terça-feira, 14 de novembro de 2023
João Neves, o fiável operário que seduz o benfiquismo: o que dizem os números do médio que transformou o dérbi lisboeta?
"Aos 19 anos e de regresso ao meio-campo, João Neves voltou a ser a figura do Benfica num jogo importante. Incansável, fino e com uma identificação avassaladora com a bancada, o jovem internacional português mantém-se na rota dos holofotes. Assente nos dados da Driblab Pro, a Tribuna Expresso descasca os números do centrocampista numa análise que nem sempre está ao alcance dos olhos
As crónicas, os contos, os folhetins e os livros adoram histórias assim. Improváveis e heróicas. A trama mete um miúdo que nasceu pouco depois do Euro 2004 no meio de feras conscientes do seu lugar no mundo. A tribo, temerosa e cheia de incertezas, olha-o como um iluminado. Ele corre e corre e corre como se a existência dos da sua espécie dependesse disso. Mas não é um mero operário que coloca a fisicalidade ao serviço do amor dos outros. A João Neves não lhe treme o pé. E isso é admirável aos 19 anos, sobretudo num Estádio da Luz onde escorre a irresistível nostalgia da alma partida. O médio marcou na vitória no dérbi de domingo e já o havia feito no dérbi da penúltima jornada da época passada. Sempre com golos fora de horas.
O jovem algarvio tem já 1365 minutos esta temporada, alguns deles a insuflar a bochecha com a língua enquanto decide coisas importantes. Por ser tão fiel a quem é, por ser tão honesto com a profissão e certamente por entender que o lugar onde está é maior do que ele, aceitou trabalhos que não lhe deveriam ter tocado. Roger Schmidt, o treinador que vinha salvar a decência lusitana e que agora conclui que os jornalistas são do FC Porto ou do Sporting quando não gosta de uma pergunta, colocou-o nos últimos tempos na ala direita, para testar o sistema de três centrais. Quem não tem estatuto ou não faz cara feia sofre sempre mais. Mas a opção fala também da inteligência do jogador.
Mesmo com as limitações que sofreria qualquer funcionário longe da sua labuta e secretária tradicionais, o centrocampista nunca deixou de ser dos melhores. É que numa equipa que não funciona valoriza-se sempre o que está na ponta oposta ao medo. E o suor, e o choque. E também o facto de a bola manter a sua forma original. Foi assim com Renato Sanches. E João Neves, um jogador que nasceu para estar na seleção segundo Roberto Martínez, é isso tudo.
“É um adolescente com energia interminável e pés de craque”, escreveu o nosso Pedro Barata, na crónica do jogo. E escreveu mais sobre o futebolista que mistura “precisão e agressividade” por ocasião do golo do empate: “Receção perfeita, remate entre uma multidão de corpos. A celebração foi coerente com o jogar do português: uma explosão de energia, uma sucessão de movimentos. Deslizou de joelhos, gritou para os adeptos, dedicou o momento a alguém da bancada, mil celebrações numa, como ali há vários jogadores num só.” E lambuzou com um beijo a camisola, ahh, o sonho molhado de qualquer adepto.
É incontornável: apesar da felicidade que caiu em cima da cabeça de Schmidt – não há felicidade mais feliz do que aquela que cai do céu aos trambolhões e que respeita o acaso, segundo Bruno Vieira Amaral –, foi a exibição do médio que voltou ao meio-campo que encheu primeiras páginas e a memória dos saciados benfiquistas. Por isto tudo, por tanto, recorremos de seguida aos números da Driblab Pro, uma empresa especializada em dados, para explicar o que faz no campo o futebolista natural de Tavira.
Nos 1250 minutos que atuou no campeonato e na malfadada Liga dos Campeões destacam-se os valores altos em alguns parâmetros, nomeadamente na construção de jogadas (“xG construção”, que elimina os dois últimos jogadores das jogadas perigosas e confere o peso do médio no jogo encarnado) e na progressão com bola – 14,8 vezes por jogo em que leva ou passa a bola 10 metros para a frente. Ou seja, é um jogador corajoso e fiável a queimar linhas, ajuda a desbloquear o que o jogo coletivo não vai sabendo fazer. Mas o jovem futebolista é figura também nos cortes que faz quando o tentam driblar (72,6%) – ou seja, é chato, chato –, nos cortes (3.32 a cada 90 minutos) e na certeza do passe (86%), isto quando falamos de alguém que às vezes tenta agitar o tabuleiro e acelerar o jogo de formas diversas, arriscando aqui e ali.
