domingo, 15 de janeiro de 2023
Vitória na Taça...
Cambra 2 - 6 Benfica
Estamos nos Oitavos de final da Taça de Portugal, após uma vitória onde chegámos aos 0-6 para depois permitirmos os golos de honra da equipa de Vale de Cambra!
Vitória...
Benfica 3 - 0 AA Espinho
25-16, 25-22, 25-20
Bom treino para o confronto de amanhã com a Fonte... no final do jogo de futebol, às 20h15!
Eliminação na Taça Hugo dos Santos...
Benfica 76 - 77 Ovarense
17-18, 19-23, 23-22, 17-14
Depois da vitória em Espanha, a equipa deixou de jogar! Ganhámos aos Corruptos para a Taça, à rasquinha na Luz, num jogo pobre, mas de resto, tem sido desaire atrás de desaire... Sendo que entre vários factores, a quebra do Ivan tem sido demasiado óbvia...
Hoje, o alibi foi o cansaço do jogo com prolongamento e respetiva viagem a meio da semana, na Turquia, mas não chega...
São duas competições nacionais perdidas esta época... péssimo indicador, para aquilo que ainda falta!
Andreas Schjelderup
"Extremo, 18 Anos, 1,76 metros, internacional Sub-19 pela Noruega. Um reforço que me deixa bastante entusiasmado e com grandes expectativas. No sistema de Roger Schmidt, Andreas pode ocupar as 3 posições atrás do avançado, mas é a partir da esquerda que consegue criar os desequilíbrios com maior facilidade. Uma posição carenciada do atual plantel encarnado que, com a chegada do norueguês, será preenchida com o perfil que se pretende para a função. Muito bem!
As suas principais características que notabilizam este jogador são a capacidade de aceleração e progressão com bola controlada, elevada técnica na receção e passe e, ainda, irreverência ao partir para cima dos adversários no "1x1". Apresenta bastante facilidade no último passe, mas também no remate. Tem golo!
Dada a sua idade, ainda está longe de ser um jogador “feito”. Revela alguma irregularidade exibicional e, no último terço, ainda decide várias vezes de forma errada. Exagera, por vezes, no drible e não levanta a cabeça em momentos importantes. Aspetos que, estou certo, irão ser trabalhados e onde este jogador pode evoluir para ser, em maior medida, uma mais-valia para a sua equipa.
No momento defensivo, Andreas é intenso, principalmente na forma como reage à perda de bola, tal como o nosso técnico alemão aprecia. Pressiona bem a zona de construção contrária. Tem de evoluir, contudo, na ajuda ao lateral.
Resumindo: trata-se de um jogador com um potencial fantástico que, caso tenha uma boa adaptação ao nosso país e ao clube, será uma enorme mais-valia. Em suma, um jogador para cair claramente no goto dos Benfiquistas!
Vamos a isso, Andreas Schjelderup!"
A «facilidade» da proibição: quando não se pensa a pirotecnia
"Sem surpresa, o governo decidiu que a utilização de pirotecnia em recintos desportivos passa a ser crime, com castigos que podem ir até cinco anos de prisão. Simples. Tão simples que quem se atrever a refletir sobre o assunto só pode desconfiar. Poder-se-á mesmo dizer que é tão simples que as penas se aproximam, por exemplo, das do crime de violação. Se é para ser simplista, só esta associação pode fazer corar de vergonha quem legisla.
Mas não pretendo refúgio na arte da simplicidade. O tema é difícil e complexo. Há perigos inerentes ao uso desgovernado e negligente de materiais explosivos e de engenhos pirotécnicos; em recintos desportivos ou em qualquer outro lugar. É difícil e, por isso, exige-se que “mentes” capazes o tratem com a seriedade e complexidade que merece. E isso, na minha opinião, engloba o outro lado desta questão: o do espetáculo e do entretenimento, sobretudo no futebol.
