhã os primeiros quatro classificados vão enfrentar-se entre si (SC Braga vs. Benfica; Sporting vs. FC Porto). Os resultados da última jornada reduziram a pressão para estes jogos. Afirmo isto porque, em caso de derrota, nenhuma das quatro equipas irá ficar, à saída desta jornada, a uma distância pontual inalcançável. O grande responsável por retirar pressão a SC Braga, Benfica ou Porto foi o Sporting que, ao perder o jogo em Guimarães, permitiu que as quatro equipas ficassem separadas apenas por dois pontos. Não só o FC Porto fica menos pressionado por uma derrota em Alvalade, como Benfica e SC Braga também têm muito mais margem para gerir o seu jogo. Assim sendo, a diferença pontual reduz a probabilidade de insatisfação dos adeptos. Em vésperas da abertura do mercado de Inverno, estes jogos têm o condão de não colocar em causa a estratégia a seguir. Com o objetivo principal intacto (Campeonato Nacional) e com a presença garantida nas competições europeias, as quatro equipas têm margem desportiva para poderem realizar os ajustes que entendam necessários para fortalecer os seus planteis. É ainda importante realçar que à margem desportiva, devemos juntar a margem financeira. Neste ponto, será importante que os passos que serão dados não sejam maiores do que a perna, até porque, com quatro equipas a lutar pelos lugares cimeiros, a presença na Liga dos Campeões no próximo ano não está garantida. De uma forma simples, o que pretendo referir é que as equipas devem fazer os ajustes que entenderem ser necessários mas com disciplina e tendo em atenção o equilíbrio financeiro, de forma a não comprometerem o futuro com decisões imponderadas.

SC Braga ‘vs’ Benfica
O jogo de hoje na Pedreira vai colocar frente a frente duas equipas com estados de espírito diferentes. A equipa da casa, o SC Braga, está em crescendo. Depois de ter começado as competições internas aos soluços, conseguiu reduzir distância para os da frente e aproveitar os percalços dos adversários. Só para termos uma noção, nas últimas três jornadas o SC Braga recuperou seis pontos ao Sporting e quatro ao Benfica! É, de longe, o melhor ataque da competição o que demonstra três caraterísticas da equipa minhota: qualidade ofensiva, através de dinâmicas bem trabalhadas; muitas soluções ofensivas para Artur Jorge gerir e é uma equipa que, cada vez mais, assume o controlo do jogo. Defensivamente, demonstra dificuldades em controlar as costas da sua defesa. Sendo uma equipa que gosta de assumir o jogo e jogar de uma forma subida, a ausência de centrais rápidos condiciona e gera intranquilidade. Internamente, a equipa tem conseguido dar a volta a resultados negativos. Nas competições europeias e frente a adversários com outra capacidade, tem sido mais difícil para o SC Braga. Frente ao Benfica, o controlo da profundida defensiva deve ser um dos pontos a ser bem preparado, porque duas das armas do Benfica residem nesse momento: Rafa a atacar o espaço e Di María a servir. Pela frente o SC Braga vai encontrar um Benfica que tem demonstrado várias caras ao longo desta época. Os últimos dois jogos voltaram a trazer um Benfica com capacidade para criar inúmeras ocasiões de golo, apesar de ter demonstrado um nível de eficácia reduzido. A vitória na Áustria também pode trazer confiança adicional. É importante realçar que, apesar destes últimos dois jogos, ofensivamente, terem feito lembrar o Benfica da última época, a realidade é que se analisarmos com olhos de ver a exibição encarnada, percebemos que o desequilíbrio defensivo continua presente. Tanto Farense como Salzburgo conseguiram facilmente ultrapassar a reação à perda dos jogadores encarnados e a linha de meio campo defensiva. Se estas duas equipas tivessem maior qualidade na definição, os jogos poderiam ter sido diferentes. Conforme referi anteriormente, o ponto forte do SC Braga é a criação ofensiva. Ora, se o Benfica der espaço entre as suas linhas e, sobretudo, entre a linha defensiva e do meio campo, o Braga irá ter capacidade para criar desequilíbrios e oportunidades de golo. Tendo em conta as caraterísticas das duas equipas, espero um jogo aberto e ofensivo, com os olhos nas balizas adversárias. O que desejo é que seja um grande jogo de futebol, de duas das melhores equipas nacionais, e que se respeitem mutuamente.

Sporting ‘vs’ FC Porto
O Sporting tem sido a equipa mais equilibrada desde o início da competição. Estrategicamente bem preparada e alicerçada no seu 3x4x3, tem um plantel que coloca à disposição do seu treinador jogadores com caraterísticas diferentes, mas que encaixam no sistema utilizado. Desta forma, Rúben Amorim consegue alterar o rumo dos jogos através das caraterísticas individuais dos jogadores que criam dificuldades adicionais aos adversários quando estes estão cómodos com a forma de atuar do Sporting. Adicionalmente, Amorim tem vindo a trabalhar este sistema com dois avançados, fazendo com que Paulinho feche o corredor esquerdo no momento defensivo e se junte a Gyokeres no momento ofensivo. Uma variante que tem sido utilizada e que permite ao Sporting alterar a sua forma de jogar. Defensivamente, a equipa tem-se mostrado compacta, com os três (habituais) centrais a demonstrarem capacidade, ligação e competência. Este jogo frente ao Porto é importante por dois motivos: o primeiro porque está em disputa a liderança do campeonato. O segundo, porque este ano o Sporting ainda não venceu nenhum jogo frente a equipas de maior qualidade. É verdade que fez boas exibições, mas faltou juntar à qualidade exibicional os resultados, nomeadamente nos jogos contra SC Braga, Benfica e Atalanta. Este pode ser o jogo em que a equipa do Sporting se liberta deste rótulo ou pode ser mais um a agudizar e a criar pressão psicológica nos jogadores leoninos. Do outro lado estará um FC Porto que gosta destes ambientes e que cresce nos jogos grandes. Estrategicamente é sempre uma equipa muito bem preparada. Conhece e analisa bem os adversários. Tem personalidade e luta até ao fim. Demonstra união nos momentos mais complexos. Este ano teve um início de época atribulado. Algumas lesões e jogadores a chegarem a conta-gotas fizeram com que a equipa demonstrasse dificuldades em criar situações de golo, sobretudo, frente a adversários que baixam o bloco. O regresso de Evanilson e a criação de rotinas entre Eustáquio e Varela permitiram que o FC Porto melhorasse. Ainda está longe de ser uma equipa perfeita, até porque continua a cometer erros individuais desnecessários mas todos reconhecemos que se trata de uma equipa muito competitiva, como ficou demonstrado nesta fase de grupos da Liga dos Campeões. O jogo de amanhã será, sem dúvida, um grande embate entre dois técnicos que sabem muito bem preparar estrategicamente os seus jogos. Que seja um grande espetáculo e um cartão-de-visita do futebol português para o resto mundo.

A valorizar
FC Porto, Sporting, Benfica e SC Braga. As equipas portuguesas somaram três vitórias em quatro jogos nas competições europeias, somando pontos que são fundamentais para o ranking de Portugal na UEFA. O ponto positivo é que irão continuar todas na alta roda do futebol europeu. O FC Porto é a equipa que merece maior destaque, porque foi a que conseguiu somar mais pontos e ser o único representante de Portugal nesta fase da melhor prova de clubes do mundo.

A desvalorizar
Manchester United. Uma época terrível confirmada pelo último lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Ten Hag está com a vida cada vez mais difícil em Manchester."