A maior surpresa deste gráfico talvez seja o número de bolas longas que faz. O algarvio mete por jogo quase cinco bolas de pelo menos 32 metros. Mete bem metidas, digamos assim, são passes completos. Surpreendendo cerca de zero pessoas, esta espécie de Gavi português (só não é ao contrário porque o espanhol chegou primeiro à ribalta) tem valores altos na pressão individual. E perde poucas vezes a bola perante abordagens defensivas alheias (uma vez por jogo).
Por outro lado, e porque não há máquinas perfeitas, João Neves peca nas chances criadas ou no último passe cheiinho de mel por jogo, convenhamos que não se trata de um criador e magicador de invenções orgásmicas (Sócrates Brasileiro chegou a chamar orgasmo ao golo). Neves é um jogador utilitário com tremenda disponibilidade técnica e física, o que oficializa um pacto imortal com a bancada. Mas também no jogo aéreo, naturalmente, apresenta números baixos, já que tem apenas 1.74m, que até parecem menos, porventura graças à camisola por dentro dos calções, deliberou aqui uma rápida reunião na secção sobre a altura do futebolista da “chama imensa”, como escreveu Pedro Barata na crónica.
Estes valores podem ter sofrido algumas perversões e tropeções de realidade recentemente devido à viagem fugaz de João Neves até ao corredor direito, onde se pedem outro tipo de ações e funções. Mas as imagens em cima não deixam de ser uma fotografia do futebol do jovem médio. Pegando nos números da Driblab que visam apenas esta edição do campeonato nacional, a comparação dos dados de João Neves e Hidemasa Morita, o médio do Sporting, demonstram quão versátil, prestável e bom, na verdade, é o internacional português.
O japonês só supera o rival no número de bolas que (não) perde. De resto, Neves é superior em termos de pressão, bolas longas, progressão da bola, construção de jogo e até na taxa de acerto no passe (90.6% vs. 86.7%). Sem a Liga dos Campeões na equação, os valores de Neves deram um ligeiro salto qualitativo.
O gráfico de Stephen Eustáquio, o centrocampista do FC Porto, já engorda a concorrência a João Neves. É que é realmente curioso ver a austeridade e magreza no desenho do desempenho de Morita, que é obviamente um dos melhores médios do campeonato, cuja função talvez seja mais ligar a equipa, ajudar em momentos de aperto, colocando os craques ou avançados em posições vantajosas.
Eustáquio, por exemplo, está ela por ela com João Neves no que toca a não serem ultrapassados por aventureiros dribladores. Nos cortes e interceções por jogo também não estão longe. O segmento em que o dragão supera o português é, tal como Hidemasa, nas poucas bolas que perde, o que fala sobre segurança, mas também sobre a eventual ausência de rasgo ou risco. Esse tipo de ação também resgata saliva dos que veem os futebolistas com encanto. Quem cria algo, quem quer e tenta criar algo, é mais admirado, desconfiamos.
O canadiano que atuou em dois jogos no Campeonato do Mundo, no Catar, supera João Neves também nas chances criadas por jogo, o que evidencia a influência que Eustáquio foi ganhando no modelo de Sérgio Conceição.
A época está longe de acabar, mas, e apesar da vitória no dérbi, o Benfica parece tudo menos bem resolvido, principalmente na cabeça do treinador, que na época passada mexia pouco ou nada. Agora sucedem-se as experiências, até os saltos de posição dos futebolistas, sendo a maior vítima o faz-tudo Fredrik Aursnes. Mas também João Neves entrou nesse carrossel. Depois do dérbi, que confirma as sensações de clássicos e dérbis passados, dificilmente Schmidt voltará a fazer o mesmo, dispensando para perto do cal a alma da insonsa equipa. É que, lembrando a mítica frase de Pedro Lamy, João Neves tem cara de miúdo mas de futebol percebe ele."
