terça-feira, 7 de março de 2023

Uma gala de gala


"Carlos Manuel, Diamantino, Veloso, Bastos Lopes, Vítor Martins, Zé Gato, João Alves... todos e ainda mais alguns em palco para homenagear o grande Humberto Coelho. A imagem vem de Gala Cosme Damião onde se comemoraram os 119 anos do Sport Lisboa e Benfica. Lembro-me de olhar para aquele palco da Aula Magna, com Rui Costa na retaguarda a assistir ao momento, e pensar: 'Quantos milhões estariam ali, se estes craques jogassem hoje á bola?' Impossível fazer essas contas e comparações, eu sei, mas deixem-me pensar nisto com carinho. Com paixão. Com a certeza de quem quem os viu em campo assistiu a memoráveis recitais de futebol. E, apesar de retirados do futebol profissional, continuam a dar cartas como seres humanos e na representação dos valores do clube. Retenho uma das mensagens de Humberto Coelho durante o seu discurso de agradecimento: 'Sem adversários, o Benfica não seria tão grande'. Assim, sem medo de reconhecer valor a quem com nós compete. Assim, em jeito de chapada de luva branca. Assim, para os fazer corar de vergonha enquanto chafurdam no lixo e na mentira.
É também para isto que serve a Gala Cosme Damião, para nunca nos esquecermos de quem vestiu e veste a nossa camisola e com ela nos conquista. Lado a lado com as estrelas de outros tempo, estiveram também em palco os craques de hoje. Ver as campeãs das modalidades e do futebol feminino e dar cartas na coapresentação da gala, sentir o carinho que saía da plateia em direção ao palco, chorar na homenagem a Fernando Chalana e a todos os grandes benfiquistas que perdemos no ano passado, cantar o hino e a Aula Magna irromper num emocionante 'Glorioso SLB', isso ninguém me tirar. Que bonito é ser do Benfica."

Ricardo Santos, in O Benfica

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