segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Mão cheia...

Benfica 5 - 0 Marítimo


Vitória esperada, com os golos a aparecerem 'tarde'... o primeiro aos 23'!!!
Além dos golos, destaco a grande exibição da Lúcia...


PS: Parabéns às nossas hoquistas, pela conquista da Taça Professor João Campelo, uma espécie de Taça de Honra da Associação de Lisboa...

Atualidade benfiquista


"A BNews de hoje é dedicada a vários temas, com destaque para os jogos deste fim de semana e não só.

1. Focados nos nossos jogos
A generalidade da crítica é unânime: em Faro houve uma expulsão perdoada e um penálti inexistente que permitiram ao Sporting chegar à vitória no final do jogo. A mesma crítica que, de forma quase unânime, não alinhou no habitual "choradinho" e considerou justa e justificada a expulsão de Fábio Cardoso por falta sobre Neres, na Luz.
Da nossa parte, estamos cada vez mais focados e empenhados em vencer os nossos jogos. E sempre a contar com o verdadeiro apoio que temos – dos milhares de adeptos que, como na sexta-feira, empurram a equipa para as vitórias.

2. Embate da Champions
A comitiva do Benfica viaja nesta noite para Milão, onde defronta o Inter, na terça-feira, 20h00. Amanhã, há conferência de Imprensa às 18h15 e um treino às 19h00 locais (aberto à Imprensa nos primeiros 15 minutos).

3. Convocatórias para as seleções
Otamendi e Di María, pela Argentina, Musa, pela Croácia, e Trubin, pela Ucrânia, são os elementos do plantel do Benfica já convocados para compromissos internacionais em outubro.

4. Encontro com o Marítimo
A equipa feminina de futebol do Benfica recebe o Marítimo, hoje às 15h00, no Benfica Campus. Anna Gasper apela à presença dos Benfiquistas: "É muito importante ter muitos adeptos connosco. É uma vantagem para nós, pois os nossos adeptos são muito ativos no apoio. É muito importante que possam comparecer para fazermos um bom jogo e ganhar."

5. Regresso com objetivo cumprido
A BTV esteve no aeroporto de Lisboa para acompanhar a chegada da equipa de basquetebol benfiquista regressada da Turquia, onde garantiu nova presença na fase regular da Basketball Champions League. Norberto Alves afirma: "É um momento de alegria. É algo que se repete. É muito bom para o basquetebol do Benfica. Os rapazes merecem muito."

6. Na 3.ª ronda
Na vertente feminina do andebol, o Benfica carimbou a passagem à 3.ª ronda da EHF European Cup Women. Depois te terem ganhado ao SC witasek Ferlach por 12 golos de diferença na Luz, as águias venceram na Áustria, por 23-26.

7. Triunfo no futsal
O Benfica ganhou, por 2-3, na deslocação ao Quinta dos Lombos, num jogo que ficou marcado pela incompreensível expulsão do pivô Jacaré, uma vez que é um lance em que nem sequer é falta, tal como atestam as imagens televisivas. Estranha-se, por isso, que esta expulsão – já são duas em três jogos – aconteça antes de um dérbi.

8. Outros resultados e jogos
No andebol, triunfo em Guimarães, no reduto do Vitória, por 19-35. Em hóquei em patins no feminino, apuramento para a final da Taça Prof. João Campelo, que se joga hoje, às 17h00, no Pavilhão do Infantado, frente à Stuart Massamá. Os Sub-19 empataram a duas bolas com o Vitória de Setúbal. A equipa feminina de basquetebol inicia o Campeonato na Luz, às 15h00, ante o CDE Francisco Franco.

9. Conhecer a mística
Dos Sub-14 aos Sub-23, 130 atletas da formação do basquetebol benfiquista visitaram o Museu Benfica – Cosme Damião."

Mais três pontos!

Jaime Cancella de Abreu, in O Jogo

Os sinais que saíram do clássico


"Numa época tão determinante, como a que estamos a atravessar, os jogos entre os candidatos ao título ganham uma dimensão especial. Para se ser campeão, a média de pontos perdidos situa-se entre os 15 e os 20. Tendo em conta o nível competitivo do nosso campeonato, os confrontos diretos podem ser determinantes para a definição do campeão.