Traumatismo grave...!!!
lagartos out of context
— Scof (@scof1904) November 13, 2023
pic.twitter.com/MGTAEJoKwQ
Se ganan...!!!
"“Os clássicos não se jogam. Ganham-se. Esta é a crise do Benfica. Contra todos!” - Di María. 🔴⚪️
Época 2023/24, até ao momento:
- 1 Supertaça.
- 1.º lugar na liga.
- 100% vitórias contra os rivais.
- Benfica 2 - 0 FC Porto.
- Benfica 1 - 0 FC Porto.
- Benfica 2 - 1 Sporting.
- 1 única derrota, em agosto, na primeira jornada."
Obrigado Scout, que hoje valeu 3 pontos!
Obrigado Scout, que hoje valeu 3 pontos! pic.twitter.com/O35hjY7SYC
— Hugo Gil (@HugoGil07) November 12, 2023
Duelos...
"Oi…o melhor Gyokeres do mundo e quiçá do bairro de Alvalade conseguiu ganhar 1 duelo individual a um meia leca como o João Neves…é obra!
#agoladoSabry"
MVP mais uma vez!
"JOÃO NEVES E O RESGATE
DA VELHA MÍSTICA BENFIQUISTA
1. Intensidade máxima na disputa de cada lance, de cada duelo, em cada passe, em cada remate.
2. Acreditar até ao fim que não há impossíveis, nunca se dar por vencido, entrega total até ao último apito do árbitro.
3. Amar o símbolo que se transporta ao peito, ter orgulho em vestir o "Manto Sagrado".
4. Humildade (no lugar de vaidade), generosidade (no lugar de sobrançaria), simplicidade (no lugar de pretenciosismo).
E é isto. E não é pouco.
E é uma chama imensa.
CARREGA, JOÃO!"
A chama imensa de João Neves dá um dérbi de loucos ao Benfica
"O Sporting chegou aos descontos a vencer, mas o algarvio das pilhas intermináveis empatou aos 94' e, aos 97', o herói improvável Tengstedt fez o 2-1. Gyökeres deu vantagem aos leões em cima do descanso, mas a equipa de Amorim, a jogar com 10 desde os 51', sucumbiu na parte final
O minuto 90 chegou com a Luz à beira de um ataque de nervos. O momento do Benfica levava o público a estar desconfiando e, depois de 40 minutos com mais um, a equipa de Roger Schmidt não conseguia o empate. Só aos 77' os locais remataram pela primeira vez à baliza, as substituições eram assobiadas, havia um cheiro a crise iminente no ar.
Mas, entre as dúvidas das águias e a resistência do Sporting, um algarvio de 19 anos não parava de correr. Ia a todos os duelos, caía, levanta-se, roubava bolas, empurrava a equipa para a frente, sempre de língua no canto da boca, um adolescente com energia interminável e pés de craque. Era João Neves, o menino que, quando a coisa aperta, agarra no coletivo, o conecta com a energia das bancadas e não deixa que a chama se apague na Luz.
Depois de mais uma partida de resistência e talento, a bola foi parar, aos 94', ao peito de João Neves, após desvio de Morato. Receção perfeita, remate entre uma multidão de corpos, 1-1. A celebração foi coerente com o jogar do português: uma explosão de energia, uma sucessão de movimentos. Deslizou de joelhos, gritou para os adeptos, dedicou o momento a alguém da bancada, mil celebrações numa, como ali há vários jogadores num só.
Parecia que o dérbi ficaria por ali. Mas esta história que começou em 1907 e teve hoje o seu 317.º capítulo continua a surpreender-nos. Não é por acaso que é o dérbi eterno.
Ainda havia tempo para mais um ataque do Benfica. Cruzamento da direita de Aursnes, remate de Tengstedt, bola no fundo da baliza de Adán. A Luz explodiu, mas o grito de golo foi interrompido pelo levantar da bandeira do assistente.
Lisboa, naqueles instantes, ficou em suspenso. Sair à rua naquele momento era ouvir o silêncio, sentir a respiração em pausa. Artur Soares Dias ouviu as indicações do VAR e apontou para o centro do campo. O delírio chegou ao estádio, jogadores abraçados, público no relvado. Lembram-se da pré-crise que se sentia no ar há cinco minutos? Isso foi há mil e uma emoções, os cinco minutos que mais estados emocionais diferentes provocaram dos dois lados da Segunda Circular.
