quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Vitória na Champions...

Benfica 1 - 0 Rosengard
Kika(52')


Repetição do jogo do ano passado, com uma vitória pela margem mínima no Seixal, contra o mesmo adversário! Mas o jogo foi mais complicado...
Primeira parte equilibrada, com as Suecas a pressionarem alto e o Benfica com muitas dificuldades em jogar no meio-campo adversário.
No 2.º tempo, o Benfica conseguiu ser mais objetivo, e acabámos por chegar ao golo, numa boa combinação...e  se não tivesse sido a mira desafinada da Alidou (costuma ser das melhores no momento do remate!), e até podiamos ter marcado mais...

Mais uma vez, a Pauels foi fundamental, mas a Christy também jogou muito bem... a Jéssica hoje esteve mais concentrada, com menos 'bonitos', mas a dupla do meio-campo voltou a fazer um grande jogo: Gasper/Faria, em grande forma, combinam muito bem... O regresso da Carole, também foi importante...

Fundamental vencer o Frankfurt na próxima jornada! Será um adversário novo, mas nos confrontos com o Bayern nas épocas anteriores, provámos que temos equipa para poder sonhar... Uma vitória com as Alemãs, poderá abrir as portas dos Quartos-de-final...

A equipa parece algo desgastada, este é o 3.º jogo de grande desgaste, com muitas viagens pelo meio, em 8 dias, e no Domingo temos derby com o Sporting! A Kika saiu 'tocada', vamos ver se recupera, mas se na defesa até temos opções, no meio campo para a frente, não dá para mudar muito...

Já agora, com esta vitória, Portugal aproxima-se do 6.º lugar do Ranking da UEFA! E sim, só uma equipa pontuou...!!!

Vitória...

Benfica 6 - 0 Fundão

Em jogo antecipado, devido à presença na Ronda de Elite da Champions do Futsal, vitória por números esclarecedores, mesmo com várias ausências... Um dos jogos mais consistentes dos últimos tempos!

Agora, após mais um sorteio 'azarado', venha a Europa: e se todos os adversários merecem respeito, todos sabemos que isto vai ser decidido com o Kairat!

Nota ainda para o regresso do Silvestre...


Comunicado


"O Sport Lisboa e Benfica informa que foi notificado pela UEFA de que está impedido de ter adeptos no próximo jogo fora na Liga dos Campeões, diante do Salzburgo.
A decisão da UEFA tem por base os incidentes verificados no último jogo diante da Real Sociedad, em San Sebastián.
O assunto será agora analisado internamente, pelo que não será feito mais nenhum comentário público."

Objetivo: ganhar


"As Inspiradoras defrontam o Rosengard, hoje, no Benfica Campus, em jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões e contam com o apoio dos benfiquistas. Este é o tema em destaque na BNews.

1. A pensar nos três pontos
É às 20h00 que a partida com a equipa sueca começa e Filipa Patão só pensa na vitória: "Mais uma vez, vamos ter de estar no nosso melhor para conseguirmos um bom resultado, e acima de tudo continuar a mostrar que o Benfica está a evoluir na competição. Todos os jogos vão ser obrigatórios de ganhar. Se queremos ser competitivas na Liga dos Campeões, há que ter esta mentalidade."
Jéssica silva alinha pelo mesmo diapasão: "Vamos entrar a querer ganhar. Estamos felizes por estar nesta competição. Queremos continuar a mostrar o Benfica que temos mostrado ao longo das últimas épocas". A internacional portuguesa deixa ainda um apelo aos benfiquistas: "Venham ao Seixal, apoiem-nos! Com a presença dos adeptos tudo se torna mais fácil e mais bonito. Venham! Faremos tudo para conquistar os três pontos."

2. Dérbi à vista
Benfica e Sporting encontram-se no domingo, no Benfica Campus às 14h30, em futebol no feminino. Os bilhetes são colocados à venda amanhã, a partir das 10h00, exclusiva, nesse dia, para sócios do Sport Lisboa e Benfica.

3. Jogo de futsal
O Benfica recebe hoje o Fundão, às 20h00. Rocha quer que o bom momento da equipa continue: "Estamos com boa mentalidade, é trabalhar para estudar um pouco mais a equipa do Fundão, para fazer um bom jogo e vencer."

4. Resultado adverso
Em mais uma jornada da fase de grupos da EHF European League, o Benfica foi derrotado, por 39-30, no encontro com o Rhein-Neckar Löwen, na Alemanha.

5. Otamendi em destaque
O capitão do Benfica apontou, ontem à noite, o único golo da Argentina frente ao Brasil, suficiente para garantir o triunfo da seleção alviceleste. Di María também foi utilizado por Scaloni.

6. Protagonista
Mihaela Minciuna, andebolista do Benfica, é a entrevistada da semana. "O Benfica tem sido o grande responsável pelo salto qualitativo do andebol feminino em Portugal. Nenhum clube valoriza tanto as jogadoras", afirma.

7. Regresso
Sofia Ramalho, uma das protagonistas do regresso benfiquista ao patamar superior do basquetebol nacional no feminino e membro da equipa que conseguiu a conquista inédita do Campeonato Nacional, está de volta ao Clube, agora com a função de team manager.

8. Prestação assinalável
José Calado, pescador desportivo do Benfica, alcançou o 20.º lugar no método Freestyle do Campeonato do Mundo Feeder."

Rui Costa à altura do SLB


"Frederico Varandas deve rever a estratégia de comunicação e fazer um esforço para enfatizar o que tem dentro de casa sem comparações inúteis

O Benfica lidera a classificação da Liga e foi importante Rui Costa dizer que nada aconteceria a Roger Schmidt se o resultado do dérbi fosse outro. Uma declaração forte e tradutora de absoluta confiança no treinador, dita na inauguração da Casa de Santarém, geração 2.0, seja o que for, este domingo, tal como faziam outros grandes presidentes no passado, na salvaguarda da identidade do clube. No período do intrépido Pal Csernai, na década de oitenta, por mil vezes foi perguntado a Fernando Martins quando despedia o húngaro e por mil vezes ele respondeu que não era tradição do Benfica despedir treinadores.
Não o despediu e nessa época, apesar de truculenta, o Benfica conquistou a Taça de Portugal (3-1 ao FC Porto na final de 1985). Se o mérito foi do treinador ou dos jogadores é um segredo de cabina, que o meu camarada José Manuel Delgado conhece por dentro. Faz parte dos mistérios do futebol.
Também agora, quarenta anos depois, seguindo a mesma linhagem, Rui Costa apela à união, principalmente nos momentos difíceis. Se administração e direção acreditam no projecto, a família benfiquista tem de acreditar também, porque, tal como na época passada, sublinhou, é preciso «contar com o apoio de todos os benfiquistas» e «em todos os momentos».
O presidente do Benfica foi criticado por ter apresentado como um dos seus objetivos a recuperação do estatuto de grande clube europeu, detido durante três dezenas de anos no século passado, até 1990, em concreto, ano da última final dos Campeões Europeus, em Viena.
Rui Costa acredita na viabilidade dessa pretensão, ele próprio campeão europeu, mas precisa do tempo que em Portugal não existe. Por feliz coincidência, e na defesa deste princípio, escreveu o jornalista Luís Mateus na sua coluna de opinião em A BOLA, edição de ontem, página 31:
«Schmidt ainda há dias festejava no Marquês (…), afinal não percebe nada disto. São folgas a mais. É preciso meter criativos. Ou, se calhar, melhor que sejam menos. Pressionar mais, ou se calhar, não pressionar de todo. Despedi-lo, sim, definitivamente.»
É o adepto no futebol luso no seu melhor, digo eu, mas «se Ferguson tivesse treinado por cá seria um David Moyes, Klopp estaria arruinado após a primeira implosão e o gegenpressing seria, na melhor das hipóteses, um vinho de mesa», contrapõe Luís Mateus, e tem razão.
Aplaudo o entusiasmo de Rui Costa na defesa do seu projeto, com Roger Schmidt, e a convicção com que abordou o tema, mas desaprovo o discurso de Frederico Varandas na cerimónia Rugidos do Leão, uma festa de família, para premiar atletas, funcionários e amigos, em que, de modo inoportuno e desajeitado, o presidente leonino colocou o acento tónico em reparos a emblemas rivais em vez de se focar no essencial da cerimónia e depois derivar para onde muito bem entendesse. Não o critico, mas creio que deve rever a estratégia de comunicação e, futuramente, fazer um esforço para enfatizar o que tem dentro de casa sem necessidade de comparações inúteis com clubes rivais…

