terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Derrota em França

Montepellier 33 - 27 Benfica
(16-12)

A ressaca da vitória Europeia está complicada! Estamos mais fracos é um facto, e os adversários já nos olham de outra forma! Hoje, até estivemos a um nível aceitável, mas o adversário foi mais forte, no início da 2.ª parte, permitimos ao Montepellier cavar uma diferença, que depois nunca mais conseguimos recuperar... A ausência do Kallman também não ajudou...

Derrota na Bélgica...

Roeselare 3 - 0 Benfica
25-18, 25-22, 25-16

Nova derrota, contra os Belgas, com o Argentino deles em grande destaque!
Não vale a pena bater mais na tecla, este Benfica precisa de se renovar, a este nível na Champions, não temos hipóteses... e vamos ver se internamente, esta época, será vitoriosa!

Talento e superação


"Este é o título da obra apresentada ontem, no auditório do Museu Benfica Cosme Damião, que evoca as extraordinárias conquistas europeias benfiquistas nos anos 1960, um evento que contou com a participação de quatro campeões europeus.

1
António Simões, Artur Santos, José Augusto, Mário João, personalidades lendárias da história do Benfica, participaram na apresentação do livro "Talento e Superação", da autoria do departamento do Património Cultural do Clube. Fernando Cruz, por motivos de saúde, não pôde comparecer.
Perante uma plateia repleta de Benfiquistas, incluindo vários antigos jogadores, e sob moderação do jornalista Gabriel Alves, as quatro glórias do Benfica partilharam memórias e falaram da epopeia do bicampeonato europeu, o maior feito desportivo da imensa e gloriosa história do Sport Lisboa e Benfica.

2
São muitos os episódios revelados neste livro, alguns deles de forma inédita. Na apresentação, alguns destes foram contados na primeira pessoa, mas o que mais se ouviu foi o desejo de voltarmos a ver o Benfica de novo campeão europeu.
Rui Costa enalteceu o contributo indelével dos campeões europeus para a grandeza do Clube: "Quero agradecer-vos pessoalmente pelo que fizeram pelo Benfica. Saímos daqui muito mais Benfiquistas. Vocês são o grande pilar da grandeza deste Clube."
O Presidente do Sport Lisboa e Benfica lembrou que os obreiros das façanhas europeias dos anos 1960 "não eram os mais bem pagos da Europa, nem tinham as melhores condições" e, dirigindo-se aos campeões europeus presentes no evento, prestou-lhes o tributo devido e salientou o seu papel inspirador: "Foi a vossa valentia que deu ao Benfica os dois títulos de campeão europeu. Têm de continuar a ser exemplo para que possamos voltar a ser Campeões Europeus e essa era a maior homenagem que vos poderíamos fazer."
Veja a intervenção de Rui Costa.

3
A nossa equipa de andebol joga hoje, às 19h45, em Montpellier, em mais uma partida da fase de grupos da EHF European League, desta feita num pavilhão mítico da modalidade a nível europeu.
Chema Rodríguez fez a antevisão: "Vai ser um encontro muito complicado. Têm um prestígio enorme enquanto clube. Fizemos coisas boas na partida da Luz e queremos repeti-las lá. Temos de acrescentar outras coisas e corrigir alguns erros que cometemos para que no fim possamos ganhar."
Também a nossa equipa de voleibol tem confronto europeu: visita ao Roeselare, da Bélgica, no âmbito da fase de grupos da Liga dos Campeões. Marcel Matz considera que "temos de entrar muito fortes para alcançar um resultado positivo, o nosso objetivo" e garante que "vamos com tudo para vencer, perante um adversário mais dentro da nossa realidade, mas que está a jogar muito bem no Campeonato".

4
Marque já na agenda: amanhã, às 19h00 na Luz, há jogo de basquetebol com o Sporting. O apoio à nossa equipa é fundamental para que alcance vitórias.

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António Silva foi eleito, pelos treinadores principais da Liga, o melhor defesa em outubro/novembro. Samuel Soares foi considerado, no mesmo período, o melhor guarda-redes da Liga 2."

Com Contacto ou Sem Contacto!!!


"Diogo Faria não tinha contacto nenhum com Rui Pinto. Ou melhor não tem há diversos anos...
Em que ficamos!? Apanhado a mentir em Tribunal?"

Mau filho a casa torna


"Com certeza que já ouviram falar do Centro de Treinos de Árbitros, na Maia. É aquele local que, em Janeiro de 2017, foi invadido por elementos dos Super Dragões. Foram 'conversar' com alguns árbitros, entre eles Artur Soares Dias, escalado para apitar o FC Porto no fim de semana que se seguiu. Os indivíduos de claque ameaçaram Soares Dias na presença de José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol. Passaram quase seis anos. Alguém foi castigado por tal comportamento? Nada, como é normal para aqueles lados.
À luz das mais recentes notícias, é justamente no Centro de Treino de Árbitros da Maia que vai ficar instalada a Academia do FC Porto. Ou seja, uma SAD em estado de falência técnica (passivo de 530 milhões de euros e capitais próprios negativos superiores a 150 milhões de euros) e com receitas hipotecadas, inventou forma de comprar terrenos e financiar uma obra de envergadura. Nada de novo, depois dos financiamentos públicos ao Porto Canal, oferta de propriedades e diversos milagres, como o Centro de Treinos do Olival, cujo investimento foi garantido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e a quem o FC Porto paga uma renda de 500 euros por mês. Da lista de favores também fazem parte o Estádio Jorge Sampaio, em Pedroso, Gaia (em exclusivo para a equipa B azul e branca), o Pavilhão Municipal da Lavandeira, igualmente em Gaia (onde treina à borla o andebol do clube ou o Complexo de Piscinas da Campanhã, no Porto, onde treinam os atletas da natação, pugilismo e desporto adaptado dos dragões. Neste caso, a parceria com a autarquia permitiu que o clube tenha encaixado 1,6 milhões de fundos comunitários para reabilitar as piscinas camarárias.
Mais uma vez, tudo normal para aqueles lados. Não admira que nunca queiram prestar contas na justiça a sul do Mondego."

Ricardo Santos, in O Benfica

Gonçalo e mais dez


" 'Nem sabia que o Gonçalo Ramos é esquerdino', dizia um amigo meu depois do jogo de Portugal com a Suíça. 'E não é', tive de lhe responder. Mas parecia, de facto. Aquele míssil dirigido à baliza helvética não só fazia parecer que o jovem avançado é canhoto, como dava até a entender que, antes de tomar leite com cereais à noite e se ir deitar, está mesmo acostumado a partir canhotas ao meio com aquele tipo de golpe.
O Gonçalo não é esquerdino, mas também não tenho a certeza se será destro. Sei - isso, sim - que, para fazer balançar as redes, tanto lhe dá utilizar um é como o outro, a cabeça, o peito ou o calcanhar. É um avançado de área e de apoio. Um jogador de combate e de definição. Um avançado de golo, assistência e participação ativa e coletiva num futebol desenhado para o ataque. O Gonçalo tem tantas características positivas, que até são capazes de me convencer a falar dele como se eu fosse doutrinado em comentário futebolístico. A verdade é que sou mais futebolês. Não dos que vão ver jogos ao café, até porque não estou habituado a ter de me desviar de cadeiras que voam enquanto tento acompanhar a bola a rolar, mas, sim, do futebolês entre amigos, que infantilmente discutem se será mais importante Portugal ganhar a Marrocos ou a Inglaterra eliminar a França, para sabermos qual a probabilidade de chegarmos pela primeira vez na história à final de um Mundial - quem sabe, ganhar. O mister e a equipa têm de pensar jogo a jogo, claro, mas eu sou um adepto que gosta de fazer contas adiantadas, e a verdade é que a conta para as meias-finais é muito fácil de fazer. Até porque, com o Gonçalo a este nível, não vejo de que forma é que íamos conseguir arranjar espaço para o Èder."