Até àqueles descontos, o Sporting soube gerir a vantagem conseguida em cima do intervalo. Há um panzer em forma de jogador de futebol em Viktor Gyökeres e é essa a grande explicação para os leões terem estado quase a vencer o dérbi.
Aos 51', a expulsão de Gonçalo Inácio complicou as coisas para a equipa de Amorim, mas, até aos tais descontos, nunca houve um verdadeiro sufoco aos visitantes, Adán nunca esteve cercado. Mas a chama imensa de João Neves é difícil de apagar.
A grande incógnita antes do começo do desafio era saber se Schmidt colocaria uma linha de quatro ou de três atrás. Amorim apostou que haveria quarteto defensivo, o alemão escondeu o jogo. Pois bem, o que aconteceu foi uma primeira finta do técnico do Benfica: entrou com Otamendi, António Silva e Morato, mas fê-lo regressando à estrutura habitual. Os mesmos nomes, disposição diferente, com o canhoto brasileiro a lateral-esquerdo e Aursnes na direita.
A maior virtude da alteração foi devolver João Neves ao meio-campo. O algarvio, no coração do jogo, foi o primeiro a empurrar as águias para a frente, trazendo o público da Luz para o jogo, um misto de técnica e entusiasmo, precisão e agressividade, qual alma do Seixal numa missão de resgate, tarefa concluída quando a derrota parecia certa.
Liderado pelo mais novo em campo, o Benfica entrou por cima. Rafa foi o primeiro a criar perigo, mas aos 9’, após lance confuso, a bola passou perto do poste esquerdo e, aos 12’, um remate em arco a partir da esquerda, qual homenagem às pinturas que Simão Sabrosa realizava vestido de encarnado, foi beijar a barra. Aos 24’, Florentino não conseguiu cabecear após assistência de João Mário e aí terminou o melhor período dos locais, que só mais de 50 minutos depois voltariam a criar perigo.
Do lado do Sporting, a aposta era a do costume. Começar a jogar a partir dos centrais, atrair a pressão, ganhar espaços para os duelos na frente. Aos 30’, após canto de Pote, Diomande cabeceou para defesa de Trubin, na primeira oportunidade dos visitantes no dérbi.
O perigo que os verde e brancos não tiveram na primeira meia-hora surgiu, sobretudo, quando Marcus Edwards pegou na varinha mágica que as suas botas têm. O inglês pode só aparecer a espaços, mas maximiza as suas intervenções nos encontros, evidenciando o seu talento, conduzindo, fintando, ludibriando adversários. Aos 33’, levantou a bola para Pote, que permitiu a defesa de Trubin, e em cima do descanso foi protagonista no lance que deu vantagem aos leões.
Após recuperação de Esgaio, Edwards promoveu um duelo com Morato. O inglês fez a bola desaparecer e, depois, voltar a aparecer, um truque de magia para superar o defesa. Na sequência do lance, serviu Gyökeres. Uma associação entre Marcus e Viktor será sempre um encontro de mundos antagónicos, a leveza do britânico e o poderio do nórdico, o artista irregular e o tanque sempre agressivo.
Quando a bola chegou ao sueco, seria difícil imaginar um golo. Estava deslocado para a direita, com oposição próxima e a baliza não propriamente ali perto. Mas Gyökeres disparou um míssil que explodiu nas mãos de Trubin, bateu no poste e entrou. O dérbi podia ter tons igualados ao descanso, mas o contexto pouco importa a Viktor, que às vezes parece condenado pelos deuses da mitologia viking a arrancar uma e outra vez, a não parar nunca, um avançado a quem lançaram um qualquer feitiço.
A segunda parte começou com a expulsão de Gonçalo Inácio, que viu o segundo amarelo aos 51'. Como habitual quando está em inferioridade numérica, Rúben Amorim tirou Edwards, lançando St. Juste e repondo a linha de cinco atrás. E, durante largos minutos, o Sporting defendeu-se com segurança e o Benfica não mostrava argumentos.