Villas-Boas, o agitador
Além de uns empurrões, nada de mais se passou na assembleia do dragão que não nos habituássemos a ver ao longo dos anos de vida profissional. A diferença é que naqueles tempos cenas como estas, e mais feias, aconteciam em circuitos fechados. Hoje, com os telemóveis e as chamadas redes sociais, é tudo em direto, sem filtros.
Como seria de esperar, o Conselho Superior retirou a proposta da alteração de estatutos, com a qual o presidente Pinto da Costa disse não concordar. A época continua o seu curso, esperando-se agora pela assembleia do próximo dia 29, em que os sócios irão pronunciar-se sobre a débil situação financeira do clube.
Alguma razão haveria para o Conselho Superior ter proposto mudar as assembleias eleitorais de abril para junho, mas estando Pinto da Costa determinado em candidatar-se a outro mandato, quanto mais depressa for reeleito melhor para ele, e também para os que esperam suceder-lhe não ficarem com varizes, numa alusão a André Villas-Boas, por ora apenas agitador porque, objetivamente, oposição são José Fernando Rio (26,66% de votos nas eleições de 2020) e Nuno Lobo (4,91%).
Não acredito que Villas-Boas ouse enfrentar Pinto da Costa, cara a cara. Quando tiver todas as equipas montadas, «um programa eleitoral digno como merece uma instituição como o FC Porto», então apresentar-se-á, afirmou, à margem da Web Summit, em Lisboa, sem se comprometer com prazos. Não tendo a certeza de ser o preferido dos sócios do dragão, sabe, porém, que quando Pinto da Costa abdicar outros atores serão convidados a subir ao palco.

Nota - Pedro Proença foi nomeado para a presidência da Associação de Ligas Europeias de Futebol, a ratificar na assembleia geral do próximo dia 30. Uma excelente notícia para a imagem do futebol português e mais uma dor de cabeça para eventuais interessados ao lugar de Fernando Gomes na FPF."

Reflexões benfiquistas em pausa das Seleções


"As pausas das Seleções são sempre excelentes momentos para reflexão, sobretudo quando celebramos uma qualificação inesquecível com 10 vitórias em 10 jogos. No mundo do futebol benfiquista, Schmidt, sempre fiel à sua tradição e considerando a míngua de jogadores por exatamente por esses compromissos, decretou uns escassos dias de férias, aliás bem merecidas.
Estamos em 1 lugar por mérito próprio, com alguma sorte em certos jogos a premiar uma crença infinita da equipa, a contrabalançar a pouca sorte (e também demérito) no Bessa, sem esquecer uma Supertaça conquistada com todo o mérito contra o FC Porto. Contudo, se calhar por isso mesmo, somos confrontados com diversas notícias publicadas na imprensa, umas com real pertinência, outras sem qualquer relevância atual porque são temas do passado.
Comecemos por estas, com a publicação pelo CM de valores relacionados com vouchers atribuídos no passado a árbitros e delegados aos jogos. Tal como referi, é indiscutível que são temas passados e requentados, surpreendentemente tratados como se tivessem relevância atual. O propósito até pode ser "oficialmente" o direito à informação. Mas, especulando um pouco, até se poderia dizer que existe uma tremenda vontade de uns quantos de ligar os atuais dirigentes a práticas de antanho, apenas porque Rui Costa não teve a coragem de cortar com o passado, insistindo em gentes das listas de LFV. O importante é que, desde há muito, essas práticas de que não nos orgulhamos foram abandonadas e só há que seguir em frente.
Durante a semana também foi notícia uma alegada ausência de resposta a uma carta que a Comissão de Redação dos novos Estatutos enviou em julho passado a Rui Costa. Aqui, de facto, a situação "fia mais fino". Desconheço os contornos de adjudicação dos trabalhos pela Direção a esta Comissão, mas fica a sensação que terá havido clara falta de diálogo na altura. Os elementos da Comissão jamais terão percepcionado que iriam elaborar uma base de trabalho para a Direção se pronunciar, introduzindo as alterações que entendesse por conveniente. Aliás, esta citada carta corrobora esta minha convicção, sobretudo pela preocupação da Comissão se demarcar do documento final ao mencionar especificamente diversas ao citado documento, algumas das quais, no mínimo, muito controversas.
Uma coisa eu sei: a resposta que a Direção afirma ter dado em agosto, foi um Mail assinado pelo Chefe de Gabinete, desconsideração que a Comissão jamais merecia. Também não sei porque o assunto ressuscitou agora e quais os objetivos que presidiram a esta inopinada divulgação até porque não está marcada qualquer AG a curto prazo, mas creio que a solução é simples: quando se realizar essa discussão dos Estatutos, apresentem-se ambas as propostas e os Sócios decidirão.
Regresso ao futebol para referir que estivemos a 6 minutos de uma enorme convulsão e podemos todos agradecer a uma equipa que lutou desalmadamente para virar o resultado desfavorável aos 90’. Não resisto a homenagear alguns dos jogadores pelo simbolismo da crença, como João Neves, ou António (quando foi buscar a equipa a celebrar o empate para tentar o 2/1) ou Aursnes/Tangsted que consumaram a reviravolta. Schmidt, por demais contestado nas últimas semanas face a opções pouco compreensíveis para quem não está por dentro do balneário, bem pode ir a Fátima e Rui Costa, até aqui muito poupado nas críticas apesar da visível escassez de soluções no plantel desde 1 de setembro, bem o pode acompanhar.
Não foi em Fátima mas em Santarém, bem ali perto, que Rui Costa fez mais um excelente discurso a agregar os benfiquistas, sobretudo tendo o requinte de referir que "qualquer que fosse o resultado, a posição de Schmidt não estaria em risco". Um Presidente que conhece por dentro o futebol e que sabe como poucos, dados os muitos anos vividos a alto nível dentro das 4 linhas, que a tranquilidade num clube é e será sempre "top down driven".
Tem (teve) indiscutível razão ao apelar à união, crendo eu que neste apelo não entra a (malfigerada) unicidade, sempre acéfala e altamente prejudicial. Mas têm de entrar diversas opiniões absolutamente desnecessárias, porque contraproducentes, de diversas figuras que pululam pelo camarote presidencial e por lá continuam, demonstrando a impunidade que por ali campeia.
Felizmente que os deuses estiveram connosco no derby. A tranquilidade que grassa atualmente na Luz, acredito que seja propícia à melhoria de forma da equipa. Mas daqui peço a Rui Costa, com os seus indiscutíveis conhecimentos de futebol que pude testemunhar na primeira pessoa, que nos traga em janeiro o que hoje manifestamente nos falta, para reforçar as probabilidades do 39 que nos une a todos."

