sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Dúzia...

Galati 0 - 12 Benfica

Depois do empate da véspera, goleada, contra os Romenos, com uma entrada a 'matar' e só não foi maior, primeiro porque uma quantidade enorme de carambolas não entraram na baliza do Galati e porque no 2.º tempo, os nossos adversários, resolveram fazer anti-jogo, com um 5x4 defensivo, para evitarem sofrer mais golos!!!

Os Franceses venceram por 4-0 os Eslovenos, e assim vamos para a última ronda, com vantagem na diferença de golos, e vamos jogar após saber o resultado do Etoile com o Galati, portanto saberemos quantos golos vamos precisar para garantir o 1.º lugar no grupo, e assim assegurar o estatuto de cabeça de série para o sorteio da Ronda de Elite...

Ouro


Vitória da Rochele Nunes, na Taça do Mundo de Abu Dhabi... Grande resultado, neste regresso após lesão, num momento que já cheira a Jogos Olímpicos!

Bernardo Silva e Cardozo !!!

Definição de Votação!!!


"Alguém, por favor, explique a este senhor que decorreu uma votação no site do clube em que os sócios elegeram 20 jogadores para aparecerem no mural, e que esta foi democrática e esteve disponível e visível para todos verem.
É lamentável este tipo de insinuações. Que vergonha!"

Mural dos Campeões


"No âmbito da comemoração dos 20 anos do Estádio da Luz, os Benfiquistas tiveram a oportunidade de escolher os seus 20 jogadores preferidos entre aqueles que representaram o Benfica neste estádio. Este é o tema em destaque na BNews.

1. 20 craques imortalizados no Mural
Os Benfiquistas votaram nos seus jogadores favoritos e eis os eleitos para o Mural dos Campeões, situado na área da Porta 18 do Estádio da Luz. De Nuno Gomes, o autor do golo inaugural, a João Félix, o mais novo entre os escolhidos, são 20 os futebolistas eleitos entre os mais de 200 que defenderam o Clube no maior palco do país. Otamendi, Di María e Rafa são os membros do atual plantel homenageados pelos sócios.

2. 20 anos do Estádio da Luz
No Chão Sagrado: memórias da Nova Luz (20), Nuno Gomes partilha as suas memórias dos vários anos que representou o Benfica no atual Estádio.

3. Nova exposição
Está patente, no Museu Benfica – Cosme Damião, a nova exposição "Chão Sagrado: 20 Anos da Catedral", que retrata este período da vida do Benfica, desde a construção do Estádio aos títulos conquistados, sem esquecer grandes jogos e notáveis jogadores.

4. Memórias da Nova Luz
Veja a reportagem da BTV sobre os 20 anos do Estádio da Luz.

5. Ronda Principal
O Benfica empatou, 2-2, com o Etoile Lavalloise na 1.ª jornada da Ronda Principal da Liga dos Campeões de futsal.

6. Sorteio realizado
Já são conhecidos os adversários do Benfica, em época de estreia nas competições europeias, na fase final da Challenger Cup de polo aquático no feminino.

7. Agenda desportiva
No futsal, prossegue, na Eslovénia, a Ronda Principal da Liga dos Campeões. O Benfica defronta o United Galati, hoje, às 16h30. Amanhã há desafio de hóquei em patins na Luz, com o Benfica a receber o Murches (20h00), e os Sub-19 de futebol jogam em Alverca, às 15h30.
Consulte a agenda para ficar a par de todos os jogos do fim de semana. Sábado, na Luz, há futebol (18h00), basquetebol (15h00) e andebol no feminino (17h00)."

