domingo, 5 de novembro de 2023

Vermelhão: Contra o vento, também conta!!!

Chaves 0 - 2 Benfica


No meio do temporal transmontano, vitória sólida, sem deslumbrar, mas com este novo esquema dos 3 Centrais, parece-me óbvio que defensivamente ficamos mais consistentes... ofensivamente, a conversa é outra, mas nesta fase de transição, é essencial não sofrer golos!

Jogar com os 3 Centrais, sem Laterais de raiz rápidos, que tenham rotinas de ir à 'linha', não é fácil!!! Tentar atacar 'autocarros' do Tugão com 3 avançados, rápidos, móveis, mas sem um avançado mais fixo no meio da área, também não facilita o nosso trabalho...!!! E basicamente, foi assim que na primeira parte o Benfica tentou chegar ao golo! Resultado: perigo somente em bolas paradas!

Se na questão dos Laterais, neste momento o único disponível é o Jurásek, nos ponta-de-lança até temos vários disponíveis... e além do Musa que tem marcado o ponto com alguma regularidade, o Cabral parece-me estar a melhorar: mais adaptado aos companheiros e vice-versa; mas também fisicamente mais ágil/móvel...

Este esquema, permite ao Di Maria e ao Rafa, defender 'menos', e com o Neves e o Aursens como Laterais, ficamos muito fortes na reação à perda de bola! Muitas vezes os dois acabam por pressionar no 'meio', deixando as Alas defensivas para o Central... e isso, resolve muitas vezes o problema da inferioridade numérica no meio-campo, que muitos adversários nos tentam 'enganar'!

Com o tempo, creio que o Neves vai melhorar nesta nova posição, aliás o lance que desbloqueou a partida, foi um autêntico raide à Extremo/Lateral, algo que no resto do jogo, pouco tinha tentado!


Tino de novo fundamental, a recuperar mas também a passar... João Mário, nesta nova posição, recebe a bola com menos pressão, tem mais tempo para pensar o jogo, mas não é o Kokçu!
Trubin com pouco trabalho, mas muito bem nas poucas bolas que se aproximaram da nossa baliza... e naquela bola à barra, ainda tocou com os dedos!


Rafa, está horrível! Começou a época muito bem, mas neste momento é menos um! Na substituição ao intervalo, quem devia ter saído era o Rafa e não o Guedes! E o Di Maria, também não está a render... importante nas bolas paradas, mas no jogo corrido, ainda não recuperou o ritmo após a lesão...

Incrível como depois de tanto prejudicar o Benfica, é ainda o treinador do Chaves que é expulso por protestos!!! Penalty claríssimo. As duas pisadelas que os jogadores do Benfica sofreram, se fossem ao contrário era Vermelho para os nossos jogadores! A percepção da impunidade é tanta, que os jogadores do Chaves, desde do primeiro minuto, encararam todos os duelos, a 'matar'! Incrível como no único Livre em zona frontal a favor do Benfica, a falta seja assinalada 3 metros atrás da posição correta, e o nosso Capitão ainda acabe de levar Amarelo por protestos, ao contrário do que aconteceu ao Central do Chaves que deu uma cacetada, por trás, na zona dos tendões de Aquiles, sem qualquer intenção de jogar a bola!


Mais dois jogos, antes de nova paragem das Seleções, provavelmente ainda sem os lesionados, Bah e o Kokçu (Neres de certeza!).
Na próxima quarta-feira, no País Basco, jogo muitíssimo complicado! Creio que com este esquema vamos estar mais bem preparados (a Real Sociedad não vai meter o autocarro, portanto a dinâmica do jogo será completamente diferente), e até estou com alguma curiosidade se vamos ter espaço nos contra-ataques, algo que na Luz, praticamente não aconteceu...
Mas o verdadeiro 'teste' será no Domingo na Luz, com o Sporting... Os Lagartos estão muito mais rotinados no seu esquema, mas pessoalmente acho que ficamos mais equilibrados com este Modelo, agora, o Neves e o Aursnes, não podem dar espaço aos Laterais contrários, nos contra-ataques contrários, algo que o Sporting é especialista: convidam à pressão alta numa zona, e rapidamente, colocam a bola no Lateral contrário... O Benfica de Roger Schmidt normalmente não se adapta ao adversário, mas temos que ser inteligentes... senão teremos a dar tiros nos pés!

Vitória na Terceira...

Fonte do Bastardo 1 - 3 Benfica
25-22, 13-25, 20-25, 19-25


Primeiro Set perdido esta época, mas reação forte, e vitória, com os 3 pontos, na Praia da Vitória, algo muito raro nos últimos anos!