Finalmente, Éder!


"Está feita justiça apesar de não o convidarem especialmente para nada desde... 2017

Sete anos após ter marcado o histórico golo que deu a Portugal o histórico título de Campeão da Europa numa histórica final com a França, em Paris, o histórico Éder vê-se, por fim, historicamente nomeado embaixador da Seleção pela Federação Portuguesa de Futebol.
Dir-se-á que já não era sem tempo, mas, aparentemente, para o promover, a Federação esperou que Éder deixasse de ser jogador profissional, apesar de Éder não ter, pelo menos oficialmente, anunciado o fim da carreira, que prosseguiu apenas até ao verão de 2022, no Al Raed, da Arábia Saudita.
Talvez a expectativa de Éder fosse ter continuado a jogar ainda na última temporada, e é possível que por isso a Federação não o tenha nomeado embaixador na Gala Quinas de Ouro que promoveu em setembro do ano passado, quando voltou a realizá-la após dois anos de interregno devido à pandemia.
Se assim foi, agora que Éder é, não oficial, mas notoriamente um ex-futebolista, não há, na verdade, como contrariar o espírito que levou, finalmente, a Direção federativa a eleger Éder um mais do que justo embaixador da Seleção pelo que Éder representará, sempre, para a história do futebol português e para aquele histórico título conquistado em 2016, graças ao histórico e memorável golo de Éder (com cheirinho a Eusébio, perdoem-me a comparação…) na final de Paris, frente aos anfitriões franceses.
Compreende-se: enquanto estivesse profissionalmente no ativo como jogador, e Éder, recordo e sublinho, manteve-se no ativo até ao verão de 2022, talvez fosse, na realidade, inapropriado (e, porventura, inoportuno) a Federação distingui-lo como embaixador da Seleção, ainda que no passado o tivesse feito com Luís Figo, nomeado embaixador das quinas em 2008, quando ainda jogava nos italianos do Inter, ou mesmo Fernando Couto, distinguido igualmente em 2008, quando arrumava as botas ao serviço dos também italianos do Parma.
Durante anos capitães da Seleção, Figo (127) e Couto (110) foram então nomeados por ultrapassarem as 100 internacionalizações, número há muito superado, entretanto, por Cristiano Ronaldo (205), e ainda pelos também campeões europeus João Moutinho (146), Pepe (134), Nani (112) e Rui Patrício (107).
Pela importância, carisma, impacto, memória e eternidade do momento protagonizado por Éder no histórico (repetível?) feito da Seleção Nacional em 2016, admito que nenhum português rejeite a ideia de ver Éder como especial embaixador da Seleção Nacional, um bocadinho mais no papel que pertenceu ao único e inigualável Eusébio, estando próximo da equipa nacional, se não sempre, pelo menos bem mais do que Figo ou Couto, convidados apenas para algumas ocasiões especiais.
No fundo, a proximidade à equipa das quinas que teria ficado bem à federação ter proporcionado a Éder num ou outro momento das importantes competições em que Portugal marcou presença depois do Euro-2016. Como se sabe, Éder não voltou a integrar a Seleção em nenhuma outra das fases finais seguintes (Mundiais em 2018 e 2022, Europeu de 2020 jogado em 2021, por causa da pandemia, Taça das Confederações em 2017 e Liga das Nações em 2019), e, que tivesse sido tornado público, a federação também não foi capaz de o convidar uma única vez para estar com a equipa naquelas competições, quanto mais não fosse para jantar, assistir a um jogo ou servir de inspiração. Mas isso agora serão contas de outro rosário.
O que importa é estar, pois, finalmente feita justiça com esta nomeação de Éder, como, em breve, terá inevitavelmente de ser reconhecido com Cristiano Ronaldo, inegavelmente o maior de todos e já uma lenda antes do tempo.
Que não seja, em qualquer caso, apenas para inglês ver, porque só com memória e respeito pela história a Seleção (como as equipas de clubes) poderá continuar a aprofundar a ligação afetiva com os adeptos. O futebol é muito mais do que um jogo!"

Onde está o Jaime?!!!




"Já que ninguém fala disto, deixo aqui uma lembrança…
António Silva ficou em 3º lugar no prémio Golden Boy 2023;
António Silva está nomeado para o Globe Soccer Awards para melhor jovem jogador em 2023;
No entanto foi isto que aconteceu em Portugal…
Faz sentido não faz? Foi o #Benfiquistão em ação…mas só deve ter influência a nível internacional!

#agoladoSabry"

