terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Efabulação (1)


"Bebés do ano

Estão a chegar os Magos da bola com seus tesouros dourados para colocar aos pés das manjedouras onde asnos e ruminantes se afadigam a aquecer os egos de Cris e Enzo, os bebés do ano.
Guiados pela estrela que brilha quando nascem os eleitos, oferecem ouro, incenso e mirra.
O ouro que distingue a estirpe da realeza, a casta da superioridade.
O incenso que inebria os sentidos, afasta as melgas e produz a cortina de fumo que tolhe a visão do futuro.
A mirra que atenua as dores e embalsama as carcaças, como um elixir da eterna juventude.
Mas os jogadores não são deuses, nem são eternos.
Porque o futebol é o momento, rei morto, rei posto, ídolo vem, ídolo vai, a estrelinha brilhará em breve sobre outros estábulos."

Macacada após o réveillon


"O currículo de Fernando Madureira é vasto, desde insultos e ameaças a árbitros, apelos a ódio e violência, condenações pela Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), multas por incumprimento de uso de correção, moderação e respeito dos agentes desportivos, a penas de interdição de frequentar recintos desportivos.
Contudo, nada disto parece interessar. De forma absolutamente incompreensível, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) decidiu brindar-nos com uma decisão incompreensível a abrir o ano, anulando o castigo de suspensão por 315 dias anteriormente decidido pelo Conselho de Disciplina da Federação de Futebol.
Recorde-se que Fernando Madureira já havia sido suspenso e proibido de frequentar recintos desportivos anteriormente, mas poucos dias depois apresentou a carta de demissão ao Canelas 2010, que foi aceite. Quem assumiu a sua posição foi a sua mulher, Sandra Madureira, também ela dirigente do clube. No entanto, mesmo depois da decisão, Madureira continuou inscrito na FPF enquanto dirigente, com licença desportiva n. 8900317 e a função de Secretário do Conselho Fiscal do Canelas 2010, mantendo-se a acompanhar os jogos da equipa de Vila Nova de Gaia e ignorando por completo os castigos e condenações judiciais e desportivas.
Para o TAD, nada disto interessa. Mesmo com a licença válida e ativa até 30 de julho do ano passado, o tribunal absolveu Fernando Madureira por não o considerar um agente desportivo. Para estes, desde que se renuncie a um cargo, todos os crimes que foram cometidos para trás deixam de ser crimes.
Mudou o ano, mas a impunidade mantém-se. O FC Porto e os seus vassalos vivem num mundo com leis diferentes de todos os outros. Cabe agora ao Conselho de Disciplina da FPF recorrer da inqualificável decisão. Mas haverá coragem para isso?"