Que se pensa pouco ou mal a imagem e a promoção do futebol português é um dado que o tempo tem feito por confirmar. É, também, um assunto que dá demasiado pano para mangas tão curtas. Nesta cadeia de poucas ideias ou de ideias mal conseguidas, a do embelezamento do espetáculo e da atração de público é daquelas que raramente tem o espaço adequado nas conversas da távola redonda do futebol – e da governação – nacional.
Fica a sensação que a proibição e a ameaça de penas dolorosas se apresentaram como o caminho mais fácil, aquele que não obriga a refletir, a ouvir e a aprender. E esta “simplicidade” de raciocínio não é apenas nacional; o desencontro de ideias em torno deste tema é transversal a quase todos os países europeus, com a UEFA, à cabeça, a não se mostrar particularmente recetiva a novas abordagens. E, por defeito, os governos e as associações seguem esta posição sem grande oposição.
Mas é possível. Se em vez de ostracizar, o caminho fosse o da confluência. Existem, há vários anos, alternativas seguras ao uso de efeitos pirotécnicos nos estádios. Aliás, ainda no mais recente Mundial se assistiu a espetáculos dessa natureza a cada entrada em campo das equipas. O fogo e o seu efeito visual é um condimento compatível com espetáculo em segurança.
E a “Cold Pyro” (pirotecnia fria)? Pouco ou nada se sabe, em Portugal, sobre essa alternativa legal. Mas na Dinamarca, por exemplo, sobretudo no caso do Brondby, é uma realidade cada vez mais comum, desde logo pela legalidade da mesma. Mas se pouco ou nada se sabe é porque pouco ou nada se quis pensar essa possibilidade. E aí voltamos ao ponto de partida. É possível, basta para isso escapar à simplicidade da proibição e procurar o diálogo. Porque se se acredita que é neste braço de ferro que se vai encontrar o caminho para a segurança, então aí a gravidade da simplicidade de quem decide é ainda maior."
Normalizar ao pontapé
"A bem-sucedida operação de marketing global em que se transformou o Mundial de Futebol no Catar parece ser apenas a confirmação de uma estratégia de normalização cultural das monarquias absolutistas árabes, que estão a usar o mais popular desporto do planeta como arma de sedução. Os ingleses deram-lhe o pomposo nome de "sportswashing". Ou seja, lavar a imagem do regime à conta do desporto. As acusações de corrupção, gastos faraónicos e flagrante desrespeito pelos direitos humanos e laborais marcaram a prova, mas não a definirão no futuro. Nos livros de História ficarão fundamentalmente as imagens de Messi a levantar o troféu ao lado do emir do Catar, envergando um traje árabe. De resto, a badalada mudança de Cristiano Ronaldo para o futebol da Arábia Saudita por valores obscenos é mais um capítulo desse bem urdido expediente que mascara a realidade com golos. Agora, ao que parece, soam as campainhas por Messi, a quem estarão a ser prometidos ainda mais camiões de dinheiro para aterrar num futebol a que, na verdade, ninguém liga nenhuma.
Os fundos estatais ou empresários árabes detêm hoje participações significativas ou maioritárias em grandes clubes europeus, como o Manchester City, o PSG e o Newcastle United, já para não falar do Málaga e do Sheffield United. E correm rumores em Inglaterra de que interesses árabes estarão a preparar uma oferta monumental para comprar o Manchester United. Não nos admiremos, por isso, que o plano saudita para organizar o Mundial de Futebol de 2030, em conjunto com a Grécia e o Egito (naquela que seria a primeira prova em três continentes), se materialize por força deste movimento. É na Arábia Saudita, país onde se promovem execuções em público, que vai realizar-se, já em 2027, a Taça das Nações Asiáticas. Senão por outra via, será ao pontapé que o mundo árabe tentará impor o seu modo de organização social, religioso e político. No final, se houver golos e espetáculo, ninguém vai atrás do dinheiro."
Futebolês - J
"“Jornalixo”, a cartilha dos bolaplanistas
Quando o nosso clube perde, a única verdade que sobrevive é a forma da bola. Continua redonda como a Terra, mas tudo o resto é aplanado pelos buldozzers da “verdade”, tudo o resto é negativo, é negócio, é negacionismo - seja por crença, proveito ou imbecilidade. Tornou-se mais fácil acreditar em “fake news” do que em notícias.