«Deixem-nos sonhar»: gracias, Roberto


"No futebol, tudo o que não é militância é conspiração. O pensamento livre é, na tacanha cabeça dos fanáticos, uma miragem sardónica. Não existe e é mau se existir, porque haverá sempre alguma intenção obscura e tentacular na origem do elogio ou da crítica.
Esperei, por conseguinte, até ao limite para este elogio convicto a Roberto Martínez. Até ao timing certo, em que a dúvida já não encontra abrigo e os resultados são o meu principal sustento.
Pertenço à geração que se agarrou ao «milagre de Estugarda» e ao pontapé impossível de Carlos Manuel. Até aos meus 18 anos, esse momento sacrossanto era a exceção no deserto de tudo na Seleção Nacional.
Folheávamos as cadernetas obrigatórias, percorríamos um mapa mundi que viajava da Costa Rica aos Emirados Árabes Unidos e nem sinal de Portugal.
O «deixem-nos sonhar», do Bom Gigante José Torres, representava essa pequenez de pensamento. Talvez houvesse um remate heroico, talvez Bento defendesse tudo, talvez um sprint de Paulo Futre fosse capaz de fazer das suas.
Tudo era minúsculo, a começar na organização da FPF.
Em 2023, a realidade oferece-nos uma equipa extraordinária. E um selecionador nacional, finalmente, merecedor de todas as loas, prosas elogiosas, encómios e outros significantes para o que de mais relevante há a dizer: Roberto Martínez tem feito muito bem ao futebol português.
Habituámo-nos a suportar os maus fígados do antecessor, falavam-nos de uma dívida de gratidão, do Euro16 e da Liga das Nações conquistadas, taças inéditas no museu nacional. Como se essa gratidão tivesse de ser incondicional e nos impedisse de constatar a degradação do futebol, das relações, das palavras.
Martínez é diferente. Para melhor.
A cada aparição pública, o nosso selecionador nacional é um tratado de educação e civismo. Dez jogos, 20 conferências de imprensa – 21 com a da apresentação – e nem uma má resposta, uma má cara, um assomo de malcriadez com quem tem a obrigação de o questionar.
Um cavalheiro, de facto.
Sobre a comunicação estamos conversados. E o futebol?
Roberto Martínez recuperou-me a vontade de ver os jogos da Seleção Nacional. Abandonou, pelo menos por agora, a ideia dos três centrais – desajustada, digo eu, a um grupo com tanto talento no meio-campo e ataque – e libertou o pensamento e a vontade dos executantes mais requintados.
Roberto está a provar que ser um tipo normal, sorridente, positivo, não é incompatível com a função que exerce. Não se coloca acima dos demais e, ao fazê-lo, aproxima-se tanto do povo como dos seus futebolistas. Tão simples, tão bom.
O «deixem-nos sonhar» de 1986 acabou no caos de Saltillo. Adquiriu a forma de pesadelo e mergulhou o nosso pobre futebol num rendilhado de escândalos, comunicados e zangas.
Martínez, o espanhol bom, não esconjurou o Mal do nosso futebol. Nem teria a obrigação de fazê-lo. Já é seguro, porém, escrever que reconciliou uma parte importante dos adeptos portugueses com a Seleção Nacional.
E isto, vejam bem, sem nunca deixar cair Cristiano Ronaldo – o cenário idealizado por muitos, como eu, no final do Mundial 2022. Até nisso, Roberto Martínez mostrou habilidade e acerto.
As coisas, no futebol e na vida, são por norma mais simples do que nos querem fazer crer. Roberto faz-nos sonhar com títulos porque mete os melhores em campo e a seleção joga como tem capacidade para jogar. Fim.
«Deixem-nos sonhar», y nada. Gracias, Roberto."

O regresso da coboiada


"Se não houver meia dúzia de empurrões, socos e pontapés, que piada é que aquilo tem?

Nada como um fim de semana sem jogos na I Liga para regressarem as agressões a árbitros distritais. Mas caramba, a malta também tem que se entreter com alguma coisa, não tem? Se não houver meia dúzia de empurrões, socos e pontapés, que piada é que aquilo tem? Afinal de contas, macho que é macho não bebe leite: come a vaca.
Deve ter sido esse, pelo menos, o pensamento do treinador adjunto dos sub-17 do SC Farense, que no dérbi com o Portimonense - a contar para a II Nacional - terá dito para si mesmo: «Porque é que eu não vou até ali desferir um pontapé simpático no calcanhar do senhor árbitro, que até está de costas para mim, porque é minha intenção manifestar-lhe fisicamente o meu mais profundo desagrado por decisão que me pareceu deveras equivocada? (ndr: o senhor em questão foi expulso por ofensas dirigidas à equipa de arbitragem, pelo facto de ter sido exibido um cartão amarelo - e não vermelho, como desejava - a um jogador adversário).»
Se bem pensou, melhor executou. E assim, do nada, um profissional que até será competente e uma pessoa de bem manchou irremediavelmente uma carreira com um gesto que é, apenas e só, a expressão máxima de tudo o que queremos banir do desporto em Portugal.
Mas se foi assim na capital algarvia, já na AF Setúbal - que só esta época já teve meia dúzia de jogos à porta fechada (!) - a coisa foi ainda mais feia: o jogo de iniciados entre o Paio Pires e o Cova da Piedade acabou da pior forma, com imagens (felizmente gravadas) que roçam o surreal! E sim, eu disse «jogo de iniciados», ou seja, de miúdos com 13, 14 anos de idade.
Assim que a partida terminou, um dos meninos da equipa do Paio Pires perdeu o controlo e correu em direção ao árbitro para lhe bater. Foi agarrado por vários colegas e por outras pessoas que entretanto por lá apareceram, mas a insistência foi tanta que lá conseguiu dar um ou dois empurrões ao juiz da partida. O gesto dessa criança levou outra à imitação, obviamente. Depois, enfim, uma enorme confusão, chegando até a ver-se alguns graúdos (deduz-se que pais/adeptos) a seguirem o mesmo caminho, tentando alguns socos e pontapés. Foram momentos inenarráveis porque aconteceram num evento desportivo com jovens de tenra idade. Tudo o que nunca se espera ver num jogo «de formação» (escreve-se com duas palavras).
Se no primeiro exemplo, num jogo organizado pela FPF, houve um ato isolado e bem identificado, neste último foi tudo demasiado mau, dando a sensação que se tratava mais de uma rixa de gangues juvenis do que de um jogo de futebol.
No meio destas tempestades, uma palavra elogiosa para o «SC Farense», cujo presidente assinou comunicado repudiando o sucedido e reafirmando o seu compromisso com o fair-play. O agressor foi suspenso das suas funções enquanto decorrer o inquérito interno que lhe foi instaurado. Outra palavra, esta de alguma surpresa, pelo facto do Paio Pires FC, outro emblema que me merece respeito, nada ter dito publicamente até à data. Esperava-se condenação inequívoca do sucedido e demarcação total daqueles momentos absurdos.
Apesar de constantes alterações às leis realizadas pelo governo (o meu aplauso por isso), continuamos a assistir a demasiadas demonstrações de barbárie em palcos onde se espera o exato oposto. Se calhar ainda não fomos tão longe quanto devíamos e podíamos e aí o dedo acusador tem que ser apontado às instituições que, tendo responsabilidade na matéria, pouco evoluem em termos de regulação desportiva.
O certo é que quem bate e traumatiza alguém não pode nunca ter lugar naquela que é uma das melhores e maiores escolas de valores da sociedade. Se tem (ou continua a ter), a culpa não é só dela."

Villas-Boas e os gangsters: inaceitável


"«Desde que me lembro, o meu sonho é ser um gangster»
O filme Goodfellas [Tudo Bons Rapazes], de Martin Scorsese, obra-prima de 1990, é baseado em personagens verídicas das cinco famílias mafiosas de Nova Iorque. Nesses dias, a pobreza aguda tornava a opção simples: 'é melhor fazer parte da rede de crime e ter comida do que estar fora e ser vítima dessa gente'.
Mesmo admitindo a caricatura a que o Cinema recorre, e a normais exageros, a frase de abertura representava a ambição máxima daquela juventude. Uma realidade insuportável, felizmente distante, dias que não desejamos nem para nós, nem para os nossos filhos.
Tendo isso em mente, é mais importante do que nunca lembrar o que desejamos para a nossa sociedade. Para os nossos.
Andar em liberdade, viver em segurança, pensar e afirmar em livre-arbítrio, sem receio das consequências - violência, chantagem, pressão física e psicológica.
É impossível não sentir empatia por tudo o que a família de André Villas-Boas está a viver. Por querer avançar, legitimamente, para uma candidatura ao clube do seu coração, André passou a sofrer pressões inaceitáveis, ameaças mais ou menos veladas, ações de terrorismo puro à porta de casa.
Não falo de ideias, não falo de futebol. Falo de decência e civismo.
Quem achar boa ideia intimidar um cidadão português, por querer ser candidato e ganhar umas eleições de um clube/partido/instituição/empresa, está a colocar em causa as conquistas de abril, que tanto custaram aos nossos pais.
As palavras são do próprio Villas-Boas: vandalismo e violência.
Não sei quem são estas almas penadas, que em grupo atacam e agridem um homem de 64 anos, mas sei que desse lado do Mal não pretendo estar.
Solicito o máximo empenho e rigor às instituições competentes: PSP, Polícia Judiciária, Ministério Público, Câmara Municipal do Porto.
Não permitam que a atividade dos gangsters da Invicta seja normalizada. Encontrem os responsáveis, punam-nos. O meu abraço ao André e a toda a família."