Benfica: Estratégia individual 
Estes são os jogos que todos os treinadores querem ganhar, porque são os que ficam na memória. A preparação para um jogo desta dimensão implica conhecer muito bem o adversário e tentar antecipar como vai ser a sua abordagem ao jogo. No confronto de sexta- feira, os dois treinadores surpreenderam-nos. Roger Schmidt colocou, pela primeira vez em campo, Di María, Neres e Rafa juntos. Tentando entrar na cabeça do treinador encarnado, parece-me que quis sobretudo apostar no excelente momento de forma que os três estão a atravessar. Desde o ano passado que todos identificámos qual o principal problema no jogo do Benfica. A equipa, coletivamente, permite inúmeras vezes que os adversários tenham espaço para explorar as costas dos médios encarnados, ou seja, o Benfica não é uma equipa sincronizada no momento de reação à perda de bola. Assim, quando os rivais conseguem ultrapassar a primeira zona de pressão encarnada, têm a possibilidade de desenhar ataques rápidos com os seus avançados de frente para os defesas do Benfica, muitas vezes, em igualdade numérica. Esta fragilidade da equipa de Roger Schmidt continua bem patente e ainda não foi reparada. O que pretendo realçar é que o problema maior do jogo do Benfica não se resolve com a entrada ou saída de um jogador, mas sim com trabalho, com treino, com mais organização e melhores posicionamentos coletivos. Por este motivo, a entrada de Neres não veio criar o tal desequilíbrio que tanto se fala, veio sim dar maior vertigem ao jogo encarnado e demonstrou que Roger Schmidt apostou muito mais no desequilíbrio individual do que na estratégia coletiva.

Porto: Estratégia coletiva
Por norma, Sérgio Conceição (S.C.) prepara muito bem os jogos grandes. Identifica os pontos fortes dos adversários e encontra uma estratégia para os anular, tentando posteriormente explorar as mais valias dos seus jogadores. Até chegar à Luz, a época da equipa azul e branca vinha sendo marcada por exibições com pouca qualidade (com exceção do jogo contra o Shakhtar), demonstrando algumas debilidades que S.C. identificou. Em primeiro lugar, a dificuldade em superar adversários que joguem com uma defesa muito recuada e povoada, os denominados blocos baixos. Em segundo lugar, e talvez o principal problema deste Porto 2023/2024, a incapacidade do seu meio campo ser agressivo no momento de recuperar a posse de bola, e o espaço que deixa entre si e a linha defensiva. Tendo em conta que um dos pontos fortes do Benfica é a forma como encontra espaço para potenciar a velocidade e qualidade técnica de Rafa, Di María ou Neres, S.C. definiu um onze que lhe desse mais garantias e solidez. Assim, com a inclusão de Romário Baró e a saída de Iván Jaime, procurou dar maior consistência e ocupação de espaços no momento de transição defensiva. Em simultâneo, colocou Pepê nas costas de Taremi, de forma a poder explorar a debilidade da equipa encarnada (espaço nas costas dos médios). Em termos concretos, o treinador azul e branco abordou o jogo pensando mais na estratégia coletiva do que no desequilíbrio individual.

Benfica: Expulsão, indicações e futuro
Aos 19 minutos o jogo, que até então estava equilibrado, muda por completo. Com mais um em campo o domínio do Benfica acentuou-se. O Porto readaptou-se às circunstâncias, entregando a iniciativa de jogo ao adversário, aguardando pacientemente o momento de se esticar no campo. Ao longo da primeira parte, ficaram bem patentes as fragilidades (já identificadas) da equipa encarnada. Mesmo em superioridade numérica permitiu que os jogadores do Porto conseguissem encontrar espaços nas costas dos seus médios, ficando de frente para defesa encarnada com espaço para decidir. Com o desenrolar do jogo, e sobretudo na segunda parte, o Benfica melhorou neste capítulo, por alguns motivos: maior proximidade das linhas (defesa, meio campo e ataque) e maior proximidade do portador da bola; cansaço físico e mental da equipa azul e branca. O Benfica foi um justo vencedor num jogo atípico. Para o futuro, será importante que Roger Schmidt perceba que é fundamental trabalhar para ultrapassar ou esconder a grande debilidade que a sua equipa apresenta. Este aspeto será determinante para que o Benfica consiga ter um bom desempenho frente ao Inter de Milão, com quem vai disputar um jogo que tem um elevado grau de importância para as aspirações encarnadas na Liga dos Campeões.

