domingo, 18 de dezembro de 2022

Vermelhão: Eliminação madrasta...

Moreirense 1 - 1 Benfica


Taça da Liga madrasta, com 3 jogos, com uma taxa de aproveitamento de golos, absurdamente baixa... e ainda tivemos aquele golo sofrido com o Estrela, nos últimos instantes, após um erro do Morato, que acabou por ser decisivo!!! Eliminados, com 2 vitórias e 1 empate, por um golo!!!

Com o regresso do Bah, Tó e do Ramos, com o Aursnes a 100%, mas sem o Neres, o João Mário e claro ainda sem o Ota e o Enzo, acabámos por empatar um jogo, que deveria ter acabado com goleada, tal as oportunidades criadas e falhadas... E ainda por cima, com um golo sofrido num penalty ridículo!

Ao contrário de muitas opiniões publicadas, na altura do sorteio, não antevi facilidades, pois o Benfica só iria fazer um jogo em casa, e iriamos 'decidir' a qualificação, quase de certeza, na última partida, na casa do principal adversário! Adversário este, que apesar de estar na II Liga, tem um plantel de I Liga! Infelizmente, os meus receios, tornaram-se realidade...

Esta eliminação, não deve retirar confiança, à equipa, nem aos adeptos! Dentro das circunstâncias, fizemos uma exibição razoável (sem os nossos 3 jogadores mais criativos: Enzo, Neres e João Mário, mas acabámos traídos pela finalização...

Arbitragem nojenta... incompetência, misturada do anti-benfiquismo primário, dum pedante, que passa por Benfiquista na cabeça de alguns, e assim acaba por ficar condicionado!!!

Recuperar os lesionados, e os Mundialistas que ainda estão no Catar, e preparar o jogo de Braga, com tudo...


Melhorias...

Benfica 5 - 0 Sp. Tomar

Não foi fácil, o primeiro golo só apareceu perto do intervalo, mas desta vez, mostrámos consistência a gerir a vantagem (expecto 1 minuto, onde fizemos tudo mal, mas o Pedrão resolveu...)!
Depois de uma quebra no pós-Mundial, parece-me que estamos a subir de forma, novamente...

Vitória nos Açores...

Lusitânia 77 - 87 Benfica
17-32, 25-15, 18-26, 17-14

Jogo de altos e baixos, quase sempre controlado, sem o Ivan e o Douglas... e com baixas percentagens!

Massacre!

Benfica 3 - 0 Esmoriz
25-8, 25-15, 25-19

Não sei se foi a 'vingança', mas foi mesmo demolidor!!! Depois de uma derrota em Esmoriz esta época, desta vez, não demos qualquer hipótese... Das melhores exibições da época!

Complicado...

Ac. Viseu 23 - 25 Benfica
(13-14)

Com um jogo em França a meio da semana, com as viagens, e com algumas lesões, chegámos a Viseu a 'pensar' que seria fácil, mas não foi!!! Muito complicado, e valeu uma intercepção do Semedo perto do fim, para nos dar alguma tranquilidade...

Só a vitória interessa


"Os comandados de Roger Schmidt estão de regresso à competição e têm uma final pela frente para continuarem a lutar pelo objetivo de conquista da Taça da Liga, num fim de semana em que temos muitas equipas em atividade.

1
A nossa equipa masculina de futebol volta hoje à competição, ante o Moreirense (19h00, em Moreira de Cónegos), e logo com um jogo decisivo para a continuidade em prova. A longa paragem devido ao Mundial e o valor do adversário, líder da Liga 2, significam dificuldades acrescidas, mas que pretendemos superar.
Roger Schmidt antevê "uma tarefa difícil" pois trata-se de "uma final para passarmos à fase a eliminar". O nosso treinador assume que "esta é uma das competições que vamos tentar vencer e há que ter muito boa atitude e muito bom desempenho" e deixa uma garantia: "Treinámos bem, a equipa está em boas condições."
Pode ver, no Site Oficial, a conferência de Imprensa de Schmidt.

2
Para ficar a conhecer todos os jogos e horários das nossas equipas de futebol e modalidades de pavilhão neste fim de semana, clique aqui.
Hoje, na Luz, temos as seguintes partidas: às 15h00, final da Taça Professor João Campelo frente ao CACO em hóquei em patins feminino; às 17h00, em voleibol, receção ao Esmoriz; e, às 21h00, embate com o Sp. Tomar em hóquei em patins.
E há as seguintes deslocações: em andebol, masculino, visitamos o Ac. Viseu (15h00) e, feminino, o SIR 1.º Maio (16h00); no basquetebol jogamos nos Açores, frente ao Lusitânia (15h00 locais). 

