quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Vermelhão: Falsa partida...

Benfica 0 - 2 Salzburgo


Noite para esquecer, com uma sucessão de erros individuais parvos, com o Benfica a jogar com 10, durante mais de 75m; com a bola a recusar-se a entrar; e com um Turco claramente com encomenda...

Se o Salzburgo tem uma equipa jovem, o Benfica também tem muitos jovens, e hoje cometemos demasiados erros... e como a equipa, neste momento, ainda não tem a coesão defensiva, da última época, acabámos por dar demasiados tiros nos pés, com a expulsão do António a ser mesmo fatal!

Mesmo com 10, agarrámos o jogo, fomos nós que criámos sempre as melhores oportunidades, mas a bola não queria mesmo entrar... contra um adversário que vive, praticamente em exclusivo da pressão alta, que pouco fez para ganhar...

Os primeiros momentos da partida foram horríveis, mas após o penalty falhado, lentamente começamos a encontrar o espaço, entre-linhas, com o João Mário e o Rafa a encontrarem espaço... Criámos perigo, até enviámos uma bola ao poste, e logo de seguida, novo penalty e expulsão do Toni...

A partir daqui, fomos nós a dominar a bola, a criar perigo e os Austríacos a jogar em contra-ataque, à procura do nosso erro...

A 2.ª parte, começou igual, desperdiçamos duas grandes oportunidades... e logo de seguida, em mais um erro nosso (Morato... e Aursnes), sofremos o 2.º golo!

A partir daqui com o anti-jogo e as substituições o jogo ficou mais incaracterístico, o Neres ainda deu alguma energia nova, mas o resultado estava decidido... até porque o porco do Turco, estava a gostar do resultado!!!

Nada está perdido, mas está complicado. Num grupo muito equilibrado, onde provavelmente, todos vão perder pontos, com todos!!!

O Musa merecia o golo, jogo de enorme entrega... O Neves também deu tudo, mas hoje teve muitas dificuldades, com o impacto físico do adversário. Kokçu em bom plano... Morato entrou muito bem, mas borrou a pintura com aquele passe... Di Maria mais coletivo, já procura o Bah, mas tem que sair mais cedo, pois já não tem combustível para mais de 60 minutos!

O Bah quando é pressionado, na 1.ª fase de construção toma demasiadas más decisões. Não é novidade, já o ano passado fazia o mesmo, mas como tínhamos o Grimaldo no outro lado, acabava por ser menos solicitado...
Só quem jogou à bola, percebe o instinto suicida do António!!! Quando a bola bate na barra, e desvia a trajetória, é quase impossível resistir à tentação...
Inacreditável o comportamento do público da Luz, com o Trubin! Repugnante mesmo! Cambada de atrasados mentais, manipulados pelos Anti's nas televisões, que vão para a Luz, já com a intenção de queimar o miúdo... Errou no penalty, e errou noutro cruzamento, mas no resto esteve razoável... sendo obrigado somente a uma boa intervenção... Ninguém é imune a critica, mas durante os 90 minutos, temos que apoiar a equipa, ou ficar calados, ainda por cima numa situação destas com a equipa em inferioridade numérica, desde muito cedo...

Penalty por marcar, no remate do João Mário. Não expulsão do Baidoo. Agressões ao Di Maria totalmente impunes... pelo menos duas!
Depois da roubalheira dos últimos dois jogos da última época na Champions, com o Inter, na Luz e em Milão, começámos a nova época, com mais uma arbitragem inacreditável... E não me venham com tretas da incompetência, ou dos erros humanos! Encomenda, pura e dura... Além do penalty, veja-se a dualidade nos Cartões, a permissão de jogo violento... e ainda pormenores, como por exemplo os foras-de-jogo: em pelos menos duas ocasiões, com foras-de-jogo de metros, lances sem qualquer dúvida no ataque do Sallzburgo deixaram seguir a jogada até ao fim... na 2.ª parte, num lance com o Rafa, onde o fora-de-jogo existiu, mas era 'curto', parou logo a jogada, impossibilitando uma potencial reversão do VAR, em caso de golo!!! Repito: encomendado... a agressão ao Di Maria junto ao banco do Benfica, não pode ser incompetência!!!