Pablo Nathan em grande...
Banderó saiu lesionado ainda no 1.º Set!

Vitória em Torres...

Torrense 2 - 7 Benfica

Marcámos cedo, mas o Torrense empatou e só na 2.ª parte acelerámos para a goleada, após a equipa da casa ter reduzido para 2-4!

Potencial nova lesão grave, desta vez do Gonçalo Sobral! Vamos esperar que tenha sido só um susto!

Bom momento...

Galomar 70 - 78 Benfica
8-17, 15-20, 30-24, 17-17

Na ressaca da grande vitória europeia, viagem à Madeira, com o estreante na Liga, com 14 pontos de vantagem ao intervalo, com um 2.º tempo em gestão, que podia ter corrido mal!

Almeida e Carter continuam on fire!!!!

Goleada...

Benfica 8 - 1 Turquel

Muitos indicadores positivos, com a juventude a finalizar...!!!

Vitória...

Benfica 1 - 0 Penafiel
Zan(65')


Regresso às vitórias, num jogo com poucas oportunidades, mas com o Benfica a aproveitar a superioridade numérica para chegar à vantagem...

Nota para a lesão do Filipe Cruz na jornada anterior (grave) e hoje, foi a vez do Henrique Pereira, sair lesionado!

Foco nos três pontos


"Esta edição da BNews é dedicada à atividade desportiva agendada para hoje, com destaque para o Chaves-Benfica, às 15h30.

1. Vencer em Chaves
Roger Schmidt espera "um jogo duro" na visita ao Chaves e define o objetivo para a partida: "Queremos os três pontos para ter a oportunidade de lutar pelo primeiro lugar no nosso próximo jogo em casa. Estamos completamente focados nisso." O treinador do Benfica caracteriza o ambiente no seio do grupo de trabalho: "Estou há mais de um ano aqui e sempre senti os jogadores muito ligados e um ótimo espírito de equipa."

2. Golo do Mês
Os Benfiquistas elegeram o golo de António Silva que deu a vitória no Estoril para Golo do Mês de outubro.

3. Regresso dos Heróis (III)
Gaitán, protagonista de inúmeros lances geniais ao longo de seis temporadas no Benfica, é o protagonista de mais um episódio da série dedicada aos escolhidos pelos Benfiquistas para o Mural dos Campeões no Estádio da Luz.

4. Evoluir a ganhar
A equipa B recebe o Penafiel, no Benfica Campus, às 18h00. Para Nélson Veríssimo, "é importante sentir que a equipa está a dar passos em frente no sentido de crescer individual e coletivamente" e "tentar fazer tudo para vencer, dentro da ideia geral que é jogar à Benfica".

5. Receção ao Turquel
O Benfica defronta, na Luz, o Turquel às 18h30. Roberto Di Benedetto afirma: "Temos de mostrar que somos o Benfica. O nosso trabalho passa por conquistar os três pontos."

6. Deslocação exigente
Em voleibol, o Benfica visita a Fonte do Bastardo. O início da partida é às 18h00 locais (19h00 continentais). Tiago Violas deixa uma garantia: "Estaremos preparados."

7. Outros jogos
Em basquetebol, o Benfica joga na Madeira, frente ao Galomar (15h00). No futsal, visita o Torreense (21h00). E há várias partidas das equipas femininas, todas em redutos de adversários. Consulte a agenda.

8. Protagonista
Arthur fala da temporada da equipa de futsal e partilha o sonho de vencer a Liga dos Campeões. Uma entrevista para ver na BTV ou ler no jornal O Benfica.

9. Casa Benfica Resende de parabéns
Esta embaixada do benfiquismo comemorou 22 anos e a BTV esteve presente."

𝗤𝘂𝗮𝗹 𝗲́ 𝗼 𝗰𝗿𝗶𝘁𝗲́𝗿𝗶𝗼?


"Frente ao Casa Pia, penálti não assinalado sobre Tengstedt e Benfica perde 2 pontos.
Frente ao Estoril, penálti assinalado de imediato a favor do FC Porto com apenas 4 minutos decorridos na partida.
𝗤𝘂𝗮𝗹 𝗲́ 𝗼 𝗰𝗿𝗶𝘁𝗲́𝗿𝗶𝗼?"

Último comunicado!

"... E é perfeitamente visível que a derrota do FC Porto com o Estoril não é tão má como o empate do Benfica com o Casa Pia. Digam lá o que disserem, falem lá o que falarem mas isso não passa de propaganda!!"