Uma conversa séria sobre o FC Porto


"No discurso do adepto e do futuro presidente há uma surpresa: nunca lhes passou pela cabeça que o seu clube fosse muito isto

Não devemos rir da miséria dos outros, mas a vida tem destas coisas. Não me orgulho disso, mas também não vou fingir que registei com triste solenidade aquilo a que assisti na passada segunda-feira. Subitamente, a esmagadora maioria dos benfiquistas que eu conheço deu por si a acompanhar com especial voracidade uma assembleia geral do FC Porto, um evento que, cedo se percebeu, tinha mais câmaras no recinto do que muitos jogos com VAR na nossa liga. Horas depois de várias tentativas, já com umas quantas agressões consumadas, a assembleia geral foi abortada por falta de condições para assegurar a participação dos sócios presentes, ou talvez até a sua integridade física.
Penso que é seguro afirmar que nenhum dos meus consócios acompanhou a assembleia geral do FC Porto por querer ver debatidos os temas constantes da ordem de trabalhos, designadamente uma revisão estatutária marcada a poucos meses de um ato eleitoral com o objetivo de beneficiar os interesses da administração em funções. Bem vistas as coisas, essa é só mais uma variação de um tema familiar para os adeptos da modalidade em Portugal, habituados à proverbial opacidade. Mas nada disso interessa neste caso. O que verdadeiramente entusiasmou os adeptos foi ver a casa dos outros a arder, e não apenas com um incêndio, mas com direito a um espectáculo de pirotecnia.
Devo fazer uma confissão. Tal como outras pessoas em Portugal, também eu tenho amigos portistas. Não tentei ter uma conversa séria com eles acerca deste tema, mas, se porventura cometesse esse erro, teria antes de mais manifestado a minha repulsa pelos acontecimentos da passada semana, e a minha sincera solidariedade no combate por um futebol mais impoluto. Digo que cometeria um erro porque nenhuma conversa mais séria poderia ficar por aí. E, sim, começaria por admitir que não sou a pessoa ideal para colocar um espelho à frente de adeptos de um clube a quem não desejo coisas boas.
Para conseguir ter uma conversa séria, teria que fazer um preâmbulo para abordar vários temas, começando pela democracia do meu próprio clube, que também conta episódios lamentáveis ao longo dos anos, incluindo uma agressão do presidente a um adepto em plena assembleia geral. Teria que falar da dificuldade que é avançar com uma revisão estatutária que permitirá ao meu clube avançar e trará mais e melhor participação associativa. Teria que falar de uma relação difícil com o tema da transparência, que ainda hoje encontra espaço para melhorar. Teria que falar do longo historial de permissividade do meu clube em relação a membros das claques que facilmente poderiam ser identificados e afastados de recintos desportivos. Teria que falar, por exemplo, do regime democrático que, ao longo dos anos, permitiu dar protagonismo a algumas das figuras mais sinistras que me recordo de ver na vida pública do país. Em suma, teria que ser sincero e começar pelos problemas que tive ou tenho em casa.
Mas, ultrapassada o mito da falsa singularidade, que isto da incivilidade e falta de cultura democrática acontece a todos, teria forçosamente que falar da fina ironia daqueles que há décadas se autoproclamam bastião do associativismo e da democracia, e afinal mais não são do que patrocinadores de uma perigosa arena para quem pratica a liberdade de pensamento.
Não sei se foi a pessoa mais audível nessa noite, mas é a que melhor recordo. Um jovem portista, cá fora, fala a um canal de tv e explica que se sente envergonhado com os acontecimentos da assembleia geral. A poucos metros de distância, mais ou menos à mesma hora, um candidato à presidência do FC Porto explica que aquele é um dia que não se pode repetir. Em ambos os discursos, o do adepto e o do futuro presidente, há uma surpresa. Nunca lhes passou pela cabeça que o seu clube fosse, entre outras coisas, muito isto.
Nunca a perplexidade dos outros me causou tanta perplexidade como na noite em que vi portistas reagirem como se tudo isto fosse impossível de prever. Alguém de outro clube que não o FC Porto registou a suprema ironia do momento. Depois de 40 anos de um expediente tantas vezes tóxico, intimidatório e violento para o futebol português, bastou afinal um adepto do clube ser empurrado numa assembleia geral para os correligionários perceberem que cultura os líderes do seu clube patrocinaram ao longo de todo este tempo?
Podemos tentar ter uma conversa séria sobre este assunto, mas só se soubermos rir um pouco das fábulas ideológicas que nos permitimos aceitar como verdadeiras e íntegras, em especial no futebol, e, acima de tudo, se soubermos rir de nós mesmos. Aqui chegados, eis os factos: ao fim de 40 anos de uma forma de poder sacralizada, a democracia adquire contornos de ficção. Nesse contexto, o poder reagirá quando ameaçado, com os mecanismos de vigilância que foi implementando, e esses sempre existiram para intimidar o mundo lá fora, e não para provocar o mesmo sentimento aos seus. É aí que está o choque, mas a história ensina-nos estas coisas. Ao poder, interessa antes de mais a sua própria manutenção.
A perplexidade dos portistas em relação a um adepto agredido e intimidado apenas por fazer ou dizer aquilo que pensa só será proporcional à perplexidade de um presidente, que, ao longo de 40 anos, nunca imaginou que os seus adversários pudessem ser tratados de outra forma, pelo menos até este dia em que encontrou um adversário com as mesmas cores vestidas. Aí reside a finitude de um falso democrata."

Muito mais que ‘Primárias’...


"Os sócios do FC Porto estão, ou não, confortáveis com a situação do clube?

