segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Mais uma vitória...

Benfica 3 - 0 Esmoriz
25-14, 25-23, 25-20

Recordo que o Esmoriz é uma das melhores equipas, logo a seguir à Fonte e ao Sporting...

Ainda é cedo, o grande teste na minha opinião será na Europa (e depois nos play-off's...), mas creio que acertámos nos reforços: Banderó e Eshenko estão a acrescentar...

Vitória sobre o Vitória!

Setúbal 20 - 34 Benfica
10-12

Ontem, no meio da azia do empate do futebol, 'esqueci-me' que no andebol, ganhámos em Setúbal!

Mais uma secção atingida pelas lesões desde do início da época, agora foi o Djordjic, que ficará fora nas próximas semanas!

Bruxedo?!


"O Sport Lisboa e Benfica esclarece a situação clínica dos seguintes jogadores da equipa de futebol profissional.

INFORMAÇÃO CLÍNICA
Bah: edema ósseo do segundo metatarsiano do pé esquerdo
Kökcü: fascite plantar do pé direito
Neres: lesão do menisco interno esquerdo
Musa: amigdalite bacteriana"

Empate com o Casa Pia


"O resultado (1-1) com o Casa Pia na Luz penaliza a ineficácia da equipa que, em situação de vantagem, não conseguiu garantir os três pontos. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Frustração
Roger Schmidt não esconde o sentimento de frustração na sequência do empate a uma bola, na Luz, com o Casa Pia: "Estou muito frustrado, porque queríamos vencer o jogo. Queríamos realizar um bom desempenho, e penso que começámos bem, praticámos bom futebol. Criámos oportunidades, mas não tivemos eficácia para marcar mais golos, e na defesa cometemos dois erros grandes. A equipa tentou tudo para marcar o segundo golo. Há que trabalhar e melhorar em termos individuais e coletivos."
O treinador do Benfica deixou uma palavra de apreço aos adeptos: "Foram fantásticos, apoiaram-nos. Estão tão frustrados como nós, porque querem ser campeões, tal como nós."

2. Desilusão
Aursnes revela o estado de espírito da equipa após o empate: "É um resultado muito desapontante. Queríamos ganhar, teríamos ficado na liderança. Devíamos ter 'matado' o jogo e não os deixar entrar na partida."

3. Casas em força na Luz
O Jogo das Casas bateu recordes de presença das embaixadas do Benfiquismo na Luz. 132 estiveram e desfilaram na Catedral.

4. Na Ronda de Elite
O Benfica está na Ronda de Elite da Liga dos Campeões de futsal. O apuramento foi obtido ao ganhar, por 1-8, ao Dobovec.
Mário Silva salienta o desempenho de acordo com o pretendido: "Conseguimos, de uma forma competente, alcançar os nossos objetivos, que passavam pelo apuramento para a Ronda de Elite em 1.º lugar no grupo."

5. Restantes resultados
Em andebol, triunfo nos masculinos na deslocação ao Vitória de Setúbal (20-34) e, nos femininos, na receção ao SIR 1.º de Maio (46-31). Em basquetebol, vitória sobre o Imortal, por 103-58. A equipa feminina de futsal ganhou na visita ao Nun’Álvares, por 1-2. No hóquei em patins (feminino), três pontos conquistados no reduto da APAC Tojal (2-5). E, no voleibol, vitória, por 0-3, no pavilhão da AA Espinho.

6. Várias partidas agendadas
A equipa B visita o Santa Clara, às 15h30 (14h30 locais). Às 17h00, embate com o Esmoriz, na Luz, em voleibol. As equipas femininas de basquetebol e voleibol também jogam na Luz, respetivamente às 15h30 e 21h00."

Schmidt está perdido nos que 'têm de jogar'