A estranha queda da águia


"O Benfica substituiu cirurgicamente quem saiu. O problema é que a cirurgia correu mal

Roger Schmidt no rescaldo do traumático jogo do Benfica com a Real Sociedad percebeu que era preciso dar uma explicação. Não tinha sido, apenas, uma questão de noite de azar em que tudo corre mal. Adeptos do clube e gente em geral que aprecia futebol e viu o jogo percebeu, sem precisar de qualquer curso de treinador, que há um problema estrutural nesta equipa. E o que menos entende é como se tornou possível que a um Benfica demolidor, pressionante, a jogar um futebol moderno e eficaz tenha sucedido, com o mesmo treinador, numa equipa vazia, mole, desgarrada, não conseguindo arrumar os seus jogadores nos espaços convenientes, parecendo, por vezes, um bando de miúdos à solta a jogar à bola.
Pressionado a dar explicações públicas, Schmidt optou pelo argumento mais fácil e mais desculpabilizante. Disse ele que o Benfica está longe de atingir o patamar competitivo da época passada porque perdeu jogadores nucleares. Qualquer adepto de bancada lhe diria que, sim, é verdade, mas por isso gastou um dinheirão para contratar novos jogadores, que dariam todas as garantias de qualidade.
Prevendo essa inevitável resposta, o treinador alemão juntou uma nova justificação: os jogadores novos ainda não se adaptaram.
Vejamos, então, o problema do Benfica pela ótica de Roger Schmidt. Que jogadores influentes perdeu o Benfica da época passada para esta. Perdeu Vlachodimos, mas manda a verdade que se diga que só faltou um funcionário do clube ajudá-lo a entrar no avião. Schmidt estava ciente de que com Trubin a baliza ficava melhor guardada. E é bem possível que tenha razão. Daí para a frente, tudo se complica. O Benfica fez sair o seu habitual lateral direito, Gilberto, e deixou cair André Almeida. Tinha melhor: Bah e, se fosse preciso, recorreria a Aursnes, um todo o terreno polivalente. Na esquerda, foi tudo raso. Saíram Grimaldo (era inevitável) e Ristic. Entraram, cirurgicamente, Jurásek e Bernat. A cirurgia correu mal e o doente não melhorou. No meio campo saíram Draxler e Weigl. Entraram Aursnes e Kokçu, além da confirmação de João Neves. No ataque saiu o goleador, Gonçalo Ramos, mas entrou Arthur Cabral para ser alternativa a Musa. Além destas contratações, entrou ainda uma estrela: Di Maria. Afinal, quem falhou? Schmidt diz que é preciso esperar. Esperemos."

«Podemos conviver com o Sporting», diz responsável máximo pela formação do Benfica


"Pedro Mil-Homens explica a A BOLA como os encarnados beneficiam da mudança da iniciação para o Estádio Universitário; e como estar lado a lado com o rival também pode ser oportunidade

—  Como nasce esta ideia de concentrar a iniciação do Benfica no Estádio Universitário e como foi depois executada?
— O Benfica sabia, há algum tempo, que a sua instalação-base em Lisboa, onde tem a iniciação, requeria expansão. Avaliámos as condições de expansão nos Pupilos do Exército e chegámos à conclusão de não seria a melhor opção. O Benfica procurava uma alternativa. A Universidade de Lisboa, na pessoa do seu reitor, desafiou-nos a pensar nessa alternativa e perguntou-nos se o Benfica estaria interessado, a exemplo do que se passa com o Sporting, em fazer uma parceria em termos idênticos.

— Isso significa o quê?
— Contribuir fazendo uma reabilitação de um conjunto de instalações desportivas e, em contrapartida, ter um conjunto de horas de utilização, que se iriam amortizando ao longo do tempo em função do investimento feito. O contacto talvez tenha acontecido em novembro ou dezembro e em janeiro tínhamos uma proposta de recuperação e de reabilitação das infraestruturas que entendíamos que faziam sentido. A decisão da Universidade de Lisboa foi rápida e o presidente do Benfica estava a assinar, em fevereiro, este contrato que tem uma validade para 10 anos. Idealmente as obras deveriam estar prontas a 1 de setembro, mas sabemos bem que há sempre razões de ordem vária e motivos que aparecem no percurso. Isso significou este arranque faseado que estamos a fazer.

«O Benfica ganha, sobretudo, espaço e um horizonte temporal grande.»