Agora, Portimão e Corruptos, antes do Inter! Portanto, Corruptos C, e Corruptos A, de seguida!!! Muito cuidado, com os cartões em Portimão!!! E as canelas!!!
Também discordo das substituições tardias... após o 2.º golo, o Roger devia ter começado no jogo de Domingo! È muito mais complicado recuperar o físico e o animo, após uma derrota, mas neste momento, não existe margem de erro...
Duas derrotas esta época, em ambas, com expulsões, com o Benfica a jogar muito tempo, com 10, e em ambas, a ser superior, mesmo em inferioridade... Parece que a 'solução' para evitar derrotas, é simples: evitar expulsões!!!

Empate injusto...

Benfica 1 -1 Salzburgo


Dois pontos perdidos, numa primeira parte onde o Benfica foi superior, na 2.ª parte o Salzburgo foi mais atrevido, e também criou perigo, mas acabamos por chegar à vantagem, num bom remate do Veloso, já perto do fim, mas mesmo assim, ainda fomos a tempo de sofrer o golo do empate, praticamente da mesma forma!!!

O resultado foi negativo, a equipa apresentou razoavelmente equilibrada, mas falta o Varela! A lesão do Gustavo deixou-nos sem um verdadeiro ponta-de-lança, o João Rego tem muito futuro, mas não é ponta-de-lança...


Arranca a Liga dos Campeões


"O embate de estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões 2023/24, hoje na Luz (20h00) frente ao Salzburgo, é o tema em destaque na BNews.

1. Empenhados em vencer
Roger Schmidt reconhece valor ao adversário e garante que a equipa está preparada para superar as dificuldades e vencer a partida: "Na Liga dos Campeões não há equipas fracas. Todas têm muita qualidade e a minha experiência diz-me que temos de estar focados em cada jogo. Estamos completamente focados no Salzburgo e nos 90 ou 100 minutos que temos de disputar. Temos de trabalhar muito para marcar a diferença."
O treinador do Benfica refere ainda o que está em causa na fase de grupos: "É sempre um desafio chegar à fase a eliminar. É esse o nosso primeiro objetivo. Temos de nos focar em cada um dos seis jogos."

2. Jogo a jogo
João Neves mostra ambição na Liga dos Campeões e lembra que o trajeto tem de ser feito passo a passo: "O Benfica tem tudo para fazer uma boa campanha. Vamos fazer o nosso melhor em cada jogo que disputarmos. Esse é o objetivo do Benfica, a cada jogo fazer o melhor, para poder chegar mais longe na competição."

3. Entrar com o pé direito
O Benfica recebe o Salzburgo na 1.ª jornada da fase de grupos da UEFA Youth League. Paulo Lopes define os objetivos: "Sermos uma equipa forte, ganhadora, com processos e darmos espetáculo! É isso que queremos fazer."

4. Parceria anunciada
O futebol de formação do Benfica (até aos Sub-19), nas vertentes masculina e feminina, conta com o apoio da HP, empresa líder no setor das tecnologias de informação, nos próximos dois anos.

5. Começo de uma nova fase
A BTV esteve na Cidade Universitária para acompanhar os primeiros dias do futebol de iniciação do Benfica na sua nova casa.

6. Mais títulos no triatlo
A equipa feminina do Benfica é bicampeã nacional e venceu a Taça de Portugal.

7. Treino aberto
Não perca a oportunidade de ver como trabalham os tetracampeões nacionais de voleibol. Hoje, às 16h00, no Pavilhão n.º 2 da Luz.

