terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Prémio!!!


"António Manuel Bernardo resume na perfeição aquilo que devia ser a atitude do CA em relação aos árbitros e aos seus erros. Na Europa do futebol não faltam exemplos. Em Portugal "falta a coragem" de se assumir e tomar atitudes.
Com que cara andam estes árbitros - enquanto cidadãos - na rua? Com que cara anda a família dele na rua? Sabendo da "falta de coragem" que tiveram em campo?
#apitoforjado"

Cadomblé do Vata


"1. Caro Sr. Ministro da Saúde... jogos destes dão para apresentar ao médico de família como sendo um electro cardiograma muito positivo?
2. Qual é a diferença entre Taremi e Musa... quando o iraniano mergulha na área é penalty; quando se atira ao relvado o croata é golo.
3. Bem esticadinho, tenho 1,70m de altura e quando era puto joguei como guarda redes, até ser demasiado óbvio que não ia ser esse o meu futuro... certamente estaria hoje na Primeira Liga se porventura alguma vez tivesse defrontado o Glorioso na Catedral.
4. Petit está irreconhecível... hoje esteve 2 segundos em campo em nem uma entrada a pés juntos fez...
5. No final da época, João Neves pode muito bem vir a ser um dos jogadores do SL Benfica com mais minutos disputados... é só preciso que haja muitos jogos com minutos de descontos bem largos."

Dificuldades em voar para a vitória


"Crónica: Num duelo muito complicado, Benfica mantém vantagem de cinco pontos para o 2.º lugar.

O início de jogo foi morno; o Boavista tinha um posicionamento defensivo assente num 4-5-1 bem definido e também não se coibia de atacar com toda a equipa.
A primeira grande oportunidade benfiquista só chegou aos 25 minutos, com um desvio de Gonçalo Ramos que foi à malha lateral.
O Benfica teria que acelerar o ritmo para, no mínimo, criar perigo. O 4-2-3-1, com as habituais trocas posicionais dos homens da frente, estava a ser controlado pelos axadrezados.
Já em cima do intervalo, Bracalli impediu um golo certo de Gonçalo Ramos.
O Benfica saiu dos balneários com mais energia, atacou sem clemência e chegou com naturalidade ao golo, através de Gilberto, numa jogada de insistência.
Mas os boavisteiros, talvez por ser Carnaval, mascararam-se de pantera e responderam imediatamente com um golo de Yusupha, após boa jogada coletiva.
Seguiu-se um jogo muito dividido, até que Rafa ganhou um penálti (falta de Sasso). Na conversão, Bracalli defendeu o remate de João Mário e a consequente recarga.
No entanto, a avalanche benfiquista não terminara e, já nos minutos finais, Gonçalo Ramos fez o 2-1 num lance de belo efeito.
Já nos descontos, Musa também faturou, marcando contra a sua antiga equipa.

A Figura
Gilberto (SL Benfica): Aproveitou da melhor forma a ausência de Bah para (quem sabe) voltar ao lugar de titular. Com movimentos inteligentes ao longo de todo o jogo, fez um golo e uma assistência, sendo fulcral para a vitória das águias.

O Fora de Jogo
Vincent Sasso (Boavista FC): Foi o elemento que mais tremeu na defesa boavisteira e esteve ligado a três lances capitais, de forma negativa: cometeu um penálti, foi batido por Gonçalo Ramos, e depois por Musa, em dois dos golos dos encarnados.

BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
O Bola na Rede foi impedido de fazer perguntas ao treinador do Benfica, Roger Schmidt.

Boavista FC
BnR: O Boavista defendeu com uma linha de cinco jogadores no meio-campo – o plano defensivo passava sobretudo por nunca estar em inferioridade numérica na zona central do terreno?
Petit: Nós temos jogado assim nos últimos jogos, um 4-2-3-1. Sabemos que o Benfica mete muitos jogadores por dentro como o Rafa, o João Mário ou o Aursnes e depois dá a largura a puxar os laterais.
Tínhamos trabalhado isso, com o Salvador e o Ricardo Mangas a acompanharem esses laterais, e com os três médios fechámos o espaço interior onde podia ali entrar um adversário e isso acontece no segundo golo. Concedemos espaço ao portador da bola e depois o Gonçalo Ramos faz uma diagonal nas costas e faz o 2-1.
Passou muito pelo que nós temos trabalhado, pelo nosso processo, pelas nossas dinâmicas e não mudámos isso."