— Em termos práticos, o que ganha o Benfica, que tem dois polos em Lisboa, os Pupilos do Exército e Casa Pia?
— O futebol de iniciação do Benfica vai deixar esses polos, mas isso não quer dizer que outras modalidades deixem de usufruir desses espaços. No Estádio Universitário, o Benfica ganha melhores condições. Nos Pupilos do Exército trabalhava num campo, aqui vai poder trabalhar em três campos, com outras condições, melhores acessos para as famílias dos atletas, com um Estádio de Honra renovado. O Benfica ganha, sobretudo, espaço e um horizonte temporal grande. Não tínhamos condições de expansão nos Pupilos do Exército. Dispersávamo-nos pelos Pupilos, UrbanSoccer [Monsanto], Casa Pia e relvaod sintético da Luz. Neste momento concentramos toda a operação do futebol de iniciação de Lisboa em instalações renovadas, amplas e com perspetiva de, eventualmente, expansão, se as condições o permitirem. Ganhamos, sobretudo, espaço e concentramos a atividade num único polo.

— Tomou seguramente conhecimento, quando foi assinado o contrato, das críticas e sugestões de que o Benfica poderia estar a atirar o Sporting para fora do Estádio Universitário. Qual o comentário que isso lhe merece?
— É muito fácil de explicar. O Benfica foi convidado pelo reitor da Universidade de Lisboa para estudar a possibilidade de ter aqui uma parceria. E a mais óbvia era, naturalmente, no domínio do futebol de iniciação. Fui o primeiro a dizer ao reitor da Universidade de Lisboa que conviveríamos com o Sporting com a maior das facilidades. Também tive ocasião de dizer isso, pessoalmente, ao presidente do Sporting. É uma prova de que nós, Benfica e Sporting, somos capazes, nestes escalões etários, que classifico de futebol das crianças, de conviver de forma saudável. Tenho a certeza de que assim será e nós, ao longo dos anos, temos dado provas de que somos capazes de fazer isso. Não haverá qualquer dificuldade nesta convivência com o Sporting. O Sporting vai manter-se no Estádio Universitário. Não passaria pela cabeça de alguém, primeiro, que o Benfica colocasse essa questão, segundo, que a Universidade de Lisboa aceitasse isso. Se passou foi, certamente, nalguma rede social mal informada. Quando aqui estivermos instalados em pleno, estou convencido de que podemos, daqui a um tempo, voltar a conversar para lhe dar nota de como Benfica e Sporting foram capazes de conviver de forma saudável no futebol das crianças. Se não formos capazes, neste contexto, de ter essa convivência, não sei em que escalão etário é que a teremos. Estou seguro de que isso vai acontecer e de que não haverá qualquer dificuldade.

— Há alguma ideia de quando se poderá o Benfica tirar proveito concreto desta mudança para o Estádio Universitário ou é difícil pensar numa situação dessas?
— É muito difícil. Não temos uma perspetiva de rentabilização dentro de um espaço temporal. Com o enquadramento que temos, o número de equipas e jogadores que, temos uma perspetiva de dar melhores condições e, sobretudo, longevidade a este projeto. O futebol de iniciação do Benfica em Lisboa significa, dos sub-13 para baixo, cerca de 180 jogadores. Nesta atividade, quanto mais baixamos o escalão etário, mais alargamos o número de jogadores. Não há alguém que olhe para um miúdo com 6, 7 ou 8 anos e possa dizer: ‘Este sim, aquele não.’ Podemos dizer, isso sim, que estes têm condições. É uma atividade na qual a margem de erro é maior e precisamos de ter paciência e de dar tempo e espaço àqueles que apresentam sinais e condições de ter habilidade e depois condições naturais para o desenvolvimento das suas competências no futebol."

Benfica espalhado pelo país


"Águias têm seis Centro de Formação e Treino fora de Lisboa; João Neves e António Silva são produtos de um projeto iniciado em 2008

De Lisboa a Aveiro, de Braga a Faro, de Viseu a Vila Real, e, desde esta época, a Leiria, são mais de 400 os jogadores da iniciação do Benfica, identificados e recrutados para iniciar um caminho que, só em poucos casos, acaba na equipa principal. O projeto, pensado e executado pelo clube a partir de 2008, e com forte envolvimento de Rodrigo Magalhães, coordenador técnico da iniciação, está consolidado e continua em expansão.