Porto: falta de líderes em campo
No final de jogo, Sérgio Conceição referiu: “ganhámos muito mais do que perdemos”. Percebo perfeitamente a sua afirmação. No jogo da Luz, apesar de uma boa reação à expulsão na primeira parte, na segunda faltou mentalidade à Porto. Essa mentalidade não se cria de um dia para o outro. As saídas de Uribe e Otávio deixaram o Porto refém da liderança de Pepe e Marcano e é nestes jogos que os líderes são necessários. Nos momentos mais complicados, frente a adversários com mais qualidade, a presença de uma voz de comando faz a diferença dentro do campo. A segunda parte da equipa azul e branca demonstra isso mesmo: a ausência da alma portista, aquela alma que faz com que os adversários nunca estejam confortáveis e que desconfiem de si mesmos. É por este motivo que entendo as palavras de S.C., porque são precisos momentos destes para que os jogadores mais novos ganhem dimensão e percebam o contexto onde estão inseridos. O jogo com o Barcelona será mais um teste muito difícil e pode ser mais um degrau de aprendizagem para muitos dos jogadores que estão no plantel portista. Uma coisa é certa, em alta competição, não existe muito tempo para gerar líderes e este pode ser um problema para a equipa de S.C. nos jogos de maior dimensão.

João Pinheiro – segurança
Não sendo um especialista em arbitragem, não posso deixar passar esta oportunidade de elogiar o árbitro da partida. Esteve seguro e fez o seu papel de moderador. Teve lances de difícil análise mas interpretou-os (praticamente) todos com eficácia. Foi chamado pelo VAR para reverter uma decisão que tomou e teve personalidade para a manter. Realço esta decisão porque no VAR estava Artur Soares Dias. João Pinheiro pensou pela sua cabeça, não se deixou influenciar pelo ambiente, e soube manter a calma e a estabilidade no jogo. Fica aqui o elogio a um árbitro que fez apenas aquilo que é a sua função, com segurança, autoridade e competência.

A valorizar: Artur Jorge, Pizzi e Ricardo Horta
No final do jogo com o Estrela da Amadora assistimos no relvado a um momento delicioso: um apanha-bolas pediu para tirar uma fotografia com Pizzi e Ricardo Horta. Artur Jorge foi o fotógrafo de serviço. Isto também é futebol. Estes comportamentos valorizam a competição. Este jovem adepto vai recordar este momento para sempre.

A desvalorizar: Fábio Cardoso
Um corte imperfeito e o derrube de Neres geraram um cartão vermelho que condicionou, e muito, a sua equipa no jogo frente a um adversário direto. Foi imprudente. Em alta competição estas falhas pagam-se caras."

O 'circo' de Pepe


"Grande profissional não pode ser só o que continua a competir bem aos 40 anos

Escolheu o capitão do FC Porto, Pepe, reagir, com o destempero de qualquer adepto, ao clássico jogado, na Luz, com o rival Benfica, na noite da última sexta-feira. A inqualificável ilustração com que se exibiu numa rede social (julgando, como sempre, que coragem é dizer-se o que se quer atrás de uma cortina), classificando o clássico da Luz como se tivesse sido um circo, volta a manchar a responsabilidade do capitão do FC Porto (e um dos capitães da Seleção Nacional!), como aliás ainda recentemente se tinha voltado a ver quando, após ser expulso na Supertaça, também com o Benfica, não se coibiu de despir a camisola e de a exibir alto, num gesto claramente provocador.
Um grande profissional de futebol, como jogador, não é apenas aquele que se mantém, como Pepe, a competir ao mais alto nível e com enorme qualidade aos 40 anos. É inquestionável o sucesso de Pepe, é inquestionável a dedicação de Pepe, é inquestionável a prateleira dos títulos de Pepe, é inquestionável a força e determinação do trabalho de Pepe e é inquestionável a qualidade de Pepe, seguramente um dos melhores defesas-centrais que o futebol mundial viu nos últimos 20 anos. Mas é questionável muito do seu comportamento, nomeadamente no que diz respeito a algumas atitudes, gestos, ética competitiva, cultura desportiva e fair play.
Afirmar, como Pepe afirmou, que o Benfica-FC Porto de sexta à noite pareceu um «circo» merece um valente cartão vermelho. Pepe não é simplesmente um adepto. É um profissional que deve defender o seu clube, mas também a Liga portuguesa como indústria que lhe alimenta a vida. O seu comentário não foi nobre. Nobre é o circo. O comentário de Pepe foi jocoso. Como se fôssemos todos palhaços da sua indecorosa diversão. Só lhe fica mal!