8. Futsalistas em destaque
O Brasil ganhou a Taça das Nações de futsal com o contributo de Léo Gugiel, Arthur e Diego Nunes, atletas do Benfica.

9. Casa Benfica Resende de parabéns
Esta embaixada do benfiquismo celebrou o 22.º aniversário e inaugurou a nova imagem, englobada no projeto de uniformização das Casas do Benfica."

Os analytics dos adversários do Benfica na Champions 23/24 🦅


"Inter de Milão, Salzburgo e Real Sociedad. São estes os adversários do Benfica no Grupo D da edição da Champions que vai começar esta semana. Os campeões nacionais não vão ter uma tarefa facilitada, já que vão defrontar três adversários que têm imenso potencial e que iremos, em seguida, dissecar.
Ao contrário do que ocorreu na temporada passada, Schmidt ainda está à procura de afinar as mecânicas da equipa. É certo que o plantel tem muitas soluções, mas falta saber como como vai estar Bernat em termos físicos, David Jurásek precisa de tempo para adaptar-se a esta nova realidade, Aursnes parece que não sabe jogar mal, mas é no meio-campo que faz a diferença, principalmente na primeira fase de pressão, quando a equipa perde a bola. Mas também como será feita a gestão física de Di María, o tempo de jogo de Neres, o parceiro de Orkun Kökçü na zona central e quem vai ser o novo homem-golo.

Salzburg, um “touro” perigoso
Mais um reencontro, desta feita para o timoneiro das “águias”. Roger Schmidt, que orientou os austríacos entre 2012/13 e 2013/14, período no qual conquistou uma edição do campeonato local e também a Taça austríaca e ajudou a iniciar a hegemonia do clube – venceu as últimas dez edições da Liga.
O estilo de pressão do alemão parece ter feito escola no clube de Salzburgo, pois na última edição da Champions, em que se ficou pela fase de grupos, foi a formação que mais desarmes (25,7) e acções defensivas no meio-campo contrário (17,8) conseguiu a casa 90 minutos, momentos reflectidos nos mapas abaixo. Uma equipa que, na temporada transacta, na prova milionária, mostrou privilegiar os corredores centrais e esquerdo para a condução da maioria dos seus lances de ataque (mapa da direita). À atenção das “águias”.
Não obstante as saídas de Sesko e Seiwald – ambos para o RB Leipzig – e de Okafor (AC Milan) – e da mudança no banco – Matthias Jaissle (Al-Ahli Jeddah) foi substituído no comando técnico por Gerhard Struber -, os decacampeões austríacos continuam a ser uma incubadora de talentos do grupo Red Bull, sendo uma equipa muito vertical, vertiginoso, mas que ao mesmo tempo valoriza a posse de bola, é forte a pressionar e tem um plantel repleto de jovens que deverão dar o que falar a breve trecho.
Na configuração habitual de 1x4x4x2 com um meio-campo em diamante que também se transforma num 4-2-2-2, destacam-se alguns elementos, como o “patrão” Strahinja Pavlovic, Lucas Gourna-Douath, dono de um pulmão inesgotável, o criativo israelita Oscar Gloukh, o cerebral Mads Bidstrup, o goleador Roko Simic ou o entusiasmante Karim Konaté. Estejam atentos.

