"Figura do ano 2023 para A Bola foi um belo pretexto para uma entrevista imperdível
Bernardo Silva, 29 anos de idade, jogador do Manchester City e da Seleção Nacional, foi a personalidade escolhida, por A BOLA, para Figura do Ano 2023. Há sempre subjetividade numa escolha, mas a opção pelo internacional português teve importantes razões objetivas: venceu, pelo City, a Liga dos Campeões, a Premier League e ainda a Taça de Inglaterra. Além disso ficou no top ten na lista FIFA dos melhores jogadores do mundo.
Bernardo tornou-se, assim, na vigésima figura do ano, sucedendo a uma lista de históricos do desporto português. Foi esse um bom pretexto para uma longa e completa entrevista exclusiva, que nos trouxe, além da confirmação de uma personalidade fascinante, um guia de rara importância para se aprender o futebol moderno.
Ler a entrevista de Bernardo é entrar, tal como ele diz, no lado «profundo do futebol» e perceber que se trata de um jogo bem mais complexo do que aquele que, da bancada ou do sofá em frente a um ecrã de televisão, se traduz por uma soma de emoções e de lembranças, muitas vezes seletivas, de lances memorizados.
O curioso é que Bernardo nos ensina com o que foi aprendendo ao longo da sua carreira. Há quem lhe chame maturidade, mas no caso de Bernardo Silva é bem mais do que isso. Trata-se de uma personalidade que gosta de aprender os segredos mais fundos e complexos da sua profissão e que não se basta no prazer de jogar à bola, percebendo que quanto mais souber sobre o jogo e os seus labirintos, melhor jogador será.
«Entrei numa fase da minha vida em que acho que percebo bem o jogo», diz-nos Bernardo com um sentimento de legítimo orgulho. E por isso nos explica que a sua forma de jogar depende do lugar que o treinador indica, ou até das características dos companheiros com quem joga. Por exemplo, com De Bruyne (City) ou com Bruno Fernandes (Seleção) torna-se um jogador de maior presença tática, mas menos decisivo no último terço. A explicação óbvia é que, mesmo para um grande jogador, tem de ser a equipa que conta. Por isso, Bernardo admite, hoje, que se tornou num jogador diferente daquele que, no Mónaco, adorava driblar e atacar a área sem pensar em consequências. Menos irreverente, sim, mas melhor jogador. Quem gosta de futebol é imperioso ler ou ver esta entrevista!"
Vítor Serpa, in A Bola
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