quinta-feira, 16 de março de 2023

Candonga oficial !!!

Eu !!!


"Sérgio Conceição aplicou ontem uma das cagadelas mais épicas que alguma vez vimos um treinador fazer na tola de um plantel inteiro.
Agora é esperar que os jogadores de “equipa B e equipas médias como Paços, Famalicão, Santa Clara e Rio Ave” que compõem o plantel lhe devolvam a cortesia. Alguns já perceberam por quem são comandados e para onde vão os méritos quando existem as vitórias. Ninguém se lembra ou vai lembrar deles porque Sérgio Conceição tem um ego demasiado grande e qual eucalipto seca tudo à sua volta. As vitórias serão sempre do “Sérgio” e do “Pinto da Costa”, as derrotas serão sempre todas dos jogadores “de equipas médias ou da equipa B” que compõem o plantel (ah, e dos apanha bolas!).
Se estes jogadores de “equipas médias e de equipa B, os Francos e os Namasos” tiverem o mínimo brio, porque "quem não sente não é filho de boa gente, Sérgio pode começar a preparar as malas. Têm a palavra estes jogadores. Ou vão correr por quem não lhes dá o mínimo valor?"

Por onde andou Fredrik Aursnes?


"Fredrik Aursnes tem sido uma das grandes figuras da equipa comandada por Roger Schmidt na presente época.

O médio foi resgatado no verão passado ao Feyenoord por uma verba a rondar os 15 milhões de euros, o que na altura se criou uma certa dúvida no valor pago pelas águias devido à idade do jogador (26 anos). A verdade é que o norueguês cedo mostrou as suas capacidades e polivalências em campo e tem sido um dos jogadores em destaque na Luz.
Mas por onde andou Aursnes antes de chegar a Lisboa? Formado no IL Hødd da Noruega, o jogador chegou ao Molde, um dos maiores e mais conceituados clubes da Noruega, em 2015, por 500 mil euros, isto com apenas 20 anos.
Cedo agarrou o lugar na equipa nórdica e em seis anos fez um total de 186 jogos, números muito bons para um jogador que veio de campeonatos regionais. O melhor ano a nível de números foi em 2018, quando efetuou 36 jogos, 10 golos e 4 assistências, tendo sido campeão norueguês em apenas uma ocasião (2019).
Depois de pegar de estaca na equipa do Molde, o Feyenoord dos Países Baixos recrutou-o por uma verba a rondar os 1,5 milhões de euros e em apenas uma época mostrou ser um jogador para outros voos. Na equipa neerlandesa cedo ganhou a titularidade e acabou a temporada 2021/2022 com 47 jogos, fazendo muito dos jogos como médio interior direito, uma posição que tem feito muitas vezes no Benfica.
Foi um dos pedidos de Roger Schmidt no verão passado para reforçar o meio-campo encarnado, e a direção liderada por Rui Costa fez a vontade ao treinador e foram até a Roterdão resgatar o nórdico. Na altura, os adeptos do Feyenoord que já tinham perdido algumas das estrelas da equipa, insurgiram-se contra a direção, mostrando desagrado pelo desinvestimento e pelas vendas feitas, mas nem isso tirou a possibilidade às águias de contar com o médio.
Na seleção nacional, Aursnes tem 16 internacionalizações e estreou-se num amigável em junho de 2021 na derrota da Noruega sobre a Grécia por 1-2. Desde aí, foram raras as convocatórias que o médio falhou, a subida a um campeonato com mais renome como a Eredivise fez com que o jogador tivesse mais reputação e com mais olhos postos nas suas exibições.
Na Luz, o jogador começou por não ter muitos minutos quando chegou, mas depressa, muito pela sua polivalência, começou a entrar na equipa e jogava muitas vezes como falso extremo, na ausência de David Neres, e após a saída de Enzo Fernandez ganhou estatuto de “insubstituível” no onze encarnado. Até à data, o médio efetuou 31 jogos com a camisola vermelha e branca.
Roger Schmidt, em fevereiro, falou da importância de Fredrik Aursnes na dinâmica da equipa: «Estou muito feliz pelo Fredrik estar aqui, por termos conseguido esta contratação. É sempre preciso ter equilíbrio na equipa e ele garante isso. É muito completo, muito inteligente, consegue correr muito. Se calhar é o que corre mais na nossa equipa, pode correr 14 ou 15 quilómetros por jogo».
Aursnes está convocado para os primeiros jogos de qualificação para o Europeu 2024, frente a Espanha (fora) e Geórgia (fora), a 25 e 28 de março."

O que se passa com o SL Benfica B?