A falta que Neres vai fazer


"David Neres, peça fundamental de Roger Schmidt, vai ser operado ao joelho esquerdo e só regressa no próximo ano.

A falta de confiança que o SL Benfica tem vindo a demonstrar nos últimos jogos tem-se reflectido nos resultados, que, apesar do triunfo na terça-feira para a Taça da Liga, não esconde as exibições pobres que a equipa encarnada tem apresentado no campeonato e, sobretudo, na Liga dos Campeões, onde ainda não somou qualquer ponto na fase de grupos e está a zeros também no que toca a golos marcados. A juntar tudo isto, e como se já não fosse pouco, começaram também a surgir algumas lesões no plantel, sendo a de David Neres a que mais preocupa o departamento médico da Luz.
O extremo brasileiro sofreu uma entrada na primeira parte do encontro do último fim-de-semana, frente ao Casa Pia AC, quis continuar, mas acabou por sair aos 64 minutos, tendo sido detetada mais tarde uma lesão no menisco interno esquerdo. Após isso, pairou no ar a dúvida se iria ser operado, com a decisão final a ser conhecida na quarta-feira. David Neres vai mesmo ser alvo de uma intervenção cirúrgica ao joelho, e o tempo de paragem poderá ser entre três a quatro meses. Ou seja, só em 2024 Roger Schmidt vai poder voltar a contar com o atleta de 26 anos.
E como vai o SL Benfica sobreviver sem uma das suas melhores pérolas? É certo que o técnico alemão nem sempre apostou no internacional canarinho em vários compromissos desta temporada, mas quando o fez, foi o elemento que mais desequilibrou e o filme do jogo mudava radicalmente. A irreverência e a velocidade são as suas principais armas e daqueles dois pés há sempre um lance de génio que pode aparecer a qualquer momento. Houve até debates televisivos, onde um dos temas abordados era saber se David Neres e Di María poderiam coabitar no mesmo onze titular. Tanto se falou disso, que Roger Schmidt cedeu à opinião pública e fê-los alinhar de início na vitória por 1-0 frente ao FC Porto, e ironia das ironias, o golo foi marcado pelo extremo argentino, com assistência de Neres.
Esta lesão vem logo num momento delicado que a equipa atravessa e com encontros decisivos em relação ao que pode ser o futuro das águias para a restante época. Felizmente, na Luz moram boas alternativas para o seu lugar, com Gonçalo Guedes a ser a principal opção, sendo que Rafa pode também jogar pela esquerda do ataque. Ainda assim, David Neres vai fazer sempre muita falta, e a sua ausência prolongada vai pôr os adeptos encarnados a contar os dias para o seu regresso. Resta saber se no novo ano o extremo brasileiro ainda vai a tempo de ajudar o SL Benfica na conquista de títulos."

