terça-feira, 28 de março de 2023

Sim, nós podemos


"O sonho de voltar a ser campeão europeu faz parte da identidade de qualquer benfiquista. Foi isso que nos legaram as gerações antigas. Foi isso que nos deixou o grande Eusébio.
Infelizmente, o futebol moderno afastou-nos dessa possibilidade. A acumulação de dinheiro e de talento nos principais campeonatos do continente atirou clubes históricos como o Benfica para fora da engrenagem. Como noutros aspectos da vida, no futebol também se acentuou a clivagem entre centro e periferia: os ricos são cada vez mais ricos, os restantes vivem como podem. Discutir títulos com 'tubarões'? Só por milagre.
Ora, nos últimos trinta anos (e desconfio de que também nos próximos trinta), nunca como agora podemos olhar para o quadro da Champions League, olhar para a equipa do Benfica, e pensar que é possível chegar à final. Falta 'apenas' ganhar uma espécie de Coppa de Itália para estarmos em Istambul. Eis-nos perante uma oportunidade histórica que, não sendo fácil de concretizar, está longe de ser uma mera fantasia.
Quando um sorteio vai ao encontro daquilo que desejamos, a tendência natural é para algum triunfalismo. Espero que o parágrafo anterior não seja lido como tal.
Estamos nos quartos-de-final da Champions, onde figura a nata do futebol, onde não há adversários dóceis. Será redundante lembrar que o Inter dispõe de um orçamento muitíssimo mais elevado que o nosso, tem porventura o melhor plantel de Itália, e é um clube com pedigree europeu. De resto, nunca lhe ganhámos. E só depois de ultrapassar este adversário podemos pensar nos seguintes.
Precisamos de muito suor, e também de uma boa dose de sorte, para escrever história. O caminho é estreito, mas existe. A fé? Essa é do tamanho da Europa."

Luís Fialho, in O Benfica

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