"O empate com o Casa Pia, depois das três derrotas na Liga dos Campeões, confirma apenas os sinais negativos já identificados no modelo benfiquista, e que, se nos oferecermos um pouco mais de distanciamento para que se vislumbre todo o cenário, percebemos que virão desde o final da última época. Terão que ver, sobretudo, com a perda gradual de confiança dos jogadores no processo, que se acentuou esta temporada com a escolha perfis diferentes e uma interpretação errada por parte de Schmidt de que era momento para apontar a um registo mais ofensivo, mesmo em cima de terreno pouco firme, depois da perda de jogadores até aí sido nucleares – por escolha sua, Florentino, e não é o penálti cometido, que espelha a falta de ritmo e de confiança e, provavelmente, a necessidade de ter de voltar a mostrar-se útil, que me faz mudar de opinião; Gonçalo Ramos e Grimaldo, por questões de mercado.
É verdade que o Benfica ao atacar desequilibrado expõe-se demasiado defensivamente no momento do erro, mas também a forma como defende, sem o mesmo critério, impede que o ataque possa ser feito em qualidade e em número. Schmidt está neste momento perdido ‘nos que têm de jogar’ e as suas opções não estão a encontrar o equilíbrio, mesmo com a reentrada de Florentino. É preciso rever tudo, se é para manter a pressão alta e a contrapressão como princípios nucleares. O Benfica, neste momento, precisa de olhar para a forma como defende – que lhe dará unidades mais juntas também quando ataca – antes de dar o próximo passo.
Kokçu ‘tem de jogar’, porém Florentino, a meu ver, também. Tal como João Neves. Mas se o turco entrar não pode ser Rafa a fechar o meio, porque simplesmente não o faz. Aursnes é obrigatório, mas sobretudo no ataque: na esquerda, ajudará Jurásek na questão da largura ou combinará melhor com Bernat. No meio, tapará o corredor central, algo que o Benfica tem de privilegiar. Neves também o pode fazer, numa falsa posição 10. Ou Gonçalo Guedes, que poderá acrescentar depois a explosão que faltará ao jovem médio, ao mesmo tempo que contribui na pressão. Igualmente Di María ‘tem de jogar’, mas este Rafa indefinido terá mesmo? João Mário, por outro lado, também é importante. Já Musa é o mais parecido com Gonçalo Ramos.
Não há outra forma, Schmidt não pode continuar a fugir para a frente."

Os 7 pecados de Schmidt e Rui Costa


"É fundamental saber gerir as expetativas internas e externas, para que a pressão não se torne insuportável em momentos delicados

A época do Benfica não está a correr como o esperado. Se internamente os resultados vão disfarçando as más exibições, num contexto de maior dificuldade e equilíbrio, como a Liga dos Campeões, as fragilidades são mais expostas e a capacidade coletiva é colocada em causa. Existem alguns fatores que contribuíram para a atual situação do Benfica, e que distribuem responsabilidades, tanto pelo treinador, como pelo presidente.

1 - (Des)organização defensiva
Este é o primeiro pecado e aquele que deveria ter merecido maior atenção por parte de Roger Schmidt. No seu reinado, a equipa encarnada demonstrou sempre um ponto fraco: permite que os adversários explorem, com liberdade e tempo, o espaço existente entre a linha do meio-campo e o setor defensivo. Quando falha a primeira zona de pressão, a equipa fica muito exposta. Este é um problema que já existia na última época, mas que, este ano, está a ser exponenciado. Porquê? Porque a equipa perdeu capacidade de pressão coletiva ou organização na frente de ataque, algo que parecia estar bem rotinado no último ano. Outra justificação é que os adversários já conhecem a forma de trabalhar do Benfica e percebem como podem explorar este ponto fraco. Se os adversários percebem e exploram esta debilidade, a questão que devemos colocar é: por que motivo Schmidt não consegue melhorar o equilíbrio coletivo? Será que isto se resolve com a substituição direta de jogadores? Ou será que a equipa tem de melhorar os posicionamentos e a organização defensiva, tanto no momento de perda de bola, como em defesa posicional?

2 - Vlachodimos e expetativas
Este é outro aspeto que pode estar a ter influência na prestação do Benfica. Neste caso, não estão em causa a qualidade de Trubin ou as opções do treinador. O que está em causa é a forma como se justificou uma opção! A forma é importante, porque um balneário é composto por vários jogadores que entendem que devem jogar. A expressão nas costas dos outros vemos as nossas acaba por encaixar na perfeição. O treinador é soberano e podia ter decidido colocar Vlachodimos no banco, mas não da forma pública como o fez. Depois há ainda a gestão dos restantes jogadores. Repare-se em Morato: o Fulham ofereceu €25 M e demonstrou que o central iria ter preponderância num clube que joga numa grande liga. O Benfica recusou vendê-lo, com a justificação de que iria ser importante. A expetativa criada foi diferente do que está a acontecer e isso cria cisões. Não estou com isto a dizer que Morato deveria ser titular indiscutível, até porque António Silva e Otamendi estão bem, o que refiro é que o Benfica podia e devia ter três titulares que se pudessem revezar e evitar desgaste físico e emocional. Quanto melhores as opções, mais capacidade tem de ter o treinador para as gerir! Termino como comecei este ponto, a forma como se fazem as coisas faz toda a diferença na gestão de um balneário cheio de egos.