Trituuuuura, Benfica! – Drible de Letra #3


"Para o fervoroso adepto do Benfica, surge uma pergunta: o que Rui Vitória, Bruno Lage, Nélson Veríssimo e Roger Schmidt têm em comum? Para além da evidente ligação de treinadores do clube da Luz, claro. Não é um enigma complexo, mas requer atenção: todos, perante o mínimo sinal de crise, foram eleitos os únicos culpados de um aparente desmoronar da equipa. É isso mesmo. O colapso (a expressão não é minha, é dos relatos que vieram a público) encarnado a estes “únicos culpados”.
A indagação emerge: seria o treinador o principal responsável pela gestão da equipa? Em teoria, sim. No entanto, é essencial analisar o contexto, tal como em qualquer situação laboral. É que nem sempre um treinador tem a matéria-prima que deseja para cumprir os objetivos para os quais foi contratado; nem sempre tem as condições ideais.
Numa analogia mais abrangente, o melhor médico, num hospital sem os recursos adequados, produziria resultados equivalentes ao de uma instituição de excelência? E quanto a um jornalista numa redação limitada? A verdade é que, por mais alta que seja a expectativa, nem sempre se triunfa. Mas o Benfica vive nessa esperança; espera encontrar o treinador mágico que – limpinho, limpinho- vai ganhar tudo. Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga, Supertaça e Champions. Tudo. Todos os anos. Até que esse dia chegue, o mantra parece ser: tritura, Benfica!
Ao olharmos para trás, vemos que Vitória, Lage, Veríssimo (este menos) e Schmidt, foram glorificados enquanto ganharam, quais Deuses do Olimpo. Mas caíram em desgraça com os primeiros sinais de falha. Num estonteante abrir e fechar de olhos, os mensageiros da Luz apressam-se, em uníssono, a apontar as armas a um único responsável: o treinador. Culpado pela gestão do plantel; culpado pela política de contratações; culpado pela má comunicação; culpado pelas pedras da calçada.
Dir-me-ão: mas isso é o mundo do futebol. É?! Mais ou menos. Guardiola: levou seu tempo para conquistar a Champions pelo Manchester City (ainda teve uma final perdida frente ao Chelsea, no Dragão); e, nesse caminho, venceu todas as Premier League? Foi triturado na temporada em que o Liverpool se sagrou campeão? Facto – Don Pepe continua a ser o treinador dos citizens há sete anos! Sérgio Conceição, ganhou todos os títulos nacionais? E Rúben Amorim, após um 4.º lugar pelo Sporting, onde se encontra agora? Já no Benfica, o que aconteceu a Rui Vitória após aquela insólita temporada sem o título de campeão, tendo sido ele o único maestro a erguer o cobiçado Tetra no mundo encarnado? A sua sinfonia encontrou um final abrupto: foi exposto e triturado no grande teatro público e despedido. E quanto a Bruno Lage, após um compasso errado ao não revalidar o título por ele conquistado? A mesma trágica melodia: arrastado até à praça pública e destituído. Já Nélson Veríssimo, com todo o seu empenho, não conseguiu materializar o lendário “chegar, ver e vencer”. O seu final? Novamente, o implacável e impiedoso juízo popular e a subsequente demissão. Quanto a Schmidt, parece ter capturado a essência do ditado logo na época de estreia. No entanto, neste novo ato, encontra-se à sombra do líder, apenas três pontos atrás, mas sem a glória dos jogos da Champions. O enredo é evidente para todos. Voltemos, então, à questão inicial: o que Rui Vitória, Bruno Lage, Nélson Veríssimo e Roger Schmidt têm em comum? Pois.
Neste universo encarnado onde a regra é a impaciência, surge uma notável exceção: Jorge Jesus. Enquanto outros treinadores veem as portas fecharem-se ao primeiro erro, Jesus, mesmo após um período de três anos sem erguer o título, foi brindado com duas novas oportunidades, conquistando, de seguida, dois títulos consecutivos. Foi ainda resgatado num gesto eleitoralista de Luís Filipe Vieira para, segundo suas próprias palavras, ganhar… bola. Ostentando a distinção de ser o técnico que mais tempo esteve ao leme durante a era Vieira/Rui Costa – sete anos e meio -, Jesus reúne também mais vitórias (três títulos), mas, paradoxalmente, é aquele que mais vezes sentiu o amargo sabor da derrota (quatro campeonatos e mais um, parcialmente – finalizado por Nelson Veríssimo).
Surge, assim, uma intrigante interrogação: e se outros tivessem tido a mesma margem de manobra, com idêntica dose de compreensão e paciência? Tomemos como exemplo Rui Vitória: num espaço temporal de três épocas e meia, celebrou dois campeonatos e meio. Pelas contas, Rui Vitória é o melhor da era Vieira/Costa. Mesmo assim, numa época em que não triunfou e teve metade da sua equipe vendida, e sem os recursos que, por exemplo, foram concedidos a Schmidt, não teve margem para erros. Esta história ecoa os destinos de muitos outros. Se recuarmos ao início desta era, verificamos padrão semelhante: treinadores que, à mínima falha, foram rapidamente substituídos: Camacho (ficou em 2º lugar e saiu), Trapattoni (campeão nacional e saiu, alegando razões pessoais) Ronald Koeman, Fernando Santos (despedido na segunda época após um empate na primeira jornada). Camacho novamente – regresso de pouca duração por, segundo disse, não ter “condições para dar a volta à situação” -, Seguiu-se Fernando Chalana e Quique Flores, que também só ficou uma época. Enfim… E eis que chegou Jesus, milagreiro de todos os créditos e ainda mais alguns para gastar. Depois desta passagem de JJ, o Benfica parece ter entrado num ciclo mais rigoroso, com os técnicos sob um escrutínio mais intenso. Talvez pelo aumento do número de programas e mensageiros que muito contribuíram para a degradação do comentário “desportivo”.
Em 19 épocas sob a égide de Vieira/Costa, o saldo é de oito campeonatos conquistados. E, excluindo Jesus, nenhum outro treinador sobreviveu a uma temporada sem vitórias. O ambiente no Benfica parece ser de uma pressão exacerbada, calamitoso para quem não ganha, onde a praça pública desempenha um papel crucial nas decisões. Mas só para os treinadores, claro. Porque os dirigentes, esses, permanecem ilesos.
E, mesmo com a recente ascensão de Rui Costa à liderança – e perdoem-me se houver aqui um tónico de injustiça, pois Nelson Veríssimo poderia muito bem não ser escolha do sucessor de Luís Filipe Vieira e Roger Schmidt mantém-se no cargo…ainda – este padrão de exigência desmedida e escrutínio parece continuar.
É evidente que os treinadores têm as suas responsabilidades. Quem não? Já os mencionei. Guardiola, Conceição ou Amorim: todos eles têm a sua quota-parte nos insucessos das respetivas equipas. O Benfica, claro, não está bem e Schmidt tem, a meu ver, responsabilidades. Mas, será o técnico alemão o único culpado? A equipa encarnada parece algo perdida em campo, refletindo, diria eu, a postura do seu treinador. Critica jogadores em público; altera o sistema tático; tira Florentino, volta a colocar Florentino; os reforços não têm rendido. Isso é inegável. Mas as vendas e contratações serão apenas culpa do treinador? Rúben Amorim, por exemplo, foi dos poucos a conseguir pôr o dedo na ferida e assumir que Varandas lhe faltou à promessa de não vender Matheus Nunes. Resultado? Quarto lugar no campeonato. Amorim teve culpas? Teve. Foi o único culpado? Não me parece sequer que tenha sido o principal. Foi triturado em praça pública? Não. O Benfica vendeu muito (e bem?), jogadores-chave; contratou muito, gastou bastante, a fasquia foi colocada ao nível da Champions (onde conta zero vitórias e zero golos), dá-se ao luxo de colocar 60 milhões no banco.
É verdade, os treinadores, com certeza, carregam nos ombros o peso das responsabilidades, mas serão eles os únicos protagonistas nesta trama? O momento que o Benfica vive convida-nos a uma viagem introspetiva pelos corredores ocultos destas quase duas décadas. E, nas sombras desses corredores, ergue-se a pergunta que não quer calar: de quem é, verdadeiramente, a culpa?"