Inter ou a desforra aqui à mão
O primeiro adversário a sair no sorteio aos “encarnados”, um reencontro após o Inter ter eliminado a equipa de Roger Schmidt nos quartos-de-final da última edição da competição. Venceram na Luz por 2-0 e, em solo italiano, registou-se um empate a três golos. Dizem os livros que o emblema lisboeta nunca bateu a formação interista. Além do embate já mencionado, os dois conjuntos defrontaram-se em 2003/04 nos oitavos-de-final da antiga Taça UEFA – empate na Luz 0-0 e triunfo dos italianos por 4-3 em casa. Na Liga dos Campeões será a primeira vez que os “encarnados” defrontam o Inter na fase de grupos, sendo preciso recuar à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1965 para encontrar outro duelo entre ambos: vitória para o Inter por 1-0.
Durante o último mercado, o plantel sofreu algumas mexidas: Onana, Skriniar, Gosens Brozovic, Dzeko e Lukaku saíram e entraram Sommer, Pavard, Cuadrado, Carlos Augusto, Klaassen, Marcos Thuram, Frattesi, Arnautovic e Alexis Sánchez. Atletas que acrescentam qualidade e muita experiência a um plantel que tem diversas soluções para todas as posições. A aposta no 1x3x5x2 mantêm-se, a equipa de Simone Inzaghi é fisicamente robusta, intensa, organizada tacticamente e matreira.
Na presente edição da Serie A, onde já “despachou” o rival Milan por 5-1, o Inter é a segunda equipa mais rematadora da prova, com 15,8 disparos por 90 minutos, é a que cria mais ocasiões flagrantes (três por encontro, no mapa central) e a que constrói mais expected goals (xG), nada menos que 10,2, tendo 13 golos e um saldo positivo de 2,8 tentos (mapa de cima à esquerda). Isto apesar de manter a tónica de aguardar pelos adversários e não ter uma intensidade atacante avassaladora, e quando o faz privilegia claramente o transporte pelos corredores laterais (mapa de cima à direita). O Benfica está, desde já, avisado.
No actual vice-campeão europeu, é preciso ter debaixo de olho algumas das suas estrelas, casos de Bastoni, um dos centrais mais completos da actualidade, Dumfries, uma máquina no flanco direito, qual locomotiva, Barrella, o cérebro da equipa, Frattesi, um diamante que será ainda mais lapidado nos próximos meses, e o capitão e goleador Lautaro Martínez.

Real Sociedad, um problema basco
A Real Sociedad é uma das melhores equipas que estavam no Pote 4. O projecto do clube basco é um dos mais entusiasmantes da actualidade no futebol europeu, fazendo uma mescla interessantíssima entre o melhor que a formação produz, a argúcia que o departamento de “scouting” tem para detectar talentos até então desconhecidos e no espaço que é dado a esperanças que já tinham sido quase descartadas – foi em San Sebastian que Martin Ødegaard voltou aos holofotes, regressou à casa de partida Real Madrid até ter sido contratado pelo Arsenal.
Imanol Alguacil – antigo jogador do clube que chegou a actuar com os portugueses Oceano e Carlos Xavier – treinava a equipa B e, no decurso da época 2018/19, subiu para a formação principal e é o homem do leme desde então. A base é forte e ganhou mais elementos de qualidade durante o Verão, com as incorporações de Hamari Traoré, Odriozola, Tierney (emprestado pelo Arsenal), Zakharian e o “nosso” André Silva (cedido pelo RB Leipzig). Fruto de uma grave lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, David Silva decidiu “pendurar as chuteiras” e é a principal baixa no plantel.
Nesta fase precoce da La Liga é a terceira, apenas atrás de Barcelona e Real Madrid, com melhor média de passes de ruptura por 90 minutos, cerca de dois, o que é um alerta para a equipa de Schmidt, que gosta de jogar subida no terreno. É também a terceira com mais ocasiões flagrantes criadas (2,2), atrás do Barça e do… Almería, que é último classificado, e no ataque privilegia as conduções pelos flancos, quase ignorando a zona central. Dados que podem ser observados nos mapas acima.
Com um futebol de posse e bastante harmonioso, a Real organiza-se num 1x4x3x3, onde emergem valores, como o seguríssimo Robin Le Normand (nasceu em França, mas optou por defender as cores da “la roja”), e Tierney sem lesões é um dos melhores laterais-esquerdos do panorama europeu. O meio-campo, com Mikel Merino (escolha regular na selecção do país vizinho), Zubimendi (tido como o “novo Busquets”) e Brais Méndez, é o sector mais forte da equipa, que ainda ganhou mais criatividade com a chegada do russo Arsen Zakharyan.
Na linha ofensiva, André Silva vai tentar encontrar o seu espaço. Enquanto isso, brilham Kubo – talentoso, veloz como um raio e principal desequilibrador da equipa -, Mikel Oyarzabal, um dianteiro muito completo, evoluído tecnicamente, tem golo e preenche diversas zonas, Sadiq, que se lesionou no início época passada, mas foi o substituto de Darwin no Almería e “fartou-se” de marcar golos, e Ali Cho, que tem um tecto para evoluir alto e pode virar do avesso qualquer jogo desde que esteja inspirado.
Fácil? Longe disso. O grupo do Benfica tem duas equipas muito fortes, Inter e Real Sociedad, e outra que é capaz de causar estragos num dia bom, o Salzburg. Se as “águias” conseguirem os níveis atingidos na época passada poderão, contudo, sonhar com pelo menos o mesmo brilharete de 22/23."