"Num clube onde a formação e o desenvolvimento de jovens jogadores tem um papel tão crucial para a evolução e para o sucesso do mesmo, como o Benfica, a equipa B desempenha um papel preponderante nesse processo, mas a verdade é que na atual temporada, as coisas não estão a correr tão bem quanto se esperava.
Depois de um ano em que a formação das águias conquistou a UEFA Youth League e a Supertaça Intercontinental Sub-20, as expectativas para os escalões de formação e para a segunda equipa dos encarnados encontravam-se extraordinariamente elevadas, não só pela conquista dos troféus a nível coletivo mas também porque a nível individual inúmeros jogadores mostraram-se entusiasmantes em relação ao seu potencial e à sua qualidade.
Agora, em Março, já na reta final da temporada, é possível perceber-se que as expectativas e as projeções feitas no início da época não correspondem exatamente à realidade neste momento. A equipa B das águias encontra-se numa situação crítica ao ocupar a décima quarta posição da tabela classificativa da Segunda Liga, apenas quatro pontos acima da zona de despromoção.
Depois de uma boa sequência de vitórias entre Outubro e Novembro, os encarnados entraram numa maré de resultados e exibições negativas, de onde não conseguiram sair completamente até agora, tendo em conta que nos últimos 12 encontros somaram apenas uma vitória. Algo verdadeiramente preocupante se olharmos para aquilo que deve ser tomado como “ideal” para equipa secundária do Benfica: um espaço de desenvolvimento desportivo, de projeção e preparação para a equipa principal das águias, o que neste momento é algo bastante complicado.
A atualidade da equipa B pode dever-se a vários motivos e razões. Primeiramente devido ao facto de este ano ser um ano de transição, ou seja, apesar do vários, e bons, jogadores que ganharam a Youth League na temporada passada fazerem parte do plantel, outra grande maioria dos atletas que já pertencia há equipa B, saiu.
Jogadores como Tiago Gouveia, Tomás Araújo, Rafael Brito, Sandro Cruz, Úmaro Embaló ou Luís Duk, que já estavam há muito tempo a jogar no nível secundário e que, em alguns casos, já se encontravam num nível superior a esse e por isso saíram, exerciam um papel bastante importante na equipa B, por já terem a experiência e a capacidade necessária para “tomar conta” da segunda equipa, algo que não acontece neste momento.
A maioria dos atletas pertencentes à mesma equipa na atualidade não possui, ainda, esse nível em que os outros se encontravam quando a deixaram.
Por outro lado, a falta de resultados também se pode dever à inconsistência existente em relação ao próprio plantel, que tem sofrido inúmeras alterações ao longo da temporada. A pouca regularidade e consistência que existe na construção da equipa e na rotação dos jogadores, prejudica diretamente a forma como a mesma joga. Isto porque, desde a inicio da temporada jogadores que eram vistos como “chaves” na equipa B, não são presença assídua na mesma, tendo inclusivamente dado quase de forma definitiva o salto para a equipa principal como António Silva e João Neves.
Para além dos jovens que começaram a época e depois saíram, existem também os jogadores que fazem inteiramente parte da equipa principal, mas que foram jogar para a secundária para ter minutos, ritmo de jogo ou até mesmo para recuperar a forma.
Nomes como Henrique Araújo, Paulo Bernardo, Morato, Rodrigo Pinho, Lucas Veríssimo e mais recentemente os reforços Schjelderup e Tengsted realizaram vários jogos ao serviço dos B’s, mesmo fazendo parte da equipa principal, o que, por um lado, é muito positivo a nível individual para os atletas em questão, mas que por outro, prejudica de certa forma a equipa por não se conseguir formar um conjunto de jogadores regulares, consistentes e habituados a jogar juntamente.
Agora, à entrada para uma fase completamente decisiva da temporada, o Benfica B tenta aguentar-se e fugir à despromoção para a Liga 3, que ao acontecer, seria um duro golpe no processo de desenvolvimento de jogadores e consequentemente no projeto do clube.
A questão em causa nunca será a falta de qualidade, mas sim o aproveitamento da mesma, pois, certamente, jogadores que neste momento fazem parte da equipa B das águias, como André Gomes, Cher Ndour, Rafel Rodrigues, Pedro Santos, Diego Moreira, Henrique Pereira, entre outros, tem todas as capacidades e qualidades para se tornarem ótimos jogadores ou até estrelas, só precisam apenas de tempo e de um contexto favorável à sua evolução."

Árbitros estrangeiros? Já agora, venham craques que não mergulhem para a relva, ludibriem o árbitro ou tramem o adversário


"Há uma corrente de opinião que apoia a ideia de trazer árbitros estrangeiros para atuar no nosso campeonato, tendo em conta o ambiente que por cá se respira por estes dias. Percebo a boa intenção da iniciativa (totalmente legítima), mas devo dizer, com sinceridade, que não concordo.
O “problema” da arbitragem portuguesa não é diferente do problema da arbitragem espanhola, senegalesa ou peruana. E não é diferente de problemas anteriores, comentados exaustivamente época após época, década após década.
Não há dúvida que a qualidade de algumas decisões dos árbitros não tem sido a que se deseja ao mais alto nível. Não tem sido a que se espera numa competição que conta agora com o apoio da vídeo tecnologia. Mas a forma de resolver esse “problema” não é, nem pode ser, a de mandar os árbitros portugueses para casa e contratar mão de obra estrangeira para fazer o seu trabalho.
Esse erro, o de resolver tudo com pensos rápidos sem atacar a raiz do “problema”, é recorrente por cá. Uma característica muito nossa que francamente não aprecio.
É verdade que a presença de juízes de outros países nos jogos mais calientes da nossa liga retiraria pressão aos nossos e poderia até protegê-los de situações menos simpáticas, em contexto excessivo. Mas, repito, isso não é resolver, é tapar o sol com a peneira. Um mero paracetamol para anestesiar a dor imediata.
A concretizar-se, a medida passaria um gigantesco atestado de incompetência a toda a classe (não apenas a quem arbitra), o que, face ao esforço e compromisso de muitos, seria francamente desmotivador. E a desmotivação nunca alavancou coisas boas.
Mas se queremos entrar por aí, se entendermos que importar talento internacional pode melhorar a qualidade do jogo, porque não equacionar também a contratação de jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos? Quem não gostaria de trocar meia dúzia de craques do nosso campeonato por outros lá de fora, capazes de fazer um jogo inteiro sem mergulhar para a relva, ludibriar o árbitro ou tramar o adversário? Quem não gostaria de trocar uns quantos técnicos ou diretores da nossa praça, por outros com maior serenidade, calma e fairplay em momentos de pressão? E quem não gostaria de ter um estádio repleto de adeptos que não atiram petardos, não cantam insultos nem vaiam tudo e todas, a toda a hora?"

Um sonho que durou vinte anos



"‘Los pibes de El Gordo’ quiseram ser grandes e foram-no – fundaram o Arsenal de Llavallol que acabou cedo demais.