«Nós, muitas vezes, temos de procurar o talento por onde ele anda. Não estando centralizado em Lisboa, tem vários locais de nascimento. E a prova disso é que, historicamente, temos jogadores oriundos de diversos pontos do país.»

António Silva e João Neves são, neste momento, os produtos mais distintos, por jogarem na equipa principal e terem chegado à Seleção Nacional, de uma abordagem ao início da competição «inovadora e impulsionadora do futebol até a nível nacional», por ter beneficiado «não só o Benfica como outros clubes e outras associações de futebol e, mais tarde as seleções nacionais jovens», dispara Rodrigo Magalhães. Está a falar de um projeto que lhe é visivelmente especial, o dos Centros de Formação e Treino (CFT), que permite aos encarnados, para lá da deteção e desenvolvimento local, oferecer aos jogadores recrutados, perto da casa deles, a metodologia do clube.
Quando chegou ao Benfica, em 2005, era «prática corrente», assinala Rodrigo Magalhães, um jogador de Aveiro, Braga ou Faro «deslocar-se uma ou duas vezes para treinar-se em Lisboa e ter uma atividade ou um jogo de campeonato ao fim de semana». Havia, naturalmente, um investimento financeiro «bastante grande» dos encarregados de educação e, acima de tudo, «um desgaste que mais tarde se refletia na atividade académica dos jovens praticantes e no pouco descanso que tinham». «Temos relatos de jogadores que faziam as refeições e estudavam durante as viagens», recorda.

Inversão do processo
Essas circunstâncias levaram a uma reflexão e, posteriormente, à conclusão de que a abordagem teria de ser diferente, ou seja, que teria de haver «uma inversão do processo» — ultrapassar as fronteiras de Lisboa e chegar a todo o país. Para tal, foi necessário, em vários Distritos, encontrar condições, através de protocolos com as Casas do Benfica (permitiu a inscrição das equipas nas associações distritais e a utilização da camisola oficial do clube) e com parceiros estratégicos locais. «Isso permitiu-nos ter infraestruturas para podermos treinar e jogar, com treinadores selecionados por nós e com capacidade para implementar a metodologia do Benfica. E dentro do habitat natural onde os jogadores se desenvolvem», acrescenta Rodrigo Magalhães. «O talento não está apenas nos grandes centros urbanos. O mundo não anda para trás, não vamos desconstruir prédios, deitar abaixo a selva de betão, não vão crescer árvores, as atividades motrizes da nossa infância estão em vias de extinção, até pelo quotidiano bastante preenchido dos encarregados de educação e dos jovens praticantes», alerta Rodrigo Magalhães, para justificar a expansão dos encarnados pelo país: «Nós, muitas vezes, temos de procurar o talento por onde ele anda. Não estando centralizado em Lisboa, tem vários locais de nascimento. E a prova disso é que, historicamente, temos jogadores oriundos de diversos pontos do país. Então, desenvolvemos os nossos CFT, com implementação, numa primeira fase, em quatro distritos: Braga, Aveiro, Viseu e Faro. E tudo foi evoluindo. Começámos com uma equipa em cada CFT, atualmente temos seis em diferentes zonas geográficas: Braga, Aveiro, Viseu, Faro, abrimos em Vila Real e o mais recente, com início nesta época desportiva, em Leiria. Temos quatro equipas em Aveiro, quatro em Faro, quatro em Braga, duas em Viseu, duas em Vila Real e duas em Leiria. Temos cerca de 220 jogadores em 18 equipas.»