3 - Sucessão de Grimaldo
O Benfica já sabia que Grimaldo não ia continuar e teve tempo para ir ao mercado procurar uma boa solução. A opção recaiu em Jurásek. A expetativa é enorme, não só porque vem substituir um jogador que acrescentava muito em termos ofensivos, mas também pelo valor da transferência (€14 M). Refiro sempre que o caro ou barato depende do rendimento. Contudo, analisando as performances do jogador checo, vejo o seguinte: defensivamente não sabe fechar por dentro quando a bola está do lado contrário, tem muitos erros na abordagem de 1x1 pela forma como coloca os apoios. Ofensivamente não é um prodígio ou um jogador com uma técnica muito apurada e tem debilidades na receção de bola. Como ponto positivo, tem capacidade física para fazer todo o corredor e ainda é jovem, pelo que pode evoluir. A questão é que perante este cenário, e por €14 M, o Benfica deveria ter contratado uma solução efetiva e não um jogador que tem muito para melhorar, em vários aspetos. Aqui colocam-se as seguintes questões: perante estas características, o scouting do Benfica avalizou este jogador? Ou foi um pedido do treinador? Ou será que foi o presidente? A realidade é que Jurásek está a ser mais um problema, para todos, do que uma solução, incluindo para Roger Schmidt que não lhe tem dado a titularidade de forma regular e em jogos importantes.

4 - Saída de Gonçalo Ramos
Roger Schmidt teve o mérito de potenciar e fazer crescer Gonçalo Ramos. Apesar disso, internamente, muitos ainda desconfiavam do seu valor. A forma como o dossier foi gerido demonstra isso mesmo. Foi o único jogador de Seleção que não viu o contrato ser melhorado, mesmo tendo um enorme rendimento, o que demonstra o desejo que existia de vender o jogador. Analisando o plantel do Benfica, há três jogadores para a posição de avançado: Musa, que já estava no plantel e que demonstrou ser muito útil. Tengstedt, que custou €10 M e que nos faz questionar o motivo da sua aquisição, quando apenas teve uma época de nível interessante, no campeonato norueguês. Será que as caraterísticas que apresenta são assim tão interessantes e encaixam na forma como o Benfica pretende jogar, para ter sido feito um investimento desta dimensão? Foi o scouting, o presidente ou o treinador que identificaram este jogador? Será que vem fazer a diferença? Por último, Arthur Cabral, que custou €20 M mais €5 M em variáveis, que segundo consta são fáceis de alcançar. Para um investimento desta magnitude tem de haver uma base de avaliação que dê segurança a quem promove a contratação. As questões que se colocam são: será que eram estas as caraterísticas que o Benfica procurava? Mais uma vez, foi jogador do scouting, presidente ou treinador? Uma coisa é certa, a forma como o Benfica está a jogar não potencia as caraterísticas do jogador. Ou o treinador muda a dinâmica ofensiva ou a pressão sobre o atleta será bem maior…

5 - Comunicação
Este ano, com um contexto mais adverso, a comunicação de Roger Schmidt não tem sido tão assertiva, pelo contrário. Algumas declarações têm sido no mínimo estranhas, como aquelas em que referiu «é difícil fazer melhor que no último ano». Ora, no último ano o Benfica venceu o campeonato com dois pontos de vantagem e chegou aos quartos de final da Liga dos Campeões mas, na realidade, Nélson Veríssimo tinha conseguido o mesmo no ano anterior… sem o investimento considerável que foi feito esta época! A afirmação «os jogos mais importantes são contra o FC Porto» antes de um jogo da Liga dos Campeões é algo inexplicável. Foi também muito infeliz quando, no final do jogo com o Estoril, disse a um jornalista: «Acho que a minha abordagem foi correta, mas vamos esperar pelo momento em que seja treinador para saber como decidirá.» Tudo isto demonstra desnorte. A comunicação deve ser utilizada de uma forma inteligente e estratégica, de forma a retirar algo de positivo. Por outro lado, Rui Costa, com as suas declarações, criou uma enorme expetativa nos adeptos, ao ponto de reiterar o desejo de voltar a ser campeão europeu e de apanhar a onda positiva do último ano, à qual juntou as boas contratações de Kokçu ou Di María. A realidade é que é fundamental saber gerir as expetativas internas e externas, de forma a que a pressão não se torne insuportável em momentos mais delicados!