Há uma velha frase que sentencia: «Os dias passam devagar; os anos é que passam depressa». É o Tempo que mexe com a idiossincrasia dos homens. Para oPaulo de Carvalho dez anos eram muito tempo e ele, se calhar, já mudou de ideias por tanto outro tempo já passado. Carlos Gardel que teve pouco tempo para viver e morreu novo porque os deuses querem jovens na sua companhia cantava:
«Las nieves del tiempo platearon mi sien
Sentir
Que es un soplo la vida
Que veinte años no es nada
Que febril la mirada
Errante en las sombras, te busca y te nombra».
Vinte anos não são nada. Ou foram muito para um clube que passou pelo mundo como um cometa, o Arsenal de Llavallol, fundado precisamente em Llavallol, Lomas de Zamora, arrabaldes do sul de Buenos Aires, lugar onde se fixaram os querandíes, povo massacrado pela chegada dos espanhóis à América do Sul e foi ficando sem lugar para viver que não os subúrbios tristes de uma capital melancólica como o ritmo das milongas.
Em 1948 os Campeonatos Evita, assim chamados em honra de María Eva Duarte de Perón, a mulher do ditador JuanDomingo Perón que se tornou numa espécie de entidade santa dos descamisados, provocavam um absoluto entusiasmo nacional. A final do torneio de futebol era testemunhada pela figuras mais altas do Estado, presidente incluído, e as vitórias alindavam a dourado os emblemas que as conquistavam. Três jovens jogadores, todos eles mais tarde internacionais pela Argentina, Antonio Angelillo, Vladislao Cap e Humberto Maschio, decidiram que eram bons demais para não estarem presentes nos grandes festivais de futebol do país e que a melhor forma de contornarem esse equívoco era criarem um clube e esse clube levou o nome de Arsenal porque os ingleses continuavam a ser o sol resplandecente do association. E assim, nascido no dia 12 de outubro de 1948, o Arsenal de Llavallol apresentava-se ao mundo decidido a que jamais se esquecem dele. Esqueceram. Esqueceram tanto que raros são os que se recordam. E, no entanto, muitos dos rapazes que jogavam livremente nas ruas de Santa Catalina e de Libres del Sur ficaram para sempre na história do futebol argentino. A começar, claro, por Antonio Angelillo, Vladislao Cap e Humberto Maschio.
Vinte anos depois da sua fundação, o Arsenal de Llavallol desapareceu. Já não passava, então, de um clube satélite do Boca Juniors e os dirigentes do Boca foram impiedosos: reclamaram La Candela, as terras que tinham sido cedidas pelo presidente Perón para que os arsenalistas pudessem ter o seu campo, transformaram-nas numa espécie de centro de treinos para as camadas jovens e a razão da existência do Arsenal ficou-se por aí. Foi um dia dramático como nenhum outro para Anibal Diaz, conhecido por El Gordo, tal a sua corpulência física, um dos grandes impulsionadores do agregamento do grupo de jovens talentos de Llavallol, tido como um descobridor raro de talentos raros. Foram esses pibes de El Gordo os cabouqueiros da primeira presença no futebol a sério, filiados na Federação Argentina, e predispostos a iniciarem a vida do clube na III Divisão com o sonho de, um dia, talvez dez anos mais tarde, conquistarem o Campeonato Evita.
Três anos bastaram para que o Arsenal de Llavallol subisse de divisão. As suas rivalidades mantinham-se, ainda assim, pouco ambiciosas. Os sinais de maior excitação popular surgiam quando defrontava o Club Flandria ou o Sacachispas Fútbol Club. Mas as gentes do bairro tinham um orgulho inabalável pelos seus rapazes que jogavam vestidos com umas muito particulares camisolas às riscas verticais castanhas e amarelas e calções castanhos.
O Arsenal pode nunca ter ganho o Campeonato Evita - aliás só se aguentou quatro épocas na II Divisão para descer novamente e só continuar vivo por mais um pouco graças ao acordo assinado com o Boca Juniors – mas foi uma daquelas canteras que marcou para sempre o futebol da Argentina, produzindo craques de inequívoca qualidade para os grandes clubes do país. Ángel Clemente Rojas Rojas tornou-se numa das glórias do Boca Juniors; Vladislao Wenceslao Cap um tremendo defesa-central do Racing e do Rivel Plate e, mais tarde, selecionador durante oMundial de 1974, Humberto Dionisio Maschio o cérebro e a classe pura de um Racing campeão; Antonio Valentín Angelillo acabou por emigrar para Itália, para o Inter, assumindo-se como avançado temível vindo a ser convocado para a squadra azzurra já depois de ter vestido a camisola da Argentina.
O Arsenal de Llavallol mais do que um clube foi um sonho. Mas um sonho sem medos ao contrário do de Gardel:
«Tengo miedo del encuentro con el pasado que vuelve
A enfrentarse con mi vida
Tengo miedo de las noches que pobladas de recuerdos
Encadenen mi soñar».
Um sonho de valentes."

Empate ao 'intervalo'!

Benfica 3 - 3 Famalicão


Provavelmente o pior jogo da época, a primeira 'não vitória' interna da época, com a Rute desastrada na baliza, muito desperdício no ataque, e ainda uma apitadeira determinada em fazer merda: 2 penalty's ficaram por marcar... e muitas outras 'desgraças'!!!

E o pior de tudo, ainda foi a lesão da Pauleta, que pareceu grave... e provavelmente o fim da época para aquela que para mim, e a nossa jogadora mais imprescindível!

Agora, é ganhar a 2.ª mão em Famalicão...

Gato!!!

