sábado, 24 de junho de 2023

Messias de Ouro...


Nos Jogos Europeus que estão a decorrer na Polónia, primeira medalha de Ouro, para um atleta do Benfica, na Canoagem, no K1 200m, pelo Messias Baptista...

Destaque ainda para os 5,65m do Pedro Buaró, no Salta em Vara. Recorde pessoal por 14 centímetros!

O contribuinte paga!!!


"Já percebi que os sapos são a TAP do desporto nacional...irra, andam de perdão em perdão, financiamento em financiamento e com os mesmos de sempre a bancar. E ainda têm a lata de falar em "verdade desportiva"...
#agoladoSabry"

Mentiroso compulsivo!


"O homem que fugiu para Vigo quando rebentou o escândalo do "Apito Dourado", que foi apanhado em escutas a escolher árbitros, que dava conselhos matrimoniais a árbitros na sua própria casa, que é presidente do clube em que o diretor de comunicação e o seu vassalo foram condenados por divulgar correspondência eletrónica "roubada" e truncada para dar a entender o que não existe, cujo clube foi condenado a pagar uma indenização de 1.6M de euros, que participou do jogo mais longo da história do futebol (Estoril-FCPorto) depois dos seus adeptos invadirem o relvado, que paga dívidas aos adversários um dia ou dois antes de jogar com eles, que "mandava" agredir os próprios jogadores e treinadores, com uma equipa de ciclismo apanhada nas malhas do doping e tráfico de estupefacientes, que os juízes se recusam a fazer buscas domiciliárias por serem amigos, que tinha o guarda Abel, que no seu antigo estádio criava um clima de terror aos adversários mais diretos, que usava segurança privada ilegal, e mais, muito mais, vem falar de BATOTA E MENTIRA.
No desporto português a batota e a mentira têm um nome: Jorge Nuno Pinto da Costa.
A Alzheimer tem destas coisas..."

Comunicado



"Foi hoje publicada num jornal desportivo a notícia de que a Benfica SAD teria requerido a sua constituição como assistente no processo 461/17 (conhecido no seu início por processo "saco azul"), no qual foi acusada por crime de fraude fiscal e onde já pediu recentemente a instrução.
É rotundamente falso que tenha feito qualquer requerimento naquele sentido, o que, aliás, seria até juridicamente inviável e materialmente insustentável.
Tal notícia só pode tratar-se de um flagrante lapso, que importa corrigir de imediato."

"Isabelino de los Tristes Destinos"


"Isabelino Gradín era um jogador com tamanho estilo que precisava de entrar na poesia – Juan del Riego foi o seu poeta.