Futebolês - E


"“Entrelinhas”, o zero erudito

No seu afã de originalidade, um então jovem jornalista desportivo apresentou uma vez uma fórmula táctica inovadora, incluindo um zero, para descrever o “espaço vazio” estratégico de uma das equipas, do tipo 4x3x(0)x3, observação que não foi muito apreciada pela chefia de redação conservadora, mas que pode ter sido, com avanço de mais de vinte anos, a primeira descrição do jogo de “entrelinhas” que enche a boca dos comentadores e analistas contemporâneos.
“Linha" é uma palavra matriz do futebol. O onze que vai jogar, a “line up”. A “linha defensiva” desde que passou a ter quatro jogadores. A “linha ofensiva”, que inicialmente era de seis. A “linha média”. As “quatro linhas” do campo. A “linha lateral”. A “linha de fundo”. A sagrada “linha de golo”. Quase não sobra espaço naquele hectare e, mesmo assim, ainda querem que o jogo se faça “entre linhas”? Procurei ajuda e encontrei a descrição de um treinador com idade para ser filho daquele agora veterano (e grande) jornalista, no zerozero.com: “A palavra entrelinhas não passa despercebida a quem acompanha o fenómeno futebolístico. Tornou-se viral na tendência do futebol mais atual, vislumbrando o espaço de progressão, uma passagem para a aceleração, uma mudança de ritmo, a expressão do “jogar”.
Dou por mim a pensar, com comiseração, na vida destes futuros treinadores, puxando pela cabeça para adequar conceitos mirabolantes e rebuscados, nas suas dissertações académicas, a um jogo tão básico como o futebol. Progressão, aceleração, ritmo, jogo - qual destas partes é nova no futebol moderno?
Leandro Monteiro, a quem agradeço a mais clara definição do fenómeno, diz que o passe entre linhas, “funciona como catalisador para queimar etapas”, encontrar “colegas soltos” e ir “queimando as linhas de pressão do adversário”. Ou seja, “com um passe desse efeito, podemos ultrapassar uma linha média inteira. Após a receção e se esta coadunar com a progressão, estaremos num espaço privilegiado para dar expressão ao nosso jogar.”
E exemplifica que o jogo entre linhas tem por objectivo “criar instabilidade” na defesa adversária, visando “desmontar” organizações defensivas. Que receber a bola dentro do “bloco” adversário torna-se desconcertante para quem defende. Que receber a bola entre os médios e os defesas “queima” os adversários de primeira linha. E, aos microfones, falam do “falso 9”, do “nove e meio”, do “fim do 10 clássico” - e mais não sei quê!
Ou seja, este conceito das entrelinhas é um relambório do ancestral “kick and rush”, toca e foge, passa e repassa, naqueles palmos que os clássicos da televisão a preto e branco descreviam como “terra de ninguém”, o popular “corre e desmarca-te” que os treinadores de antanho gritavam aos seus extremos. Quando ainda não era futebolisticamente incorreto dizer “extremos”. A desmarcação era a chave para a progressão, acelerava o jogo, mudava o ritmo e fazia jogar. Não me digam que “jogar entre linhas” é, tão só, fugir à marcação, porque acabei de queimar duas ou três linhas de neurónios a tentar perceber se me escapava alguma coisa.
Cheguei mesmo a imaginar um 4x0x3x0x3 como complemento esquemático ideal para o “fogo à peça” na palestra de um Fernando Cabrita dos nossos dias - o futebol desalinhado de sempre, mas agora com grau académico.

A seguir: F - Filosofia"

Lixívia 14


Tabela Anti-Lixívia
Benfica...........37 (0) = 37
Corruptos.......32 (+4) = 28
Sporting........28 (+2) = 26


O único lance 'grave', com influência num golo, acabou por ser o 1.º golo dos Corruptos, com uma falta clara do Grucic na recuperação de bola...

Mas as tendências nas faltas e faltinhas mantiveram-se... em Alvalade o Essugo só foi expulso, porque o resultado estava feito, e em Braga, as duas faltas sobre o Gonçalo perto da área do Braga, foi vieram confirmar que faltas em zona perigosa, a favor do Benfica, só em último caso!!!

Anexos (I):
Benfica
1.ª-Arouca(c), V(4-0), Mota(V. Santos, Licínio), Prejudicados, (5-0), Sem influência
2.ª-Casa Pia(f), V(0-1), Martins(Nobre, P. Ribeiro), Prejudicados, Sem influência
3.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-2), Soares Dias(Malheiro, Coimbra), Prejudicados, Sem influência
4-ª-Boavista(f), V(0-3), Pinheiro(L. Ferreira, J. Silva), Prejudicados, Sem influência
5.ª-Vizela(c), V(2-1), Veríssimo(Nobre, N. Pereira), Prejudicados, (3-1), Sem influência
6.ª-Famalicão(f), V(0-1), Almeida(Melo, B. Costa), Prejudicados, (0-2), Sem influência
7.ª-Marítimo(c), V(5-0), Nobre(V. Santos, Mesquita), Nada a assinalar
8.ª-Guimarães(f), E(0-0), Rui Costa(L. Ferreira, S. Jesus), Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
9.ª-Rio Ave(c), V(4-2), M. Oliveira(Rui Oliveira, L. Costa), Nada a assinalar
10.ª-Corruptos(f), V(0-1), Pinheiro(Martins, Godinho), Prejudicados, Sem influência
11.ª-Chaves(c), V(5-0), Godinho(Malheiro, Coimbra), Nada a assinalar
12.ª-Estoril(f), V(1-5), Almeida(Hugo, B. Jesus), Nada a assinalar
13.ª-Gil Vicente(c), V(3-1), M. Oliveira(C. Pereira, A. Costa), Nada a assinalar
14.ª-Braga(f), D(3-0), Pinheiro(Hugo, Mota), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Braga(f), E(3-3), Veríssimo(Martins, H. Ribeiro), Nada a assinalar
2.ª-Rio Ave(c), V(3-0), Mota(Narciso, P. Brás), Beneficiados, (2-0), Impossível contabilizar
3.ª-Corruptos(f), D(3-0), Almeida(Hugo, Martins), Prejudicados, Impossível contabilizar
4.ª-Chaves(c), D(0-2), Narciso(V. Santos, D. Silva), Beneficiados, Sem influência
5.ª-Estoril(f), V(0-2), M. Oliveira(Pinheiro, L. Maia), Nada a assinalar
6.ª-Portimonense(c), V(4-0), C. Pereira(V. Ferreira, Cunha), Nada a assinalar
7.ª-Boavista(f), D(2-1), Pinheiro(Melo, B. Costa), Nada a assinalar
8.ª-Gil Vicente(c), V(3-1), Martins(Godinho, R. Teixeira), Nada a assinalar
9.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Soares Dias(Malheiro, Cidade), Nada a assinalar
10.ª-Casa Pia(c), V(3-1), Malheiro(C. Pereira, A. Costa), Prejudicados, Beneficiados, (2-2), Impossível contabilizar
11.ª-Arouca(f), D(1-0), Rui Costa(Hugo, Felisberto), Prejudicados, Impossível contabilizar
12.ª-Guimarães(c), V(3-0), Mota(Martins, A. Campos), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
13.ª-Famalicão(f), V(1-2), Soares Dias(V. Ferreira, Cunha), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
14.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-0), Nobre(Melo, S. Jesus), Nada a assinalar