SL Benfica nos quartos: Não para dormir, mas para sonhar (e muito)


"O SL Benfica prosseguiu, na passada semana, a caminhada invicta na presente edição da Liga dos Campeões, vencendo na receção ao Clube Brugge KV por 5-1 e carimbando o passaporte para os quartos da competição, com um agregado de 7-1 perante os belgas. Na ressaca, as águias foram à Madeira vencer o CS Marítimo por 3-0, dando continuidade a uma consistência notável e dando aos adeptos e associados ainda mais motivos para acreditar numa campanha europeia para lá das expetativas.
As ausências de Guedes e Rafa não se fizeram notar mesmo depois de um jogo a meio da semana, com o coletivo mais uma vez a suprir e ocultar as ausências. Na mesma semana, duas vitórias em duas competições distintas, com oito golos apontados e apenas um golo – ou golaço – concedido. Se a candidatura ao cetro de campeão nacional estava mais do que apresentada, começa a denotar-se também uma cada vez mais sólida candidatura encarnada a, pelo menos, surpresa da Liga dos Campeões.
O sorteio vai ajudar a ditar a fatia de favoritismo das águias nos quartos de final, mas o bom futebol praticado, a boa gestão dos momentos do jogo que a equipa tem apresentado, as épocas superlativas de quase todas as individualidades, a mentalidade com que foram encaradas as partidas com o PSG e com a Juventus, por exemplo, e a maré encarnada que tem dado balanço ao navio que tem Roger Schmidt ao leme fazem acreditar como não se acreditava há décadas.
Daí a Istambul vai uma distância bastante considerável, mas alcançar as meias-finais, por exemplo (que, no formato atual, seria feito inédito para as águias), já não é um horizonte assim tão longínquo. Será necessário que o SL Benfica mantenha os níveis de qualidade e confiança até lá – sendo que há partidas de grau elevado de dificuldade e importância até à primeira mão dos quartos de final. Caso a turma benfiquista o consiga, poderá encarar olhos nos olhos quase todas as equipas ainda em competição. A partir daí, é futebol. E no futebol, continuamos a querer acreditar, tudo pode acontecer."

Obrigado, Benfica!


"Ao atravessar as ruas da cidade de Lisboa, os meus passos levam-me, inevitavelmente, numa única direção: o Estádio da Luz. Ali, ergue-se imponente o templo sagrado do Sport Lisboa e Benfica.
O Benfica transcende as fronteiras do desporto. É uma força que une gerações, que desafia o tempo e que une a alma de milhões a uma só voz. Ao entrar no estádio, sinto-me transportado para outro mundo, onde o tempo perde o significado e o presente é o único momento que importa. É como se a energia de todos aqueles que ali pisaram antes de mim ainda permeasse as arquibancadas e os balneários.
Cada vitória é celebrada como uma conquista pessoal, como se eu próprio tivesse contribuído para o resultado final. Cada derrota é sentida como uma ferida na alma, uma dor que só pode ser curada com a esperança de dias melhores.
O Benfica é algo que não pode ser explicado em palavras. É uma emoção que transcende o racional e que se manifesta em cada cântico entoado pelos adeptos. É um sentimento de pertença a algo maior, algo que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço.
Ao observar a multidão que se agita nas bancadas, percebo que ali estão pessoas de todas as idades, classes sociais e origens. São homens e mulheres que encontraram no Benfica uma razão para sorrir, para se emocionar e para se sentir vivos.
O Benfica é a personificação da alma que nunca se rende e que sempre procura o melhor. É a história de uma nação que se reinventou a si mesma.
A mística do Benfica não é algo que possa ser explicado em termos objetivos, é algo que se sente na pele, que se experimenta no coração. É um sentimento que une as pessoas em uma só voz, em uma só emoção, em uma só alma.
O Benfica é a história de um povo que nunca desistiu, e que sempre acreditou em si mesmo. É a história de homens e mulheres que fizeram do impossível algo possível, que transformaram sonhos em realidade e que construíram uma nação que é exemplo para o mundo.
Obrigado, Benfica."