«O sucesso da atividade do FC Porto enquanto clube mede-se em títulos», Pinto da Costa.
Os clubes devem o seu crescimento ao propósito inicial dos fundadores, que apontava o sucesso desportivo como objetivo. São os triunfos o combustível que mantém em funcionamento o motor dos adeptos, desperta paixões e enche estádios e pavilhões. Não há memória, aliás, de haver manifestações de regozijo nas ruas sempre que um clube apresenta resultados financeiros positivos… Porém, tentar ganhar títulos sem cuidar das contas é gestão danosa, que hipoteca o futuro.
Há mecanismos internacionais, no futebol, que cuidam, de forma muito discreta, é verdade, de manter os números equilibrados - o fair-play financeiro - e por cá também estão em funcionamento instrumentos, mais flexíveis ainda, que têm por missão garantir que obrigações salariais e fiscais estão em dia. Quando um clube se vê a braços com uma situação de agravamento das contas, quando o passivo supera em muito o ativo, entrando em falência técnica, se os alarmes não soarem é porque os sócios estão, no mínimo, desatentos. Esta situação já se verificou, de forma nítida, no Benfica e no Sporting, que em tempo útil souberam reverter a marcha e adequar despesas e proventos, e chega agora, como nunca - mesmo levando em linha de conta sanções anteriores da UEFA - ao FC Porto, que apresenta um passivo de 499.274 milhões de euros, um resultado líquido negativo da SAD de €48.290 M em 2022/23 e de €2.640 M no clube.
Este é o cenário que será sufragado pelos sócios na próximo dia 29, em Assembleia Geral (AG). Esse será o momento certo para, dentro de padrões de urbanidade - e cabe à mesa da AG garantir a segurança dentro do Dragão Arena, e à PSP intervir, dentro ou fora, caso a integridade física dos cidadãos seja colocada em causa -, uns fazerem perguntas e outros darem respostas, antes da votação final. Ver este ato como «eleições primárias», como o Conselho Superior catalogou a AG onde deveriam ter sido discutidas alterações aos estatutos, entretanto retiradas, é altamente redutor da importância do que estará em causa no dia 29. Do que sair dessa AG saber-se-á se os sócios do FC Porto estão, ou não, confortáveis com a situação vigente."

A involução da espécie no planeta dos macacos (ou o 11 titular contra a agressão)


"1. Dos Princípios
28 de setembro de 1893: é fundado o Foot-Ball Club do Porto
8 de outubro de 1893: primeiro jogo do Foot-Ball Club do Porto (contra o Clube de Aveiro)
2 de agosto de 1906: refundação do clube, agora dotado de natureza eclética e tendo por emblema uma bola azul com as iniciais “FCP”
1934/35: o FC Porto vence a primeira edição do Campeonato Nacional da Primeira Divisão
27 de maio de 1987: o FC Porto conquista o seu primeiro grande título internacional em futebol (a Taça dos Clubes Campeões Europeus)

2. Macacos me mordam!
Em 1859 Charles Darwin desvelou ao mundo um livro que se revelou, de modo imediato, como um atentado científico de efeito revolucionário, o qual atendia pelo seguinte título: “A Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural, ou Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida”. Recorde-se que esta obra é reconhecida, ainda nos dias de hoje, como a base da biologia evolutiva.
A tese de Darwin defende, em síntese, que as formas de vida evoluem ao longo das gerações por meio de um processo de seleção natural. Mais postulou Darwin que na história da humanidade (e dos animais também) “aqueles que sobrevivem são os que gozam de maior capacidade de adaptação à mudança”. E não, portanto, os mais numerosos, valiosos ou poderosos.

3. Macaco de feira só dança quando vê dinheiro no chapéu
Em 1886, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 - 1900) publicou a sua primeira grande obra acerca da moralidade, intitulada “Além do bem e do mal”. E logo no ano seguinte, aprofundando a mesma temática, escreveu um novo livro para a posteridade: “Genealogia da moral”.
Em legado deixou-nos, entre inúmeras outras, a seguinte lição: "Há homens que já nascem póstumos.”

4. Cada macaco no seu galho!
Em 1945 o escritor inglês George Orwell publicou uma obra intitulada “Animal Farm" (ou, na versão portuguesa, “O Triunfo dos Porcos”), na qual se conta, com recurso a figuras de animais que retratam as fraquezas humanas, uma história de corrupção e traição. O propósito subjacente era demolir um paraíso de essência totalitária. A revolta dos animais da quinta contra os humanos é liderada pelos porcos Bola-de-Neve (Snowball) e Napoleão (Napoleon). Estes animais anunciam querer criar uma sociedade justa. Ideal. Perfeita, enfim. Mas a natureza das coisas é o que é. E não pode deixar de o ser. Assim, Napoleão, seduzido pelo poder, afasta Bola-de-Neve e estabelece uma nova ditadura. (uni)pessoal. Tão corrupta quanto a sociedade humana.

5. Macaquinho de imitação
Em 1973, o cientista austríaco Konrad Lorenz (1903-1989) foi premiado com o Nobel de Fisiologia / Medicina, constituindo tal distinção um tributo de óbvio reconhecimento do mérito inerente aos seus estudos profundamente inovadores no âmbito da ciência que tem por objecto o comportamento animal - a Etologia.
Em 1963, ou seja, uma década antes do galardão da academia sueca, Konrad Lorenz editou aquela que talvez possa ser percebida como a sua mais relevante obra: “A Agressão - Uma História Natural do Mal”. Diz o autor:
«A conclusão evidente é que o amor e a amizade devem compreender toda a humanidade e que devemos amar todos os nossos irmãos humanos sem discriminação.
(…)
A nossa razão é perfeitamente capaz de compreender a sua necessidade e a nossa sensibilidade é capaz de apreciar a sua beleza. E no entanto, tal como somos feitos, somos incapazes de lhe obedecer.”

6. Dos Meios
5 de agosto de 2002: inaugurado o Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia
16 de novembro de 2003: inaugurado o Estádio do Dragão
23 de abril de 2009: inaugurado o Dragão Arena, pavilhão para as modalidades de hóquei em patins, basquetebol e andebol
28 de setembro de 2013: inaugurado o Museu do FC Porto

7. Vá pentear macacos!
Em 1958 o aclamado escritor Desmond Morris (1928) publicou o best-seller “O Macaco Nu”, um estudo original sobre o comportamento humano e animal. E em 1985 apresentou “A Tribo do Futebol”, obra que descreve esta modalidade como a contrapartida moderna do padrão primitivo de caça, enunciando uma explicação para o papel cada vez mais importante do desporto na sociedade moderna.

8. Um, dois, três, macaquinho do chinês!
O macaco é um dos animais do ciclo de 12 anos que aparece no Zodíaco oriental, cabendo-lhe o papel de nono signo do horóscopo chinês. Já ao Dragão corresponde o quinto signo daquele, sendo considerado pelo Zodíaco como superior a todas as demais criaturas. O portentoso e magnífico Dragão do universo mítico foi adoptado como símbolo majestático por inúmeros soberanos. Daí que esteja presente em tantas culturas. Tanto no ocidente como no oriente. Aqueles que nascem no ano do dragão são reconhecidos por desgastar os chifres do destino. E talvez também todas as variedades de macacóides, parentes e afins.