Chamam-lhe “jornalixo” - é a primeira vez que assumo esta palavra, cuja existência estava mentalmente proibido de reconhecer.
É negativo porque teve origem, desenvolveu-se e sustenta-se no obscurantismo da ignorância e na religiosidade fanática do clubismo. Quanto menos “cultura desportiva”, quanto menos prática e busca do conhecimento, mais intolerância, mais terraplanismo: é o “gado”, como chamam no Brasil à seita dos seguidores acéfalos do capitão Bolsonaro, irracional e doentio, cuja profissão de fé passa por não ler e não gostar da imprensa e ver só a televisão de que também se diz não gostar.
Por cá, o juramento solene do vigilante escuteiro do bolaplanismo obriga a não ler os jornais desportivos, excepto as “capas” para acompanhar a tendência das manchetes, e passar o serão em transe com os “cartilheiros”, para estar em condições de aguentar o confronto da máquina do café, com o colega do clube rival, a meio da manhã do “dia seguinte”. Este foi, aliás, o sugestivo nome de um dos célebres areópagos televisivos que todas as semanas julgam a existência da verdade e assassinam à pancada verbal a inteligência colectiva e o original conceito de um programa de diversidade com gente civilizada a discutir bola e clubes - e não de “três estarolas”, os “médicos, advogados e economistas” dos pesadelos de Carlos Queiroz -, em que a ingénua ideia original de Jorge Perestrelo veio a degenerar depois de adaptada ao formato de guerrilha tóxica por Emídio Rangel.
É negócio porque, como definiram os romanos antigos pela “negação do ócio“ que vai muito além do valor superficial de um mero jogo, aquilo anda tudo ligado numa grande conspiração de interesses e contrapartidas. Não se confina à produção e venda de jornais, publicidade e direitos de imagem, mas abarca as chorudas comissões dos agentes poderosos, a corrupção de dirigentes, árbitros e jogadores de clubes pequenos e as avenças dos “jornaleiros” - tudo sabendo ao pormenor, sem comprar um jornal e a ver a bola somente no “canal Inácio”, porque não se pode contribuir nem com um cêntimo para financiar essa conspiração monstruosa.
É negacionismo porque, se não ganhamos, é mentira. Há-de haver um penálti inventado, um auto-golo suspeito, um lançamento lateral fora do sítio, um cartão amarelo a menos, um minuto a mais, que não deixarão dúvidas de que aquilo estava tudo comprado e a “verdade desportiva” foi violada - e, claro, a imprensa é cúmplice porque esconde a verdadeira razão do resultado indesejado e é culpada porque dá a notícia.
O bolaplanista tem a esperteza de descortinar que a falta de “isenção” dos jornais e jornalistas resulta da “guerra das audiências”, publicando factos falsos ou distorcidos para venderem mais, numa corruptela do que se convencionava chamar de sensacionalismo da imprensa tablóide, no século passado. O absurdo desta convicção empírica é a certeza comprovada de que nunca se venderam tão poucos jornais nem as audiências televisivas foram tão baixas e desqualificadas - mais por repulsa selectiva das mensagens do que por falta de qualidade dos mensageiros.
“Todos cúmplices, em rebanhos, a seguir o protocolo”, sintetiza o “rapper” Estraca no seu “Jornalixo”. “Mas na luta pela verdade, que se fodam os protocolos”.
“Pois, mas disto ninguém fala” - é a senha para ingressar nas tertúlias do “whatabout” futebolístico militante, verberando as fontes, também chamadas de “fontanários”, que terão dado a informação que interessa como contraponto da realidade que não interessa, e recebendo de volta a contrassenha que distingue os bolaplanistas profissionais:
“Vocês sabem do que eu estou a falar”.
“Deixem
passar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada.”
- Miguel Torga, “Santo e Senha”
A seguir: K de Keeper"