O principio do fim de uma era da Liga dos Campeões


"É simples: 32 equipas divididas em oito grupos de quatro, apurando-se as duas melhores de cada pool para o mata-mata, composto por três eliminatórias em sistema de casa e fora antes da final. Nos últimos 20 anos, foi este o formato da Liga dos Campeões. Houve ajustes — as ligas mais poderosas foram tendo cada vez mais vagas diretas, o pote 1 deixou de ser escolhido por coeficiente e passou a ter os vencedores dos campeonatos mais cotados e o da Liga Europa, as míticas 19h45 deixaram de ser o único horário dos encontros —, mas, no essencial, a Champions está igual desde 2003/04, a época da glória do FC Porto.
Pois bem, quando amanhã o Young Boys - RB Leipzig e o AC Milan - Newcastle começarem, esta Liga dos Campeões terá o começo do seu fim. Assistimos, há semanas, ao último sorteio da fase de grupos da história; agora, até dezembro, veremos a derradeira fase de grupos.
A partir de 2024/25, a competição mudará. O primeiro câmbio será no número de participantes, crescendo de 32 para 36. Duas das quatro vagas adicionais irão para as duas ligas cujas equipas tiverem obtido mais pontos na anterior época europeia. Acrescentar-se-á também o terceiro classificado do quinto melhor campeonato do ranking, que neste momento é a Ligue 1, e mais um conjunto do chamado caminho dos campeões nas pré-eliminatórias, destinado a vencedores de ligas fora da elite continental.
Mas a maior alteração será outra. A fase de grupos será substituída por uma classificação corrida de 36 equipas. Cada uma jogará oito partidas para tentar aceder à fase a eliminar, ao contrário das atuais seis. Os primeiros oito dos 36 irão para os oitavos de final. Os colocados entre a nona e a 24.ª posição irão competir num play-off para apurar os oito restantes integrantes dessa eliminatória.
A grande justificação para estas mexidas? Bem, é simples. Mais jogos significam mais dinheiro. Os atuais 125 encontros darão lugar a 189 e a UEFA estima que a atual receita de €3,6 mil milhões possa crescer cerca de 33%.
A confeção deste modelo surgiu depois de uma das mais importantes guerras já travadas no futebol europeu — e que ainda não terminou. Em 2019, quando a UEFA começou as negociações para o novo modelo da Liga dos Campeões, a Superliga pairava como um perigo não propriamente visível, uma carta na manga dos mais poderosos para que a nova Champions fosse do seu agrado, sempre chantageando com a possibilidade de, caso o desenho renovado do torneio não fosse o desejado, abandonarem o barco e criarem a sua prova.
O figurino inicial da competição pós-2024 pretendia agradar aos chamados super clubes. Havia 10 partidas na primeira fase, e não oito, e, sobretudo, uma particularidade. Eram reservadas vagas para o coeficiente histórico, isto é, os clubes com mais pontos acumulados nos últimos cinco anos de ranking UEFA que não tivessem garantida qualificação tinham, à mesma, bilhete assegurado. Uma forma encapotada de proteger um Real Madrid ou uma Juventus de um mau ano que os colocasse de fora.