Corruptos
1.ª-Marítimo(c), V(5-1), Malheiro(Esteves, R. Cidade), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
2.ª-Vizela(f), V(0-1), Veríssimo(Correia, I. Pereira), Beneficiados, (1-0), (+3 pontos)
3.ª-Sporting(c), V(3-0), Almeida(Hugo, Martins), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Rio Ave(f), D(3-1), Martins(Rui Costa, C. Martins), Beneficiados, Sem influência
5.ª-Gil Vicente(f), V(0-2), Pinheiro(Melo, Manso), Nada a assinalar
6.ª-Chaves(c), V(3-0), Nobre(Narciso, V. Marques), Beneficiados, Impossível contabilizar
7.ª-Estoril(f), E(1-1), Godinho(Soares Dias, Licínio), Beneficiados, (3-1), (+1 ponto)
8.ª-Braga(c), V(4-1), Soares Dias(Hugo, B. Jesus), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
9.ª-Portimonense(f), V(0-2), Mota(Martins, A. Campos), Nada a assinalar
10.ª-Benfica(c), D(0-1), Pinheiro(Martins, Godinho), Beneficiados, Sem influência
11.ª-Santa Clara(f), E(1-1), Soares Dias(R. Oliveira, C. Campos), Beneficiados, Prejudicados, (0-0), Impossível contabilizar
12.ª-Paços de Ferreira(c), V(4-0), M. Oliveira(Correia, J. Afonso), Nada a assinalar
13.ª-Boavista(f), V(1-4), Godinho(Nobre, N. Pereira), Beneficiados, Prejudicados, (1-2), Impossível contabilizar
14.ª-Arouca(c), V(5-1), Martins(Narciso, P. Brás), Beneficiados, (4-1), Sem influência

Anexos (II):
Com influência (árbitros ou Var's):
Benfica

Sporting
Soares Dias - +2
V. Ferreira - +2

Corruptos
Veríssimo - +3
Correia - +3
Godinho - +1
Soares Dias - +1

Anexos(III):
Árbitros:
Benfica
Pinheiro - 3
Almeida - 2
M. Oliveira - 2
Mota - 1
Martins - 1
Soares Dias - 1
Veríssimo - 1
Nobre - 1
Rui Costa - 1
Godinho - 1

Sporting
Mota - 2
Soares Dias - 2
Veríssimo - 1
Almeida - 1
Narciso - 1
M. Oliveira - 1
C. Pereira - 1
Pinheiro - 1
Martins - 1
Malheiro - 1
Rui Costa - 1
Nobre - 1

Corruptos
Pinheiro - 2
Soares Dias - 2
Godinho - 2
Martins - 2
Malheiro - 1
Veríssimo - 1
Almeida - 1
Nobre - 1
Mota - 1
M. Oliveira - 1

VAR's:
Benfica
Nobre - 2
V. Santos - 2
L. Ferreira - 2
Malheiro - 2
Hugo - 2
Melo - 1
R. Oliveira - 1
Martins - 1
C. Pereira - 1