Pedro Soares, in O Benfica

Um furacão na viagem mais longa


"A noite da passada terça-feira, 6 de Dezembro, foi reveladora: a seleção nacional está mesmo no Catar! Portugal chegou ao Campeonato do Mundo com sensivelmente duas semanas de atraso, mas ainda muito a tempo de justificar a capa de candidato à conquista do título internacional que assumidamente veste. No primeiro jogo da fase eliminatória, o seleccionador Fernando Santos não olhou, enfim, a nomes, fundiu as peças com base na relevância do que cada uma delas pode dar à equipa das quinas do ponto de vista do rendimento desportivo, desamarrou o talento, e a consequência não podia ser mais favorável.
Na linha avançada, o goleador-mor da liga portuguesa foi o furacão que sabemos, com três golos marcados e um oferecido no embate com a Suíça nos oitavos de final da prova, e, como se ainda fosse necessário, revalidou a sua inclusão na convocatória. Na impactante estreia na pele de titular, Gonçalo Ramos foi, em poucas palavras, o mesmo finalizador clínico que temos visto impor-se, de jogo para jogo, no eixo do ataque da equipa do Benfica dinamizada pelo estilo de jogo cunhado por Roger Schmidt. Sem caridade nem protecionismo, escalou por mérito próprio - e as evidências são bem mais poderosas do que qualquer arranjo de palavras pomposas.
Uma exibição de mão-cheia de Gonçalo Ramos que facilitou a tarefa coletiva num momento severo, embalando a seleção para o duelo com Marrocos nos quartos de final do Campeonato do Mundo, mas que, por cá, também teve a a particularidade de abonar a mitigação do considerável vazio provocado pela realização de um Mundial a meio de um ano desportivo, um acontecimento inaudito na estação outono-inverno que veio objetivamente colocar em pausa o percurso arrebatador da equipa benfiquista. É assim uma sensação gémea da que nos domina quando viajamos nas paginas de um livro cativante e encantador, mas cuja leitura somos, de repente, forçados a interromper, adiando-a por um tempo.
Por sorte, e enquanto a expressão de vida da seleção no Mundial configura um misto de esperança e de incógnita a prazo, o calendário e a agenda anunciam o retorno do futebol do Benfica, já neste fim de semana, com um jogo de preparação no Algarve frente aos espanhóis do Sevilha, a menos de uma semana de distância do terceiro e último desafio oficial na fase de grupos da Taça da Liga, com porta aberta para os quartos-de-final da competição. A boa liderança, indispensável, não nos costuma falhar."

João Sanches, in O Benfica

Muito Benfica


"Enquanto o Mundial do Catar vai monopolizando as atenções mediáticas, e o futebol de clubes está mais ou menos parado, há muito Benfica a correr pelos pavilhões e pelos campos desde país e não só.
De momento, olhando para as principais modalidades, o Benfica, além do futebol, no plano masculino lidera também os campeonatos de basquetebol, futsal e hóquei. Faltam andebol e voleibol, coisa para resolver nas próximas semanas.
No sector feminino e domínio é esmagador: futebol, basquetebol, futsal, hóquei, andebol, râguebi e polo, em alguns dos casos com vantagens significativas. Escapa, por enquanto, o voleibol.
Já no futebol de formação, somos primeiros em sub-23, juniores masculinos e femininos, juvenis A e juvenis B. A excepção aqui são os iniciados, com um dérbi neste fim-de-semana para repor a normalidade. Também na formação de outras modalidades, o Benfica surge invariavelmente em destaque, com equipas competitivas, liderantes e prometedoras.
Em competições internacionais, somamos já 50 vitórias nas diversas modalidades, caminhando para superar o recorde de 64 alcançado na última temporada.
É preciso que tudo isto, no fim, se traduza em títulos. Mas os sinais não podiam ser melhores.
A aposta nas modalidades tem sido forte, está a dar frutos, e merece ser acarinhada por todos os benfiquistas. Sabemos que o barómetro é, e não deixará de ser, o futebol profissional. E esse também está como se vê. Mas todos os outros escalões, são peças de um enorme puzzle que faz do nosso o maior clube português, e um dos maiores e mais ecléticos da Europa e do mundo."

Luís Fialho, in O Benfica

O Benfica continua lá!


"Passaram cinco anos desde os incêndios mais fatídicos de que temos memória. Cinco anos desde que as televisões fecharam canal a todos os temas senão este e que a sociedade no seu todo abriu um parêntesis no seu todo abriu um parêntesis no egoísmo e desatou a dar desmesuradamente. Passaram cinco anos desde que o luto de tantas famílias foi genuinamente partilhado por todos e que centenas perderam casas. Entretanto, reconstruir e reflorestar foi a palavra de ordem mais ouvida, mas as crises, pandemias e guerras parecem ter baixado o tom e a premência desde apelo. Meia década se passou, em que muito se falou de reflorestar, em que a floresta autóctone foi guindada a solução estrutural, e em que as palavras planeamento, reordenamento e reflorestação foram repetidas vezes sem conta. Muito se fez, é verdade, mas não é menos verdade que, se tudo o que se disse fosse feito, teríamos hoje uma situação melhor, infelizmente não é assim. Infelizmente para a as zonas mais ardidas, muitos que falaram já não passam perto, mas as comunidades do inferior resistem e lutam pela sua floresta. Por uma floresta que é património de todos nós, por isso também o Benfica continua lá desde a primeira hora. É lá continuará enquanto fizer a diferença junto com as organizações locais. Obrigado, Lousitênea!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"5
São 5 os jogadores do Benfica nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo, 2 pela Argentina, 3 por Portugal;

9
À hora de fecho desta edição, das 12 equipas seniores do Benfica, masculinas e femininas, de futebol e modalidades de pavilhão, 9 lideram os seus campeonatos. Futebol, basquetebol, futsal e hóquei em patins em ambos os géneros, mais o andebol (feminino). Destas 9 só a masculina de hóquei em patins não se encontra isolada na liderança. Acrescente-se as equipas femininas de polo aquático e rugby. Como disse Rui Costa esta semana, a época está a correr bem, mas é no final que nos interessa estarmos em primeiro;

20
A equipa feminina de basquetebol soma 20 vitórias em 20 jogos desde o início da temporada, incluindo 4 na competição europeia que disputa (até ao fecho desta edição). Pleno de triunfos também no andebol feminino (12, incluindo 3 jogos europeus) e no futsal feminino (12, incluindo a Supertaça decidida nos penáltis);