Schmidt lançou Arthur e Tengstedt, mas as suas escolhas eram assobiadas pela Luz. Durante mais de 50', os campeões nacionais não criaram perigo, até que Di María forçou Adán a excelente defesa.
A pré-crise estava quase a tornar-se crise. Rúben Amorim estava quase a tornar-se no primeiro treinador da história do Sporting a vencer duas vezes na Luz e os leões estavam quase a ter seis pontos de vantagem para Benfica e FC Porto à 11.ª jornada, a maior margem de sempre para o emblema de Alvalade.
Mas João Neves nunca desistiu. Fez um pacto com a mística do Benfica, chamou a energia das bancadas da Luz para o campo, empurrou a equipa para a frente, empatou. Depois, Tengstedt escreveu mais um capítulo para o eterno livro dos heróis improváveis. Passados 317 jogos e 116 anos do primeiro Benfica-Sporting, o dérbi continua a ter desfechos impensáveis."
Cadomblé do Vata
"SL Benfica 2x1 Sporting CP
1. Supertaça no bolso, 1° lugar na Liga, vitórias sobre FCP e SCP... o meu sonho é que todas as crises de Portugal sejam como esta do SL Benfica
2. Nunca uma paragem de campeonato calhou tão bem como esta... precisamos mesmo de 2 semanas para limpar o cheiro a bazófia que estava no trono da I Liga.
3. Não quero dizer que o campo foi todo do João Neves, mas... no final do jogo o SLB teve de pagar pelo aluguer do estádio ao algarvio.
4. "Vamos ganhar... só festejo a partir dos 0x4... paragem com 6 pontos de atraso é desconfortável " e depois perdem com golo nos descontos do Tengstedt... para vocês tenho 3 palavras: Sporting Clube Portugal.
5. Benfica ganha um derby de final apoteótico assume a liderança do campeonato e os adeptos descarregam um chorrilho de criticas e insultos em cima de Roger Schmidt... no meio de tanto barulho, já nem percebo se gritam "volta JJ" ou "regressa Veríssimo"."
O João, sempre o João! E mais o António!
"SL Benfica 2 - 1 Sporting CP
Acreditar sempre, crl!
Não fomos esmagados pela melhor equipa do mundo e arredores.
Parece que finalmente o Roger ganhou ao Amorim. O Amorim é que continua sem ganhar ao Roger, certo?
Como dá gozo ganhar, e ganhar assim, a gente tão inchada e convencida. Foram 5 minutos à Benfica!!!
A parte mental é fundamental. Que esta importante vitória, obtida na raça, signifique uma viragem na época. Todos juntos.
CARREGA BENFICA!
RUMO AO 39!!!"
1.º lugar...
"1.º lugar é nosso. Lancem mais capas a chupar os rivais e a falarem de crise no Benfica! CHUPEM! CHUPEM POR TUDO!
O que hoje aconteceu tem um nome: KARMA!
Época 2023/24:
Benfica x Porto: 2-0.
Benfica x Porto: 1-0.
Benfica x Sporting: 2-1.
#BenficaEmCrise"
SL Benfica esta época:
✅ 1 vitória sobre o Sporting do incrível Gyökeres …"
Líderes...
"🔥 Nesta temporada, derrotámos o FC Porto duas vezes e acabámos de vencer o Sporting.
𝗟𝗶𝗱𝗲𝗿𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗮 𝗟𝗶𝗴𝗮 𝗰𝗼𝗺 𝘁𝗼𝘁𝗮𝗹 𝗲 𝗮𝗯𝘀𝗼𝗹𝘂𝘁𝗮 𝗷𝘂𝘀𝘁𝗶𝗰̧𝗮!
Será que alguns meios de comunicação vão insistir em cenários de crise no Benfica? 🤔"
Injustiça vs. Justiça !!!
✖️ Penálti por assinalar a favor do Benfica aos 9'.
— MasterPT (@MasteringPT) November 13, 2023
✖️ Penálti por assinalar a favor do Benfica aos 78'.
✔️ Vitória justíssima do Benfica, conquistada com raça e talento.