Era uma vez um Pedro que foi ao estádio


"Vou-vos contar a história do Pedro. O Pedro é um adepto de futebol em Portugal, muito apaixonado pelo seu clube e que decidiu que queria ir ver o próximo encontro da sua equipa, vital para a luta pelo grande objetivo da época.
O dia do jogo até começou como muitos outros. O nosso adepto acordou às 7h30 e foi trabalhar das 9h às 18h. Até aqui tudo normal. Mas o Pedro sabia que assim que terminasse o turno (e todo o dia rezou para que não houvesse stresses de última hora), iria começar uma maratona contra o tempo. Teria que entrar no seu carro e arrancar para uma viagem de 300 kms, pois o jogo estava marcado para uma 2ª feira às 21h15 (e conseguir ir ao jogo já tinha sido uma sorte, pois o dia e a hora só fora anunciado 5 dias antes e felizmente ainda conseguiu trocar o turno com um dos seus colegas). O Pedro foi com a esposa e o seu filho (que tinham ido ter com ele ao seu emprego, pois de outro modo nunca na vida chegariam a tempo) e tinham gasto 120 euros nos três bilhetes, a que se iria somar a gasolina, a portagem, mais a comida apressada na área de serviço. Em tudo isto ele pensava durante a viagem, enquanto a noite ia caindo e sentia a esposa a suspirar e o filho com o habitual "pai, já chegámos?". À 8ª repetição da pergunta, estacionou o carro.
Chegado às imediações do estádio, procurou então descobrir o sector que lhes pertencia. Deu uma volta inteira ao estádio e percebeu finalmente para onde se devia deslocar: na zona onde estavam polícias que mais pareciam robocops, uns montados a cavalo e outros com pastores alemães que ladravam de forma agressiva. "Calma, vai correr tudo bem" diz o Pedro ao seu filho, após ver a sua cara assustada. Até porque olhou para a esposa e pareceu-lhe que a mãe não estava muito mais tranquila. "Senhor agente, desculpe, é aqui o setor do clube visitado?" "Ponha-se mazé a andar!" responde o agente, enquanto empurra a família para a frente. "Bom, aqui será" pensou o Pedro. Colocam-se na fila (no que mais se assemelha a um ajuntamento de gado) e os minutos começam a passar, todos os adeptos cada vez mais apertados e a fila não mexe. "Que se passará" falam uns para os outros, sem nada perceberem. Até porque a hora do jogo (para o qual recorde-se, pagaram 120 euros, mais gasolina, mais portagens, mais comida) aproxima-se. Tanto se aproxima que o jogo começa e eles ainda estão no exterior. A revolta faz os adeptos começarem a barafustar e agitarem-se, o que é respondido pela autoridade com gritos e cacetadas. "Calma, calma, estão aqui mulheres e crianças!" gritou o Pedro.
Chegados finalmente à revista, são informados que o cachecol que o filho leva aos ombros não pode entrar: "adereços da equipa visitante não são permitidos". "Mas agora onde eu meto o cachecol?" "Ponha ali naquele amontoado onde estão os outros cachecóis. À saída pode recolhê-los...se eles ainda aí estiverem". Bom, apesar do cachecol ter sido uma prenda de natal para o filho, o Pedro pediu ao menino que cumprisse com as regras. "Deixa lá, meu querido, se for preciso depois o pai compra outro". Foi nessa altura que reparou que a mulher estava com problema semelhante: a revista não a deixava entrar com os auriculares bluetooth que trazia na mala.
"Isso pode ser uma arma de arremesso contra o árbitro". "Arremesso ao árbitro!? Isto custou-me 50 euros, acha que eu ia fazer uma coisa dessas!? Nem eu tenho essa força de braços". Bom, mas fazer o quê? Era cumprir as regras e entrar ou voltar para trás da fila à procura de algum bengaleiro. Lá entraram, deixando cachecol e auriculares deitados no chão.
"Isto o que me sabia mesmo bem agora era uma cervejinha, antes de ocupar o lugar" pensou o Pedro. Mas rapidamente se lembrou que dentro do estádio não é vendido. A não ser para as elites dos camarotes, claro, que esses podem beber cerveja e demais bebidas alcoólicas à vontade. E a verdade é que se fosse beber, mais tempo iria perder que a fila era grande e com certeza o filho também iria querer um refrigerante e os preços dentro do estádio não são nada convidativos.
Ocuparam finalmente os seus lugares, já o jogo decorria há 20 minutos e a verdade é que até ao intervalo não viram o melhor espetáculo do mundo. Muitas faltas e muito tempo parado com jogadores caídos e elementos dos bancos a levantar e reclamar com o árbitro sempre que este assinalava (ou não) qualquer coisa. Ao intervalo tentou comentar isso com o filho, mas era impossível com a música que saía aos altos berros das colunas do estádio (o que não tentou sequer comentar foi o estado imundo em que estavam as casas-de-banho do estádio, que isso não era nada agradável). Bom, a segunda parte já foi melhorzinha, mas o jogo terminou num zero-zero que deixou tudo na mesma e os momentos mais agitados foram mesmo as expulsões que houveram, com cada equipa a terminar reduzida a dez.
Apito final e siga para o carro, que havia uma longa viagem pela frente! Hummm...não tão depressa, meu caro Pedro, adepto de futebol em Portugal. É que adepto de equipa adversária só sai do estádio uma hora depois do jogo acabar. Há que fazer sair primeiro os adeptos da casa, para evitar confusões. O Pedro até entendeu a lógica, dispensava era a contínua e incessante música a altos berros. Após uma longa espera, lá saíram finalmente e se deslocaram para o veículo (pelo meio confirmaram que cachecol e auriculares já só eram uma perdida memória). Pouco passava da meia-noite do dia seguinte quando se puseram à estrada, para novas 3 horas de viagem. E para mais gasolina gasta. E portagens. E comida na área de serviço.
Chegados ao lar, foram rapidamente deitar o estafado míudo e o Pedro deitou-se no sofá, também ele cansado. Mas como é daqueles que o sono não lhe vem instantaneamente, ligou a televisão. Estavam a falar do jogo, mas apenas dos casos de arbitragem. Ainda ouviu o dirigente do seu clube a dizer que "não nos permitiram ganhar" e tem a vaga ideia que o dirigente do clube rival também disse exatamente a mesma coisa, mas caiu finalmente no sono. Não sem antes pensar que para a próxima vê é o jogo na televisão, embora tenha que decidir entretanto qual o canal pago que ativa. O que dá os jogos do seu clube em casa? Ou o que dá os jogos fora? Ou o que dá os jogos europeus? É que tudo ao mesmo tempo é muito caro.
Nem 4 horas depois de adormecer, o despertador tocou. O Pedro tinha que ir trabalhar. Era terça-feira.
Foi um exercício de imaginação longo, mas aqui vai do cronista um último pedido de esforço aos leitores:
Imaginem agora que o apelido do Pedro era Proença. E pensem no quão rápido a maneira como o adepto de futebol em Portugal é tratado ia mudar."

Quanto vale afinal o Gonçalo Ramos?