O Petit aperto e as bestas sanguinárias


"Gonçalo Ramos colocou os líderes do campeonato em vantagem aos 82’ e Petar Musa tranquilizou a Luz aos 90’+2. O Boavista não criou muito perigo, mas soube tapar os caminhos para a baliza de Rafael Bracali, que defendeu um penálti de João Mário. O Benfica melhorou com a entrada de David Neres ao intervalo

O futebol tem sempre qualquer coisa de nostalgia quando os heróis do jogo são os avançados. Belos eram aqueles dias, talvez pertençam à inocente juventude, em que os senhores da frente pareciam assassinos sem qualquer ponta de calor no corpo e de compreensão na alma. Insaciáveis bestas sanguinárias. O último toque, o que mordiscava as orelhas da glória, era a ação que vivia mais perto do céu. Andávamos todos menos obcecados com as táticas, babando apenas com as ações dos futebolistas, os únicos artistas deste desporto. Esta noite, no Estádio da Luz, Yusupha Njie foi admirável em quase tudo o que fez, sobretudo no golaço com a canhota, quem sabe honrando a memória do pai. A seguir, para desfazer o nó que já se atava na garganta dos benfiquistas, Gonçalo Ramos e Petar Musa meteram dois golos ao Boavista (3-1). Ou golaços, se admirarmos o ofício do 9, um outro termo para carrasco.
Roger Schmidt avisara na véspera: “[A Liga Portuguesa] é uma competição dura, com jogos muito difíceis. Vejo muitos bons treinadores, que preparam taticamente bem as equipas. Vejo qualidade individual, gosto desta competição, sendo honesto”. A Luz recebeu esta noite uma dessas belas jogatanas. É certo que demasiado tempo apenas o Benfica tentava ferir o rival, com o Boavista a garantir o bloqueio dos caminhos para a baliza de Rafael Bracali. Mas depois os axadrezados cresceram, tiveram alguns momentos com a bola a beijar as botas dos seus homens, mas nunca incomodaram verdadeiramente Odysseas Vlachodimos. Bruno Onyemaechi e Salvador Agra mostraram-se pela esquerda, eram os mais incómodos para a equipa que vai liderando o campeonato. Njie acabaria por começar a ganhar faltas e a aguentar a bola, dando oxigénio e tempo aos seus companheiros. A generosidade e utilidade do avançado foram muito satisfatórias.
Rafa falhou um golo logo na primeira jogada do jogo, no primeiro minuto, após passe errado da defesa. O Benfica, que vencera por 3-0 no Bessa na primeira volta, iniciou a um ritmo avassalador, com uma qualidade tremenda. Mordia forte e em todo o campo. O Boavista, de Petit, só procurava resistir. João Mário e Fredrik Aursnes, intensos com bola e solidários sem ela, tinham mais liberdade do que nunca para aparecer no meio ou no corredor oposto. Gilberto, de regresso, foi errático durante muito tempo, mas depois acabou por estar ligado aos momentos importantes que desbloquearam este candidato a clássico do futebol português.
Os lisboetas voltaram a estar perto do golo antes do intervalo. Aursnes tocou para João Mário. O médio encontrou Grimaldo e o espanhol meteu a bola na cabeça de Gonçalo Ramos. Bracali voltou a evitar alegrias desvairadas na Luz. Na recarga, Reggie Cannon tapou a inesgotável energia de Gonçalo Ramos. Zero-zero ao intervalo, num jogo em que o Boavista, apesar de difícil de superar, não rematou.
Por faltar virtuosismo e uma relação mais libidinosa com o risco, Schmidt lançou David Neres (saltou fora Florentino, menos essencial na forma como o jogo estava a decorrer). O Benfica entrou bem novamente e voltou a ser mais perigoso. Bastaram 40 segundos para Aursnes ameaçar os três postes defendidos por Bracali, com um remate de longe. A bola não passou assim tão longe. Os senhores que vieram de longe voltaram a mostrar-se desconfortáveis, embora organizados e competentes nos duelos. Chiquinho, o tal a quem os colegas comparam na brincadeira a Zinedine Zidane, era quem tinha a responsabilidade de ser paciente, começando as jogadas atrás e tentando descobrir espaços mais à frente.
O golo começou a soltar um fedor. São aquelas coisas que se dizem, não é?, “já cheira a golo”. Bracali voltou a cancelar a festa quando Neres apareceu isolado à sua frente. O passe de Rafa foi especial. O Boavista não existia quando Gilberto empurrou uma bola morta para dentro da baliza, aos 55’. Antes disso, Bracali voltou a negar o golo, desta vez à cabeça de Rafa, e o lateral brasileiro, a substituir o castigado Alexander Bah, completou a recarga.
Petit, um ex-jogador também importante naquela casa, colocou em campo imediatamente Kenji Gorré, que só precisou de dois minutos para sacar um belo cruzamento para o afinado pé esquerdo de Njie, 1-1. Os benfiquistas no estádio nem tiveram tempo de saborear a vantagem. Neres voltou a ameaçar, depois de mais um passe de Rafa. Acabada a jogada, o VAR chamou Hélder Malheiro para checkar uma suposta pisadela de Sasso no pé esquerdo de Rafa. O árbitro confirmou a sensação dos senhores na Cidade do Futebol e apitou para o castigo mais impiedoso que há. Mas João Mário fez o que nunca fizera: falhou. Ou, melhor, Rafael Bracali defendeu, tal como a ofensiva que chegaria dois segundos depois.
Mas os avançados têm noites em que aparecem para ferir de morte a resistência dos corajosos defesas. Gilberto, que foi falhando cada vez menos, encontrou Gonçalo Ramos na área. O avançado recebeu e fingiu o remate. Sasso ficou deitado, massacrado pela arte do engano alheia. O jovem empurrou então para a baliza com a biqueira, homenageando grandes avançados que os adeptos de futebol já lamberam com os olhos. São já 13 golos na Liga.
Mas o jogo continuava vivo. Petit ia mexendo para dotar a equipa de mais atrevimento. Tão alto como o golo tranquilizador, por Musa (que bela assistência de João Mário), os benfiquistas gritaram um corte do competente António Silva, que depois ganhou a falta porque os árbitros não resistem em proteger os defesas sempre. O miúdo, ciente do momento do jogo, celebrou a obra para a bancada.
João Neves voltou a entrar nos minutos finais, rendendo o muito aplaudido Chiquinho. Pouco antes do derradeiro apito, Vlachodimos fez a primeira defesa da noite. Outra vez, Njie. Foi o jogo dos avançados."