32
Desde Skurahvy, da Checoslováquia no Campeonato do Mundo realizado em Itália, em 1990, que um jogador não marcava 3 golos numa partida das rondas a eliminar do Mundial. Gonçalo Ramos fê-lo contra a Suíça, num jogo em que também se tornou no português mais novo de sempre a marcar nos oitavos-de-final (ou eliminatórias seguintes) da prova, num golo que, segundo dados oficiais, a bola atingiu, depois de rematada, uns impressionantes 106 kms/h, a fazer lembrar Eusébio, o anterior detentor do recorde (Coreia do Norte, 1966, quartos-de-final);

43
Casas do Benfica participantes no Torneio Mundial de Sueca, representadas por cerca de 900 benfiquistas;

70
João Alves, um dos grandes jogadores que serviram o Benfica, completou 70 anos de vida. Parabéns!"

João Tomaz, in O Benfica

Centenário de José Saramago


"Sócio Honorário do Sport Lisboa e Benfica e Nobel da Literatura, José Saramago é o escritor contemporâneo mais celebrado. Falecido em 2010, autor de uma vasta e muito apreciada obra, teria completado 100 anos no dia 16 de novembro.

José Saramago era Benfiquista. Era o próprio quem o assumia, não obstante um certo distanciamento progressivo em relação ao futebol no decurso da sua vida, conforme confessou em entrevista dada a Afonso de Melo, recuperada em 2017 nas páginas de O Benfica em crónica do mesmo autor: "Eu fui Sócio do Benfica com os meus 8 ou 9 anos. Por influência do meu pai, claro está!, ele era um Benfiquista ferrenho, do tempo do estádio das Amoreiras, com aquelas bancadas e aquele peão de Terceiro Mundo. Mas depois as mudanças de vida levaram-me para outros caminhos."
O afastamento não significou corte definitivo, aceitando, em 1999, um ano após ser agraciado com o Nobel da Literatura, a homenagem que o Sport Lisboa e Benfica lhe prestou, ao atribuir-lhe o estatuto de Sócio Honorário.

José Saramago publicou, em 1956, um artigo no suplemento Cultura e Desporto do jornal O Benfica

A obra de José Saramago conta com vários romances entre os considerados melhores da literatura portuguesa publicada no século XX. Livros como A Jangada de Pedra, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Ensaio sobre a Cegueira, Memorial do Convento ou (à data, muito polémico) O Evangelho segundo Jesus Cristo, entre outros, fazem de Saramago um escritor único, de estilo singular, controverso e imensamente laureado.
Os romances não perfazem a totalidade do seu legado à humanidade. Contos, diários, narrativas infanto-juvenis, peças de teatro e crónicas foram outros dos formatos da expressão artística do escritor, entre os quais se inclui um quase ignorado artigo publicado no suplemento Cultura e Desporto do jornal O Benfica. Este suplemento surgiu em dezembro de 1955, sob a direção de Paulino Gomes Júnior, responsável máximo do jornal O Benfica em cinco períodos distintos e hoje mais conhecido pela autoria da letra de Ser Benfiquista.
Na página 2 da edição publicada em 19 de janeiro de 1956 consta um artigo intitulado "É tempo…" da lavra de José Saramago, então com 33 anos de idade. O futuro Nobel começa por discorrer sobre "o critério absurdo que pretende impor a ignorância como… meio de conhecimento", o ponto de partida para uma crítica ao conservadorismo, subversiva quanto baste num tempo em que ainda vigorava, fora do meio artístico, o primado do convencional.

"Eu fui Sócio do Benfica com os meus 8 ou 9 anos. Por influência do meu pai, claro está!, ele era um benfiquista ferrenho, do tempo do estádio das Amoreiras"
José Saramago

Saramago argumenta que pronunciar as palavras "No meu tempo…" é equivalente a "uma certidão de óbito mental" e desenvolve a ideia: "Eis a confissão de que o tempo em que fisiologicamente continuamos a viver já não é o nosso tempo, eis o reconhecimento tácito de que estamos cegos para tudo que seja expressão viva e autêntica de um mundo em que vagueamos como fantasmas de um universo revoluto, agarrados a convicções, ideias e formas que, diga-se, valem pelo que valem, e muitas vezes valem muito, mas não pelo que nos habituámos a encontrar nelas."
O autor exemplifica com a costumeira rejeição da arte moderna: "Repare-se na contradição: este homem sonha com um automóvel do último modelo, usa capa de plástico, calça peúgas de nylon, serve-se do telefone, anseia pela televisão, reclama o metropolitano, faz projetos de viagens à Lua – e não quer nada com a arte do tempo em que vive." Mais adiante: "Pois não se está mesmo a ver que os estúpidos somos nós? Nós que temos a franqueza (a força, digamos antes) de amar o tempo em que vivemos, a inocência lúcida de ir para a obra de arte autêntica sem ideias feitas, sem atitudes preconcebidas, sem bitolas aferidas pela autoridade e pelo hábito." E conclui: "A arte moderna, queiram-no ou não, é uma coisa muito séria, tão séria como o foi sempre a arte em qualquer época. Troçar dela, ignorá-la, não adianta nada. Ela permanece ali diante de nós, à espera, com a tranquila certeza de quem sabe que cedo ou tarde lhe farão justiça. E parece-nos que já vai sendo tempo de começar."
É por estas e por outras que, cada vez que se tenta rotular o Sport Lisboa e Benfica de "clube do antigo regime", qualquer Benfiquista informado se debate com a mesma dúvida de Paulino Gomes Júnior, revelada numa destas páginas em plena ditadura do Estado Novo, corria o ano de 1972. Em causa estavam as críticas proferidas na Assembleia Nacional por um deputado da nação dirigidas aos jornais privados de clubes, e eis a dúvida do diretor de O Benfica: "Não precisei de ler mais nada para ficar sem saber se devia escancarar-me todo de riso, se me morder de indignação.""

Silêncio...