Recuos e avanços
A transição para o Benfica Campus faz-se aos 13 anos, «numa idade em que os jogadores começam a conseguir suportar a ausência dos pais». Nem sempre, porém, é tudo tão simples como as palavras. Ferro, por exemplo, foi um dos primeiros a chegar ao Seixal dos CFT, no caso dele de Aveiro. E teve de voltar a casa. O mesmo aconteceu, por exemplo, com António Silva. «Ferro e António Silva foram para o Seixal e, por um ou outro motivo, a adaptação não estava a ser a desejável, muito provavelmente, pelos dados que tínhamos, eram jogadores com um desenvolvimento maturacional mais lento. Acabaram por ser acompanhados à distância, Ferro no Tabueira, o António no Viseu United. Regressaram mais tarde ao Benfica e chegaram à equipa A», revela Rodrigo Magalhães.
Diogo Gonçalves, Gonçalo Ramos ou João Neves são outros que chegaram à equipa principal depois de começar nos CFT. E depois a prospeção A essência do projeto dos CFT «é permitir a jogadores que estão distantes da zona da grande Lisboa usufruam da metodologia do Benfica». Não podia, naturalmente, esgotar-se nisso. Para o sucesso «contribuiu, de forma determinante, o departamento de prospeção». Ajuda a «recrutar os melhores jogadores nos distritos de implementação e nos distritos adjacentes». «É o departamento nuclear para o sucesso do futebol de formação do clube» «Isso permite-nos ter uma cobertura nacional. É um modelo mais favorável ao encarregado de educação, permite ter o seu educando todos os dias em casa, junto da família, dos colegas, em tenra idade, contribuindo para o desenvolvimento desportivo, académico e social e, como sabemos, a construção do caráter e personalidade advém do meio social e da educação. Daí a importância de mantermos esse modus operandi até aos 12 anos», rematou.
(...)

«Paciência é uma das palavras mais importantes»
Pedro Mil-Homens, diretor geral da formação, faz questão de sublinhar que o projeto dos CFT foi iniciado em 2008 e, como tal, «foi preciso esperar muitos anos para ter jogadores do CFT na equipa principal. Ferro, defesa-central agora no Hajduk Split, foi o primeiro, estreou-se em 2019. «Paciência é uma das palavras mais importantes no futebol de formação. Tem aqui o reflexo. Está provado que é preciso paciência. Qualquer investimento que tenha sido feito nos CFT, com estes jogadores mencionados [Gonçalo Ramos, António Silva, João Neves, Ferro], está completamente pago. Podemos fazer mais, mas é preciso ter paciência. Não se pode abrir em 2008 e colher frutos em 2010, 2011 e 2012. O ciclo de formação é de 10 anos. E tem de haver recrutamento aos sete. Dos sete aos 17 muita coisa pode acontecer, não sabemos se vai dar ou não jogador, pode haver um pai com expectativas exageradas, o miúdo pode ter uma companhia menos positiva ou uma namorada que o desencaminhou. E isto só são fatores externos. Não podemos ter certezas. Antes de se completar 10 anos, não se pode dizer se um projeto está a correr bem ou mal», argumentou."

Benfica identifica craques ao ritmo da dança


"As atividades que tornam única a iniciação dos encarnados; equipas inscritas nas competições nacionais só a partir dos sub-12

As equipas de iniciação do Benfica só começam a competir, oficialmente, no escalão sub-12. Não é que até lá lhes faltem oportunidades. Ao contrário, o clube proporciona aos jovens um modelo competitivo próprio, metodologia e experiências «diferenciadoras». «A nossa perspetiva vai muito para lá de treinar e ter um enquadramento competitivo ao fim de semana», anuncia Rodrigo Magalhães, coordenador técnico da formação. Reflexão interna que levou à conclusão de que o modelo competitivo tradicional para crianças entre os 6 e os 11 anos «poderá não ser assim tão benéfico».
Porquê? «Imaginemos um encarregado de educação que mora na periferia de Lisboa. Despende, aproximadamente, uma hora para levar o jogador ao jogo. O atleta demora, entre equipar-se, ouvir a palestra, falar com o treinador e aquecimento, uma hora. Depois há um jogo com duas partes de 30 minutos. Vamos supor que é utilizado metade do tempo: 30 minutos. Volta ao balneário, toma banho, volta a falar com o treinador e investe, novamente, uma hora para voltar para casa. Estamos a falar de uma manhã desportiva, na qual jogador e encarregado de educação despenderam quatro a cinco horas. E o tempo de prática foram 30 minutos», responde Rodrigo Magalhães.
O jogador talvez tenha tocado «um bocadinho mais» que cinco vezes na bola, ironiza, «mas é uma atividade reduzida em relação ao tempo investido» e, como tal, «há uma opção do clube em não ter equipas inscritas em campeonatos de idades mais baixas». O Benfica só começa a inscrever equipas no escalão sub-12 de futebol 9. E como rentabiliza, então, o Benfica o tempo? Poderá haver, no fim de semana, um ou dois jogos amigáveis, um torneio ou um triangular, mais uma atividade de futsal, dança ou motricidade infantil. «Olhando para o mesmo espaço temporal, para lá do ecletismo e diversidade multidisciplinar proporcionada, o jogador tem uma prática desportiva diferenciadora do modelo tradicional», sublinha.