Benfica a patinar em gelo fino


"Chaves, Real Sociedad e Sporting. Três jogos que podem definir (sem decidir) uma época

O Benfica inicia hoje um microciclo de jogos de enorme responsabilidade - primeiro Chaves, onde na última época tudo o que lhe podia ter corrido mal, correu ainda pior, correndo o risco de hipotecar, em Trás-os-Montes, o 38; a meio da semana em San Sebastián, num cara-a-cara com a Real Sociedad, onde correrá atrás do prejuízo já acumulado na Champions, sem deixar de ter também os olhos postos na Liga Europa; e no domingo seguinte, no dérbi dos dérbis, que joga na Luz, frente àquela que tem sido a melhor equipa da Liga, a mais coerente do ponto de vista tático, a mais equilibrada e em melhor condição psicológica, o Sporting de Rúben Amorim.
A parada está alta para Roger Schmidt, que terá finalmente percebido que não podia usar o sistema da época passada com os jogadores desta temporada. Porém, como Roma e Pavia não se fizeram num dia, o Benfica precisará de tempo - que se calhar não tem - para sedimentar os três defesas e harmonizá-los com todas as dinâmicas de jogo que lhes estão associadas.
Resta saber se o treinador alemão já terá interiorizado a necessidade de ter maior presença na área contrária, e como irá fazê-lo; e ainda como tratará a rentabilização de Gonçalo Guedes, claramente talhado para a titularidade; subsistindo, para já, a dúvida quanto à capacidade dos atuais laterais dos encarnados fazerem o todo o flanco, como se espera de um sistema com três centrais que não queira ser apenas uma forma camuflada de jogar com cinco defesas.
É evidente que - e esqueçamos, para já, a participação europeia, que necessita de uma resposta positiva urgente, para não ser um irremediável flop - depois de perdidos cinco pontos contra Boavista e Casa Pia, o gelo em que a equipa de Roger Schmidt passou a patinar se tornou muito mais fino, o que é o mesmo que dizer, muito mais perigoso. Mas ainda há muito campeonato pela frente, momentos piores e melhores que tocarão a todos, e ninguém é campeão em novembro. Importante mesmo, para o Benfica, é que o técnico germânico acerte com o tom e harmonize uma orquestra que tem andado desafinada. Porque se não o conseguir, o facto, pouco abonatório, diga-se, depois de ano e meio no nosso País, de não perceber português, em nada irá ajudá-lo…"