6 - Custos operacionais
Os custos operacionais aumentaram €15 M, justificados pelo aumento dos Fornecimentos e Serviços Externos (de €67 M para €82 M)! Com o mandato de Rui Costa esperava-se inversão desta tendência e a realidade é que não só não foi invertida como ainda foi exponenciada. Se juntarmos um orçamento substancialmente superior no futebol e a saída precoce da Champions, não restará ao Benfica outra opção senão vender mais jogadores. O descontrolo faz com que a venda de um jogador, Gonçalo Ramos, já não chegue para alimentar a máquina e isso é muito preocupante e cria uma enorme pressão em todos. O rigor na gestão é fundamental para se atingirem resultados de forma consistente.

7 - Carta branca ao treinador
Depois da renovação de Roger Schmidt todos percebemos que o treinador encarnado ficou com poderes reforçados. Um clube deve confiar no seu treinador a 100 por cento. Deve criar com ele uma ligação de forma que todos unidos consigam atingir os objetivos. Contudo, num clube organizado e profissional, como é o caso do Benfica, um treinador nunca deve ter carta branca para decidir a estratégia do clube. Por dois motivos. Por um lado, o treinador está hoje mas amanhã pode não estar. Já o clube ficará sempre e tem de ter uma estrutura capaz de se manter coesa, independentemente do treinador que estiver no comando. O segundo motivo é que se as coisas correrem menos bem, em vez de contratar um treinador com um perfil definido, o clube vai procurar um salvador…

A valorizar
Evanilson: Foi eleito o jogador da semana da Liga dos Campeões. Entrou ao minuto 44 e fez três golos, dois de belo efeito. O seu regresso a 100 por cento poderá ser fundamental para o crescimento ofensivo do FC Porto.

A desvalorizar
Pochettino: Aqui se prova que um plantel com muita qualidade não é sinónimo de uma equipa competitiva. Pochettino foi contratado com a missão de devolver a glória ao Chelsea. Ao fim de 10 jogos tem apenas 12 pontos…"

Não se chama Musa, além disso não veste de vermelho!!!

Acontece!!!


"Este é o Samu Silva, jogador do Vizela e formado nas escolas do FC Porto.
Samu Silva, que no Arouca-Vizela de há 2 épocas, com o resultado já definido, a mando do seu treinador - o Zé da boina -, de tudo fez para que o árbitro Tiago ‘moedas’ Martins lhe mostrasse o cartão amarelo e, assim, atingisse uma série de cinco cartões na Liga que lhe permitissem cumprir um jogo de suspensão na jornada seguinte, quando o Vizela recebesse o FC Porto.
O árbitro, apercebendo-se de que Samu estava a forçar o cartão, acabou por não ‘ir na cantiga.
Mas Samu Silva não queria jogar. Jogou. E fez valer a pena, pois marcou um autogolo.
Hoje, teve a "infelicidade" (chamemos-lhe assim) de não conseguir concretizar este golo cantado.
Acontece aos melhores!! 😏"

Mais do mesmo

Jaime Cancella de Abreu, in O Jogo

Um Benfica em busca da identidade perdida tropeça contra o Casa Pia


"Em exibição aquém do exigido, a equipa de Schmidt não foi além do empate (1-1). João Mário, num grande golo, deu vantagem às águias e Trubin defendeu um penálti, mas os visitantes expuseram o mau momento dos campeões nacionais