O contributo do futsal
A diferença do modelo formativo nestas idades é oferecida «através de um conjunto de atividades complementares». Há uma Liga interna (Benfica League), de que se falará amanhã, e a introdução, por exemplo, de futsal. Porquê futsal? «Pelo contacto com diferentes superfícies do pé com a bola, com as partes interna, externa, plantar e bico, pela velocidade na transição dos momentos de jogo, pela predisposição mental muito mais célere à alternância dos momentos de jogo, pela obrigação da leitura ao meio envolvente num espaço mais reduzido e com número significativo de jogadores, pela necessidade de decisão mais rápida e pela elevação do nível técnico de execução. Essa atividade de futsal é executada de duas a quatro vezes por mês. E é de extrema importância.»

‘Cage football’
O Benfica, no Estádio Universitário, vai requalificar dois espaços para lá os jovens praticarem cage football. «O que habitualmente designados de jaulas», esclarece Rodrigo Magalhães, que justifica a opção desta atividade: «Tem tabelas e apela à criatividade do jogador para, ao usá-las, poder rematar à tabela e, no ressalto, tentar fazer golo, assim como driblar adversários. Há uma exploração da espontaneidade de remate, com interações diversificadas, e um tempo útil de jogo total, porque a bola está permanentemente em jogo. Provoca o caos e aleatoriedade e contribuiu para o desenvolvimento dos nossos jovens.»

Motricidade infantil
O Benfica identificou que os jogadores da iniciação, e de uma forma global, sofrem de iliteracia motora. «As nossas crianças e adolescentes não saltam à corda, não sobem muros, não trepam árvores, alguns não sabem fazer uma cambalhota, passam para o desenvolvimento de uma motricidade fina que é o domínio de qualquer coisa nas extremidades, seja uma bola de basquetebol, andebol ou de futebol antes de terem o domínio do que se designa como motricidade geral», começa por dizer, justificando o recrutamento de dois professores de motricidade infantil, em cuja área André Gonçalves tem um projeto pioneiro: «O nosso plano de motricidade infantil contempla o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais como agarrar, correr, arremessar, ter conhecimento diferenciado do corpo. Percebemos que jogadores de gerações anteriores driblavam de forma diferente, com plasticidade motora muito mais desenvolvida do que os jogadores de hoje. Porquê? Por vários fatores: atração pelos aparelhos eletrónicos, número de horas em frente à televisão, IPad ou telemóvel, pelo desaparecimento do futebol de rua, pelo número de horas passado sentado numa sala de aulas. Sentimos necessidade de trazer a rua para dentro do clube. Foi, sem dúvida alguma, uma aposta ganha. Começa desde os escalões mais baixos até aos escalões de sub-14 e sub-15. Estamos a tentar transitar ainda para o Benfica Campus a atividade de motricidade infantil.»

Muito mais do que dança
«A outra atividade diferenciadora é a dança, lecionada pela Professora Beatriz Nande, mas é dança, ritmo, equilíbrio, coordenação, postura e flexibilidade. É uma forma camuflada de podermos desenvolver todas essas componentes», conta Rodrigo Magalhães, que identifica craques que todos conhecemos com ritmo marcado pelos ritmos da música: «Aí fomos à base, fomos perceber a importância que o Ronaldinho Gaúcho ou o Ronaldo Fenómeno davam ao samba, eles próprios admitem que têm uma forma diferente de driblar, todo o corpo finta.» A atividade começa nas equipas de petizes e traquinas e já chegou ao Seixal, às equipas sub-14 e sub-15.