"Faz hoje 72h que a Seleção Nacional foi eliminada da maior competição planetária de futebol. TAL COMO NOS CLUBES, também na Seleção Nacional é imperioso fazer um balanço do que foi esta campanha (fase de apuramento inclusive) e retirar daí as suas consequências. TAL COMO NOS CLUBES, é necessário que venha alguém dar a cara pelo fracasso.
E quem apareceu!? NINGUÉM!!
Veja-se o exemplo da Bélgica e da Espanha. Os respectivos Selecionadores assumiram o fracasso e abandonaram o cargo. Fernando Santos, nem quer falar em demissão.
O Presidente Fernando Gomes está desaparecido, silencioso e a única coisa que se vai lendo e ouvindo vem da máquina de propaganda por ele comandada. Ninguém parece interessado em apurar responsabilidades, ninguém parece incomodado com o facto das três principais figuras da Seleção chegarem ao Catar com manchas reputacionais, ninguém parece, realmente, querer saber que a melhor geração de jogadores Nacionais, não tenha passado dos quartos de final da competição.
Dos escândalos fiscais relativos aos contrato de Fernando Santos (em conluio com a FPF, que é uma Entidade Pública), às constante 'birras' e maus exemplos de Cristiano Ronaldo, o Presidente da FPF NADA diz, NADA resolve, NADA faz.
A máquina comunicacional da FPF, mesmo durante o Mundial, abafou tudo o que foi relativo ao mau comportamento de CR7. Mentiu descaradamente aos portugueses e no final ainda está a querer fazer passar a ideia, que o tremendo erro de Diogo Costa só existiu devido à inércia de Rúben Dias no lance que resultou do golo de Marrocos e que teve como consequência a eliminação de Portugal.
O que se seguiu ao jogo foi, então, o ponto alto do (des)governo desta Federação:
* O capitão de equipa foi o primeiro a abandonar o campo deixando os restantes jogadores no relvado;
* A comitiva que chegou ao Catar junta, perdeu10 jogadores que preferiram ficaram de férias. Falta saber a expensas de quem?
Onde está o tal espírito de equipa nas vitórias e nas derrotas?
Despedir o treinador custa uma fortuna. Mas demitir-se o Presidente custará muito mais...
Que o digam os CA e CD da FPF, que vêm somando escândalos atrás de escândalos, quer nas nomeações de árbitros, quer nas decisões mirabolantes (quase sempre revertidas por um TAD da vida), sempre em prejuízo do SL Benfica.
O engraçado é estipularem um valor milionário para despedir um Selecionador, que declara receber 5000€/mês.
Juntemos a tudo isto o facto da FPF e do seu Presidente patrocinarem Fernando Madureira, como chefe de uma claque de apoio à Seleção, conhecido por ser líder dos Super Dragões, escrever um livro em que se gaba dos roubos efetuados em estações de serviço (Super Dragões), atos de violência gratuita, declarar receber 500€ por mês, mas andar a fazer férias luxuosas e ainda conseguir estar presente no Catar, numa das unidades hoteleiras mais caras do mundo. Nada que já não se estranhe...
Uma verdadeira vergonha! É a colocação do futebol português no ponto mais baixo que se conhece.
Estes senhores continuam a achar que ser Campeão da Europa e vencedor da Liga da Nações, tem efeitos de imunidade quando se trata de manchar o nome de Portugal.
É tempo de Fernando Gomes dar a cara. É tempo de deixar o futebol português. É tempo de mudança. É para ontem..."

De volta


"Esta edição da News Benfica é dedicada à intensa atividade benfiquista ao longo do fim de semana.

1
No âmbito da preparação para a retoma da competição, a nossa equipa de futebol disputou, no Algarve, um jogo amigável com o Sevilha. Roger Schmidt, ainda sem poder contar com os seis mundialistas, utilizou 23 jogadores, incluindo os estreantes jovens formados no Clube, João Neves e Samuel Soares.
Fredrik Aursnes, regressado após lesão, considera que "a pausa serviu para renovarmos a energia da equipa para o resto da temporada" e que o encontro com o Sevilha "foi um bom jogo para retomarmos a competição".
Veja o resumo da partida.

2
Num excelente jogo de propaganda à modalidade, a nossa equipa de basquetebol venceu o FC Porto, por 97-93, em jogo a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal. Norberto Alves elogiou a equipa e os adeptos: "Foi um jogo intenso, foi preciso ter muita cabeça. Todos somos uma equipa, jogadores, adeptos, todos… e foram decisivos na vitória. Foi muito importante e ficámos contentes por vermos tanta gente no Pavilhão a apoiar-nos!"
Pode ler a reportagem e ver o resumo, aqui.

3
O dérbi com o Sporting, na Luz, em andebol, saldou-se por um empate a 27 golos, numa partida em que a exibição da nossa equipa mereceu um desfecho vitorioso, infelizmente por alcançar. Chema Rodríguez salientou esse aspeto: "Fizemos um bom jogo e faltou-nos um pouco de sorte no final. Tivemos ocasiões para ganhar o encontro e hoje não tivemos sorte. Não estamos satisfeitos, mas os jogadores deram tudo e não tenho nada a apontar-lhes."
A lamentar, também, a intransigência dos dirigentes do Sporting, que se recusaram a alterar o horário do jogo, cujo início ocorreu em simultâneo com o desafio de Portugal, frente a Marrocos, nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo.

4
A nossa equipa de voleibol iniciou a segunda fase do Campeonato com um triunfo, ante o Castêlo da Maia, por 3-0. No futsal visitámos o Eléctrico e ganhámos por 2-4, fechando a primeira volta da Liga Placard na liderança isolada. No hóquei em patins seguimos em frente na Taça de Portugal ao derrotar o Taipense, por 1-8. Em rugby, 63-17 ao CDUP.

5
Quanto às equipas femininas, no futebol batemos o Valadares Gaia, por 5-0. Em hóquei em patins, fecho da primeira fase com um triunfo, por 2-5, na visita ao Sporting. No futsal goleámos o Feijó, por 0-13. No basquetebol, a nossa equipa prossegue plenamente vitoriosa na Liga, tendo derrotado, nesta jornada, o CP Natação, por 71-57. Em voleibol não fomos felizes ante o AJM/FC Porto (3-0) e, no andebol, duplo triunfo. Para o Campeonato, domínio sobre o Colégio de Gaia (48-29) e, para a EHF European Cup, 50-24 ante o ZRK Borac e presença assegurada nos oitavos de final da competição.

6
Nos Campeonatos Nacionais de Natação, Seniores e Juniores, realizados em Leiria, fomos o Clube mais medalhado na vertente masculina, Seniores, com 17 presenças em pódio (mais 5 no feminino), das quais sete de ouro, o máximo de um clube na prova. Nos Juniores foram 22 os medalhados (14 nos rapazes, 8 nas raparigas, o máximo no masculino e a nível coletivo).
Diogo Ribeiro tornou-se no primeiro português a fazer os 100 metros livres abaixo dos 47 segundos (46, 65 segundos). Na prova de estafetas 4x100 livres, a nossa equipa, composta por Diogo Costa, Diogo Ribeiro, Miguel Marques e Miguel Nascimento, também estabeleceu o recorde nacional (3.12,81). O novo recorde de 4x50 estilos foi igualmente estabelecido pelo Benfica (1.36,67), que viu mais um nadador tornar-se recordista nacional (Miguel Nascimento nos 50 metros livres – 21,22)."

5 avançados que marcaram a última década do SL Benfica


"Por vezes, há certas ações, momentos e ocasiões que são de tal forma impactantes que conseguem marcar pessoas, massas adeptas, clubes ou até gerações. Quando se fala de avançados esses momentos normalmente traduzem-se em golos. Embora não sejam apenas golos que fazem a carreira de muitos, é importante relembrar aqueles que os marcaram tantas vezes e que foram capazes de marcar, também, os últimos anos do Sport Lisboa e Benfica.

5. João Félix Uma época de sonho foi o que bastou, ao ainda jovem de 19 anos na altura, para encantar os adeptos benfiquistas, o futebol nacional, e tornar o seu nome num legado a seguir numa futura geração do clube.
Na época de 2018/2019 o avançado português somou 20 golos e 11 assistências em apenas 43 jogos e foi um dos grandes obreiros da reconquista benfiquista do campeonato português, que não conseguiu vencer aquele que seria o penta campeonato, no ano anterior. Essa excelente temporada acabou por ser presenteada com o prémio Golden Boy, referente ao melhor jogador jovem do ano, e também com uma movimentação exorbitante para o Club Atlético Madrid avaliada em cerca de 126 milhões de euros, algo nunca antes visto no futebol português. Um verdadeiro marco na nova geração benfiquista e no futuro do clube.