Firmes e fortes, estamos exatamente onde merecemos: na liderança da @ligaportugal. pic.twitter.com/VXcuteVahO
O dérbi é património histórico
"Schmidt é, de facto, um mistério, mas a sua continuidade não pode ser já posta em causa
Não existem jogos decisivos à décima primeira jornada de um campeonato. E, de facto, também não faz sentido, no atual momento, colocar em causa a continuidade de Roger Schmidt no Benfica ou torná-la dependente do resultado do dérbi. Um clube grande tem de ter dirigentes grandes e responsáveis. A ideia da chicotada psicológica à antiga portuguesa, antes de ser um sinal de força e de autoridade, é um sinal de fraqueza e de insegurança. É verdade que Schmidt é um mistério. Não se sabe como é que ele, na época passada, pôs o Benfica a jogar um futebol moderno, intenso, pressionante, capaz de produzir excelentes espetáculos e ótimos resultados e este ano é o líder de uma equipa precocemente cansada, psicologicamente débil, estendida por espaços abertos e abandonados, com jogadores que perdem a maior parte dos duelos, que chegam sempre depois dos outros, que somam individualidades sem chegar a um fator comum. E isso, de facto, não se entende. No entanto, a verdade é que, seja qual for o resultado com o Sporting, o Benfica não deixará de estar no pelotão da frente e continuará em condições de lutar pelo título. Será isto pouco para os benfiquistas? Admito que sim, que os benfiquistas sejam adeptos mais exigentes e que não se limitem ao sonho da festa no Marquês. Admito que queiram ver a equipa ganhar e jogar bem, até porque esse era um doce hábito que resultou do que viam na época passada.
Claro que um Benfica-Sporting não é um jogo qualquer. Este é o dérbi do futebol português. Com o tempo inventaram-se outros que resultam de pequenas rivalidades de vizinhança. Porém, o dérbi é sempre uno e indivisível. Benfica e Sporting são históricos rivais e essa rivalidade tem uma dimensão nacional. É um património histórico, mais do que do futebol, do desporto português. E não se entenda isto como um desvalorização de terceiros. Há outros grandes jogos e outras grandes rivalidades, mas não são dérbis, são clássicos.
Portanto, não nos enganemos. O dérbi de hoje, na Luz, não é decisivo, mas é importante. Em primeiro lugar, porque é um dérbi; depois, porque deixará um rasto de sinais significativos sobre as duas equipas em confronto. O Sporting desejará afirmar o mérito da sua liderança e surfar a onda da vitória; o Benfica precisa urgentemente de afastar o fantasma da crise."
Benfica-Sporting: tudo ou nada?
"O jogo de hoje pode ter um grande impacto na época desportiva do Benfica
Um dérbi é, e sempre será, um encontro especial, pela rivalidade que caracteriza estas duas grandes equipas. Todos os anos, o contexto em que estes clubes se encontram é diferente. Hoje, o Benfica é uma equipa muito mais pressionada, pelo decepcionante trajeto na Liga dos Campeões e pela fraca qualidade do futebol apresentado. Apesar de estarmos apenas na 11.ª jornada, o jogo de hoje pode ter um grande impacto na época desportiva do Benfica.
Muito mais que um jogo
Apesar deste jogo apenas representar três pontos, a realidade é que, indiretamente, tem um peso muito superior. Para o Benfica, pelo contexto que atravessa, é fulcral apresentar uma reação forte no jogo com o eterno rival.
Um dos argumentos apresentados até aqui é que nas competições europeias o Benfica está a ter um péssimo desempenho, mas que nas provas nacionais as coisas são diferentes. Por este motivo, se o Benfica escorregar hoje frente ao Sporting, toda esta retórica cai por terra. Adicionalmente, depois deste jogo iremos ter uma paragem de duas semanas para jogos das seleções. Isto significa que se a equipa encarnada tiver um mau resultado, e não podendo competir logo de seguida, poderá cair numa zona de depressão. Ficar a seis pontos do líder à 11.ª jornada, no contexto que o Benfica atravessa, é um cenário que ninguém na estrutura do clube pretende. Por outro lado, se olharmos para o copo meio cheio, este jogo pode ser o melhor que pode acontecer ao campeão nacional. Depois de uma péssima exibição, e de muita contestação, nada melhor do que ter um grande jogo em casa, frente a um rival que está na liderança do campeonato.