3
761102102 (custo de 1€ + IVA), este é o número de telefone para o qual pode ligar e ajudar a Fundação Benfica a distribuir sorrisos por crianças desfavorecidas neste Natal. Conheça aqui melhor esta iniciativa solidária.

4
Os nossos Juvenis foram à Escola Básica de Miratejo, no âmbito do projeto "Ligação à Comunidade", para distribuir bens alimentares às famílias dos alunos mais necessitados. Veja a reportagem da BTV.

5
Chamamos a atenção para o Open Day de futsal feminino, dia 19, no Pavilhão n.º 2 do Complexo Desportivo do Estádio da Luz. O evento é destinado às nascidas entre 2010 e 2013. Saiba mais, aqui."

Catarses 3️⃣4️⃣ Ó capitão, meu capitão!


"Pepe foi o primeiro jogador a manifestar solidariedade e reconhecimento por Fernando Santos, minutos depois de anunciado o despedimento do seleccionador, no que foi seguido por quase todos os colegas da seleção, alguns dos quais nem sequer estiveram no Mundial.
Pepe esteve à altura do posto que assumiu, ainda que interinamente, com dignidade e responsabilidade, quando necessário, no Catar.
Podemos nem saber que um capitão se situa normalmente entre tenente e major, sendo por isso da categoria dos oficiais intermediários, abaixo dos oficiais superiores, mas a nenhum outro reconhecemos a força e o poder da liderança, comando e incumbência. Porque a sua matriz, o latim “caput”, significa precisamente “cabeça” e evoluiu semanticamente na Idade Média para “chefe” ou, mesmo, “comandante”.
Temos pelo “capitão” maior identidade e confiança do que pelo “general” ou pelo “almirante”, sabemos que ele é a reserva do bem, que não se deixa possuir pelo autoritarismo, que não falha quando os outros se escondem, que é o último a abandonar o navio que se afunda.
Capitão é Abril, é verdade, coragem e dádiva, é a “nossa bandeira”, como diz Pepe - é um de nós.
Ora, todas as equipas de futebol devem ter um capitão, embora a única função prevista nas leis do jogo, Lei 3, seja a participação representativa no acto da escolha de campo, prévio ao jogo, e a recepção do troféu ganho, após a partida. O homem da braçadeira responde pelo comportamento do conjunto em campo: “o capitão não tem estatuto especial nem privilégios, mas assume um grau de responsabilidade pelo comportamento da equipa” - determina o International Board.
É precisamente no seio do grupo que ele desempenha, por missão e carisma, esse papel natural de liderança, muitas vezes erradamente confundida com antiguidade, como acontece por tradição e defeito na seleção de Portugal.
Nos primórdios do futebol, era o primeiro ajudante do treinador, inclusive na escolha dos jogadores: uma equipa podia nem ter treinador, mas tinha sempre capitão. Aliás, da história das grandes competições, recordamos mais capitães do que treinadores.
Sabemos, até à eternidade, quem estava lá, na tribuna a receber a taça das mãos dos dignitários, mas já se nos varreu da memória quem era o técnico desse triunfo: como o “capita” brasileiro Carlos Alberto, superior hierárquico de Pelé, ou Bobby Moore, o príncipe inglês no reinado de Bobby Charlton, Daniel Passarella como referência de Kempes, Lothar Matthäus a equilibrar Völler e Klinsmann, Didier Deschamps na sombra de Zidane, Iker Casillas a dar dimensão nacional aos génios catalães, o Cafu vulgar como tutor do fenómeno Ronaldo. E tantos outros.
O capitão não tem de ser forçosamente o dono da bola, o melhor ou mais famoso e influente jogador, o que marca mais golos ou estabelece mais recordes. O capitão é aquele que dá a cara pelo colectivo nos bons e sobretudo nos mais difíceis momentos. É o líder firme, a cabeça do grupo, que pensa, que enfrenta, que decide, que assume, que se faz ouvir, que se deixa seguir pelo exemplo.
Os melhores anos de Eusébio foram os tempos de Mário Coluna, o “grande capitão” a quem ele tratava por “senhor”, quando o prestígio e o respeito eram superiores hierárquicos da celebridade e do mediatismo.
A nova seleção de Portugal, além de um novo selecionador, também precisa de um novo capitão.
“O Captain! my Captain! our fearful trip is done;
My Captain does not answer, his lips are pale and still;
The ship is anchored safe and sound, its voyage closed and done”"

Com o Mundial de 2022, o negócio do futebol atinge a incongruência perfeita


"Como espectáculo, o futebol é uma maravilha que enleva multidões. Como negócio, é o exemplo mais acabado de todas as aldrabices e injustiças deste mundo. Só não vê quem não quer ver.

