terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Fórmula: A+B igual a mais Benfica


"A operação de corte, polimento e requalificação empreendida pelo Clube no seu plantel de futebol profissional na janela de transferências de janeiro - excluindo desta leitura o dossiê Enzo, por todas as razões já clarificadas pelo Presidente Rui Costa - é interpretável como uma aposta na elevação dos níveis de qualidade, competitividade e de motivação de todos os elementos que respondem ás ordens do treinador Roger Schmidt, mas, paralelamente, também concorre para a enfatização de uma nova realidade em que a equipa B se apresenta cada vez mais como uma extensão e uma importante retaguarda de apoio às necessidades da equipa A.
No projeto desportivo do Clube, os Bês situam-se no ponto mais alto da Formação, de onde, idealmente, a cada temporada seja possível extrair um par de jogadores para abastecer o plantel A. Vamos a factos frescos: no papel, Samuel Soares começou esta temporada como terceiro guarda-redes da equipa A, mas, a meio do ano desportivo, em resultado das respostas dadas na B e, também, das movimentações ocorridas no mercado de Inverno, subiu a número dois na hierarquia.
Promoção gerou promoção... e André Gomes entrou no plantel A para ser o terceiro guarda-redes, herdando a baliza da B nos jogos da Liga 2, uma competição sénior que potenciará a maturação deste jovem e de outros que trabalham com empenho e com vontade de, a curto/médio prazo, alcançar o lugar sonhado no plantel do Benfica, como sucedeu nas temporadas mais recentes com Gonçalo Ramos, Morato e António Silva.
Samuel Soares e André Gomes são exemplos citáveis, mas também podemos ressaltar o trajeto e o enquadramento de João Neves, que no último fim de semana foi personagem modelar deste figurino de entrosamento das equipas A e B: no sábado cotou-se como um dos suplentes utilizados por Roger Schmidt no jogo frente ao Casa Pia na Liga Bwin, e no domingo atuou 81 minutos no meio-campo do coletivo delineado por Luís Castro no triunfo sobre o Tondela na Liga 2.
Nesta nova era, a B reforça-se como um contexto de amadurecimento de talentos referenciados como potenciais reforços internos, mas, numa lógica de otimização e de melhoramento das capacidades dos recursos, também se destaca como espaço complementar para a retoma competitiva de atleta de A (recorde-se que aconteceu com Lucas Veríssimo e Morato) e para o incremento do ritmo de jogo dos mesmos (veja-se o que se passou com Tengstedt e Schjelderup). Um elevador 'mais Benfica' repleto de vantagens."

João Sanches, in O Benfica

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