Sporting
Hugo - 2
Martins - 2
V. Ferreira - 2
Melo - 2
Narciso - 1
V. Santos - 1
Pinheiro - 1
Godinho - 1
Malheiro - 1
C. Pereira - 1

Corruptos
Hugo - 2
Martins - 2
Correia - 2
Narciso - 2
Esteves - 1
Rui Costa - 1
Melo - 1
Soares Dias - 1
R. Oliveira - 1
Nobre - 1

AVAR's:
Benfica
Coimbra - 2
Licínio - 1
P. Ribeiro - 1
J. Silva - 1
N. Pereira - 1
B. Costa - 1
Mesquita - 1
S. Jesus - 1
L. Costa - 1
Godinho - 1
B. Jesus - 1
A. Costa - 1
P. Mota - 1

Sporting
Cunha - 2
H. Ribeiro - 1
P. Brás - 1
Martins - 1
D. Silva - 1
L. Maia - 1
B. Costa -1
R. Teixeira - 1
Cidade - 1
A. Costa - 1
Felisberto - 1
A. Campos - 1
S. Jesus - 1

Corruptos
Cidade - 1
I. Pereira - 1
Martins - 1
C. Martins - 1
Manso - 1
V. Marques - 1
Licínio - 1
B. Jesus - 1
A. Campos - 1
Godinho - 1
C. Campos - 1
J. Afonso - 1
N. Pereira - 1
P. Brás - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Pinheiro - 3 + 0 = 3
Almeida - 2 + 0 = 2
Martins - 1 + 1 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
Hugo - 0 + 2 = 2
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
Melo - 0 + 1 = 1

Sporting
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Pinheiro - 1 + 1 = 2
Hugo - 0 + 2 = 2
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Martins - 0 + 1 = 1
Melo - 0 + 1 = 1
Malheiro - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos
Godinho - 2 + 0 = 2
Martins - 1 + 1 = 2
Soares Dias - 1 + 1 = 2
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Mota - 1 + 0 = 1
Correia - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Melo - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
Pinheiro - 3 + 0 = 3
Nobre - 1 + 2 = 3
Almeida - 2 + 0 = 2
M. Oliveira - 2 + 0 = 2
Martins - 1 + 1 = 2
V. Santos - 0 + 2 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
Malheiro - 0 + 2 = 2
Hugo - 0 + 2 = 2
Mota - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Melo - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1
C. Pereira - 0 + 1 = 1

Sporting
Martins - 1 + 2 = 3
Mota - 2 + 0 = 2
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Narciso - 1 + 1 = 2
Pinheiro - 1 + 1 = 2
Malheiro - 1 + 1 = 2
C. Pereira - 1 + 1 = 2
Hugo - 0 + 2 = 2
V. Ferreira - 0 + 2 = 2
Melo - 0 + 2 = 2
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Nobre - 1 + 0 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
Godinho - 0 + 1 = 1

Corruptos
Martins - 2 + 2 = 4
Soares Dias - 2 + 1 = 3
Pinheiro - 2 + 0 = 2
Godinho - 2 + 0 = 2
Nobre - 1 + 1 = 2
Hugo - 0 + 2 = 2
Correia - 0 + 2 = 2
Narciso - 0 + 2 = 2
Malheiro - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
Mota - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Melo - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1

Anexos(IV):
Jornadas anteriores:

Anexos(V):
Épocas anteriores:

3 Melhores momentos do ano do SL Benfica


"O ano de 2022 até pode não ter “começado” da melhor maneira, visto que o SL Benfica viu o seu eterno rival ser campeão nacional. No entanto, o começo da nova época 2022/23 trouxe ares de um fado diferente para os encarnados. Rui Costa contratou um novo treinador que, desde cedo, começou a mostrar que vinha para amar o clube, como os adeptos tanto amam. “Quem ama o futebol, ama o SL Benfica”, foi com estas palavras que Roger Schmidt abraçou a função de técnico das águias.
A verdade é que a partir desse momento, o panorama no seio da equipa encarnada mudou para melhor: começaram a aparecer os bons resultados e as exibições que outrora tínhamos visto, sendo a união dentro do balneário reflexo disso mesmo. Nunca podemos esquecer que o apoio por parte dos benfiquistas tem sido incansável.
Posto isto, decidi eleger o top 3 dos melhores momentos do ano que chegou agora ao fim no SL Benfica.