Comecemos pelo princípio; a Federation Internacional/Futebol Associacion (FIFA) foi fundada há 118 anos, em 1904, e inclui actualmente 211 federações nacionais (embora só existam 195 países...). Tal deve-se ao facto de reconhecer federações de territórios como Gales, Escócia ou das Ilhas Faroé — que têm cada uma as suas próprias seleções nacionais —, porque a confederação a que estão associadas (a UEFA, uma das 6 que fazem parte da FIFA) também reconhece.
A FIFA organiza o Campeonato do Mundo desde 1930 e o Campeonato Feminino desde 1991, além dos menos badalados torneios internacionais de futsal e futebol de praia. Não é tutelada por ninguém — portanto, não responde perante nenhuma entidade reguladora senão a si mesma — e as suas receitas vêm dos patrocínios. Para se ter uma ideia de magnitude, em 2018 teve receitas de 4,6 mil milhões de dólares e contava com 2,7 mil milhões de dólares de reservas.
Recuemos um pouco: os jogos em que se chutam bolas são velhos como a humanidade, mas o futebol moderno começou a ser praticado pelas universidades de elite inglesas e formalizado em 1863 — as chamadas “regras de Cambridge” — de modo a que pudessem jogar umas com as outras.
Os ingleses exportaram o futebol para todo o mundo. Em Portugal, por exemplo, o primeiro jogo ocorreu na Madeira, em 1875, organizado por um inglês que trouxa a bola da Grã-Bretanha. Em Lisboa, foram os irmãos Pinto Basto que lançaram a moda, em 1888.
O jogo era praticado por amadores, evidentemente, com o privilégio das classes altas, juntamente com outros sports, como o ténis, equitação, etc. Mas foi despertando o interesse dos “have nots”, formaram-se inúmeros clubes e surgiram equipas em associações populares.
Não há uma data determinante em que tenha passado do amadorismo para o profissionalismo. Os jogadores mais competentes e menos abonados começaram a ser pagos sub-repticiamente; a questão teve de ser encarada publicamente em 1884, quando a federação inglesa expulsou dois clubes por pagarem aos jogadores. O choque devia-se ao facto dos reguladores do desporto quererem mantê-lo amador e elitista, apenas acessível a quem não precisasse de ser pago para jogar. As mudanças laborais e industriais e a popularidade do futebol forçaram os segmentos aristocráticos e endinheirados a largar mão do controlo sobre a modalidade e permitir a profissionalização.
No final do século XIX, lá como cá, tornou-se necessário criar empresas futebolísticas para gerir a posse dos terrenos dos estádios, ao mesmo tempo que os treinadores, tendo que dedicar muito tempo ao passatempo, também passaram a receber ordenados. Quem pagava tudo isto eram as quotas dos adeptos.
O futebol era mesmo um desporto, praticado por quem gostava de jogar e sustentado por quem gostava de ver. Até que, fatidicamente — ou não, dependendo do ponto de vista — chegou a uma escala em que o amadorismo na gestão e na prática se tornaram impossíveis.
Em Portugal, tudo mudou em 1997, o ano em que foi publicada a lei que cria a figura jurídica “Sociedade Anónima Desportiva”. Os clubes que formaram SAD’s passaram a ser empresas de capital aberto, sendo as decisões diluídas entre os administradores e acionistas da empresa/clube, podemos dizer assim.
Em 2013, foi passada uma lei que essencialmente obriga os clubes nacionais a formarem SAD’s ou SDUQ’s (Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas, onde a titularidade do capital social pertence em exclusivo ao clube fundador) para poderem participar nas competições nacionais.
O caso não é grave quando o controlo da SAD está nas mãos do clube, isto é, quando o clube — e, por consequência, os seus sócios — tem mais de 51% do capital social, pois aí mantém-se soberano na gestão. No entanto, quando a SAD é controlada sobretudo por investidores, a situação muda de figura, pois cria-se um novo segmento dentro do clube que tem autonomia nas suas tomadas de decisão. O sócio deixa de ter o poder de voto como antes e as decisões do futebol do clube passam a ser dos acionistas. Com isso, as atitudes começam a seguir caminhos questionáveis e outros rumos não imaginados, como qualquer outra empresa, como aconteceu no caso do Belenenses e noutros emblemas históricos.
E assim o futebol deixou de ser um desporto, para passar a ser um negócio e um espectáculo.