Só que, na primavera de 2021, o que era um jogo de póquer, cheio de insinuações e bluffs, tornou-se num conflito aberto. A criação da Superliga ditou que Aleksander Ceferin rompesse com as negociações com os super clubes, cortando relações com o seu outrora grande amigo Andrea Agnelli, pondo fim a uma relação que até levou o presidente da UEFA a ser padrinho de uma das filhas do então presidente da Juventus. Desapareceram as ideias dos coeficientes históricos ou da primeira fase com 10 encontros.
A guerra não terminou, os clubes mais poderosos não desistiram de ter mais boias de salvação que os privem da injustiça suprema que é não terem vagas garantidas para uma competição para a qual não se classificaram, a UEFA continuará a tentar explorar ao máximo o seu produto mais rentável, tentando ganhar força no braço de ferro que, por sua vez, tem com a FIFA.
Uma fonte ligada ao grupo que ainda tenta lutar pela existência da Superliga entrou, na semana passada, em contacto com a Tribuna Expresso. “Veja este artigo jurídico sobre o conflito, é interessante”, dizia, cheio das subtilezas destas guerras palacianas. Nos bastidores do futebol europeu, continua a haver uma luta por poder. E dinheiro.
Em 1955, no Jamor, um Sporting - Partizan inaugurou a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Com as suas mexidas e revoluções, foi o primeiro passo para décadas e décadas atrás desta ideia de termos os melhores clubes do continente a discutirem um troféu. Dois anos antes do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Económica Europeia, já esta parte do mundo, que há bem pouco tempo vivia o horror da guerra, se tentava unir em redor da bola. Armas trocadas por botas de futebol não é um mau avanço civilizacional.
Em 2023, a Liga dos Campeões é, cada vez mais, uma competição elitista. É difícil sonhar com a glória em Lisboa, em Glasgow ou em Belgrado. Com os mais poderosos cada vez mais poderosos — o último clube fora das big 5 a estar na final foi o FC Porto —, o novo formato dará ainda mais margem aos mais ricos para corrigem percalços e deslizes. E há mais coisas a acontecer para lá do campo. Será o próximo ciclo da Champions o último sem a presença de clubes sauditas, que poderão comprar alguns bilhetes na competição? Veremos uma final four em Riade ou Miami?
Bem-vindo, começo do fim desta Liga dos Campeões. Não deixa de ser simbólico que este fechar de ciclo coincida com a primeira temporada em que nem Cristiano Ronaldo, nem Lionel Messi a disputam desde… 2002/03, antes do arranque destes 20 anos. O argentino e o português venceram oito dos 11 troféus entre 2007/08 e 2017/18, são os dois melhores marcadores da história do grande palco continental, marcos indeléveis de um tempo.
O futuro próximo da competição das estrelas está em 2024. Para lá disso, há um horizonte de dúvidas, de questões, de possibilidades desenhadas pela força de interesses além da bola, de geopolítica e sportswashing. Sabe bem sentar-se no sofá a desfrutar do espetáculo de De Bruyne e Mbappé, de João Félix e Bruno Fernandes, de Di María, Taremi e Bruma. Mas há outras guerras mais ou menos conhecidas a serem travadas no futebol europeu. E, por muito que as ignoremos, o seu desfecho ditará o alcance dos sonhos que se poderão, no futuro, ter em Lisboa, em Glasgow ou em Belgrado."