3. União frente ao FC Vizela – Decorria o jogo da 5.ª jornada da Primeira Liga, frente ao FC Vizela, quando as águias foram postas à prova. Até àquele momento, as exibições do SL Benfica tinham sido dignas de grandes palcos, como o Estádio da Luz. No entanto, este adversário entrou em campo com o objetivo de pôr fim ao sonho da invencibilidade, que os encarnados tanto tinham em mente. Tudo começou aos 20 minutos de jogo… Bondoso assistiu Osmajic que inaugurou o marcador, pondo em sentido todo o universo benfiquista.
Depois do golo dos visitantes, as águias tentaram romper a defesa adversária, mas sem sucesso. Avizinhava-se um jogo difícil. Chegou o intervalo e o resultado continuava a ser de 0-1. Foi preciso esperar até ao minuto 76 para ver Neres fazer o que melhor sabe, marcar golaços. Estava feito o empate para os encarnados, mas os adeptos pediam mais. Contudo, aos 91 minutos viram o avançado Gonçalo Ramos ser expulso pela primeira vez na carreira. Tudo parecia piorar.
Até que, a chama imensa que tanto caracteriza este clube veio ao de cima. O relógio marcava 90 minutos de tempo regulamentar mais 11 de compensação, quando João Mário, da marca de 11 metros, deu provas de que a união faz a força e de que o SL Benfica veio para esta temporada com mentalidade de vencedor.
Foi um autêntico final de loucos, na Luz. De loucos que demonstraram estar a lutar, juntos, para que este clube volte a ser o que era – um clube onde só a palavra vencer importa.

2. Vitória no Estádio do Dragão – E se o episódio que ocupou o terceiro lugar do pódio demonstrou a raça, o querer e a ambição do SL Benfica, este não fica nada atrás. Jogar no Dragão sempre foi uma tarefa complicada para qualquer equipa. Sendo o eterno rival das águias, ainda pior. Na 10.ª jornada do campeonato, os dragões entraram em campo com uma força extra para vencer os encarnados, contudo, foram estes que, no final, tiveram mais fome de vencer, apesar de ambas as equipas terem tentando inaugurar o marcador desde cedo.
É certo que não foi um clássico como os antigos, que terminavam com muitos golos para os dois lados, mas foi uma partida digna para aqueles que pagaram bilhete para a ver. Houve casos para todos os gostos: faltas, expulsões e possíveis expulsões e até mesmo ânimos exaltados, como “manda a tradição”.
Ao minuto 72, Rafa impôs a hegemonia encarnada. O extremo português rodou na grande área e de forma meio atabalhoada rematou para o fundo das redes defendidas por Diogo Costa. O golo ainda foi analisado pelo VAR mas, depois de validado, ficou garantida mais uma vitória para as águias e seis pontos de avanço em relação aos dragões.
Este foi, sem dúvida, um dos melhores momentos deste ano, porque, para além de o SL Benfica ter continuado invicto, voltou a vencer o FC Porto, algo que não fazia desde março de 2019.

1. Primeiro lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões – Quando o sorteio ditou que o SL Benfica ia defrontar equipas como o Paris Saint-Germain FC, a Juventus FC e o Maccabi Haifa FC, a primeira ideia que surgiu na mente da maior parte dos adeptos do desporto-rei, foi a de que os encarnados iriam discutir o segundo lugar do grupo com os italianos. No entanto, mais uma vez, as águias provaram que foram feitas para grandes voos e conseguiram, não o segundo, mas sim o primeiro lugar.
Os encarnados terminaram a fase de grupos com o mesmo número de vitórias (quatro), de empates (dois), de golos marcados (16) e sofridos (sete) que os franceses. A decisão final coube, pela primeira vez na história da competição, ao sexto critério: o maior número de golos marcados fora de casa, sendo que o SL Benfica tinha nove e o Paris Saint-Germain FC seis.
Foram nove golos marcados fora e, seis deles no último jogo, frente aos israelitas. Gonçalo Ramos, Musa, Grimaldo, Rafa e Henrique Araújo já tinham deixado a sua marca no jogo e, quando todos achavam que já não havia mais nada a fazer, João Mário provou o contrário. É caso para dizer que a liderança do grupo H ficou estabelecida ao minuto 92 da última jornada, quando João Mário, através de um remate potente fora da área, estabeleceu o 1-6 no marcador.
Para além desta conquista, o SL Benfica ainda atingiu outro feito histórico, maior recorde de pontos numa fase de grupos (14). Há outra maneira melhor de fechar este top do que ver a hegemonia encarnada voltar, não só a nível nacional, mas também a nível internacional?"