4. Konstantinos MitroglouProveniente do Fulham FC, o avançado grego chegou à Luz já com 28 anos, com rótulo de goleador, mas sem carimbo de estrela.
Numa altura em que o plantel encarnado contava com Jonas e Raúl Jímenez como as principais referências ofensivas, Mitroglou acabou por conquistar espaço e tornar-se um dos principais elementos da equipa das águias. Em duas épocas o grego contabilizou 62 golos e assistências combinadas em apenas 88 jogos. A área era o seu habitat natural e o golo o seu passatempo favorito. Um jogador verdadeiramente impactante na sua passagem pelo clube.

3. Lima Rodrigo José Lima dos Santos, mais conhecido como Lima no mundo do futebol, chegou à Luz oriundo do SC Braga na época de 2012/2013.
Com o número 11 nas costas, o brasileiro realizou três épocas fantásticas ao serviço dos encarnados onde somou 70 golos e 24 assistências em 144 jogos. Um autêntico canivete suíço na frente de ataque encarnada, capaz de jogar em qualquer posição a nível ofensivo. Muito completo e sobretudo bastante útil para a equipa sempre que pisava o terreno de jogo. Talvez alguém a quem nunca lhe foi reconhecido o devido mérito por tudo aquilo que fez e ajudou a conquistar enquanto jogador das águias. No total foram seis os títulos conquistados pelo brasileiro nas três temporadas realizadas ao serviço do Benfica. Uma autêntica fonte de rendimento.

2. Jonas Chegado a Lisboa, como jogador livre, no verão de 2014, ninguém diria que Jonas, já com 31 anos, se viesse a tornar uma lenda do clube.
Depois de não conseguir convencer a europa ao serviço do Valência CF, Jonas chegou ao futebol português e foi capaz de se transformar num ídolo ao serviço das águias. Em cinco épocas, “ O Pistolas”, faturou por 137 vezes em 183 jogos realizados. Nesses cinco anos conquistou por quatro vezes o título de campeão nacional, e venceu também uma Taça de Portugal, duas Supertaças e duas Taças da Liga. Individualmente venceu também duas Bolas de Prata, que distinguem o melhor marcador da Liga Portuguesa. Jogava e fazia jogar, deliciava os adeptos com o seu futebol e mostrou uma compaixão enorme pelo clube. Um jogador difícil de esquecer.

1. Óscar Cardozo Cardozo, ou apenas Tacuara, atuou no Benfica entre 2007 e 2014 e deixou no clube uma marca excecional.
Com um pé esquerdo de louvar, o paraguaio chegou a Lisboa desconhecido e foi capaz de colocar o seu nome nos esplendores do futebol nacional. Em sete temporadas ao serviço dos encarnados, apontou 172 golos em 295 jogos e tornou-se no melhor marcador estrangeiro da história do Benfica (nono no total). Sagrou-se por duas vezes melhor marcador da Liga portuguesa e conquistou dois títulos de campeão, uma Taça de Portugal e cinco Taças da Liga. Foi também, por uma vez, melhor marcador da Liga Europa.
“Tenham cuidado, ele é perigoso, ele é o Óscar ‘Tacuara’ Cardozo.”
Um autêntico ícone incontornável na história do clube."

Primeira derrota da época?


"Alguém diga aí para que competição foi então, que não se encontra em lado nenhum. Recorde-se que o Benfica já havia perdido anteriormente contra os coletes de amarelo num jogo treino também, no Estádio da Luz. Pensem nisso porque a situação, pelos vistos, é dramática.
Que gente mais pateta."

Soldo...!!!


"A comunicação social que temos, até agora não considerava os jogos de pré época para as estatísticas, no número de vitórias conseguidas desta temporada.

Agora, num jogo amigável, já serviu para falar em fim de invencibilidade. Já agora em que competição se insere este jogo?

Crápulas a soldo..."

Patéticos.


"Comunicação Social vassala a roçar a decadência. Agora os amigáveis já contam? É que se contam o Benfica já havia batido o melhor registo de sempre de invencibilidade há mais de um mês. Até mandam foguetes, os abutres. "Un partido muy importante para o Sevilla" - Jornalista da Sport TV logo a abrir na flash, todo feliz com a derrota do Benfica num jogo a feijões que não contava nem para a Betclic. A festa que fazem por causa dum jogo treino. O anti-benfiquismo primário não resiste a este tipo de palermices."

Catarses 2️⃣9️⃣ Ecce homo!


"“Eu!”
Foi assim que um imortal e muito especial patriarca do jornalismo desportivo respondeu, num debate televisivo sobre o impasse em torno da escolha de um selecionador nacional, à pergunta que hoje também circula em todos os painéis mediáticos e mesas de café.
José Neves de Sousa fazia uma adaptação livre do célebre lavar de mãos de Pilatos, entregando o futuro de Cristo ao desvario fanático dos fiéis, pouco dados a reflexões, decisões rebuscadas e ideias fora da caixa. “Ecce homo!”
Assim estamos agora, no limiar de um novo ciclo, com a FEMACOSA crucificada e atirada à cova escura “desfeita em vento” como o estro do Bocage, à procura de alguém que resgate o futebol da seleção nacional através da sabedoria, da experiência, da identidade, do prestígio global e do carisma sem igual, referência para portugueses e estrangeiros, “primus inter pares”, alguém que ponha os jogadores no sítio.
Alguém que se ache tão peculiar e resolvido que leve os outros a reconhecê-lo como “especial” - tão simples como isto.
Se esse homem existe - e existe - é o perfeito para a função.
“Tenho de dizer uma coisa: nós temos os melhores jogadores e, desculpem se posso parecer arrogante, também temos o melhor treinador. Sou campeão europeu, não sou mais do mesmo, penso que sou ‘o’ especial” - foi assim que se apresentou ao mundo em 2 de junho de 2004, talvez o maior compromisso, responsabilidade e desafio que alguém assumiu na história do futebol.
Uma epifania que lhe marcou o destino para sempre, um discurso tão assertivo que podia ser proferido hoje mesmo, não em Londres, mas no Jamor.
Pela última vez me socorro da metáfora de Alcácer Quibir e da herança mourisca, porque vejo surgir das brumas da dúvida que ensombram a “Cidade do Futebol” os cabelos platinados e o alvo sorriso do Desejado, cidadão José, geneticamente Mourinho.
Agora que está na idade que um dia apontou como apropriada à função de selecionador, perguntem-lhe quem devia ser o escolhido porque ele dará, tem de dar, a resposta para dez milhões:
“Eu, o Especial”."

O melhor Frango do Mundo?!!!!


"Um intenso cheiro a frango durante todo o Mundial. Uma saída do Mundial única e exclusivamente culpa deste frango monumental. Frango que só não chegou mais cedo no jogo com o Gana porque o adversário escorrega e Ruben Dias consegue ainda chegar a tempo de remediar a cagada. A questão é: quem é que Jorge Mendes vai enganar e quantos milhões é que esse clube vai deitar ao lixo com isto?"

Rescaldo...