Trata-se da oportunidade perfeita para poder unir adeptos, equipa e Direção rumo ao objetivo pretendido, o campeonato nacional. Muito mais do que três pontos, o Benfica tem a oportunidade de dar um pontapé na crise, ficar em primeiro no campeonato, fortalecer a relação com os adeptos e, em simultâneo, demonstrar aos rivais que independentemente do momento que a equipa esteja a atravessar, nos momentos decisivos o Benfica diz presente. Do lado do Sporting, a situação é muito diferente. Está a atravessar um bom momento. Está em primeiro no campeonato e é a equipa que se tem exibido a melhor nível, embora ainda lhe falte ter a capacidade de saber controlar os desafios quando estes, aparentemente, estão resolvidos.
Apesar deste pormenor importante, o Sporting apresenta algo que ajuda a desbloquear jogos. É uma equipa que tem alma, crença e está confiante. A confiança advém dos resultados, mas também da organização apresentada, que faz com que os jogadores se sintam confortáveis no relvado. No desafio de hoje, o Sporting passa a pressão toda para o rival, embora Rúben Amorim queira que os seus jogadores também a sintam, de forma a estarem totalmente ligados ao jogo. O que fez, desde o início da época até aqui, deixou o Sporting com espaço para poder errar e confiança para se apresentar na Luz e impor o seu jogo.
Schmidt: e agora?
Roger Schmidt sabe a importância que este jogo tem para as ambições do clube. A reação que teve à pergunta - se sentia o lugar em perigo - demonstra, claramente, que sente a pressão do seu lado. O treinador alemão já nos habituou a não ser muito ágil nos jogos contra adversários com maior qualidade. Não muda a sua forma de jogar, não se adapta aos adversários e, estrategicamente, não tem sido capaz de acrescentar valor. Se há um jogo em que a capacidade de surpreender seria bem-vinda é no de hoje. Não deve ser fácil, para um treinador que costuma ter tantas certezas, ter agora tantas dúvidas. Começou a época com o seu sistema preferido, 4x2x3x1, tentando implementar o seu ADN, caracterizado por uma equipa ultra pressionante e sempre de olhos na baliza do adversário. Ao perceber que não estava a conseguir ter sucesso porque não só não pressionava e não criava ocasiões de golo, como permitiu sempre muito espaço para os adversários explorarem, alterou o sistema para 3x4x3. Sem dúvida que foi uma alteração que causou estranheza. A justificação ainda causou maior perplexidade: segundo o treinador encarnado, a alteração teve a ver com jogadores lesionados e com a qualidade de Morato, que com quatro defesas não tinha espaço para jogar.
Com base nesta justificação, apetece perguntar ao treinador alemão por que não alterou o sistema no último ano! Refiro isto, porque dos jogadores lesionados, Kokçu não estava cá na última época, Neres estava, mas não era titular indiscutível, e Bah esteve bastante tempo lesionado numa fase da época importante. Por fim, Morato estava no plantel e também não jogava apesar de ser um valor reconhecido! Claro que estas justificações não fazem sentido. A alteração de sistema teve a intenção de dar maior equilíbrio à equipa. O único problema é que para uma equipa jogar bem num sistema diferente, este tem de estar devidamente trabalhado, rotinado, com uma definição correta dos posicionamentos defensivos e com as saídas de bola para o ataque bem padronizadas, de forma a que o coletivo funcione e permita que as individualidades venham ao de cima. É ainda importante referir que este sistema é difícil de trabalhar, porque altera muitos posicionamentos em campo e porque a maior parte dos jogadores, na sua formação, cresceu em sistemas de quatro defesas. Para tornar tudo ainda mais difícil, Roger Schmidt não só trocou o sistema tático sem o trabalhar devidamente, como ainda colocou jogadores fora das suas posições naturais. Ora, sem coletivo, ao menos que fosse pela individualidade que as coisas se pudessem compor. O problema é que nem coletivo nem jogadores nas suas posições, o que torna tudo muito mais difícil. Nos jogos de competições nacionais as coisas são ultrapassadas pela diferença de qualidade individual dos jogadores do Benfica face à maior parte das restantes equipas. Nos encontros com equipas de dimensão superior, como é o caso da Real Sociedad, as fragilidades ficam totalmente expostas e aquilo que parecia ser equilíbrio defensivo foi um amontoado de jogadores atrás da linha da bola. A grande curiosidade para o jogo de hoje é: qual vai ser a abordagem de Schmidt ao jogo? Vai regressar ao 4x2x3x1 que tem vindo a ser trabalhado desde o último ano, deixando os jogadores mais confortáveis e tentando corrigir o desequilíbrio das transições defensivas através de comportamentos táticos? Ou vai apostar no sistema de três centrais (3x4x3), que não foi trabalhado e que não está rotinado? Tem a palavra o (confuso) treinador alemão!