Não nos vergam...


"Benfica deveria ter iniciado a 2ª parte a jogar contra 9 por uma falta sobre o tendão de Aquiles do Rafa e um 2º amarelo perdoado a outro jogador. Acaba o jogo com mais de 50 ataques e quase 20 remates para garantir a vitória.
Influência da arbitragem? Nenhuma.
NÃO NOS VERGAM! RUMO AO 38! UNIDOS! 🔴⚪️"

Seara...


""Estaremos atentos! Estaremos fiscalizadores!
O futebol joga-se nos relvados. E se o futebol passar para fora dos relvados irei até às últimas instâncias na defesa do SL Benfica.
Tenho voz, não se esqueçam"
Fernando Seara - Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica"

Teatro do Absurdo!


"𝟭. 𝗔𝘁𝗶𝗿𝗮𝗿 𝗮 𝗽𝗲𝗱𝗿𝗮 𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗻𝗱𝗲𝗿 𝗮 𝗺𝗮̃𝗼.
O Conselho de Redação do Porto Canal emitiu um comunicado a demarcar-se de um artigo publicado no seu site, a 10 de fevereiro último, onde foi identificada a mulher do comentador desportivo Rui Santos, bem como a morada do estabelecimento comercial de que é proprietária, no Porto. Comunicado que é, no mínimo, hipócrita. Como se fosse possível acreditar que os jornalistas do Porto Canal não estavam cientes da publicação que foi escrita e publicada por elementos da sua própria equipa. Mas nada de novo vindo de uma equipa que não sabe o que é ética jornalística nem responsabilidade social.
Entretanto, os dias vão passando sem que tenhamos uma ação firme da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que tem o dever de garantir que o Porto Canal, entidade financiada com recursos públicos, respeite os direitos fundamentais dos cidadãos e os princípios éticos e legais que regem o jornalismo. Também se aguarda que o Conselho Nacional de Imprensa Desportiva (CNID) tome uma posição clara e inequívoca contra este tipo de comportamento, que mancha a reputação da imprensa desportiva em Portugal. Ou será que já tomou posição sobre o caso e ninguém reparou? Não podemos permitir que tais ameaças passem impunes.