"Uma Federação que tem como presidente um arguido do Apito Dourado.
Uma Seleção que tem como treinador um indivíduo que foge ao fisco para não pagar os seus impostos, com o conluio da própria Federação.
Um clube que renova com jogadores brasileiros pagando 15 milhões de euros de prémio com a promessa de estes irem à selecção portuguesa para valorizarem.
Uma claque nacional "oficiosa" composta por elementos dos Super Dragões que obtém bilhetes, viagens e vantagens "não se sabe como", com Fernando Madureira como cabecilha.
Um capitão que só olha pelo seu umbigo e só se preocupa em bater recordes, incluindo o do Rei EUSÉBIO DA SILVA FERREIRA, parecendo desconhecer, contudo, que Eusébio marcou todos os seus golos num só Mundial e não em cinco.
Um chorrilho de desculpas e subterfúgios para lavarem as mãos dos próprios erros, com direito a proteções especiais de uns (Cristiano Ronaldo) e criação de bodes expiatórios de outros (Rafa Silva).
Uma máquina de propaganda pidesca ao serviço do mais importante orgão desportivo português que se mantém totalmente focada em silenciar, abafar, mentir e manipular todos os orgãos de comunicação social, jornalistas, comentadores e cidadãos portugueses.
Chegou a hora de dizer basta. Chegou o fim de ciclo dos elementos que compõem esta Federação Portuguesa de Futebol. Não é apenas Fernando Santos que deve abandonar o lugar, mas todos aqueles que desta instituição se têm alimentado e controlado a bel-prazer.
Portugal merece mais e melhor!"

A saúde mental dos futebolistas e CR7 – de super-herói a super-humano


"Não sei se Cristiano Ronaldo tem problemas de saúde mental. Apostaria que sim. Está em processo de luto (um dos stressores mais determinantes de doença mental) e em processo de transição profissional.

A presença de Cristiano Ronaldo no Catar foi um folhetim excessivamente mediático, e o mito super-heróico parecia desmoronar-se aos nossos olhos. Neste Mundial, perante a sobreposição do Homem e do Futebolista, a nação quis dividir-se entre gratos e ingratos, entre competitivos e empáticos, e para ajudar tombámos aos pés de Marrocos. Mas a partir deste retângulo verde onde se faz a transição de bestial a besta em meio segundo, a caminhada solitária para o balneário de um Ronaldo lavado em lágrimas e derrotado, devia iniciar outra conversa: sabia que 38% dos futebolistas no ativo têm sintomas de depressão, ansiedade, burnout e dependência de álcool? Bons de bola, mas tão humanos quanto nós.
Estes 38% põem à transparência a particular vulnerabilidade dos futebolistas profissionais a problemas de saúde mental, sobretudo se compararmos a mesma suscetibilidade no comum mortal: segundo a OMS, em 2019 mil milhões de pessoas tinham distúrbios mentais – cerca de 13% da população mundial. Em 2022, já andamos mais perto dos 18% que outra coisa. E nós, humanos comuns, não gostamos desta matemática: um futebolista profissional, sobretudo um Cristiano Ronaldo, fantasia-nos a perfeição. Salários milionários, contratos astronómicos, mansões, carrões, tudo a troco de pontapés numa bola – é a síntese perfeita do cliché “ele tem tudo”. Um Cristiano Ronaldo é uma para-divindade, e na sua omnipotência olímpica, não lhe perdoamos falhas. E temos um secreto, matreiro e ignóbil prazer em ver uma divindade mediática, das que “têm tudo”, tombar à condição de humano. Mas que “tudo” é este que os astros do futebol têm? (porque há milhares de jogadores de futebol profissionais que tudo o que têm é um salário mínimo, e outros tantos com ordenados medianos).
Têm carreiras profissionais curtas de alta pressão, sujeitos ao risco iminente de lesão e ao escrutínio mediático e público constante, recebendo num minuto a idolatração de quasi deuses, e aos 90’ ameaças de morte pelo golo falhado. São super vedetas sem privacidade e na casa dos trinta fecham-lhes a porta do estádio na cara. Regressam à comum-mortalidade, como se a efémera passagem pelo Olimpo não lhes mexesse na sanidade.
Em anos recentes, atletas olímpicos como Michael Phelps, Ian Thorpe, Naomi Osaka e Simone Biles têm liderado o debate sobre saúde mental desportiva, e o mundo solidarizou-se. No entanto, a prevalência de sintomas de doença mental nos atletas olímpicos é de 24%, menos 14% do que nos futebolistas profissionais. A diferença estende-se a outros desportos, com o futebol a significar sempre mais doença mental que os outros desportos. Porquê? Porque é o “desporto rei”, o mais popular do mundo, aquele que faz parar a terra, cujos mundiais limpam a reputação de regimes ditatoriais de pecados. Estamos todos, sempre, a olhar para os astros da bola – que, em média, jogam 4 vezes em 10 dias.
As doenças mentais têm causas multifatoriais, biológicas, psicológicas e sociais. No caso dos futebolistas, os cientistas juntam à lista mais dois fatores à tipologia do risco: os específicos do desporto, e os relacionados com a carreira. E identificam 640 stressores específicos que potencialmente afetam a saúde mental dos futebolistas durante e na transição da carreira, que agrupam nas categorias (1) liderança e questões pessoais (adversidade do treinador, conflitos com o treinador, lidar com os media e adeptos, etc.; (2) logística e ambiente; e (3) cultura e equipa (adversidade dos colegas, falta de apoio da equipa, má comunicação, etc.). Voltando a Cristiano Ronaldo, conseguem ligar os pontos?
Na lista dos futebolistas que “têm tudo” mas que enfrentaram problemas de saúde mental severos, encontram-se nomes “insuspeitos”. Gianluigi Buffon, o eterno guarda-redes da Juventus, relatou a depressão grave que enfrentou nos primeiros anos na baliza do clube, na sua autobiografia. Iniesta, vencedor de tudo e algo mais, enfrentava uma depressão severa quando foi campeão no Mundial de 2010, na sequência de um conjunto de lesões e da morte de um amigo próximo. Rio Ferdinand, glória do Manchester United, mergulhou na depressão quando perdeu a mulher. E Jesse Lingard, de 29 anos, falou recentemente da depressão muito grave que sofreu em 2020, quando jogava no Man United: a sua mãe foi internada, ficou com os irmãos a cargo, sofria abusos por parte dos adeptos mesmo quando marcava e tentou combater os efeitos debilitantes da depressão consumindo álcool. “Têm tudo” – até as mesmas doenças mentais que nós.
Eu não sei se Cristiano Ronaldo tem problemas de saúde mental. Apostaria que sim. Está em processo de luto – que é dos stressores mais determinantes de doença mental – e em processo de transição profissional: sem clube, sem lugar cativo na seleção, sem pleno reconhecimento a adoração. Se eu queria Ronaldo no banco? Sem dúvida, não estava a jogar grande coisa, vidrado em recordes por quebrar e na urgência de fazer um Mundial épico para confirmar o estatuto de super-herói, gratidão não marca golos e não ganha jogos. Se eu admiro muitíssimo Ronaldo, o jogador e o homem? Sempre. A sua história de vida tinha tudo para dar errado, e fez-se gigante. Mais ainda o admiro quando o vejo vulnerável, em pranto, super-humano. Como todos nós. Cada vez que achar que alguém “tem tudo”, inclua problemas e falta de saúde mental na lista de propriedade, por favor."

