sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Erros teus, má fortuna, Schlager ardente: o Benfica entrou a perder na Liga dos Campeões


"Entrada em falso do Benfica na Liga dos Campeões, com derrota por 2-0 frente ao Red Bull Salzburgo, um desaire feito de uma entrada desastrosa, algum azar e erros de palmatória na defesa que se pagam caro neste contexto. Guarda-redes dos decacampeões austríacos deu ajuda decisiva do outro lado

Não se pode dizer que o Benfica não tivesse sido avisado da abordagem do Red Bull Salzburgo à generalidade dos jogos. Não estivesse o homem que aperfeiçoou aquele estilo pressionante, vertical, rápido na reação no banco encarnado. O que torna ainda mais incompreensível a entrada dos encarnados em campo na estreia na Liga dos Campeões 2023/24. Se alguém viu o Benfica nesses primeiros 15 minutos, que alerte as autoridades competentes.
E, a este nível, não há contemplações. Seja o adversário um gigante ou o decacampeão da Áustria que aplica este veneno há tempo suficiente para que por cá não o desconhecessem. A pressão alta do Red Bull Salzburgo ganhou asas naqueles primeiros minutos, aos quais o Benfica juntou bastante incompetência defensiva, algum azar - ou a sorte que os austríacos procuraram, dependendo da perspectiva - e uma ineficácia atacante à não se pode retirar a exibição celestial de Alexander Schlager, o guarda-redes que, nos melhores períodos dos encarnados, segurou a vantagem para a equipa de Salzburgo, cidade que parece ter encontrado casa nos piores pesadelos das equipas portuguesas, seja na sua versão mercantilizada, entregue à multinacional de bebidas carregadinhas de açúcar, ou no seu original Casino, que até chegou para despedir treinadores por cá.
Histórico à parte, a equipa com média de idades mais jovem da história da Champions (21 anos e 183 dias), entrou em campo que nem raposa velha, fazendo o que melhor sabe, saindo da toca para farejar o erro encarnado. Ainda o Benfica não tinha tocado na bola e já o Salzburgo estava na marca de penálti, depois de Trubin (exibição algo preocupante) ter visto uma bola onde só existia a cabeça de Pavlovic. Konaté rematou para as estrelas, o Benfica agradeceu - aos 4 minutos tinha nova oportunidade para recomeçar.
E esse recomeço tricotava-se bem: aos 12’ quase havia golo encarnado uma jogada que começou com uma maldade de Di María a meio-campo e variou de flanco até Aursnes, que viu Rafa no coração da área, com o antigo internacional português a fazer de distribuidor, atrasando para a entrada de João Mário, que atirou ao poste. Na jogada seguinte, do outro lado, construía-se o descalabro.
É um daqueles lances que mistura erros grosseiros e um terrível azar, unidos num imenso buraco negro que traria consequências reais para o Benfica até ao fim do jogo. Mais uma vez a pressão austríaca a castigar, com Bah a fazer um péssimo atraso para Trubin. O ucraniano ficou a meio do caminho e o corte de Otamendi ao remate de Roko Simic levou a bola caprichosamente até à barra da baliza encarnada. Debaixo dela estava António Silva que, surpreendido pelo lance, levou a mão à bola. Vermelho direto e penálti para o RB Salzburgo, que Simic, agora, não desperdiçou.
A jogar com 10, Schmidt tirou João Mário para colocar Morato e, após uns minutos de habituação ao cenário de catástrofe, houve uma reação. Aos 25’, Di Maria, de livre direto, deu a Schlager a primeira oportunidade de se mostrar. Aos 32’, o argentino tentou o golo olímpico vendo o guardião adiantado num canto, mas Schlager acusou o toque a tempo e afastou uma bola que já cantava golo. Em ataque, o Benfica assumia-se, mas a superioridade numérica do rival sentia-se no derradeiro terço.
O jogo não seria muito diferente na 2.ª parte, com Schlager agora a escolher outro alvo para um particular duelo já para lá do pôr do sol, Petar Musa. Aos 50’, um bom desenho no ataque entre Rafa e o croata acabou com um remate cruzado defendido pelo impassível austríaco e na jogada seguinte, adivinhe-se, golo do Red Bull Salzburgo. Um golo, mais uma vez, fruto de uma abordagem defensiva pobre do Benfica, à qual se juntou dois erros individuais decisivos: primeiro de Morato, com um mau alívio numa altura em que o Benfica estava descompensado e, logo de seguida, Aursnes a entrar à queima numa antecipação a Roko Simic que correu mal e deixou meia equipa austríaca isolada em frente a Trubin. O croata tinha muitas hipóteses e escolheu bem, assistindo para a direita onde surgia livre o israelita Oscar Gloukh: 2-0 no marcador, um inferno a cair sobre o relvado da Luz.
O segundo golo do Salzburgo foi uma crueldade que o Benfica talvez não merecesse, mas o embate com a realidade era necessário. O Benfica errou muito, demasiado. E teve azar. E houve Schlager, que ainda defendeu mais um remate perigoso de Musa aos 60’ e cinco minutos depois um incrível golpe de cabeça de João Neves, o inconformadíssimo João Neves, um dos melhores do Benfica em conjunto com Rafa.
Com o avançar do relógio, o Benfica - Schmidt voltou a mexer tarde - perdeu a fé. Não será a avaliação mais pragmática, mas o desânimo era visível, a surpresa talvez, por uma estratégia dos austríacos que resultou, mas que não é desconhecida para ninguém. Nisso, Schmidt e o Benfica são réus e culpados. A isso ter-se-á juntado a ideia de que, 11 contra 11, reagindo atempadamente, talvez o Benfica pudesse ter dado outra resposta. Mas a Champions não se faz de ses ou de suposições, faz-se de estar preparado do primeiro ao último minuto. E o Benfica chumbou no primeiro exame."

1 comentário:

  1. sinceramente eu não estou muito preocupado penso que o Benfica com maior ou menor dificuldade vai qualificar-se mas!!!!!!!!!!!!!!
    o treinador dos guardas redes do Benfica hà vinte anos que não consegue trazer para a equipa principal um guarda redes de jeito não sabem sair tem todos o mesmo defeito secalhar é este o elo fraco do Benfica

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