"Ou o Benfica erradica os ‘hooligans’, ou são estes a arruinar a reputação do clube.
Os adeptos do Benfica foram impedidos de marcar presença em San Siro, no jogo da Champions com o Inter de Milão, disputado a 3 de outubro. Foi a UEFA a determinar essa medida, argumentando com o mau comportamento de alguns benfiquistas, no 3-3 com o mesmo Inter, jogo realizado a 19 de abril, onde arremessaram tochas para a bancada dos adeptos nerazzurri, provocando ferimentos em várias pessoas, nomeadamente numa criança de oito anos. O Benfica foi ainda multado em 35 mil euros…
Esta quarta-feira, em San Sebastián, o filme repetiu-se: alguns adeptos do Benfica voltaram a atirar tochas para as bancadas onde estavam sócios da Real Sociedad, mostrando à UEFA que a sanção que aplicara recentemente não tivera qualquer eficácia. Perante a justa indignação dos bascos, o presidente da Real afirmou ter recebido um pedido de desculpas de Rui Costa, manifestamente incomodado pelo que tinha presenciado. Porém, como está à vista de todos, há no seio dos adeptos do Benfica quem procure, objetivamente, prejudicar a instituição, e não basta que o presidente encarnado fique incomodado, deverá fazer muito mais para erradicar, dos estádios, esses marginais que arrastam na lama o nome do clube. O símbolo do Benfica é uma águia e não uma avestruz, pelo que não é lícito meter a cabeça na areia e fazer de conta que não se passa nada. Passa-se, não é de agora, é grave, e se não houver medidas corajosas, mesmo que drásticas, o Benfica não só voltará a ser penalizado (esta reincidência poderá ter consequências muito graves, mas o mal está feito, e agora haverá que arcar com o prejuízo) como entrará numa lista negra, por atos que são da responsabilidade de uns quantos, mas afetam a imagem de milhões.
De que serve ter um estádio de última geração, planear o futuro de olhos postos na modernidade, se depois, no básico, que é o controlo da segurança, se falha em toda a linha?
É verdade que o Benfica vem de uma derrota pesada e de uma exibição desastrada no País Basco, é verdade que se aproxima o dérbi com o Sporting, e estas são preocupações legítimas para o benfiquismo.
Mas não é menos verdade que se o Benfica não encarar de frente este inimigo que tem dentro de casa caminhará para uma fragilização inevitável."
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