Aveiro's!!!

E depois do adeus (ao Catar)? Uma seleção portuguesa rejuvenescida e com talento, mas querendo jogar que futebol e com que líderes?


"O Mundial 2022 foi, simultaneamente, o último de Ronaldo e Pepe e o primeiro de Rafael Leão, João Félix, Gonçalo Ramos, Vitinha, Diogo Dalot, Diogo Costa ou Nuno Mendes. Para o futuro fica a certeza da abundância de talento existente, mas colocam-se várias interrogações sobre o caminho a seguir para voltar a aproximar Portugal das grandes decisões

No meio da euforia com a vitória contra a Suíça ou da tristeza com a derrota frente a Marrocos, entre as polémicas sobre Cristiano Ronaldo e os omnipresentes comentários do Presidente da República antes e depois dos jogos, há um facto de relevância geracional sobre a participação nacional no Mundial 2022: a seleção pertence, definitivamente, às fornadas de talento deslumbrante que, nos últimos anos, se vieram anunciando, primeiro nos torneios de seleções jovens e depois em contextos de elevada exigência competitiva.
Em 2018, Portugal competiu na Rússia com oito jogadores com mais de 30 anos (Beto, Bruno Alves, Pepe, José Fonte, Manuel Fernandes, João Moutinho, Cristiano Ronaldo e Quaresma) e com seis com 23 anos ou menos (Rúben Dias, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, André Silva, Gonçalo Guedes e Gelson Martins); Em 2021, a seleção esteve no Europeu pandémico com cinco futebolistas acima das 30 voltas ao sol (Rui Patrício, Pepe, José Fonte, João Moutinho e Cristiano Ronaldo) e cinco com 23 ou menos (Diogo Dalot, Nuno Mendes, Renato Sanches, Pedro Gonçalves e João Félix).
Já em 2022, os registos de mais e menos jovens foram, do lado dos veteranos, encolhidos, e do lado dos menos experientes, ampliados: a convocatória teve apenas três homens acima dos 30 anos, sendo que só dois foram utilizados (Pepe e Ronaldo, com Rui Patrício a nunca sair do banco), e contou com nove futebolistas com 23 anos ou menos (Diogo Costa, Diogo Dalot, Nuno Mendes, António Silva, Vitinha, Matheus Nunes, João Félix, Rafael Leão e Gonçalo Ramos). Todos os jovens foram utilizados e só Matheus não foi titular nalgum dos cinco desafios.
Assim, a primeira conclusão para o que aí vem de Portugal já era mais ou menos conhecida. Há muito e bom futuro, ou não estivéssemos a falar de um país com resultados de excelência na formação.
Destes nove sub-23, Matheus Nunes, Nuno Mendes e João Félix são caso especiais, o primeiro porque só passou a representar Portugal enquanto sénior e o segundo e o terceiro porque já atuavam nas equipas principais de Sporting e Benfica quando ainda podiam estar em Europeus sub-19, mas há uma evidência da qualidade das prestações das seleções jovens que une os outros seis: todos foram, pelo menos, vice-campeões europeus de um torneio continental. Há campeões da Europa sub-17, como Diogo Costa, Diogo Dalot e Rafael Leão, sub-19, como Diogo Costa, ou da Youth League, como Costa e António Silva; há vice-campeões da Europa sub-19, como Vitinha e Ramos, e sub-21, como Costa, Dalot, Vitinha, Leão e Ramos.
Os sinais dados nesses torneios têm sido confirmados a nível sénior. Rafael Leão foi considerado o melhor jogador da última edição da Serie A italiana, Gonçalo Ramos é o melhor marcador da I Liga, Diogo Dalot tem sido alvo de todo o tipo de elogios devido à temporada que tem feito no Manchester United e Vitinha destaca-se a combinar com Messi ou Neymar no PSG.
Este foi o Campeonato do Mundo em que estes talentos se conjugaram pela primeira vez num grande palco, com outros, que provavelmente também estão condenados a serem protagonistas no futuro próximo, assistindo em casa. E, claro, ainda há gente da elite europeia como Raphael Guerreiro, João Cancelo, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva, todos com 28 anos ou menos.

Do Banco Ao Campo, As Dúvidas Sobre A Liderança
Os 37 anos do cartão de cidadão e as lágrimas após a derrota contra Marrocos já davam como altamente provável que, no Catar, Cristiano Ronaldo se tivesse despedido dos Mundiais de futebol. Agora, a publicação que o avançado fez nas redes sociais acentuou essa ideia, que também se aplica a Pepe, que fará 40 anos em fevereiro.
Ainda assim, o Euro 2024 pode ser um horizonte alcançável para ambos. Pepe acabou de demonstrar ainda conseguir jogar ao máximo nível, enquanto Ronaldo, em setembro, se auto-convocou para a competição que decorrerá na Alemanha.
No entanto, a quebra de rendimento do avançado — apenas quatro golos, dois deles de penálti, em 23 encontros esta temporada entre United e seleção — e a incógnita em torno do seu seguinte clube tornam legítimas todas as interrogações sobre o futuro. Assim, seja no caminho para 2024 ou para 2026, a liderança da equipa dentro de campo é uma questão óbvia.
Depois de muitos anos de Cristiano Ronaldo, será preciso outro capitão. Dos jogadores que estiveram presentes no Catar, Rui Patrício é, excluindo Pepe e Ronaldo, o mais internacional, mas a sua condição de suplente e idade descartam que possa ser uma opção de longo prazo.
Bernardo Silva, Bruno Fernandes ou Rúben Dias são candidatos óbvios. Os dois primeiros assumem-se, aos 28 anos, como claras opções para se assumirem como referências de um Portugal de futuro, pela conjugação de experiência com um horizonte de futuro que possuem.
Bernardo é já o 19.º jogador com mais compromissos com Portugal (78 internacionalizações), tendo tudo para terminar 2023, pelo menos, às portas do top 10; Bruno Fernandes, com 53 jogos pela equipa nacional, está habituado a usar a braçadeira, quer no Sporting quer no United, e contra Marrocos voltou a demonstrar a sua liderança futebolística. Rúben Dias é mais novo e tem vivido uns meses de menor fulgor, mas é, desde a formação, um líder, papel que também já desempenhou no Manchester City.
Se dentro de campo há dúvidas sobre o que virá para as maiores referências do passado recente, no banco também há alguns pontos de interrogação.
Fernando Santos, no cargo desde 2014, disse que ia falar com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol em Lisboa. O treinador, de 68 anos, tem contrato até ao final do Euro 2024. Fernando Santos é o selecionador que orientou Portugal em mais encontros, com 109 partidas. Levou a seleção aos dois únicos títulos da sua história, o Euro 2016 e a Liga das Nações 2018/19, mas ultimamente os resultados têm ficado aquém do potencial disponível.
Na qualificação para o Euro 2020, Portugal ficou em segundo no Grupo B, atrás da Ucrânia. Na fase final desse campeonato, só conseguiu bater (3-0) a Hungria, sofrendo uma pesada derrota (4-2) contra a Alemanha e empatando (2-2) com a França, antes de cair (1-0) nos oitavos de final contra a Bélgica.
Nas duas últimas edições da Liga das Nações, a seleção nunca superou a fase de grupos. Em 2020/21, ficou atrás da França e, em 2022/23, foi eliminada pela Espanha após uma derrota em Braga, num jogo em que apenas precisava de um empate.
Na qualificação para este Mundial, a equipa de Fernando Santos voltou a desiludir, perdendo com a Sérvia em casa quando também bastava um empate para estar no Catar. O apuramento só foi conseguido no play-off.
Quer isto dizer que, nas quatro provas (duas Ligas das Nações, um Europeu e um Mundial) que disputou desde o triunfo na Liga das Nações 2018/19, Portugal nunca conseguiu estar entre os quatro melhores. A juntar a isto, nas duas fases de qualificação deste período a seleção não conseguiu vencer os respetivos grupos.