𝟮. 𝗢 𝗥𝗲𝗴𝗶𝗺𝗲 𝗱𝗼 𝗺𝗲𝗱𝗼 𝗻𝗼 𝗳𝘂𝘁𝗲𝗯𝗼𝗹 𝗽𝗼𝗿𝘁𝘂𝗴𝘂𝗲̂𝘀.
À luz dos recentes eventos, torna-se ainda mais urgente desmantelar o regime do medo que permeia o futebol português há décadas. O Estado não pode continuar insensível a esta realidade, em que o futebol é visto como um monstro intocável. As claques oficiais e oficiosas do FC Porto são, há demasiado tempo, usadas como forma de coagir pessoas e instituições, funcionando como uma força armada do clube que semeia o medo e condiciona decisões. Esta ameaça não pode ser banalizada ou aceite como algo inevitável.
É urgente que o Estado assuma a suas responsabilidades para desmantelar este regime do medo, da chantagem e da ameaça. O futebol, enquanto indústria de entretenimento, deve ser regido por normas éticas e legais que promovam a integridade, a transparência e a justiça. É fundamental que medidas efetivas sejam tomadas para combater o problema da violência no futebol e que os responsáveis pelas claques que promovem atos de violência sejam adequadamente responsabilizados pelos seus atos."

O meu conselho para esta semana é: abasteça essa despensa de café


"Não sei se ainda guarda algum daquele café que transformou em líquido de despertar para ver a medalha de ouro de Pedro Pablo Pichardo ou o bronze de Fernando Pimenta nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quando no Japão o sol (nos) brilhava e por cá eram escuras e altas as horas da madrugada. Se sim, está na hora de voltar a dar-lhe uso. Se não, até porque já lá vai um tempinho e não desejamos indisposições a ninguém, abasteça essa despensa. Porque na quarta-feira serão 6h30 da manhã em Portugal Continental (menos uma nos Açores) quando a seleção nacional feminina der os primeiros toques na bola do jogo que pode mudar tudo.
O “mudar tudo” pode muito bem ser algo que nem temos bem noção da magnitude. Estar pela primeira vez num Mundial será um feito absurdo em termos competitivos e de visibilidade para o futebol feminino português, que em dezembro de 2010 tinha pouco mais de 5 mil federadas (e aqui estão também números do futsal). Hoje, os últimos números da FPF dizem-nos que são mais de 12 mil. As jogadoras sabem do peso do momento que têm em mãos. Sabem que há milhares de almas que no verão de 2023 vão colar o nariz à televisão para ver os jogos do Mundial, que vai acontecer de 20 de julho a 20 de agosto, na Austrália e Nova Zelândia. Sabem que estar lá lhes garante desde logo um duelo na fase de grupos com os Estados Unidos, campeãs mundiais em título e equipa mais mediática do futebol feminino, pelo que as suas jogadoras fazem dentro e fora das linhas de jogo, um exemplo de como o desporto pode perfeitamente dar as mãos ao ativismo, dando lições todos os dias às estrelas masculinas, demasiado absortas nos seus contratos milionários e carros de luxo para se lembrarem de direitos humanos e minudências desse campeonato. Por cá, o máximo que temos de fazer por elas é acordar mais cedo. Ou ir dormir mais tarde.
A última barreira entre Portugal e uma história que já se fez de duas participações seguidas em Europeus chama-se Camarões. O ranking diz-nos que a seleção nacional (22.º) é favorita a deitar as mãos ao derradeiro lugar no que seria uma estreia em Campeonatos do Mundo - as adversárias estão no 58.º lugar da lista - mas os Camarões têm a força da experiência de dois Mundiais, os dois últimos, em que passaram sempre a fase de grupos. O jogo será àquelas horas indecentes para qualquer europeu porque se disputa em Hamilton - Kirikiriroa, em maori - quarta cidade mais populosa da Nova Zelândia, a quase 20 mil quilómetros de Lisboa.
O tão perto às vezes é longe como tudo.
Por lá, a seleção nacional já teve de ficar fechada no hotel, sem algumas das suas jogadoras, retidas algures em aeroportos devido ao mau tempo e à passagem do ciclone Gabrielle, nome de mulher, claro está. Na sexta-feira, como que alheias a tudo isso, golearam a equipa da Nova Zelândia, tão próxima de nós no ranking (elas estão no 24.º lugar), por 5-0, obrigando-nos a sonhar.
Porque o longe como tudo às vezes está tão perto."