Rúben Amorim: a oportunidade
O Sporting apresenta-se hoje na Luz com um estado de espírito diferente. A equipa cresceu de um ano para o outro. Contratou jogadores que estão a acrescentar valor e imprevisibilidade. Com um sistema bem definido e trabalhado, os resultados ajudam a que a equipa se sinta confiante e preparada. Neste campo, Rúben Amorim tem sido determinante. Com tantas competições, Rúben tem promovido a rotatividade da equipa e tem feito crescer os jogadores com tempo de jogo e nas várias competições.
Neste momento, tem muito mais soluções do que no início da época, simplesmente porque todos se sentem envolvidos nos objetivos da equipa. Os exemplos de Edwards e Trincão são claros. Não começaram a época a titulares. Rúben Amorim foi aproveitando todas as provas para lhes dar minutos e confiança. Trata-se de dois jogadores que precisam de se sentir bem, e com minutos, para poderem render.
Neste momento, não são titulares indiscutíveis, mas são duas opções muito importantes porque estão em boa forma e têm caraterísticas que permitem a RA mexer com o jogo. Com esta gestão, o treinador leonino, em vez de ter dois jogadores desmotivados, tem dois atletas que acrescentam muito, que se sentem importantes e que podem fazer a diferença. Voltando ao dérbi, apesar de a pressão estar toda do lado do Benfica, Rúben Amorim sabe da importância deste desafio para o Sporting. Se vencer fica com seis pontos de vantagem e aumenta a confiança dos jogadores e dos adeptos. Uma vitória pode ainda significar o agudizar do mau momento do adversário. Como tal, estrategicamente, o encontro ganha uma dimensão adicional e que não deve ser desvalorizada. Em caso de derrota, o Sporting continuará na posição que está atualmente, uma vez que, pelo seu mérito, ganhou margem para poder errar. Por fim, existem dois pontos que o treinador verde e branco irá ter em conta: o primeiro é que no último ano em que foi campeão, a partir do momento que ficou em primeiro, nunca mais largou essa posição; o segundo é que Amorim, ao referir que o Sporting este ano é candidato a ganhar tudo em Portugal, sente que a equipa está preparada, não só para vencer todos os jogos, mas sobretudo para lidar com a dimensão destes encontros. Uma resposta positiva da sua equipa irá validar e reforçar a convicção e confiança de todos e, apesar de estarmos apenas na 11.ª jornada, este pode ser um passo muito importante para a decisão da prova.
Duas formas de estar diferentes
Para finalizar, hoje estarão em campo dois estados de espírito diferentes. Isto é bem visível na forma como abordam as dificuldades. Roger Schmidt realça de uma forma sistemática as lesões (de três jogadores!) e a necessidade de tempo para os reforços aparecerem, como principais motivos para o momento menos positivo. Já Rúben Amorim, apesar de ter menos um dia de descanso para o jogo de hoje, não aponta esse facto como desculpa, pelo contrário, reforça que será na via mental que o jogo se irá resolver.
A valorizar
Fernando Santos: Na segunda parte da entrevista publicada ontem no jornal A BOLA, Fernando Santos esclareceu a forma como se processou a sua contratação por parte da FPF. A FPF e o seu Presidente Fernando Gomes não ficam bem na fotografia e deviam esclarecer a opinião pública.
A desvalorizar
Benfica: A imagem que a equipa tem deixado na melhor competição de clubes é decepcionante. Se juntarmos as fracas exibições à saída prematura da Liga dos Campeões, percebemos que os proveitos operacionais vão ter uma redução substancial face ao último ano e este é um problema difícil de gerir, porque os custos operacionais continuam a aumentar…"