"Por toda a imprensa vemos e ouvimos comentadores a dar o Gonçalo Ramos como vendido no mercado de Verão que se aproxima. Segundo os mesmos parece inevitável a sua saída, mesmo tendo a clausula de rescisão fixada em “modestos” 120 Milhões de Euros.
Custa-me ouvir Benfiquistas que não se importariam com a venda do jogador por esses valores. Sinto que muitos ainda estão ancorados à forma de pensar da(s) ultima(s) década(s), em que a venda de jogadores por valores altos era celebrada como se de uma vitória desportiva se tratasse.
Gonçalo Ramos é neste momento, uma pedra fundamental da equipa de Roger Schmidt e é, provavelmente, o jogador mais difícil de substituir em caso de venda, senão vejamos: — O modelo de Roger Schmidt pede um tipo de ponta de lança cujo perfil (Pressing Forward) onde Gonçalo Ramos encaixa como uma luva e que não abunda propriamente no mercado, muito menos ao alcance dos nossos bolsos. Arrisco-me a dizer que muito dificilmente encontraríamos uma solução com rendimento semelhante, mesmo batendo o nosso record de valor numa compra (34M por Darwin Nunez).
— As qualidades ao nível da pressão do Gonçalo são evidentes já há bastante tempo, mas mais recentemente isso tem sido aliado a uma tremenda eficácia na pequena área, característica que lhe era reconhecida em outros escalões mas tardava em se materializar na equipa A. Já se viam alguns sinais de que estaria para acontecer na 1a metade da época, mas após o Mundial do Catar, Gonçalo Ramos voltou com uma confiança que lhe permite demonstrar isso mesmo em campo.
Na ausência de Gonçalo Ramos, Roger Schmidt não encontrou no plantel outra opção que lhe desse rendimento semelhante e sentiu-se forçado a mudar a forma de jogar da equipa. Optou por perder presença na área para manter a qualidade na pressão lançando Gonçalo Guedes. O Benfica de Roger Schmidt vai lançado para a conquista do 38º Campeonato Nacional, e tem sido a equipa sensação da Liga dos Campeões a par do Nápoles, com uma prestação que a todos nos orgulha.
Mas se queremos ser mais do que uma equipa sensação e ser um candidato à conquista desse cobiçado troféu na época 23/24 (e em diante), seria essencial dar estabilidade a este plantel, não vendendo peças fundamentais e reforçando cirurgicamente alguns setores que ainda podem ser melhorados. Se esta equipa a jogar junta sob alçada deste treinador em 8 meses está jogar o que joga, pensemos o que poderá ser capaz daqui a 1 ano, mantendo todos ou quase todos os jogadores.
Uma parte fundamental da estratégia para termos o Benfica Europeu que todos ambicionamos, tem que passar por sermos capazes de “segurar” os jovens do Seixal no mínimo uma a duas épocas depois de “explodirem” na equipa principal. Aplicando essa lógica ao plantel atual deveríamos fazer esse esforço por manter não só o Gonçalo Ramos, mas também o António Silva e o Florentino.
Percebo o clube precisa de vender para ter estabilidade financeira e que só esta nos permite investir com segurança. Mas enquanto Benfiquista, prefiro manter o Gonçalo Ramos no plantel e poder continuar a desfrutar dos seus jogos e golos do que 80, 100 ou até 120 Milhões de euros na conta do clube. A venda de jogadores pela clausula de rescisão não é um titulo que vamos poder colocar no museu Cosme Damião."