Futebolês - D


"“Duplo Pivô”, o monstro de duas cabeças

Através do francês “pivot” (ponta ou terminal de um eixo sobre o qual gira uma placa ou carga), vários desportos, como o Andebol, o Basquetebol ou o Futsal, definiram uma posição essencial ao jogo, destacando um elemento em torno do qual se movimenta o ataque da equipa.
A estrutura dos outros jogadores roda em torno daquela base, como uma bússola gira em volta do seu pino. O “Larrouse” define-o como a base ou suporte, em torno da qual tudo se organiza, como o “pivot” de uma conspiração.
Por isso, quando alguém a usou pela primeira vez no futebol falado, pelo começo dos anos 90, foi também em associação à posição mais solitária do ataque, o defunto avançado-centro, que batalhava isolado no meio dos centrais, tentando oferecer-se como ponto de referência. Mesmo assim, tal nomenclatura nunca vingou, porque a sua tarefa primordial é a de finalizar e não a de fazer girar a bola à frente da baliza.
Talvez tivessem ficado com pena do desperdício de uma palavra tão jogável, tão desportiva, pois, poucos anos passados, perto do final do século, irrompeu com grande brado numa nova função e em dose dupla, mas com uma roupagem defensiva, o trabalho de recuperação da bola e de iniciar a preparação do ataque. Todavia, este “duplo pivô” é das designações mais arrevesadas que os homens do futebol adoptaram, um autêntico monstro de duas cabeças, se nos detivermos no significado etimológico, no princípio físico que define um “eixo” quando se trata de unir dois pontos e na própria dinâmica do futebol.
E, em parte, por uma errada justa-posição das palavras. Talvez fizesse mais sentido e devesse chamar-se “pivô duplo”, como os travões das bicicletas ou como os casais que apresentam os telejornais modernaços. Um só pivô, “comme il faut”, mas com duas extremidades funcionais, como a forquilha das fisgas da minha infância.
O problema é que a ideia de um “pivô-duplo” conflitua com o princípio táctico que subjaz ao “duplo pivô” do futebol. Ou seja um pivô-duplo seriam dois jogadores a realizar a mesma tarefa, como a “ponte” das dentaduras postiças, aquela que no futebol arcaico se designava toscamente por “trinco” italiano ou “volante” brasileiro - sempre no singular, como o ferrolho do portão ou o guiador do automóvel - e isso atrapalharia a dinâmica do conjunto.
Ora o “duplo pivô”, socorrendo-me de um dos seus prolíficos difusores, o comentador Freitas Lobo (planetadofutebol.com), representa dois jogadores a desempenharem funções distintas, um “mais preso” e o outro “a sair mais para o jogo”.
Também o blogger e treinador Pedro Bouças (lateral-esquerdo.com), expoente da “geração basculação”, identificou o “médio centro direito e o médio centro esquerdo” como gémeos dizigóticos desta irmandade, o que me provoca nova inquietação: poderiam, por analogia, os dois defesas centrais, um mais à direita, outro mais à esquerda, também serem identificados como ”duplo pivô”, igualmente um mais livre “a jogar” e o outro “na marcação”?
E, por absurdo, nas tácticas de três centrais ou de três médios em linha, poderíamos aludir a um “triplo pivô”?
Realmente, dois jogadores a fazer o mesmo não teria cabimento numa equipa. Mas se cada um dos “pivôs” da dupla desempenhar funções diversas e ocupar espaços assimétricos, um lateral e estático, o outro longitudinal e dinâmico, como Pedro Bouças teoriza, não estaremos antes a falar de um sistema, de um eixo, de uma “linha” daquelas que formam as “entrelinhas”?
E, enfim, não lhe assentaria melhor a singela designação de “dupla”, dupla de médios, como a dupla dos defesas centrais? Caramba, há 2500 anos, já Pitágoras definia “um” como um ponto e “dois” como uma reta.
Pensem nisto.

A seguir: E - Entrelinhas"