O que queremos que seja o desporto em Portugal?


"Os últimos metros da corrida de scratch dos Europeus de pista, na Suíça, foram de aparente tranquilidade para Tata Martins. Ali sentada naquela bicicleta sem travões, juntava mais uma linha a um percurso que, aos 23 anos, a torna na mulher-história do nosso ciclismo. Horas depois da vitória incontestada da ribatejana, a seleção de futebol começava a viagem para a Nova Zelândia, onde disputará o play-off intercontinental para tentar estar, pela primeira vez, no Mundial feminino. Isto tudo na sequência do êxito de Francisca Veselko, campeã mundial júnior de surf, título logrado nos EUA.
Da Nova Zelândia aos EUA, com escala na Suíça, há mulheres portuguesas que desenham contos de glória, relatos de êxito que surgem pegados à bandeira portuguesa, a mesma que Tata Martins colocou aos ombros nas celebrações do campeonato da Europa. Mas de onde vêm estas mulheres?
Os sprints de Tata Martins, os tubos de Francisca Veselko ou as fintas dançantes de Kika Nazareth vêm de um país onde, no desporto como no resto da vida, ser mulher é estar no lado da desigualdade, é entrar em campo começando o jogo em desvantagem. O cenário traçado pelo relatório “All IN: Towards Balance gender in sport”, da União Europeia e do Conselho da Europa, evidencia como, em Portugal, as mulheres estão sub-representadas em cargos de direção de clubes e federações, na quantidade de treinadoras existente ou na frequência da prática desportiva, saltando à vista as dificuldades para, com a chegada à idade adulta, conciliar a vida profissional e pessoal com o exercício físico.
Tata Martins, a mulher viciada em ganhar medalhas, só o ano passado passou a ter um salário fixo; a maior parte das jogadoras de seleção que já está na Nova Zelândia competem na Liga BPI, campeonato marcado pelos baixos ordenados, a fraca qualidade dos relvados — muitos deles sintéticos — e as precárias condições de muitas das futebolistas. Uma jogadora portuguesa, em tempos campeã nacional, confidenciou-me, nos últimos dias, que teve de rumar a um campeonato de um país de Leste porque, por cá, as propostas que lhe apresentavam rondavam os €1.000 euros mensais, pagos em apenas 10 meses, porque quando a Liga parava não havia salário.
O Acordo Coletivo de Trabalho proposto poderá cometer o pecado da ambição excessiva e levará ainda a muita discussão, mas vem agitar este panorama, tal como as sugestões do relatório do grupo criado pelo Governo. Este documento testa a vontade do poder político para a criação de legislação que proteja as desportistas na gravidez, na remuneração, no acesso a cursos para treinar. O Governo, suportado por uma maioria absoluta parlamentar, saiu na fotografia da apresentação do relatório, mas, mais do que palavras vãs, é da concretização legislativa que depende parte da melhoria das condições das mulheres desportistas em Portugal.
Enquanto governantes fazem pomposas cerimónias de condecoração das atletas desprotegidas num país que as coloca em posição desigual, importa fazer perguntas: o que queremos que seja o desporto em Portugal? Como queremos que seja o desporto em Portugal?
O desporto pode ser território desigual, de racismo e machismo, de agressões a árbitros em jogos de crianças. Pode ser o espaço onde uma Kika, uma Tata ou uma Veselko conseguem triunfar apesar das condições que a rodeiam, transformando-se nas exceções dentro da regra que são as barreiras levantadas às mulheres que sonham com praticar desporto. Pode ser fonte de alegria esporádica, de orgulho patriótico que surge nos intervalos em que as praticantes não estão a lutar contra as adversidades do quotidiano.
Mas também poderia ser um espaço mais justo, mais saudável, menos agressivo. Poderia mostrar ao resto da sociedade que é possível as mulheres não partirem em desvantagem. Poderia atentar melhor à situação de 99% das pessoas que o querem praticar, sem se agarrar ao 1% que vale medalhas, distinções e cerimónias que colam quem precisa de atenção mediática a quem driblou a adversidade.
Sem um desporto mais igual, vermos uma mulher num pódio desenhado com a bandeira nacional continuará a ser fenómeno raro, produto do esforço e qualidade singular daquela pessoa e não de um ecossistema estruturado que favorece o florescimento do talento. Por cada Tata que sprinta para a vitória, há muitas que, por mais que pedalem, não conseguem escalar as montanhas contextuais que lhes são erguidas. Queremos que o desporto em Portugal derrube essas barreiras?"