Roger Schmidt começou, logo na conferência de imprensa de antevisão, a fazer do Benfica-Casa Pia uma espécie de busca pela melhor face da equipa, uma procura por aquele conjunto pressionante e agressivo de boa parte da época passada. Em 2022/23, o bom funcionamento da equipa desde o verão fez com que, durante vários meses, a coisa andasse quase por inércia, uma equipa feita de memória e sem alterações, vitórias atrás de vitórias graças a esse automatismo, engenharia alemã feito conjunto de futebol.
Agora, tudo é diferente. Pressiona-se menos e pior, muda-se mais no onze, os reforços, como diz o treinador, “não estão a nível top”. Arthur Cabral parece perdido na frente, Jurasek evidencia limitações técnicas. O público reage e assobio.
No meio deste cozinhado de problemas, apareceu o Casa Pia, da identidade conservada de Filipe Martins, o oposto da confusão reinante no Benfica, uma equipa capaz de, aos 96', levar a bola até ao seu guarda-redes e sair a jogar de forma apoiada pelos defesas. O 1-1 é o quinto jogo em 14 partidas desta temporada que as águias não vencem: no ano passado foi preciso realizar 28 encontros para que o Benfica chegasse aos cinco sem ganhar.
Neste mar de dúvidas, o silêncio da Luz após o 1-1, marcado por Larrazabal aos 81', eram uma ruidosa ausência de barulho, quase reconhecimento tácito por parte do público dos problemas da equipa. Nos últimos minutos houve uma reação, liderada por João Neves e António Silva, o Seixal ao resgate, mais aí Ricardo Batista disse presente.
Desde 1930, quando os dois clubes da capital empataram a um numa partida a contar para o Campeonato de Lisboa, que o Casa Pia não conseguia sair de casa do Benfica sem uma derrota. Apostado em fazer história, o conjunto de Filipe Martins entrou com boas intenções, pressionando alto e tentando explorar alguma intranquilidade dos campeões nacionais. Aos 20’, após cruzamento do sempre enérgico Soma, Lelo, num cabeceamento por cima, deu a primeira sensação de perigo na Luz.
Os 30’ iniciais das águias foram a continuidade emocional da derrota contra a Real Sociedad. Futebol nervoso e desligado, com perdas de bola, pouca confiança e algum desconforto vindo da bancada a cada ação menos conseguida. Exemplo disto sucedeu aos 17’: o Benfica fez o que Roger Schmidt pedira na antevisão, recuperando algo, mas depois Rafa, com espaço para criar perigo, desperdiçou o lance com um passe para as costas de João Mário.
Com o decorrer do tempo, os locais foram melhorando. A primeira oportunidade surgiu aos 25’, quando Arthur Cabral rematou para defesa de Ricardo Batista. O final de tarde do brasileiro, titular na ausência de Musa (a contas com uma amigdalite), voltou a ser complicado. Lento de movimentos, voluntarioso mas desacerto, dando ideia de ser um peixe fora de água, um corpo estranho na frente que já provoca desconfiança vinda das bancadas. Novo jogo sem marcar, acabando substituído, aos 74’, por Tengstedt, entre aplausos e assobios.
Benfica e Casa Pia estarão para sempre unidos por Cosme Damião, o fundador das águias que foi aluno da Casa Pia. Mas a exibição dos campeões nacionais esteve longe de ser uma homenagem ao homem que dá nome ao museu do clube.
Ainda assim, o melhor período dos da casa surgiu na reta final do primeiro tempo. Aos 35', após bela assistência de calcanhar de Rafa, David Neres, já em queda, permitiu a defesa de Ricardo Batista.
Quando a Luz já se transformava mais caldeirão de ansiedades do que força que empurrava a equipa, quando os maus passes se começam a acumular para desespero da bancada, veio um momento de inspiração, uma luz no meio da escuridão.
Aos 44', João Mário recebeu de Aursnes, novamente lateral-direito, ajeitou e rematou forte e colocado, numa viagem triunfal para o 1-1. Desde 16 de março que o outrora médio sem golo que lutou por ser o goleador do campeonato passado não marcava na principal competição nacional. O golo em cima do intervalo era um golpe duro nas ambições do Casa Pia, mas, em vez de dar embalo para uma segunda parte de maior nível, pareceu adormecer o Benfica.
Jajá, brasileiro de 22 anos, estreou-se a titular pelo Casa Pia. Cavalgando pelos flancos, ora pelo direito, ora pelo esquerdo, foi um foco de instabilidade para a defesa do Benfica, conduzindo, driblando, agitando.
Aos 54', Florentino, de volta ao onze, derrubou o extremo dentro da área. No entanto, na cobrança do castigo máximo, Felippe Cardoso não fez jus ao apelido que, trocando uma letra, tantas vezes foi sinónimo de golo na Luz. Trubin, com classe, repetiu o que já fizera contra o Portimonense e defendeu o remate. Há 40 anos que um guarda-redes do Benfica não parava dois penáltis na mesma edição da I Liga.
Tal como o golo de João Mário, o penálti defendido não melhorou o Benfica. As águias deixaram o encontro correr, sem rasgo ou ambição, vendo os visitantes desperdiçarem oportunidades. Jajá e Soma iam ameaçando, Felippe voltou a falhar e aos 81' chegou o esperado 1-1.
Beni Mukendi, que entrou par dar vigor renovado ao meio-campo visitante, lançou Larrazabal, basco de pulmão incansável, na profundidade. Este aproveitou a passividade de Jurasek para rematar de ângulo apertado, surpreendo Trubin, que não escondeu a frustração.
Depois de instantes de quase anestesia da Luz, houve um assalto final ao triunfo. Ali, o Benfica teve a ambição que faltou, a pressa que nunca revelou, a urgência contra-relógio. Mas não chegou.
Aos 86', Florentino cabeceou à barra, a bola bateu nas costas de Batista e parecia destinada a Tengstedt. O guardião, heróico, evitou que o avançado marcasse, como evitaria, também, golos de Rafa e de João Neves. Durante boa parte do fim de tarde não teve muito trabalho, mas sai como um dos heróis.
Já no desconto, a tal reação liderada pelo Seixal ia tendo a expressão máxima. Canto de João Neves, cabeçada de António Silva. No Estoril o jovem central resolveu, desta feita o poste negou-o, qual mapa incompleta que complicou a descoberta da identidade perdida. Schmidt terá de reforçar a busca pelo ADN do conjunto que não se reconhece a si próprio."