1997 foi uma data marcante em Portugal, mas já há anteriormente o jogo tinha-se profissionalizado noutros países, e nunca mais deixou de sê-lo. Esta situação, acompanhada pela internacionalização de capitais e bens, levou a duas situações no mínimo estranhas: primeiro, os clubes passaram a ter donos que não eram da mesma nacionalidade e muitas vezes usavam o negócio como lavagem de dinheiro. Ficou famoso, entre muitos outros casos, o de Roman Abramovitch, o oligarca russo que comprou o Chelsea em 2003 (e só vendeu porque foi obrigado pelas sanções derivadas da Guerra na Ucrânia). Mas se formos ver a lista de proprietários dos clubes ingleses, por exemplo, a maioria são americanos, árabes e chineses! O Paris Saint-Germain, para dar um exemplo francês, pertence ao Qatar Sports Investments, que por sua vez pertence ao fundo estatal Qatar Investment Authority. Ou seja, na verdade pertence ao Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Qatar.
A segunda situação estranha (à falta de melhor palavra) é que nem todos os treinadores e jogadores das seleções nacionais nasceram no país que representam. Os treinadores não precisam de pertencer, pelas regras da FIFA. Quanto aos jogadores, podem naturalizar-se caso não tenham jogado pela sua seleção de origem — o que para muitos, nascidos em países de fome, representa um upgrade muito vantajoso.
Chegamos assim à situação surreal em que as seleções nacionais não são constituídas por jogadores ou técnicos desses países. Dependem exclusivamente da capacidade financeira das federações nacionais, ou dos clubes, para os captarem.
Voltemos agora à FIFA. Num negócio sem supervisão jurídica de nenhum órgão internacional e que mexe com zilhões de dólares — não só os patrocínios como também as transferências de jogadores e a escolha dos países organizadores — são inevitáveis as jogadas, os favores, enfim, a corrupção de todos os tipos. Basta ver que a quantidade de presidentes e vice-presidentes da organização que foram acusados de receber dinheiro e favores por fora. Alguns, como Sepp Blatter, conseguiram ser absolvidos perante a justiça por falta de provas. (Como se sabe, o mais difícil nos casos de corrupção é a necessidade do corruptor activo admitir culpa...) Mas houve ouros, como Reynaldo Vasquez, João Havelange e Chuck Blazer, que não conseguiram escapar. Ao todo, mais de 24 quadros superiores da FIFA foram acusados.
A escolha do país que organiza o campeonato é uma das decisões mais suspeitas, como foi o caso da Rússia em 2018 e, mais evidentemente, o Qatar este ano. Até Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento Europeu, é suspeita de ter sido corrompida pela Qatar. Nunca se saberá a teia de pagamentos, compromissos e favores que levaram à escolha dum país que não tem nenhuma, mas mesmo nenhuma, razão para ser escolhido. O clima, a falta de estruturas, a ausência de tradição futebolística, o desprezo pelos direitos humanos, a humilhação das mulheres... a lista é interminável.
Só mesmo os fundos inesgotáveis do petróleo e a máquina de corrupção que o negócio de futebol se tornou justificam esta escolha.
E, por falar em Qatar, chegamos ao aspecto mais surreal a que o espectáculo chegou: não havendo adeptos dos países participantes para encher os faraónicos estádios, quer-me parecer que o Emirado pagou aos escravos que construíram esses estádios para os encherem durante os jogos. Uma promoção para eles, com certeza; depois de receberem uma miséria para amassar cimento, recebem uma miséria e mais uma camisola para assistir aos jogos e torcer por países de que mal ouviram falar.
E chegamos assim, simbolicamente, ao supra-sumo das aparências: equipes nacionais constituídas por estrangeiros, aplaudidas por claques que também não pertencem aos países que apoiam. Nos camarotes VVIP (uma nova classificação, acima de VIP) os ricos e poderosos têm ao seu dispor alta cozinha, champanhe à vontade e até quartos nas traseiras para comemorar intimamente os golos dos seus clubes, enquanto os fãs são alojados em tendas e contentores.
Não há dúvidas que chegamos ao epítome da civilização: nada é o que parece, as convicções são apenas um espectáculo, e a diferença entre muito ricos e muito pobres é a maior desde que o homem descobriu o fogo.
Se alguma vez formos visitados por uma civilização inteligente (tipo, os vulcanos) como é que lhes vamos explicar isto?"