Vermelhão: Promessa cumprida!!!


Benfica 3 - 1 Boavista


Nas caminhadas para os títulos existem sempre aqueles jogos aparentemente fáceis, que se transformam em Everest's, e que acabam de duas formas: ou não conseguimos vencer (e com o Boavista, já aconteceu...); ou vencemos, com 'um golo' milagroso nos últimos minutos!!! No Estádio novo, o golo do Javi Garcia ao Naval em 2009 é um dos grandes exemplos...; e o do Jonas no Bessa é outro fabuloso momento! Hoje, foi aos 82' e ainda fomos a tempos de marcar um 3.º golo, que deu tranquilidade nos últimos instantes, mas o sentimento foi quase igual...!!!

Mesmo com um 1.º parte, sem grande intensidade, criámos pelo menos 3 grandes ocasiões de perigo, com o adversário a não passar do Meio-campo... e com duas expulsões perdoadas ao Boavista! Um Vermelho directo e outro por acumulação de Amarelos!

O regresso da Champions, traz quase sempre um problema extra... a famosa mudança de Chip! Nesta eliminatória, com 3 semanas, entra a 1.ª mão e a 2.ª mão, não existe 'cansaço' físico, mas é preciso mentalizar os jogadores, que estes jogos começam no momento do apito!!!

Com o Gilberto sem ritmo, sem Alas de raiz, acabámos por ser presa fácil... Ao intervalo tudo mudou: o esquema que tem sido utilizado nos últimos tempos, com o Chiquinho, a '8', e com o Aursnes na esquerda, para este tipo de jogos, na Luz, não dá... E o Roger percebeu isso ao intervalo! A entrada do Neres tudo mudou: obrigou o Boavista a 'defender' as duas Alas (Neres e Grimaldo), e com o Aursnes no lugar do Tino a circulação de bola foi muito mais rápida...

E como acontece algumas vezes, o pior jogador em campo, 'desbloqueou' a partida, com um golo, na recarga a uma cabeçada do Rafa!!! Tudo estranho!!! Mas imediatamente a seguir, no primeiro remate do Boavista à nossa baliza, sofremos o golo do empate...

A reacção não foi fácil, a entrada do Guedes ajudou, mas o penalty desperdiçado, e as constantes paragens provocadas pelos jogadores do Boavista 'enervou' o jogo, e os minutos iam passando!!! Até que o 'pior' jogador em campo (Gilberto!), descobriu a desmarcação do Ramos, que com uma classe descomunal, marcou o 2.º golo!!! Voltámos a controlar a vantagem, com a bola no pé, e só depois do 3.º golo, o Boavista voltou a rematar à nossa baliza...

Não é fácil eleger um MVP, o Ramos marcou o golo 'decisivo'; o Rafa foi massacrado por faltas, mas ainda não está ao nível habitual, até nas mudanças de velocidade...; o Aursnes, fez uma excelente 2.º parte, mas esteve abaixo do normal no 1.º tempo; o Grimaldo voltou a ser um 'extremo', os Centrais tiveram pouco trabalho defensivo... ou nenhum! Apesar de ter falhado o penalty (e de forma parva diga-se, já que o guarda-redes antecipou o lado do mergulho, com bastante antecedência!), para mim, o João Mário fez um grande jogo... Agora, o Gilberto com um golo e uma assistência, depois de tantos erros e insuficiências pode não ser o MVP, mas é 'herói' da vitória!!!


Inacreditável, como o VAR, fica calado na pisadela ao Rafa!!! Qual é a diferença em relação ao Bah, além da cor da camisola?! O caso do Bah os jogadores estão em corrida, e é muito complicado antecipar onde o adversário vai colocar os apoios, e neste caso o Rafa tem a posição 'segura', praticamente parado, com a pisadela a ultrapassar em muito a negligência!
Bruno Lourenço, faz uma falta clara para 2.º Amarelo, sobre o Chiquinho... e no penalty não assinalado sobre o Rafa, é perfeitamente visível o empurrão com o braço no exacto momento do remate!