Ficasses em casa


"Este texto esteve para não ser publicado. Hesitei bastante, porque vou ter palavras menos elogiosas para grupos de pessoas onde se encontram amigos e familiares, que se podem sentir melindradas com o que aqui irei escrever. Mas o timing é relevante, sobretudo numa altura em que tanto se discute as liberdades dos adeptos portugueses nos campos nacionais.
Para mim todos os jogos do Benfica são aways. Vivo no estrangeiro, e como tal sempre que quero ver o meu clube do coração jogar, tenho de fazer um investimento forte (não só financeiro mas igualmente logístico) para que tal aconteça. Mas esse é um esforço que faço voluntariamente, não tenho ninguém a apontar-me uma pistola para o fazer nem me sinto mais ou menos benfiquista por fazê-lo. Esse é, aliás, um dos motivos de maior tensão entre adeptos do mesmo clube nos últimos tempos: a “medição de pilinhas” versão futebolística.
Uma das principais figuras públicas no Reino Unido escreveu uma crónica há poucas semanas, onde manifestou o seu desconforto em admitir publicamente que gosta de futebol, já que segue regularmente outros desportos que lhe são igualmente interessantes, levando a que seja frequentemente menosprezado por familiares por não acompanhar nem saber tanto sobre o Arsenal como eles. Revi-me nestas palavras, mas no mau sentido, já que fiz algo semelhante com familiares, ou mesmo entre amigos, onde brinquei com eles por não saberem o nome de certos jogadores ou não irem ao estádio há anos. O que eu nunca fiz foi usar isso como arma de arremesso, como já lamentavelmente assisti. E nalguns casos, literalmente.
Foi o que se passou no away menos longínquo que tive de fazer em mais de uma década. Ditou a sorte que o Benfica viesse jogar ao país onde estou emigrado, e que só tivesse de fazer uma viagem de 2 horas para ir assistir à prestação do Glorioso. Em tantos anos fora do país, esta foi a primeira vez que isto me aconteceu, e a excitação era palpável. Era assunto diário cá por casa, mencionei-o aos colegas de trabalho, e os meus amigos já brincavam e diziam que nem que o Benfica perdesse isso me iria desanimar. De tal forma, que pensei seriamente levar o meu filho pela primeira vez a ver o Benfica, paixão que agora ambos partilhamos. Decidi não o fazer, e quis o destino que tivesse decidido bem.
O que se passou no estádio foi algo que deveria entristecer os benfiquistas. Estrategicamente espalhados pelas bancadas reservadas aos adeptos encarnados, encontravam-se várias dezenas de membros de uma claque do clube benfiquista. Devido à conformação do estádio, as bandeiras hasteadas impediam a visão dos adeptos que se encontravam pelo menos até 10 filas atrás das mesmas. A certa altura, estes jovens membros da claque começaram a erguer tarjas pelas bancadas, tarjas essas que mais tarde descobri (pelas fotografias) nem serem de apoio ao clube. Sem pedir licença, passavam entre as cadeiras e berravam “Mais acima! Espera, ainda não é agora!”, e entretanto os adeptos que já tinham a visão de jogo reduzida devido ao fumo e às bandeiras, apanhavam agora com tarjas na cabeça e viam o seu espaço pessoal reduzido.
A certa altura, uma senhora de meia idade que permanecia sentada insurgiu-se quando a sua filha (adolescente) foi magoada nas pernas pelo ímpeto de um destes membros da claque, e como consequência a senhora teve uma tocha atirada aos pés, viu o marido (suponho) ser empurrado e ameaçado quando as tentava proteger, e foi forçada a sair do seu lugar para evitar males maiores. Ainda hoje as palavras da senhora permanecem frescas na minha memória, enquanto se levantava no meio da fumarada: “viemos de longe, nós só queríamos ver o Benfica em paz”. E de facto, após este episódio, testemunhei outros que se seguiram em catadupa, desde um casal de Valongo cuja rapariga não aguentou o fumo, um rapaz e uma rapariga que iam caindo das cadeiras quando uma das tarjas foi recolocada no ar, ou um senhor de meia idade que simplesmente quis retirar uma tocha do seu lugar. Estes membros da claque colocavam agora capuzes e deixavam tochas por todo o lado, fugindo prontamente do local e levando à intervenção de demais adeptos que apagavam os artigos pirotécnicos antes que levassem a consequências mais danosas.
Gostava de poder dizer que fui corajoso, que dei o exemplo e tentei apaziguar a situação. Mas não. Eu permaneci em silêncio no meu lugar (falta-me a coragem e a saúde para me manifestar nestas ocasiões), talvez pela experiência acumulada. É que esta não é a primeira vez que passo por uma situação deste género. De facto, a primeira vez que isto me aconteceu foi em 2002, no estádio de Alvalade, num jogo amigável da selecção, e membros da Juve Leo usaram facas de cozinha para ameaçar (à minha frente) adeptos leoninos que queriam assistir ao hino de Portugal, e foram impedidos porque a claque levantou tarjas contra a Liga de Clubes e Valentim Loureiro. A partir daí já tive a infelicidade de passar mais vezes por momentos semelhantes e pasme-se o leitor que em todas as ocasiões, os adeptos que queriam ver as equipas em campo foram impedidos de o fazer por adeptos que, efectivamente, não estavam a apoiar as equipas em campo.
A curiosidade levou-me a ir às redes sociais e grupos de amigos para tentar perceber se alguém tinha comentado ou reportado o que se tinha passado neste jogo europeu do Benfica. E houve de facto quem tivesse trazido à baila estes confrontos, sem que faltasse o habitual comentário “ficasses em casa”. Ora o argumento usado é que tudo é permitido aos que dizem apoiar verdadeiramente o clube (o que não deixa de ser irónico nos casos supracitados), e que isso valida a atitude perante adeptos que desejam ver o jogo de outra forma. E qualquer outra forma está sempre uns furos abaixo do que os membros de uma claque consideram ser o verdadeiro apoio. O verdadeiro apoio só é um: o que os membros da claque fazem, e o resto é comparável ao que fazes em casa, sentado no sofá, em frente à televisão. Pouco importa o esforço que fizeste para ali estar no estádio, ou mesmo que a tua saúde ou personalidade não se coadunem com este tipo de comportamentos. Se gastas dinheiro, se preparas a logística com semanas de antecedência, se mudas todo o teu calendário e o da tua família para poderes ir apoiar o clube do teu coração ao estádio, então tens de te sujeitar às ameaças, ao fumo, aos petardos, à falta de visibilidade e a qualquer outra consequência que daí possa advir. Normalizar estes comportamentos é como achar normal ir a um cinema e mamar com pipocas em cima ou passar o filme com alguém ao teu lado a falar ao telemóvel, com a diferença que as pipocas alimentam mas as tochas nem por isso.
A velha máxima que "a minha liberdade acaba onde começa a tua" não é para aqui chamada. O lema agora é outro: as consequências das minhas acções e como elas afectam terceiros é absolutamente irrelevante desde que eu faça o que bem me apetecer. E este argumento só é possível existir numa realidade onde os adeptos do clube se julgam mais importantes que o próprio clube.
Manifestar o nosso amor a um clube pode ser feito das mais variadas formas, mas parece-me óbvio que nunca poderá comprometer o amor de outros que também querem bem ao clube. Há quem vá ao estádio e passe o tempo agarrado ao telemóvel, ou prefira sair 10 minutos antes do jogo acabar. Posso discordar completamente desta maneira de viver o clube, mas não compromete em nada a minha experiência ao vivo. Porém, numa altura em que tanto se fala nas restrições aos adeptos em Portugal, e nomeadamente aos do Benfica que são constantemente impedidos de entrar com simples adereços do clube, pergunto onde está a moral para que adeptos do mesmo clube impeçam outros de simplesmente ver o clube que apoiam? "Eu apoio mais que tu por isso tenho autoridade para te encher de fumo, tapar-te o campo, melindrar-te e também os que estão contigo e tornar a tua experiência de assistir ao jogo um pesadelo"?!
E lá voltamos novamente à medição de pilinhas. Mas eis que a certa altura terá de surgir a pergunta lógica: em que medida é que isto ajuda o Benfica? O que ganharam estes membros de claques encapuzados em antagonizar adeptos do próprio clube para poderem mostrar tarjas que em nada serviam de apoio ao Benfica? Quem é afinal mais importante nesta história?! É que a partir do momento em que o Benfica é remetido a um papel secundário para que outros tomem protagonismo durante um jogo, eu começo a desconfiar do tal amor ao clube.
Comecei este texto dizendo que ponderei seriamente publicá-lo. Discuti inclusive este tema com alguém que pertence à dita claque e que me é próxima, e que tentou justificar estes comportamentos como a consequência menos positiva de um apoio garantido e incondicional à equipa. Entendo, mas é uma consequência, a meu ver, desnecessária e evitável. Eu continuo a acreditar ser incompatível amar um clube, ou melhor, afirmar que se ama um clube, e simultaneamente restringir com ameaças o amor a esse clube, e com potenciais consequências nefastas para o mesmo (por vezes levando a que o clube incorra em multas ou mesmo interdições de estádios).
Da minha parte, e atendendo às circunstâncias em que me encontro actualmente, posso confirmar que este foi o meu último away do Benfica nos próximos tempos. O Benfica perde assim os meus gritos roucos, os meus cânticos fora de tom, os meus reparos às progenitoras dos árbitros e as minhas palmas fora de tempo. Em boa verdade, talvez até fique a ganhar com isso. Mas infelizmente, e por razões óbvias de segurança, o Benfica perde também a oportunidade de maravilhar uma jovem criança que passou os últimos meses a sonhar ver os ídolos ao vivo, a decorar cânticos e nomes “esquisitos” de jogadores.
A história do Benfica é de pluralismo. E os benfiquistas não deveriam ter medo de nada, sobretudo de outros benfiquistas."