Sempre...


"Não é nos bons momentos que se vê de onde vem a verdadeira força motriz que move esta instituição centenária. É nos maus momentos. E aqui ninguém se esconde ou atira a toalha ao chão, porque fugir é para covardes e desistir é para fracos.
Não estamos a ser Benfica e existe muito a trabalhar e corrigir. Tempo de reflexão interna, de críticas construtivas - não confundir com críticas destrutivas - entre sócios e adeptos, pois os alicerces deste grandioso clube foram construídos com base no plurarismo e associativismo ativo.
Nada estava ganho e nada está perdido, ainda assim, esta equipa tem de dar mais. Mas de si, mais pelo emblema que ergue ao peito, e mais por todos aqueles que carregam na alma o amor incondicional por este clube.
Apesar de ter ficado um penálti por assinalar sobre o Tengstedt, a verdade é que não podemos ser tão displicentes em campo e falhar tantas oportunidades para matar o jogo.
Mais unidos do que nunca, mas conscientes de que há muito a fazer para atingirmos os objetivos que ambicionamos conquistar.
E vamos conquistá-los!
Sempre contigo, Sport Lisboa e Benfica. 🔴⚪️"

Era de uns, agora é de todos


"28 anos após o sucesso de Mandela e Pienaar, ‘Springboks’ chegaram ao tetra em França...

Terminou ontem, no Stade de France (onde já fomos tão felizes...), a décima edição do Campeonato do Mundo de râguebi, a tal modalidade de que se diz ser para brutos mas é jogada por cavalheiros. Foram 50 dias de espetáculo de altíssimo nível e intensidade insuperável, onde testemunhámos uma participação histórica dos Lobos, e que teve, na final a revalidação do título pela África do Sul, após um duelo épico e equilibrado (12-11) com a Nova Zelândia. Foi a reedição da decisão de 1995, jogada em Joanesburgo, onde a cumplicidade entre Nelson Mandela e o capitão dos Springboks, François Pienaar (um dos brancos que, por boas razões, tem direito a fotografia no Museu do Apartheid, no Soweto), criou condições para que a nação do Arco-Íris fosse uma realidade.
Volvidos 28 anos, os sul-africanos já conquistaram a Taça Webb Ellis por quatro vezes, e no país de Madiba o râguebi deixou de ser a coutada de uns para ser a paixão de todos. Mas, independentemente destas considerações que misturam história, sociologia, desporto e política, o râguebi tem sido uma escola que, entre muitas outras virtudes, tem servido para explicar ao mundo como deve ser feita a boa utilização dos meios eletrónicos na arbitragem, conjugando-os com a ideia de transparência, e obtendo um resultado final que, não sendo infalível, é inspirador.
Mas o râguebi também segue tendências do futebol, o que, neste mundo globalizado, não tem nada de estranho. A FIFA, já a partir de 2026, vai acolher 48 seleções na fase final do Mundial que será disputado no México, Estados Unidos e Canadá. Há razões económicas poderosas na base desta ampliação, mas há também há a convicção de que esta é a forma mais eficaz de, rapidamente, subir o nível médio da modalidade. Dentro de quatro anos, quando a Austrália acolher o Campeonato do Mundo de râguebi, serão 24, mais quatro do que as 20 que estiveram em França, a participar na fase decisiva de um evento que em termos de audiências televisivas é dos mais fortes a nível planetário. Para Portugal, que vê as suas possibilidades de voltar a esta competição aumentadas, são boas notícias. Mas para o râguebi em geral, também. Afinal, a ideia de democratizar as participações em fases finais, que o futebol assumiu e o râguebi agora acolhe, ajudará ao crescimento de muitas seleções."