Arco e flecha


"O Benfica teve em Vizela uma vitória justa e saborosa, porque muito importante, até porque inicia, após a paragem para as seleções, a fase mais exigente do calendário, seguindo-se já amanhã o primeiro jogo da Champions, frente ao RB Salzburgo.
Em Vizela, foi um jogo de domínio e de “Arco e flecha”. O arco por referência ao arco perfeito com que Di María fez o segundo golo, na execução de um livre. A flecha foi Rafa, uma verdadeira seta sempre apontada à baliza vizelense. Isto, num jogo em que se João Neves tivesse sido escolhido como o melhor em campo, a designação, teria ficado muito bem entregue, dada a enorme exibição do jovem jogador. E em que a equipa teve momentos muito bons, com Musa e Kokçu também em bom plano.
Considerando o resultado e a forma como o jogo decorreu, podemos concluir que o Benfica complicou o que estava a ser fácil com uma grande penalidade discutível e desnecessária e fica ainda a dúvida se Schmidt não deveria ter mexido na equipa mais cedo.
O jogo marcou ainda a estreia de Trubin na baliza do Benfica, mas não permitiu ver, para já, a qualidade a defender do guarda-redes ucraniano, que só teve, praticamente, uma defesa digna desse nome em toda a partida. Já em relação ao jogo com os pés, e à capacidade de ser o primeiro elemento ofensivo pela qualidade de passe e colocação à distância, deu excelentes indicações, percebendo-se assim a opção de Roger Schmidt por um guarda-redes com estas características, tendo em atenção o modelo de jogo dos encarnados.
Boas indicações para confirmar amanhã na primeira noite europeia da época, no Estádio da Luz."

Petar Musa


"Realmente há atletas que sofrem de um mal que é o cair em graça, como se costuma dizer…”mais vale cair em graça do que ser engraçado” e o engraçado com Musa foi que desde que foi contratado que sempre foi olhado com desdém…
Primeiro foram os habituais “negociata do Vieira”, “pagamento de favor”, “mais um no carrossel”…
Depois, já como elemento do plantel, “só serve para suplente”, “ficar com Musa de emprestar Henrique Araújo? Só mesmo para quem não percebe de futebol”…
Atualmente que começa a afirmar-se como titular no Sport Lisboa e Benfica, continua a ser apenas engraçado, por mais golos que faça, por mais entrega que tenha em campo, por mais que trabalhe em prol do grupo ficou rotulado à partida.
A todos os rótulos Musa tem correspondido com golos e entrega inigualáveis, mas mesmo assim isso parece não chegar e os adeptos suspiram pelo melhor Arthur Cabral ou até por um Gyokeres ou Bozenik da vida.
Pois olhem, eu gosto muito do Musa enquanto atleta e por aquilo que tem contribuído para o sucesso da equipa, quer com os seus golos, quer com o seu trabalho, sempre em silêncio e sem levantar ondas ou andar em bicos de pés, tenho a certeza que acabará por cair em graça!
Já agora, só nesta temporada…
Gyokeres: 5 jogos, 450 minutos, 3 golos, 0 títulos
Musa: 5 jogos, 270 minutos, 3 golos, 1 título.
“Mas a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha”"

Falsas virgens!


"Na semana passada foi público o comentário produzido por Carlos Xavier (ex-jogador do Sporting), que aos microfones da SportingTV tratou Taremi (jogador do FC Porto) por muçulmano.
O Conselho de Disciplina da FPF decidiu instaurar um processo disciplinar ao Sporting - e bem!! - por entenderem que Carlos Xavier se excedeu ao usar um termo religioso para qualificar uma pessoa.
O mesmo CD da FPF está à espera de quê para abrir um processo disciplinar ao FC Porto, depois de Miguel Cunha, no Porto Canal, ter comparado o Sporting e o Benfica a Mussolini e a Hitler!?
Não podemos ter dois pesos e duas medidas..."