Comunicado


"O Sport Lisboa e Benfica informa que, por mútuo acordo, o treinador Pulpis deixa, a partir de agora, de orientar a equipa sénior masculina de futsal.
O Clube agradece o profissionalismo demonstrado por Pulpis ao longo da sua ligação ao Benfica e enaltece a atitude exemplar do técnico na hora da saída, deixando votos de sucesso para o seu futuro.
O Sport Lisboa e Benfica anunciará oportunamente o futuro treinador da equipa de futsal."

Évora-Pichardo: os perigos de um debate estúpido


"Nelson Évora, embora tenha demorado demasiado a ter o Cartão Cidadão, pois esperou até cumprir os 18 anos, recebeu-o a tempo e horas de ganhar tudo como português e deveria saber, até por experiência própria, como é perigoso gerar um debate estúpido sobre aquilo que o Chega já veio catalogar como "regra excecionalíssima à lei, os altos serviços prestados ao Estado e à comunidade nacional

Se há assunto em que me orgulho de ser português, é o da naturalização de atletas por "interesse nacional" - e das poucas vezes que me irrito é pela demora de alguns processos. Sempre fomos um país conservador numa matéria em que é positivo ser contido, nunca "compramos" atletas e a maioria daqueles que recebem mais cedo a cidadania portuguesa transformam-se em orgulhos nacionais.
Nelson Évora, embora tenha demorado demasiado a ter o Cartão Cidadão, pois esperou até cumprir os 18 anos, recebeu-o a tempo e horas de ganhar tudo como português e deveria saber, até por experiência própria, como é perigoso gerar um debate estúpido sobre aquilo que o Chega já veio catalogar como "regra excecionalíssima à lei, os altos serviços prestados ao Estado e à comunidade nacional". Fica subentendido que Pichardo, Auriol Dongmo, Bárbara Timo, Fu Yu ou Otávio, para citarmos exemplos recentes, ou Francis Obikwelu, para irmos a um mais antigo, deveriam esperar os cinco anos até obter a nacionalidade, pois não se imagina como prestariam serviços ao Estado sendo estrangeiros...
Pedro Pichardo chegou a Lisboa em abril de 2017, como refugiado cubano, e previsivelmente impondo como condição - imagino eu - ser naturalizado até ao final desse ano. O saltador sabia que a Federação Internacional de Atletismo ia tornar mais rígidas as regras para a mudança de países e temia que um pedido mais tardio o impedisse de ir aos Jogos Olímpicos de Tóquio. O interesse, mais do que do atleta, que tinha propostas de vários países, ou do Benfica, que o contratou e o podia utilizar como cubano, era de Portugal. O pedido foi cumprido e tivemos mais um campeão olímpico. Sendo o caso cristalino e nada chocante, é incrível como sete anos depois ainda gera polémica. Sobretudo sabendo nós que Pichardo é português, se sente português, casou por cá e previsivelmente irá ficar até ao fim dos seus dias. Não por ser especial, mas porque isso tem acontecido com todos os atletas imigrantes que se naturalizam, alguns sentindo mais o país do que aqueles que cá nasceram.
Despeço-me com um exemplo: Francis Obikwelu, depois da sensacional prata olímpica nos 100 metros, foi convidado por Espanha - um vizinho sem ponta de vergonha nesta matéria - para mudar novamente de país. Iria ter melhores condições de treino, provavelmente ganhar mais dinheiro, mas respondeu: "Não, eu sou português". O Francis, quando me contou isto, tinha lágrimas nos olhos; e eu fiquei como ele, inchado de orgulho por ser português."

Braço armado azulado!!!


"Se dúvidas ainda existissem, fica mais uma vez demonstrado que os castigos que o CD da FPF ao SL Benfica, não são mais do que uma estratégia de desgaste da imagem do clube encarnado.
Tal como os variadíssimos processos, que muita tinta têm gasto na comunicação social escrita, as multas que o CD aplica ao Benfica, nada mais são do que falácias.
Tal como nos Tribunais, em que os processos criminais caem todos, também no TAD as multas são revertidas.
É muito fácil multar o Benfica... Difícil é que seja por algo verdadeiro. Quando não conseguem ganhar no campo, tentam jogar fora dele.
Continuem a "marrar no vermelho"!"

Se estás aziatti, buzinati!


"Hoje, a manhã começou cheia de andrades a visitar a página do Alberto Mota. A quantidade de mensagens fofinha rebentou pelas costuras com a caixa de correio.
Sabemos que a eliminação de ontem à noite foi difícil digerir, no entanto..."

Zero!

Vergonhoso!

O FC Porto tem uma forma doentia de estar no desporto


"Seja em Portugal ou na Europa, quando não ganham é sempre a mesma coisa, quer da parte do treinador, dirigentes ou maioria dos seus adeptos.
Instigadores contínuos do ódio, ameaças e confusão. Representam de forma cabal o antidesportivismo primário. Nunca sabem perder e nunca admitem dar mérito pelas vitórias ou conquistas dos outros.
“Contra tudo e contra todos”. Tristeza de ideologia mesquinha e complexada que se alastra à massa associativa do clube."

Contas!


"𝗦𝗲́𝗿𝗴𝗶𝗼 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗲𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼: "Estes cinco anos e meio foram muito difíceis, com anos de 'fair-play' financeiro, sem poder ir buscar nenhum jogador e só vender para equilibrar.”
𝗙𝗮𝗰𝘁𝗼𝘀: foram gastos mais de 𝟴𝟱 𝗺𝗶𝗹𝗵𝗼̃𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗲𝘂𝗿𝗼𝘀 em David Carmo, Veron, Samuel Portugal, André Franco, Rodrigo Fernandes, Romain Correia, João Mendes e no contrato do Otávio. À exceção do último, que renovou por 17M€, todos os jogadores acima mencionados foram contratados para suplentes e para a equipa B.
O FC Porto é, também, de todos os 18 clubes presentes na Liga Bwin, aquele que mais pagou pelo seu plantel. Mas a culpa é dos apanha-bolas.
Não vale a pena. A mentira está-lhes no ADN."

Quando és tão frontal que até os miúdos apanha-bolas levas à frente

Notáveis!