9. Macaco velho não mete a mão!
Os gorilas são mamíferos primatas que compartilham entre 98 a 99% do respectivo DNA com os seres humanos. Aliás, na ordem evolutiva, todos os grandes primatas, como os gorilas, os chimpanzés ou os orangotangos, pertencem à mesma linhagem dos macacos do velho mundo. O que é prova bastante para se concluir que os 2% do DNA que separam os humanos destas espécies animais são mais relevantes do que os 98% de código genético comum. Dito por outras palavras: entre o macaco e o Homem não há nenhum putativo processo de evolução, antes sim de disrrupção. Quer dizer, concluindo: ao Homem o que é humano, assim como à besta o que é bestial.

10. A brincar, a brincar, vai o macaco à banana
Com o propósito de realizar uma experiência sobre o comportamento animal, uma equipa de investigadores científicos enclausurou cinco macacos numa jaula. No meio desta tinham já previamente colocado uma escada e, no seu topo, um cacho de bananas. Quando qualquer um dos macacos subia a escada com o intuito de as apanhar, os investigadores automaticamente disparavam um jacto de água gelada contra os outros quatro que permaneciam no chão e que nada haviam feito.
Depois de certo tempo, sempre que um macaco tentava subir a escada, os outros agarravam-no logo e agrediam-no, para evitarem o seu próprio castigo. Até que, a certa altura, já nenhum dos macacos dava sinal de persistir na pretensão do fruto proibido.
Os investigadores procederam então à substituição de um dos macacos originais por outro novo. A primeira coisa que este fez, naturalmente, foi dirigir-se à escada, directo às bananas. Mas prontamente ficou bloqueado pelos demais, que quase o lincharam. Depois de algumas sovas, o novo integrante do grupo acabou por renunciar em definitivo ao desejo de saciar o seu apetite. De seguida, um segundo macaco foi trocado e o fenómeno repetiu-se, nos mesmos exactos termos, ponto por ponto, sendo de sublinhar que o primeiro substituto participou com notório entusiasmo e assinalável zelo na aplicação das sevícias infligidas ao novato. Um terceiro macaco foi trocado. E de novo com iguais resultados. A seguir, idêntico processo ocorreu com o quarto. Finalmente, também o último dos macacos do elenco original foi substituído. Os investigadores ficaram, assim, com um grupo de cinco macacos que nunca, jamais, vez alguma, tinham sido castigados com um jato gelado. Porém, continuavam a agredir quem tentasse alcançar as bananas.
Se se perguntar a algum deles a razão para tal comportamento com toda a certeza que a resposta será esta: “Isso não sei. Mas as coisas sempre foram assim. É a lei.”

11. Dos Fins
Na pretérita noite de 14 de Novembro, uma pérfida horda de famigerados gorilas, desatinados como possessos, infligiu, de modo cobarde e vil, ao honorável e venerando FC Porto, emérito triunfador de múltiplos títulos nacionais e internacionais, em diversas modalidades e diferentes escalões, a mais dolorosa e degradante, vergonhosa e humilhante, derrota sofrida nos mais de cento e trinta anos da sua excelsa história, ou seja, desde 28 de setembro de 1893.
A remontada segue em breve! E os macacos serão deportados do estádio para o seu habitat natural - a selva."

O efeito Marinakis


"Pagar €20 milhões por 80 por cento de um clube como o Rio Ave parece muito, mas com uma reforma estrutural até poderá ser pouco num futuro otimista

Não é o primeiro clube português a passar para mãos de investidores privados, mas a entrada de Evangelos Marinakis na futura SAD do Rio Ave pode vir a ser um passo relevante, porém insuficiente, para a elevação dos emblemas de pequena e média dimensão em Portugal. Pagar mais de 20 milhões de euros por 80 por cento do capital social de um clube do meio da tabela (mesmo que €13 milhões sejam para abater o passivo) é um valor que surpreende. Basta recordar que o luxemburguês Gérard Lopez (que já detém o Bordéus) pagou €15 milhões por 90 por cento da SAD do Boavista ou a VSports de Nassef Sawiris e Wesley Edens investiu €5,5 milhões para ficar com 46 por cento da SAD do V. Guimarães. Ou ainda que o QSI, fundo soberano do Catar que detém o PSG, pagou perto de €20 milhões (valor não oficial) por 21,67% do capital social do SC Braga, um clube de classe média alta que já disputa a Liga dos Campeões.
Num futebol cada vez mais competitivo e industrializado, a única forma de a esmagadora maioria dos clubes portugueses sobreviverem é a abertura a capital externo. O modelo atual de gestão está esgotado, o estatuto de liga periférica não garante receitas televisivas satisfatórias e vendas milionárias é coisa só ao alcance de poucos (e mesmo assim depende dos anos de boa colheita...)
Qualquer homem de negócios, se estiver devidamente informado sobre a realidade portuguesa, saberá que estamos numa fase de transição. A centralização dos direitos televisivos é uma realidade aí à porta e os mais otimistas acreditam que a liga portuguesa vale mais como um todo do que na soma de partes desintegradas. Veremos. Mas nem isso chegará. Será preciso ir mais além. O bolo, seja ele qual for, terá de ser repartido por menos para que cada um ganhe mais e possa fazer maiores investimentos para garantir melhores espetáculos. Para que não precise, entre outras coisas, de pedir tanto dinheiro nos bilhetes que afastam as pessoas dos estádios. Na recente entrevista ao Expresso, o presidente da Liga Portugal, Pedro Proença nem sequer o mencionou (não terá sido por acaso), mas é evidente que uma venda centralizada de direitos televisivos sem uma reformulação dos quadros competitivos pode vir a semelhar-se ao famoso dinheiro de helicóptero: agrada a todos no imediato, mas não cura os males estruturais.
Só no dia em que Portugal tiver um campeonato com menos equipas, uma arbitragem independente e capaz de proporcionar ao público uma perceção de maior credibilidade, uma justiça célere (ou privada, como quiserem chamá-la) e desaparecer de vez o cheiro a bolor que ainda por aí abunda, então estarão reunidas condições para chegarem mais tubarões-investidores e ajudarem naquilo que devia ser um desígnio real: tentar chegar fazer da nossa liga uma candidata a figurar no top 5 do ranking da UEFA em cinco anos."

Fernando Urbano, in A Bola

Subsídios para o futuro da modalidade - parte 1


"Três propostas para o jogo que muito poderiam contribuir para a melhoria do espetáculo