Até ao final da época, vai ser assim... todos os jogos, terão complicações, e adversários extremamente motivados, e arbitragens a 'lutar pelo tacho'! Só arbitrando contra o Benfica, os apitadeiros garantem a classificação necessária para se manterem na 1.ª categoria, para muitos... e outros, só serão internacionais, ou só manterão as insígnias da FIFA e da UEFA, se continuarem a fazer os xistos do costume...
Sendo assim, não podemos continuar a dar 45 minutos de 'avanço': Tino/Aursnes nos jogos fora de casa, no meio; e Chiquinho/Aursnes na Luz, contra este tipo de adversários...


O próximo adversário será o Vizela, que com a troca de treinador até parece menos perigoso, mas contra o Benfica a motivação extra irá aparecer... Basta recordar o jogo da Luz, para perceber as dificuldades que vamos encontrar!



Continuar a vencer


"O destaque na News Benfica vai para o embate com o Boavista, hoje, às 21h15, na Luz. O objetivo é, como não poderia deixar de ser, somar três pontos. Abordamos ainda vários assuntos da atividade benfiquista nos últimos dias.

1
"Disciplina e concentração para que a equipa jogue para a frente e defenda muito bem" é a receita preconizada por Roger Schmidt para ganhar ao Boavista, esta noite, na Luz. O nosso treinador refere que "tentamos estar sempre concentrados em nós próprios" e que, à semelhança do jogo no Bessa, na primeira volta, "teremos também de ter um desempenho de excelência, estamos preparados para isso".
Roger Schmidt salienta ainda o facto de o jogo ser no Estádio da Luz: "Jogar em casa, para nós, é sempre muito especial. É sempre uma motivação extra para nós."
Veja a antevisão ao jogo de Roger Schmidt no Site Oficial.

2
Vamos ajudar a nossa equipa a vencer mais um jogo. Relembramos aos detentores de Red Pass que, caso não possam estar presentes no Estádio, é possível partilhar o seu lugar ou colocar à venda no mercado secundário através da Benfica APP.

3
O "The Athletic", um dos mais prestigiados portais online de informação desportiva, publicou um extenso artigo sobre o notável trabalho desenvolvido pelo Benfica na formação de futebol.
Relembramos que, na presente temporada, Roger Schmidt utilizou dez jogadores "made in Benfica" e na partida mais recente, vitória, por 0-2, em Bruges, a contar para a 1.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, alinharam de início António Silva, Florentino e Gonçalo Ramos e foram chamados do banco João Neves e Gonçalo Guedes.

4
Nos últimos dias foram 12 as futebolistas do Benfica em ação pelas seleções dos seus países: Sílvia Rebelo, Ana Seiça, Catarina Amado, Lúcia Alves, Andreia Norton e Jéssica Silva por Portugal; Carolina Vilão e Andreia Faria pelas Sub-23 de Portugal; Cloé Lacasse pelo Canadá, Christy Ucheibe pela Nigéria; Ana Vitória e Nycole Raysla pelo Brasil. Estão ainda convocadas por Portugal para o play-off de apuramento do Campeonato do Mundo Rute Costa, Carole Costa e Francisca Nazareth.

5
Ao longo do fim de semana tivemos muitas equipas em atividade, com várias vitórias, mas também alguns desaires. Destaque, pela positiva, para a liderança no final da 1.ª fase do Campeonato de basquetebol após vitória em Esgueira, a goleada dos Juvenis de futebol que permite a liderança isolada ao fim de seis jornadas e o apuramento para a final do Campeonato Nacional de râguebi feminino. Consulte aqui todos os resultados e use os links para as reportagens e resumos de todas as partidas

6
Amanhã, às 17h45, há jogo europeu de andebol, na Luz, frente ao Kadetten Schaffhausen em mais uma jornada da EHF European League. Antes, também na Luz, jogamos em hóquei em patins feminino (12h30) com o CA Feira e, às 16h00, com o Novasemente em futsal feminino. Apoie as nossas equipas!

7
Estão concluídos os trabalhos de renovação em duas áreas do Museu Benfica – Cosme Damião. Veja as imagens e visite o Museu, vale muito a pena!"