sábado, 19 de agosto de 2023

O Secretário de Estado não pode assistir calado


"O país está chocado! Ficámos todos a saber da diminuição dos apoios atribuídos às federações desportivas. O rosto da diminuição é a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, cuja ação é inaceitável, já que esta instituição detém a exploração do jogo e apostas em Portugal. Porém, o grande responsável pelo desinvestimento no projeto desportivo e olímpico português é o Governo, não só pelos cortes sucessivos que tem feito, como por ter nomeado uma nova Provedora da Santa Casa que ignora a sua função social. Cortar indiscriminadamente está para além da austeridade.
Promover a prática desportiva, em particular nos jovens e na alta competição, deve ser um desígnio de qualquer governo e passa pela cooperação com as federações desportivas. Mas passa-se o inverso: o Governo está a desinvestir no desporto e a ignorar os que garantem a prática desportiva em todo o país. O IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude), tutelado pelo Governo, poderia e deveria ter um papel mais central no apoio às federações e respetivos atletas. Contudo, de 2021 para 2022 observou-se uma redução de 6,5 milhões de euros em apoios.
Ao governante, exige-se que se imponha perante o Primeiro-ministro e o Ministro das Finanças, orientando o instituto que está sob a sua tutela - o IPDJ. Aquele que foi nomeado para ser o principal defensor dos atletas e do desporto não pode assistir calado à paulatina redução do investimento neste capital humano. Tem de cumprir o seu papel!
À Provedora da Santa Casa, cumpre lembrar o papel e a importância da SCML na promoção desportiva, dada o seu desígnio social e a sua posição privilegiada na exploração do jogo e apostas.
Finalmente, porque o desporto não pode ser gerido em estilo de navegação à vista - como o Governo gere o país - é tempo, mais do que nunca e à beira dos Jogos Olímpicos, de planeamento e certezas. A SCML deve divulgar já, sem rodeios, nem expedientes, qual o apoio às federações que a instituição pode e deve dar.
O grito de alerta pelo desporto não pode ficar reduzido à voz das federações, dirigentes e atletas. Tal como ficam sozinhos os atletas na hora de lhes exigirmos resultados… É tempo de a comunidade portuguesa se sobressaltar perante o insólito."

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