Por Afonso de Melo
Isabelino é um estilo. Sobretudo de mobiliário. E não, não tem nada de inglês, como o estilo vitoriano, por exemplo. É fruto da existência de Isabel II de Espanha, conhecida por La de los Tristes Destinos, e aplica-se às artes decorativas, tal e qual como o que nasceu do nome da Rainha Victoria Augusta. Isabelino também foi o nome de Gradín um rapaz de Montevidéu neto de escravos que tinham vindo do exótico Lesotho, um país enclave da África do Sul. Ah! E Isabelino tinha estilo. E que estilo! Isabelino foi todo ele um estilista a merecer trovas e poemas. Um estilo que já exibia a rodos quando disputava bolas de trapos nas ruelas estreitas do Barrio de Palermo onde nasceu em 8 de julho de 1897.
Aos 47 anos, Isabelino Gradín estava morto. Doença fulminante. Tão fulminante que nem os médicos ficaram de acordo no registo da certidão de óbito. Se foi pobre à nascença, morreu na miséria. Se foi rápido a correr, foi rápido a morrer. Afinal a velocidade fazia parte da sua personalidade. Quando não estava jugando pelota nas calles estava na Plaza de Deportes n.º 1 a disputar provas de 200 e 400 metros e, sobretudo, a ganhá-las assim a modos como com uma perna às costas. Entre 1918 e 1920 varreu vários recordes sul-americanos. Mas tinha saudades da sua bichinha: a bola. Começou a travar-se o dilema – o futebol ou as provas de atletismo? E o dilema não vivia apenas dentro da cabeça de Gradín, espalhava-se pelos cafés de Montevidéu e estendia-se aos representantes máximos das federações. A Federação de Atletismo convenceu Gradín a participar nos Jogos Sul-Americanos de 1922, realizados no Brasil, ganhou o ouro nos 400 metros e, saindo por último na equipa uruguaia da estafeta de 4X400 recuperou de um atraso de quase meia pista para cortar a meta em primeiro. O brasileiros fizeram uma berraria: que Gradín tinha beneficiado de uma invasão de adeptos que se espalhou espontaneamente pela pista e que a vitória ficava manchada. Tal como lhe deram o ouro, tiraram-lho. Pacífico, no seu estilo tão isabelino, Isabelino Gradín encolheu os ombros e foi jogar futebol tornando-se no primeiro negro a vestir a camisola azul-celeste da seleção uruguaia, em julho de 1915.
Quando, aos 18 anos, começou a treinar-se com a equipa principal do Peñarol não houve quem não adivinhasse um futuro formidável para aquele trinca-espinhas que fazia maravilhas com o pé esquerdo, entortando os olhos aos adversários, e chutando com o pé direito com uma violência inaudita. O aspeto de esfomeado que exibia irritava particularmente os oponentes que procuram morder-lhe as canelas como chacais enraivecidos. Isabelino não ligava peva. Era daqueles capazes de fintarem a própria sombra. E de fascinarem um poeta, como aconteceu com o modernista peruano que emigrara para o Uruguai – Juan Parra del Riego. Lá volto eu à questão de estilo.
«Palpitante y jubiloso
como el grito que se lanza de repente a un aviador
todo así claro y nervioso
yo te canto, ¡oh jugador maravilloso!
que hoy has puesto el pecho mío como un trémulo tambor».
O poema ganhou o nome de Polirritmo al Jugador de Fútbol.
Oh! Jogador maravilhoso! Um poema que Isabelino agradecia com mais uma das suas jogadas selecionadas fingindo que ia meter a bola por um lado e passar o defesa pelo outro mas, no último milésimo de segundo, seguindo ambos de mão dada, ele e a bola, pela curva antecipadamente escolhida:
«Ágil
fino
alado
eléctrico
repentino
delicado
fulminante
yo te vi en la tarde olímpica jugar.
Mi alma estaba oscura y torpe de un secreto sollozante
pero cuando rasgó el pito emocionante/y te vi correr...saltar...».
Há jogadores que ficaram injustamente fora da poesia. Porque é na poesia do futebol, na sua metafísica, que se chega ao âmago do golo capaz de rebentar um coração. Ou de apenas obrigar um fulano a tirar a caneta do bolso do paletó e rabiscar o que acabou de ver com olhos de poeta.
Isabelino Gradín fascinou-se por Gradín e tirou a caneta do bolso do paletó:
«Y te vi, Gradín
bronce vivo de la múltiple actitud
zigzagueante espadachín
del golkeeper cazador
de ese pájaro violento
que le silba a la pelota por el viento».
O poema é tão extenso como foram os recursos libertários do ilusionista Gradín. E termina numa explosão:
«De una salva luminosa de sombreros
que se van hasta la luna a gritarle allá:
¡Gradín! ¡Gradín! ¡Gradín!».
Como nas touradas da Plaza de Toros da Cidade do México, a maior do mundo, os fanático de Gradín silenciavam-se por completo quando o viam aproximar-se felinamente do defesa que lhe ficava mais próximo. Esperava pelo ataque, pela marrada, pelo disparo brutal dos pitons às suas canelas fininhas. Quando ele chegava já Isabelino ia à procura da próxima vítima, deixando o infeliz sentado no chão e fazendo ouvir uma voz em uníssono: «Olé Gradín!» Uma epilepsia coletiva tomava conta dos hinchas do Peñarol e quando o golo vinha Gradín saltava socando o ar de uma forma graciosa de bailarino perdido. Era o seu estilo. O estilo de Isabelino."