A saída de Domingos Soares Oliveira
Outro dos temas da semana foi a saída de Domingos Soares de Oliveira da liderança da SAD do Benfica, que cumpria há quase 20 anos. Foi uma saída anunciada há meses e reclamada por muitas fações internas do clube praticamente desde que Luís Filipe Vieira foi forçado a deixar a presidência das águias. Os dois foram inseparáveis de 2004 a 2021, e para o bem e para o mal ficam indelevelmente ligados à maior recuperação alguma vez vista em Portugal numa grande instituição como é o Benfica.
É provável que muito venha ainda a ser analisado sobre o legado de ambos. Por agora, do lado dos críticos, parece inevitável a satisfação de ver chegado, por fim, o desejável ponto final no ciclo; do lado dos defensores, proclama-se certamente o ditado popular segundo o qual atrás de mim virá quem de mim bom fará. É sempre assim em cada divórcio e apenas o tempo se encarregará de escrever novos episódios.
A ida de Domingos Soares de Oliveira para um dos grandes clubes da Arábia Saudita remete-nos, por outro lado, para a discussão gerada pelo expressivo investimento que os sauditas fizeram este ano no futebol. Aos que insistem em comparar este fenómeno saudita com o que sucedeu na China na segunda metade da última década bastará talvez lembrar a paixão pelo futebol que se vive na Arábia Saudita.
Na Liga chinesa, a estratégia parece-me ter sido muito mais empresarial do que cultural. E entre os sauditas, o futebol é inequivocamente uma loucura. Será suficiente para fazer a diferença? Julgo que sim. Mais uma vez, só o tempo o dirá. A verdade é que os responsáveis pelo futebol saudita olham agora para o recrutamento de gestores, no sentido de dar melhor estrutura ao desafio de transformar a Liga numa das melhores do mundo. Não querem apenas estrelas em campo, mas cuidar da sustentabilidade do projeto. Com o dinheiro que a Europa não tem. Demorará o seu tempo, mas creio que a Liga saudita chegará onde não chegaram chineses ou norte-americanos. Quantos países no mundo podem dar-se ao luxo de gastar verdadeiramente o dinheiro que querem?!"

Quase unanimidade!!!

O Taremi, deve estar com inveja!!!

Impunidade...

Os paladinos!

Arte de bem roubar!


"O que se passou ontem em Faro devia - e deve - encher a cara de VERGONHA a todos os que defendem que a Liga Portugal é uma liga honesta, que se orgulha de ganhar prémios de combate à corrupção.
Os Benfiquista devem estar REVOLTADOS! Ontem, assistiram a um "roubo de igreja". O SLBenfica foi ESPOLIADO do primeiro lugar da Liga, por um árbitro sem categoria, sem isenção, que mostrou ao país que estava ali a cumprir o papel que lhe foi atribuido para esta semana. Não admira, pois, que na próxima jornada esteja a apitar numa liga secundária qualquer, com um bónus chorudo de compensação.
Qualquer Benfiquista que se preze - e o António Manuel Bernardo é um deles - tem que se revoltar e mostrar ao país essa REVOLTA!
A somar a mais este ESCÂNDALO (que já beneficiam os "meninos especiais" em 6 pontos), temos uma comunicação social que pretende ENDEUSAR os jogadores do Sporting, de modo a que no final da época consigam realizar encaixes financeiros significativos. Só mesmo em Portugal, jogadores vindos de divisões secundárias têm mais destaque que por exemplo Di Maria, Otamendi, João Mário (jogadores com titulos pelas respetivas Seleções Nacionais). É quem nem contas sabem fazer para justificar o que dizem. O Musa consegue ter mais golos - por minutos jogados - que Gyökeres.
Não calemos a revolta. Esta liga é uma tristeza.
Os BENFIQUISTAS têm a palavra!

