terça-feira, 3 de outubro de 2023

Uma manita de Marias na seleção


"Em 1973, cinco jogadores encarnadas integraram uma súbita portuguesa feminina de Voleibol que surpreendeu Madrid

A época de 1972/73 foi pródiga em conquistas para o voleibol encarnado, incluindo as Marias eneacampeãs regionais e hexacampeãs nacionais. Por esse motivo, eram espontaneamente convidadas a participar em eventos voleibolísticos, dos quais acabavam sempre por sair vencedoras.
No início de janeiro de 1973, a Federação Portuguesa de Voleibol recebeu um convite da homóloga espanhola para um torneio internacional. Este período coincidiu com o chamado 'ressurgimento do voleibol português', principiado pelo convite ao campeão grego para se deslocar a Lisboa, tendo o Olympiakos alinhado frente aos masculinos do Benfica em 28 de novembro de 1972.
Por se sentir que as jogadoras portugueses precisavam de mais contatos internacionais, a Federação Portuguesa de Voleibol aceitou o convite em cima da hora, pois a notícia do torneio já circulava há vários dias na imprensa internacional. Em pouco mais de 48 horas, a capitã encarnada Madalena Canha, selecionadora, tratou de compor a comitiva com 12 voleibolistas.
Além da capitã-selecionadora, seguiam as benfiquistas Maria Teresa Fernandes, Maria Filomena Moreira, Conceição Posser e Margarida Leite. A orientação da equipa coube a Manuel Puga Costa, e, findos estes básicos, foram 'metidos num autocarro' rumo à capital espanhola, onde chegaram na véspera do primeiro jogo. A seleção espanhola, por seu lado, estava há dez dias em estágio, com todos os cuidados e preparativos técnicos. No dia 6 de janeiro de 1973, as 2000 pessoas que enchiam o pavilhão do Valhehermoso estavam ansiosas por aplaudir a esperada vitória espanhola.
Mesmo depois de uma viagem fatigante e sem tempo para preparação, sucedeu o que se chamou de 'milagre' para as portuguesas, que venceram por 3-1 as espanholas, com a sucessão de sets em 10-15, 16-10, 15-10 e 15-6!
Os jornais sublinhavam que era a prova de que o voleibol português devia internacionalizar-se  mais, em virtude da sua óbvia evidência no panorama eclético português, dado registar mais vitórias internacionais entre todas as modalidades amadoras.
No dia seguinte, as espanholas impuseram-se sobre as portuguesas, que nem por isso deixaram de resistir, chegando à negra. Este excelente desempenho, deixou-se implícito, deveu-se à presença e ao excelente comportamento das Marias do Benfica, que levavam no currículo contactos internacionais que o Clube já lhes tinha proporcionado.
Na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião, pode conhecer outros episódios de destaque na história das Marias do Benfica."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

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