Foco no jogador
O somatório das atividades complementares, acredita o Benfica, torna o modelo diferenciador. «Acreditamos que o foco tem de estar no jogador. Não formamos equipas, formamos jogadores. E precisamos do meio adequado para fazê-lo». «Em redor das equipas temos um conjunto de departamentos de apoio: fisiologia, nutrição, psicologia, análise e observação, social, escolar, etc. A nossa atividade é centrada no desenvolvimento do jogador. O nosso long-term player development program tem dado muitos resultados, especialmente pelo conhecimento que temos das especificidades em idades críticas», resume Rodrigo Magalhães."

O novo ninho da águia em Lisboa


"Benfica muda a iniciação para o Estádio Universitário; recupera infraestruturas e tem um novo e amplo espaço

Três jovens com menos de 13 anos correm com urgência. Não será pelas nuvens negras que ameaçam chuva inclemente que pouco tardará, nem pelo temor nervoso de atraso para um compromisso, talvez acelerem, apenas, pela alegria e pelo entusiasmo inocentes de quem vai fazer o que gosta — só jogar futebol. Com a camisola do Benfica e num relvado artificial que ainda conserva o brilho que será castigado, com o tempo, pelos elementos. Em sentido contrário caminha outra criança equipada à Sporting, nem dela dão conta. O mais alto dos três só abranda quando lhe sugerem que será um futuro defesa-central. Que não, é avançado!
O treino da equipa sub-13 do Benfica, orientada por Pedro Lameiro, está a começar, no Estádio de Honra do Estádio Universitário (EU), em Lisboa. É provável que quem por lá vai jogar, fazer umas fintas ou umas defesas, marcar ou evitar um golo, ainda não se tenha dado conta da honra e privilégio de que é depositário. Ainda bem, são crianças, antes de qualquer projeto para ser Bernardo Silva, João Félix ou João Neves. É, no fundo, também esse o princípio orientador do futebol de iniciação do Benfica.
As águias, em Lisboa, têm, agora, um novo ninho, no Estádio Universitário. Crianças e jovens ainda não gozam de todos os confortos anunciados no início de fevereiro, com pompa e circunstância, na assinatura de um contrato de parceria entre o Benfica e a Universidade de Lisboa (UL), que proporciona aos encarnados a concentração no EU de toda a atividade de iniciação, dispersa, nos últimos anos, pelos Pupilos do Exército e Casa Pia, também pelo sintético do Estádio da Luz e até por Monsanto. Já devia estar tudo a reluzir desde agosto, mas as obras, como tantas vezes acontece, por diversos motivos, atrasaram-se. Não faltará muito até estarem concluídas e, neste momento, já quase toda a atividade de iniciação do Benfica decorre no coração de Lisboa, com melhores condições do que nunca.

€2,1 milhões/10 anos
O Benfica investe pouco mais de €2,1 milhões para utilizar durante 10 anos algumas infraestruturas do EU. Em marcha está um projeto de requalificação de campos e edifícios. O Estádio de Honra já tem um relvado artificial de última geração, certificado pela FIFA e World Rugby, a nova iluminação LED já cintila, falta concluir a renovação dos balneários, a recuperação da cobertura e a requalificação dos espaços para apoio administrativo do edifício principal. Nos campos 3 e 4, mesmo ao lado da piscina olímpica e dos campos utilizados pela iniciação do Sporting, a instalação da relva artificial está perto do fim, a construção das bancadas mais demorada. E faltará, ainda, a iluminação LED.
Estão em fase avançada, ainda, a requalificação dos polidesportivos 2 e 3, cujo cimento será substituído por relva artificial de última geração, novas tabelas, redes de proteção e iluminação LED; e a construção de dois espaços para a prática de Cage Football, futebol numa espécie de jaula, atividade que os encarnados desenvolviam em Monsanto.
O Benfica deixa os polos dos Pupilos e da Casa Pia por necessidade de expansão que não estava salvaguardada naqueles espaços. São mais de 180 jogadores até aos 13 anos que vão crescer num novo ninho com a esperança de passar, mais tarde, para o Seixal. Quase 60 funcionários do Benfica vão tratar deles.