Futebol português e o barulho de fundo


"A pausa para as seleções seria uma excelente oportunidade para abrir as janelas e deixar uma brisa de ar fresco entrar no futebol português, quanto mais não seja pela ausência de assunto. Mas eis que, neste período, surgem duas novas formas de análise ao arranque mais ou menos bizarro - para não chutarmos para termos mais desagradáveis - da nova época futebolística em Portugal. Ambas, embora aparentemente mais polidas e despojadas, ajudam precisamente o mesmo que as opiniões inflamadas e enviesadas que chegam de jogadores, treinadores, de clubes, de comentadores e quejandos.
Ou seja, nada.
Ao primeiro tipo de discurso podemos chamar de positividade ingénua, que é aquilo que parece nortear as declarações do selecionador nacional Roberto Martínez. Quando apresentou a lista para os jogos com Eslováquia (que Portugal entretanto já venceu) e Luxemburgo (contra quem jogamos esta segunda-feira), o espanhol foi questionado sobre as impressões que nestes meses foi tirando do futebol que o recebeu, respondendo docemente sobre as maravilhas “da competitividade da liga”, das “suas histórias” e atirando um sonoro “adoro o futebol português” perante a pergunta. É certo que ninguém lhe exigiu um relatório sobre os acontecimentos das últimas semanas, que passou pouco tempo desde a sua chegada a Portugal, mas de alguém que passou anos e anos em Inglaterra, que tem um olhar exterior e desprendido da nossa realidade, algo que precisamos muito, talvez se pedisse algo mais. A liga portuguesa adoraria ser competitiva e o que aconteceu na Supertaça ou a rábula do VAR sem bateria não são histórias simpáticas e engraçadas.
A visão algo cor-de-rosa que Roberto Martínez parece ter do futebol português não é, note-se, o fim do mundo, mas é um afago de alma numa altura em que talvez precisássemos era de um tratamento de choque. Que poderia vir, por exemplo, do capitão da seleção nacional. Começou bem Ronaldo sobre o tema, reconhecendo as polémicas e como elas não são boas para o futebol nacional, para a sua imagem lá fora. Cristiano Ronaldo abriu um jornal e não gostou do que viu, fala-se pouco de futebol cá dentro. Tem toda a razão, apesar de não ter, ali, aportado qualquer ideia para a elevação do nosso futebol. Anos e anos de futebol ao mais alto nível, de experiência nos melhores campeonatos, dar-lhe-iam bagagem e moral para tal.
Não se pode, é claro, exigir a solução da salvação do futebol nacional a Cristiano Ronaldo. Mas podemos pedir, pelo menos, realidade. Porque eis que, logo depois de falar de circo e de descrença e de “40 canais” a opinar, Ronaldo dá uma guinada para uma inopinada e inusitada comparação com a liga saudita, que diz já ser melhor do que a portuguesa porque tem “melhores jogadores” (correto e normal, até porque por cá não temos poços de petróleo) mas também porque “não há tanto barulho”.
Dizer que a liga saudita é melhor que a portuguesa porque “não há tanto barulho” quase torna positivo e aliviante o barulho da liga portuguesa. Porque aqui, pelo menos, pode haver barulho, crítica, opiniões, sejam elas construtivas ou não. Com todos os problemas do nosso campeonato, pelo menos ele acontece num país livre, em que não se esquartejam jornalistas e onde os direitos das mulheres estão salvaguardados. Que jogadores como Ronaldo ou Jordan Henderson tenham escolhido acabar a carreira (ou Messi tenha aceitado ser embaixador do turismo) num país onde “direitos humanos” é apenas uma expressão sem efeitos práticos são escolhas. Acreditar que há ensinamentos que podemos recolher da liga saudita já é levar a narrativa para o campo do esotérico.
Posto isto, entre os elogios e a crítica, convém que eles sejam construtivos, que tragam algo à discussão e não sejam apenas palavras inodoras ou, pior, descabidas e despropositadas. Senão tudo se torna tão ensurdecedor barulho quanto o barulho gerado pelo nosso futebol."