P.S: Parabéns ao Farense que não merecia o que lhes fizeram ontem. Cada vez mais se constata que há equipas que só estão na Primeira Liga para fazer número. Não pelo seu valor mas porque só servem para "engordar" a pontuação de outros."

É só somar...!!!


"Depois do erro da equipa de arbitragem que validou um golo do Sporting em fora de jogo ( de 9 centímetros) contra o Casa Pia, Sporting volta a ser beneficiado, desta vez, com pênalti muito bem sacado contra o Farense. E assim vai o Campeonato Português. No seu melhor."

Como é que se compete contra isto?


"Edwards a fazer um Taremi e mais 2 pontos dados ao Sporting.
Depois do sportinguista ferrenho Hugo Miguel ter dado 2 pontos frente ao Casa Pia, mais um sportinguista ferrenho (Luís Godinho) a oferecer 2 pontos hoje.
São já 4 os pontos oferecidos aos "meninos especiais" em apenas 7 jornadas."

Se fosse o Musa!!!


"Depois de uma expulsão indiscutível do Fábio Cardoso, conseguem ainda fazer-se de vítimas, em vez de agradecerem terem acabado o jogo com 10.
Para além do lance do David Carmo, esta entrada do Zé Pedro é negligente e poderia ser passível de cartão vermelho.
Quando não ganham, fazem sempre este número, tentando manipular a opinião pública. Já enjoa. Já cheira a mofo."

A Tese...!!!


"Sobre a vantagem de jogar com mais um DEIXO-VOS, BEM A PROPÓSITO, UMA TESE DE SÉRGIO CONCEIÇÃO
E não preciso fazer mais comentários. Deixo isso ao cuidado dos meus amigos.
RUMO AO 39!"

Desporto e Violência


"… O que nos espanta não é a violência é sim a ignorância das suas causas, consciente ou inconsciente, e a inacção de alguns responsáveis.

A violência dos campos desportivos não se pode eliminar com uma simples vedação “de arame farpado”. Longe disso! O que é necessário é eliminar as causas que podem originar, e originam, a violência como expressão de indignação. A arbitrariedade, a prepotência e o desrespeito pelas normas estabelecidas levam à indignação e podem conduzir na verdade à violência. Reprimir a violência de forma insensata pode conduzir a uma violência ainda maior, ou seja, de grau superior. Daí a sermos apologistas a que a autoridade só se pode fazer respeitar quando ela própria sabe respeitar e não evoca a sua força como meio de coacção. Confundir espectáculo desportivo com educação física pode levar, de facto, no futuro a crises muito graves e tanto mais quanto maior for a confusão. É óbvio. Mas ela persiste, e a julgar pelos acontecimentos passados e presentes poderemos afirmar que persistirá no futuro!
… O que nos espanta não é a violência é sim a ignorância das suas causas, consciente ou inconsciente, e a inacção de alguns responsáveis.
O que a violência pode significar para além de ser uma forma de protesto, é que efectivamente a ordem estabelecida está sistematicamente a ser posta em cheque mercê de causas que têm a sua origem em decisões tomadas no passado. Quer dizer, as pessoas estão hoje a sofrer os efeitos de causas que tiveram a sua origem em conjuntura bem diferente da actual. Pode, pois, dizer-se que a crise que se verifica é de adaptação de processos à actual conjuntura, entendendo-se aqui por conjuntura os problemas políticos actuais a que o Governo, ou o poder, tem de dar solução satisfatória. Simultaneamente, é-lhe oferecida, na retaguarda, uma “imagem” de imobilismo, de ancilose, de desmoralização e até de oportunismo e de desonestidade por parte de certas entidades particulares e oficiais.
… Mas depressa se esquecem as causas para avaliar apenas os efeitos e criticar de modo severo o que se passa no presente.
Desde a violência poética, que a nada conduz, até à violência organizada e sistematizada que tem por objectivo a essência do fenómeno político, que é a luta pela aquisição, uso e manutenção do poder, passando até pela violência teórica de carácter pacifista estilo Proudhon, podemos encarar tal fenómeno como que uma busca desesperada, uma forma de exteriorização, de uma nova ideologia em formação e que tenta encontrar uma forma viável com efeito útil. Daí os protestos sistemáticos, a oposição sistemática a tudo, a contestação permanente, as reivindicações constantes e por fim a violência como o último recurso para chamar à atenção e não como qualquer resolução de qualquer problemática."