Iniciação para competição
A iniciação do Benfica e os respetivos Centros de Formação e Treino espalhados pelo País não se confundem com as escolas do Benfica «com caráter lúdico e recreativo» que se desenvolvem no Estádio da Luz. São já escalões com o crivo apertado do departamento de prospeção. São já crianças e jovens nos quais o Benfica identificou talento para desenvolver e potenciar com o objetivo de integrar a equipa A do clube.
«Aqui não vão estar as escolas de futebol. Continuam no Estádio da Luz. É um conceito diferente. Para as escolas, não recrutamos, os jovens inscrevem-se. É um conceito mais inclusivo. Mesmo aqueles com menos aptidão têm espaço para jogar. Aqui (iniciação Estádio Universitário) estamos no patamar daqueles que escolhemos para um desenvolvimento mais orientado para o futebol de formação», explica Pedro Mil-Homens, diretor geral da formação do Benfica.

Mais João Neves
Pedro Lameiro, treinador dos sub-13 do Benfica, 10.ª época nos encarnados, identifica depressa as vantagens da passagem da iniciação do Benfica, de armas e bagagens, para o EU. Nos Pupilos do Exército, logo de início, recorda, «havia um só campo para todas as equipas ao mesmo tempo», as condições «melhoraram» depois da parceria com a Casa Pia, apesar de o material «andar de um lado para outro». A transição para o EU está praticamente concluída e as condições, apesar de as obras ainda não terem acabado, «já estão perto da excelência». «Não é que fossem más antes», sublinha.
Pedro Lameiro, 36 anos, conta que a metodologia do Benfica evoluiu, como a sociedade, nos últimos anos e diferencia-se, entre outras coisas, por introduzir blocos de futebol, dança ou motricidade infantil. Dessas atividades falarão, noutras edições, Pedro Mil-Homens e Rodrigo Magalhães, coordenador técnico da formação. No escalão sub-13, assinala o treinador, verifica-se «a transição para o futebol 11» e, nesse «salto», já se dá atenção «à situação de jogo», ou seja, «há a introdução do nível tático, que não acontecia noutros escalões, com tanta frequência».
Quando Pedro Lameiro chegou ao Benfica «João Neves era dos benjamins», mas o técnico trabalhou mais com gerações depois de 2005, com jogadores como Rafael Luís ou João Veloso, médios dos juniores. Recorda, ainda assim, que João Neves era «um jogador diferenciado», pelas características que ainda hoje são facilmente identificadas, como «intensidade, entrega ao jogo, capacidade de trabalho, profissionalismo e qualidade».

«Há aqui jogadores que faremos chegar à equipa principal»

O treinador não evita um sorriso a pergunta de A BOLA. Haverá na equipa dele mais algum João Félix ou Bernardo Silva. «Não, mas haverá outros certamente. Há aqui jogadores que faremos chegar à equipa principal», dispara, com confiança, antes de entrar no relvado para orientar o treino.

Iniciação (Lisboa) - 12 equipas, 186 jogadores
2 equipas Sub13 — 36 jogadores
2 equipas Sub12 — 30 jogadores
2 equipas Sub11 — 30 jogadores
3 equipas Sub10 — 29 jogadores
Traquinas A — 28 jogadores
Traquinas B — 20 jogadores
Petizes — 13 jogadores

Staff - 36 Treinadores (12 treinadores, 18 treinadores adjuntos e 5 treinadores de guarda-redes e 1 treinador analista)
1 Coordenador Técnico
2 Subcoordenadores
1 Secretário Técnico
1 Coordenador administrativo
10 Fisioterapeutas
2 Psicólogos
1 Nutricionista
2 Técnicos de equipamentos"