"Sofá da minha antiga casa. Estádio da Luz. Estádio D. Afonso Henriques. Estes são os três lugares onde já celebrei a conquista de um campeonato, e garanto que não sou esquisito: por mim, até algures no meio da serra da Estrela estaria radiante por saber que o Benfica garantia o título de campeão. Aliás, até debaixo de terra - espero que daqui a muitos, muito anos - dicarei extremamente feliz se alguém fizer o favor de me avisar de que vai mais uma taça a caminho do Museu Cosme Damião.
Se no fim de semana que se avizinha se pintar de vermelho, então significa que irei experimentar um novo espaço para saltar e soltar o grito de campeão. O sofá da minha antiga casa está fora de hipótese, até porque seria estranho aparecer a um sábado à noite à porta dos atuais moradores com uma garrafa de champanhe numa mão a um pote de fumo na outra. Se nada ficar definido no sábado, a possibilidade que se segue não fica muito longe da morada onde já celebrei mais vezes. São 4,1 km da Luz até Alvalade. É um percurso que tanto se faz bem a pé como de lambreta, caso alguém se lembre de imitar o Eliseu. Vencer em Alvalade, não só garante que na segunda-feira não poderei ir trabalhar como o próprio Rúben Amorim não terá condições para dar treino. Depois de uma noitada de festa no Marquês, é bem provável que tenha de ficar em casa a recuperar.
Se tudo correr dentro da normalidade nestas últimas duas jornadas, serão 6 Ligas ganhas em 10. É um registo simpático. Muito simpático ainda se considerarmos que, nos últimos 30 anos, o Benfica levantou o troféu de campeão apenas por 8 vezes. Será especial em Alvalade como seria especial em qualquer lugar do planeta. È especial porque é o Benfica."
Pedro Soares, in O Benfica
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