Tinta verde para Ronaldo - os nossos petrodólares


"É indiscutível que Ronaldo, sozinho, fez pender o Campeonato da Arábia Saudita para o lado do "credível" aos olhos do mercado do futebol. Depois dele, grandes estrelas da Liga Inglesa abdicaram dos melhores campeonatos do mundo e da Liga dos Campeões para irem até ao Médio Oriente. Podia então este texto ser sobre futebol e a moral de quem o paga na Arábia Saudita, com dinheiro arrancado a ferros da carteira de tantos milhões de pobres e remediados em todo o mundo, mas os petrodólares ou o gás russo estão espalhados pelo futebol global há muito tempo. E o futebol é simbólico quando comparado com a questão de fundo: de onde vêm e para onde vão todos estes triliões do petróleo e gás?
Famílias, empresas e Estados - todos vivemos esganados por esta extorsão. Mas a questão dúplice do nosso depósito de combustíveis é que ele também acentua o incessante avanço dos extremos climáticos. Por cada abastecimento, a morte de um planeta habitável para os humanos aproxima-se. É uma questão física: se arrancamos tanto carbono do subsolo e o colocamos no ar, o planeta aquece. Ou seja, não só andamos a pagar quase 100 dólares por barril de petróleo, como a cometer um genocídio global. Na bomba de gasolina mais próxima.
Claro, a questão de sempre: E soluções? Esta semana o ex-primeiro-ministro inglês, o trabalhista Gordon Brown, publicou no Guardian um texto essencial com uma hipótese para amenizar este desvario. Simples, eficaz e à qual os cidadãos deste mundo deveriam emprestar a sua força coletiva para tornar exequível. O que propõe? Em 2022 a indústria do petróleo e gás faturou 4 triliões de dólares (4 biliões em português). "Uma das maiores redistribuições de riqueza dos países pobres do mundo para os petro-Estados mais ricos", diz Brown.
O ex-primeiro ministro inglês propõe que na próxima cimeira do clima (COP28), a decorrer em novembro, nos Emirados Árabes Unidos, os países exportadores de petróleo destinem uma pequena parte dos seus lucros recorde para compensar os países pobres do Sul, ajudando-os, entre outras coisas, a abdicar do carvão e a fazer a transição para as energias renováveis.
Tendo em conta que os ganhos extra no petróleo e gás em 2022 atingiram 1 trilião de dólares, 25 biliões de taxa representariam 1% das suas receitas globais (e menos de 3% das exportações). Ou seja, quase nada. Em contraponto, os países da Europa e América do Norte deveriam garantir contribuições e colaterais de garantia de financiamento entre 100 e 400 biliões de dólares. Entretanto, a taxa sobre o petróleo manter-se-ia ao longo dos anos, dando uma funcionalidade essencial a este dinheiro no combate aos extremos climáticos. Não resolveria tudo, mas geraria um princípio básico de responsabilidade entre poluição e lucros.
Como Ronaldo sabe, até podemos nadar em dinheiro, mas a utilidade disso para o futuro dos nossos filhos é nula se não puderem respirar ou sair à rua. Ora, Ronaldo pode ser útil e juntar-se a um combate que também é seu e da sua família. Ele tem liberdade e voz para defender uma causa de todos dentro da ditadura saudita e esta proposta de Gordon Brown é talvez a última oportunidade de o mundo se unir. Esse sim, seria o golo 1000 da sua vida - e mais útil. Conseguirmos trazer o Médio Oriente para a responsabilidade global? Se não evitarmos o degelo do Ártico e da Sibéria - e a consequente libertação do terrível metano -, não há triliões que nos salvem.
"O colapso climático começou", disse Guterres. A bola agora é tua, Cristiano. O futebol também pode ajudar a salvar o planeta."