“Pouco Importa", Muito Importa Ou Importa Mais Ou Menos?
Bruno, Bernardo e Félix. Mais Otávio, um médio mais recuado com recursos ao nível da circulação de bola (William/Rúben Neves) e um ponta de lança (Ronaldo/Ramos). Ao contrário do que vimos noutros torneios, em que os altos e baixos de uma partida condicionavam as opções para a seguinte, Fernando Santos foi para o Catar com a mala com mais certezas.
O técnico não só juntou mais talento do que é comum em si, como manifestou a ideia de ter mais protagonismo com bola. Por várias vezes falou de uma “nova ideia” e da importância da “criatividade” dos jogadores, ainda que apelando sempre à “segurança” e “responsabilidade”, como se com um olho sempre no travão de mão tático.
Os executantes finos estavam lá, a ideia também, mas pareceram faltar automatismos, dinâmicas e, por vezes, convicção na ideia. Talvez a causa para isso esteja na novidade da coisa por parte de uma seleção que ainda em setembro, contra a Espanha, foi totalmente diferente, bem mais reativa e menos protagonista.
O caminho para 2024 passará, também por definir com que jogar irá Portugal abordar o futuro. Há muitos e variados médios, desde João Palhinha ou Florentino, reis de duelos, até Vitinha e Bernardo Silva, criativos gestores de posse, passando por Matheus ou Renato, mais fortes na condução e transporte, e chegando a Bruno Fernandes e Fábio Vieira, homens de veneno nas botas para rematar ou assistir, não esquecendo os pés de veludo de William ou o faz-tudo Otávio.
Há um grupo de laterais de elite e o centro da defesa parece ter ganhado um nome para o futuro com António Silva. No ataque também reina a abundância personificada por Leão, Ramos, Diogo Jota, Pedro Neto ou João Félix.
Havendo os protagonistas, falta definir o estilo que se quer impor — se é que se quer impor algum e não ficar à mercê da iniciativa rival. Claro que, para isto, convém esclarecer, primeiro, o futuro do comando técnico, algo que se espera que suceda no futuro próximo.

O Que Aí Vem
Como o mundo da bola nunca deixa de rodar, para a seleção segue-se novo objetivo. O Euro 2024 realizar-se-á de 14 de junho a 14 de julho na Alemanha e, tendo a equipa de Fernando Santos falhado a presença na final four da Liga das Nações, é a próxima possibilidade de erguer um título.
Para lá chegar sem recorrer aos clássicos play-offs, a seleção terá de ser uma das duas melhores de um grupo sem adversários de peso. Eslováquia, Luxemburgo, Islândia, Liechtenstein e Bósnia estarão no caminho de Portugal até à Alemanha, num grupo sem qualquer opositor que tenha estado no Mundial 2022 e apenas com um (Eslováquia) que disputou o último Europeu.
A estreia de Portugal nessa caminhada é em março de 2023. Dia 23 há uma receção ao Liechtenstein e dia 26 uma deslocação ao Luxemburgo. A época 2022/23 fecha, para a seleção, contra a Bósnia, em casa e a 17 de junho, e frente à Islândia, fora e a 20 de junho.
Há mais de 10 anos que Portugal não sabe o que é um grande torneio sem Fernando Santos no banco (Mundial 2014). Há mais de 16 que não sabe o que é um Europeu ou Mundial sem Pepe (Mundial 2006). Há mais de 20 que desconhece o que é uma competição deste nível sem Cristiano Ronaldo (Mundial 2002). Os próximos tempos ajudarão a entender até que ponto o Catar 2022 marcará um antes e um depois."

Esqueçam lá isso da cristianização de Marrocos


"Não faltavam indícios de que isto podia acontecer. O filme de Hollywood passado em Marrocos mais popular de sempre - Casablanca - acaba com um voo para Portugal. Respeitando a história, Marrocos continua na senda de destituir reis portugueses. Eles defenderam o seu bastião, nós perdemos outro S. Sebastião. Depois de eliminarem Portugal e Espanha, não era injusto que renomeássemos a península para Al-Andalus.
Vingando conquistas antigas, a área de Marrocos esteve mais congestionada durante 90 minutos do que a Avenida de Ceuta em hora de ponta. Eles é que têm o deserto, mas nós é que apanhámos seca. No fundo, fomos incompetentes como turistas. Toda a gente sabe que, quando se visita o meio-campo de Marrocos, é preciso saber regatear. Espaço, sobretudo. Mas nós fomos anjinhos e acabámos a pagar o preço de uma passagem para Lisboa por um bilhete de autocarro.
Alguns de nós ficaram estupefactos, outros estavam cientes de que podíamos perder com o país que nos fornece estupefacientes. Fernando Santos, que só fuma cigarros, não estava à espera que os charros de pólen marroquino adormecessem a equipa portuguesa. Perguntámos a Marrocos o que é que eles achavam de nos facilitarem o caminho para o título e eles responderam "haxixe muito mal".
Não sei quantos maços Fernando tinha levado para o Catar, mas hoje era preciso mais tabaco. Desta vez, não houve um Lucky Strike, que é como quem diz um charuto do Éder, para nos safar à última. É sem surpresa que este Mundial acaba a bater mal a Cristiano Ronaldo: no início, deu uma entrevista sem filtro; no fim, ficou com os olhos vermelhos.
Fernando Santos será o grande culpado desta eliminação? Penso que não. Condenar Santos pelos seus insucessos faz tanto sentido como congratulá-lo pelas suas vitórias. É que, em 2016, as coisas alinharam-se para que vencêssemos. Hoje, alinharam-se para que perdêssemos. No jogo contra Marrocos, calhou-nos o mesmo equipamento, o mesmo árbitro e o mesmo canal a transmitir (SIC) a derrota com a Correia. Estava escrito nas estrelas. Desvalorize-se tudo o que tenha a ver com a polémica Ronaldo: o que regeu o insípido percurso de Fernando Santos à frente da seleção nunca foi o astro, mas os astros.
Se queremos responsabilizar alguém de forma objetiva pela pífia campanha portuguesa neste Mundial, eu diria para despedirmos a Sorte. Há seis anos, a sorte levou Fernando Santos a um portal que nos transportou para a glória. Em 2022, o selecionador só conseguiu mesmo entrar no Portal das Finanças. E esse, já sabemos, nunca traz boas notícias."