1 — Sou da opinião que estes espaços de comentário não deverão cingir-se à análise dos jogos dos nossos clubes podendo — aliás devendo — ir um pouco para além disso. O que, aliás, na minha perspetiva também afirma os clubes fora do arco da governação como tendo também voz nas grandes definições do jogo e das suas dinâmicas e não apenas nas suas reivindicações específicas. Vem isto a propósito de algo que me parece essencial ser refletido pela FIFA e que, em minha opinião, muito poderia contribuir para a melhoria do espetáculo e para a redução do ruído em torno de um fenómeno desportivo como o futebol. São três simples medidas que creio poderem ter um alcance positivo não negligenciável na transparência do jogo bem como na sua dinâmica.
2 — Seriam estas as medidas que preconizaria:
Videoárbitro (VAR) com transmissões audíveis.
Não obstante toda a polémica em torno da medida, há que reconhecer que a margem de falibilidade se reduziu imensamente, apesar de ter trazido aquele momento de suspense enquanto se aguarda pela opinião do VAR ou pelo visionamento pelo árbitro da partida. A generalidade dos adeptos confia na justeza da decisão validada, o que, podemos não querer recordar, mas reduziu significativamente a contestação aos vários lances da partida; porque todos sabem que estão a discutir com quem vê o lance num monitor e em câmara lenta, e não como antigamente sucedia em que eram os olhos do árbitro contra os olhos do adepto. Mas, sendo esta uma medida francamente positiva, não se compreende a manutenção da opacidade das comunicações entre árbitro de terreno e VAR. Se todos buscam a verdade desportiva, se as conversações decorrem na tentativa de descoberta dessa verdade, o que perdia o jogo em serem tornados públicos esses diálogos? Nada, apenas ganharia. Serve, aliás, como exemplo o que sucede já há muitos anos na modalidade de rugby, cujo Campeonato do Mundo ainda recentemente pudemos acompanhar. O árbitro transporta consigo um microfone que permite que quem acompanha o jogo à distância (e no estádio) consiga ouvir os diálogos do árbitro com os atletas, explicando o porquê das suas decisões, e os diálogos do árbitro com o VAR, discutindo as diferenças de pontos de vista. Transparência. Franqueza. Verdade. Os atletas respeitam, os adeptos compreendem as medidas. A modalidade ganha em credibilidade e transparência.
Tempo cronometrado – 30 minutos por cada parte.
Outro enorme foco de arbitrariedade e, como tal, de contestação, são os descontos aplicados pelo árbitro da partida. Temos assistido a decisões nada coerentes, jogos em que há quase 20 minutos de descontos e outros em que os descontos são os convencionais. Além disso, a passagem do tempo faz com que todas as equipas — todas!, mesmo aqueles que gostam de disso se queixar — façam o chamado antijogo quando o resultado lhes vai de feição. Considero o antijogo das atitudes mais lastimáveis que existem no desporto. Lastimável mesmo, o que aliás a semântica revela. Porque é geralmente praticado por quem, pretendendo segurar um resultado que lhe seja benéfico, detesta ser objeto dessa mesma prática quando o resultado não lhe seja benéfico. É a hipocrisia erigida a prática habitual; e ensinada às crianças. Milhares de pessoas assistem à prática de atitudes que representam o contrário do que ensinámos aos nossos filhos quando lhes dizemos: «Não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti» e impavidamente vemos os seus ídolos a praticá-lo constantemente e toda a gente a achar muito bem. Pois eu vocifero contra os guarda-redes do Vitória sempre que os vejo a perder tempo. Considero uma atitude vergonhosa, mais ainda quando não gostamos que o mesmo nos seja feito a nós. Incompreensível. Considero por isso que se de cada vez que o jogo seja interrompido o relógio parar, todo o tempo passa a ser tempo útil de jogo e deixam de compensar as manobras mais ou menos teatrais de perda de tempo com lesões as mais das vezes ficcionadas. Eliminar tudo o que sejam manifestações de fracos princípios, de falsidade com posturas sérias como dor ou agonia, para mais num desporto tão mediatizado como é o futebol, é um imperativo ético. Naturalmente que dessa forma os 45 minutos em cada parte serão demasiado, por isso me parece que 30 minutos de tempo útil representará sensivelmente o mesmo tempo que agora dura uma parte de uma partida de futebol. É no fundo uma forma de não beneficiar o infrator, regra como sabemos muito cara ao futebol.
Linha de fora de jogo.
Sendo o fora de jogo uma medida importante e que obriga as defesas a jogar mais subidas, favorecendo teoricamente o futebol ofensivo, a verdade é que me parece que ele devia conter exceções. Manter-se, mas com adaptações específicas ao retângulo de jogo. Sobretudo para evitar lances ridículos como o de um jogador estar em fora de jogo na pequena área adversária, o que pode suceder num canto não se revestindo de qualquer lógica racional face ao que a regra visa evitar. Resulta apenas da aplicação dogmática desta regra, que visa determinados objetivos como o de impedir que um avançado possa estacionar junto ao guarda-redes adversário, mas que se torna excessiva em lances em que quase todos os jogadores se encontram nessa área. Em suma, aquilo que defendo é a criação de uma linha de ausência de aplicação da regra de fora de jogo, uma linha a partir da qual esta regra não tem aplicação e que, em minha opinião, deveria representar a continuação da grande área, conquanto o jogador que vai fazer o passe esteja também para lá dessa mesma linha. Desta forma manter-se-ia intocada a regra do fora de jogo, mas impedir-se-iam aqueles foras de jogo incompreensíveis para a dinâmica do jogo e, sobretudo, implicaria a marcação de um maior número de golos, algo sempre relevante para o espetáculo desportivo.

PS. A comunidade vitoriana foi colhida pela triste notícia da partida do nosso capitão Carvalho. Agradecendo ao jornal A Bola por ter permitido a introdução destas linhas após o envio do texto, quero apenas manifestar o quanto o Carvalho foi, em várias dimensões, um exemplo daquilo que é o Vitória. Um vimaranense, um jogador da terra, que cumpriu o sonho de jogar várias épocas no clube do seu coração. Capitão de equipa durante muitos anos, foram as suas mãos que em 1988 levantaram a Supertaça, o primeiro troféu no nosso palmarés. Discreto. Humilde. Trabalhador. Empenhado. Uma defesa durante muitos anos recheada de jogadores da terra – Laureta, Costeado, Miguel, Basílio e Carvalho – que correspondeu a um dos melhores períodos do nosso clube. O Carvalho parte, mas não nos deixa."

Atualização da Lista de Substâncias Proibidas


"Substâncias melhoram desempenho, violam espírito desportivo ou são risco para a saúde

A Agência Mundial Antidopagem (AMA) publicou a lista atualizada das substâncias proibidas a partir de janeiro de 2024.
A lista é divulgada antes de entrar em vigor para que os atletas e demais agentes desportivos possam familiarizar-se com quaisquer modificações. Recorde-se que os atletas são pessoalmente responsáveis pelas substâncias proibidas encontradas nos seus corpos, bem como pelos métodos proibidos que foram utilizados. O pessoal de apoio aos atletas também é responsável por violações das regras antidopagem se for provado que foram cúmplices na atuação.
As substâncias são incluídas na lista se a AMA, em colaboração com peritos científicos, determinar que cumprem pelo menos dois dos três critérios seguintes:
1. Melhora ou tem potencial para melhorar o desempenho desportivo;
2. Representa um risco real ou potencial para a saúde do atleta;
3. Viola o espírito desportivo.
Substâncias ou métodos que mascaram o efeito - ou impedem a deteção - de substâncias proibidas também são proibidos, assim como qualquer substância que não tenha sido aprovada para uso humano por qualquer autoridade governamental reguladora de saúde.
Para além da indispensável consulta da lista atualizada, é importante referir que o medicamento Tramadol será proibido em competição a partir de 1 de janeiro de 2024.
Os atletas que tenham uma razão médica legítima para usar uma substância ou método proibido que esteja na Lista podem solicitar uma Isenção de Uso Terapêutico."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola