sábado, 15 de outubro de 2022
O "ladrão de bancos" decidiu começar a falar...
"Portanto, em breve teremos um "herói" dos portistas que vai virar vilão e malfeitor. Um traidor do sangue azul e branco de Contumil.
Prevemos que em breve a arma do Mesquita Alves volte a aparecer para "suicidar" mais um 😏"
Constantin Teodoro Panagopoulos !!!
"Segundo palavras de Pinto da Costa, "Theodoro Mendonça" não é acionista da SAD portista.
Ficando a faltar saber se Constatin Panagopoulos (o outro nome usado por Theodoro Fonseca) será.
Para já o que o Conselho de Disciplina da FPF apurou foi que:
✅ Constantin Teodoro Panagopoulos e Theodoro Fonseca são a mesma pessoa.
✅ Constantin Panagopoulos detém 50% do capital da empresa For Gool Company, com sede no Reino Unido, sendo os outros 50% pertencem a Justyna Wojcik.
✅ A For Gool Company de Theodoro Fonseca detém 85,88% das acções da Portimonense Futebol SAD, sendo, por isso, a accionista maioritária.
✅ Enquanto Constantin Panagopoulos, Theodoro Fonseca não está inscrito na FPF em representação de algum clube ou sociedade desportiva, nem nunca esteve registado como intermediário.
✅ O filho, Theodoros Panagopoulos (Theo Ryuki), esteve inscrito pela Portimonense SAD como jogador profissional na época 2021/2022, tendo rescindido o contrato por mútuo acordo ainda em 2 de Agosto de 2021. Já tinha jogado nos juniores do FCP. Segundo o site da especialidade, Transfermarkt, terminou a carreira na temporada 2019/20.
✅ A YK Teo, representada por Constantin Panagopoulos, iniciou em Abril de 2016 processo de registo como intermediária na FPF, onde declarou que o referido CP era o representante da empresa entregando também cópia do Passaporte. Nunca completou o processo e por isso nunca teve junto da FPF registo como intermediária.
✅ A 25 de Junho de 2019, a FCP SAD celebrou documento escrito na cidade do Porto com a YK Teo contrato de intermediação desportiva com vista à prestação de serviços de intermediação na negociação da transferência internacional do jogador Nakajima do Al Duhail para a FCP SAD.
✅ A FCP SAD assumiu pagar à IK Teo 600 mil euros como contrapartida pelos serviços prestados, sendo esses:
a) Aconselhar o clube na estratégia negocial com o Al Duhail;
b) Actuar como intermediário da FCP SAD comunicando ao Al Duhail os termos contratuais propostos pela FCP SAD;
c) Convencer o Al Duhail a aceitar os termos propostos pela FCP SAD;
✅ A assinatura do representante da YK Teo é semelhante à do passaporte detido por Constantin Panagopoulos.
✅ Nakajima assina contrato de trabalho desportivo com a FCP SAD a 01/07/2019.
11) O acordo entre o Al Duhail, a FCP SAD e Nakajima indica na clausula 8 que a FCP SAD declara que o intermediário IK TEO participou em representação da FCP SAD nas negociações do referido acordo.
✅ O contrato de trabalho desportivo assinado entre Nakajima e a FCP SAD refere na sua clausula 7 que “o presente contrato foi celebrado sem a intervenção de intermediário, em representação do clube”.
✅ No registo do contrato de trabalho desportivo junto da FIFA, no campo que se destina a prestação de informação se houve a actuação de intermediário, a FCP SAD fez contar ter sido representada pela IK TEO.
✅ O registo no FIFA TMS (Transfer Matching System) é preenchido pelo clube, neste caso a FCP SAD, conforme esclarecimento da Direcção de Registos e Transferências da FPF.
✅ Constantin Panagopoulos tornou pública a sua intervenção na intermediação do negócio na rede social Instagram.
✅ O administrador da Portimonense SAD, Edgar Vilaça, diz conhecer o nome “IK TEO” mas desconhecer a sua estrutura societária.
✅ O administrador da Portimonense SAD, Robson Ponte, diz desconhecer o nome “IK TEO”.
18) Os referidos administradores dizem tratar dos temas da Portimonense SAD com a acionista Justyna Wojcik e não com Constantin Panagopoulos.
✅ Ficou provado que o accionista do Portimonense, Constantin Panagopoulos, também conhecido por Theodoro Fonseca, exerceu a actividade de intermediário em nome da FCP SAD, não estando habilitado e credenciado para o fazer.
✅Diz o acórdão: “…Constantin Panagopoulos atuou com conhecimento de que a sua conduta era ilícita, não se abstendo de realizá-la, conformando-se com o resultado directo da sua conduta – atuando portanto com dolo directo.”
Continua o acórdão: “…inexistindo qualquer conduta posterior que abone a favor do arguido.”
✅ Não ficou provado/demonstrado o papel do filho de CP, Theodoros Panagopoulos, apesar de em notícias da comunicação social aparecer ao lado de Nakajima como “seu empresário”.
Ora, por tudo isto o CD da FPF decidiu multar Theodoro Fonseca em 1836€, sendo que por intermediação do negócio do jogador nipónico Nakajima, recebeu 600 000 euros do FC Porto
O crime compensa! São #40anosdisto ."
Grande estouro de Mauro Xavier em Pinto da Costa
"Para além de demonstrar que o Turista de Vigo não sabe usar o dicionário, também colocou a nú mais umas negociatas entre FC Porto e Theodoro Fonseca, accionista da Portimonense SAD.
Um homem que mesmo sem licença para ser agente, recebeu 600 mil euros do FC Porto para negociar Nakajima.
Mais uma vez o crime compensou.
Theodoro Fonseca ganhou 600 mil euros num negócio em que irá pagar de multa 1836€ por processo levantado pela Conselho de Disciplina da FPF.
Carrega Mauro 🔴⚪"
Jordão em terra
"O avançado só deu conta de que a equipa tinha partido sem ele quando olhou à volta e não viu ninguém do Benfica
Ascensão à equipa de honra é um passo bastante exigente. De repente, passa-se a partilhar balneário com os nossos ídolos e a pedir a bola a quem até há pouco tempo se pedia autógrafos. O processo é vertiginoso. A popularidade aumenta de um momento para outro, tal como a exigência. Para se afirmar, é necessário adaptar-se o mais rapidamente tanto ao que se passa dentro de campo como fora. Quem resiste, prova que tem todas as condições para almejar a uma carreira como a dos seus ídolos e assim tornar-se referência para os mais novos.
Em 1972, Jordão cumpria a segunda temporada ao serviço da equipa de honra. Dentro de campo, o avançado demonstrava um à-vontade próprio de um veterano e a audácia própria de um jovem, não temia o erro e encarava os adversários sem qualquer preocupação. Apesar de plenamente integrado, o jogador ainda revelava bastante timidez fora das quatro linhas, tal como ficou evidente na deslocação dos encarnados à Suécia.
O Benfica iniciou a campanha na Taça dos Clubes Campeões Europeus frente ao Malmo. A 1.ª mão foi disputada na Suécia. O Benfica viajou dois dias antes, num percurso em que se fazia escala em Copenhaga. Tudo parecia correr normalmente, até que na chegada à Suécia se notou a falta de um jogador: Jordão. O avançado 'não ouvira a chamada dos passageiros e, quando deu por isso, já não viu ninguém do Benfica'. Como a viagem de Copenhaga até à cidade sueca de Malmo era de apenas 10 minutos, o jogador optou por aguardar que a sua ausência fosse notada.
Assim que os dirigentes benfiquistas deram conta do sucedido, entraram em contacto com os funcionários de uma avioneta, que localizaram Jordão e o levaram para a Suécia. 'E tudo acabou em bem, como nos contos em que os meninos se perdem'.
A viagem atribulada pode ter-se repercutido na exibição dos benfiquistas, que perderam por 1-0. Na 2.ª mão tudo seria diferente, com Jordão a voltar a ser figura central. O avançado inaugurou o marcador, empatando dessa forma a eliminatória. Os encarnados galvanizaram-se para uma prestação de gala e triunfaram por 4-1.
Jordão realizou uma excelente exibição, mesmo tendo sido alvo se marcação cerrada por parte dos suecos: 'assinou boas jogadas e alguns remates de categoria', um dos quais 'de fora da área, a bola embateu na trave, ressaltou para o rectângulo, e Eusébio, na recarga, fulminou as redes suecas'. A um minuto do fim, os suecos ainda reduziram, mas o passaporte do Benfica para a fase seguinte já estava garantido.
Saiba mais sobre este fantástico jogador na área 22 - De Águia ao Peito do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
João Félix: não adianta plantar laranja à espera de colher goiaba
"O Atlético de Madrid nunca tratou João Félix como um jogador de 120 milhões de euros. João Félix, por sua vez, nunca se portou como um jogador de 120 milhões de euros. Simples assim.
A explicação para o casamento fadado ao fracasso antes mesmo de os noivos subirem ao altar não é nenhum bicho de sete cabeças: João Félix, quando foi vendido pelo Benfica, não era um jogador de 120 milhões de euros.
Sim, Diego Simeone tem grande parcela de culpa no cartório. Não conseguiu, mesmo depois de quase quatro temporadas, extrair o melhor de um atacante com enorme qualidade e características únicas.
Honestamente, o próprio João Félix não fica muito atrás na fila da responsabilidade pelo insucesso. Até fez boas exibições, mas nunca convenceu e poucas vezes demonstrou ser verdadeiramente um acima da média. Por enquanto.
O contexto atual surpreende um total de zero pessoas. Há muito potencial e, especialmente, um longo caminho de evolução e consolidação pela frente. O português pode, sim, atingir o posto de melhores do mundo, mas, claramente, não vai ser nos colchoneros.
Qual é a lição aprendida por João Félix? Atirar o colete ao chão não diz tudo, mas é uma resposta significativa. Qual é a nossa lição? Nem sempre a melhor oferta financeira é a melhor oferta de jogo. Que sirva de exemplo para outros jovens promissores."
Aconselho Disciplina
"Por que razão os castigos são tão brandos? Por que razão o mesmo comportamento vale castigos diferentes? Por que razão há tantas multas tão baixas e outras tão altas? Ninguém compreende.
Perguntar ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol quais são os seus critérios para definir multas e castigos é o mesmo que perguntar a Marcelo Rebelo de Sousa sobre a sua agenda. São mistérios insondáveis, impossíveis de desvendar, que nem os próprios conseguem perceber o que os instiga a fazer o que fazem.
Esta semana, o treinador Petit foi multado com um jogo de suspensão e 1632 euros por ter dito ao árbitro Luís Godinho – atenção, perdoem-me os mais sensíveis – o seguinte: “Já não me apitavas há dois anos e continuas a mesma m*****”. Os asteriscos vão rimar com ´herda´, para o caso de não ter sido evidente o seu significado. Por razões que desconheço – talvez masoquismo ou ócio – entretive-me a ler os comentários acerca desta multa, e quase todos diziam que quem diz a verdade não merece castigo.
Com base neste preâmbulo, gostaria de dizer algumas coisas que considero relevantes:
1. Em Portugal considera-se normal insultar os árbitros. E se o insulto for verdadeiro e corresponder à realidade, melhor ainda. Devemos exaltar e fazer uma estátua a quem o diz. Atrelado ao argumento da normalidade da ofensa, surge também aquele velho discurso de o futebol ser um jogo de emoções e de que os árbitros não devem poder ofender-se assim sem mais nem menos. Mas reagir com o coração nas mãos é muito diferente de insultar como fez Petit, e se o propósito é criticar o árbitro, há instâncias próprias para o fazer. Além disso, não se trata de ofender o árbitro, trata-se de não saber comportar-se num jogo de futebol e não ser capaz de suster as indignações, por mais justas que possam parecer. Imaginemos que Luís Godinho dizia o mesmo ao Petit: “Há dois anos que não apitava um jogo teu e continuas uma m****?”. Por mais verdadeiro que fosse, por mais que lhe desse a vontade, um insulto é um insulto, e não pode ser considerado uma conduta normal, muito menos meritória.
2. Claro que os árbitros devem ser criticados. É por isso que, como disse, existem lugares próprios que os avaliam após cada jogo, para sabermos se sobem ou descem a sua pontuação. Neste âmbito, estou de acordo que os árbitros poderiam ter uma avaliação mais exigente e os resultados deveriam ser divulgados com maior transparência. A arbitragem portuguesa não é exemplar e uma das razões é a sua muito parca avaliação.
Relembro que os árbitros são a autoridade maior num jogo de futebol. Por isso, quem é que os treinadores e os jogadores se julgam para estarem sempre a insultar os árbitros quando não concordam com eles? Fazem tantas vezes o que querem e nada acontece. Relembro, uma coisa é o calão, um ou outro palavrão, uma cara mais feia ou irritada por uma má decisão, outra é o permanente insulto. O jogo deve ser um lugar para o Homem aprender o que é viver com seriedade, fair-play e respeito por qualquer ser humano.
Aproveito para enumerar alguns exemplos de outras realidades com quem nós, pessoas do futebol, podemos aprender: em Inglaterra, por exemplo, um treinador não pode falar sobre um árbitro, nem antes nem depois do jogo. Se fala, é multado severamente. No rugby, apenas o capitão de equipa pode falar com o árbitro. Na NBA, gestos obscenos ou comportamentos desadequados valem milhares e milhares de dólares de multas. Claro que também há maus exemplos, mas são punidos como deve ser e, porque há condenação popular e legal, são exemplos excecionais e nada comuns.
Aqui, em Portugal, um gesto ordinário é literalmente ordinário. Petit foi multado como foi (tendo sido estranhamente castigado há uns tempos por um mês por causa uma coisa semelhante), o Sporting foi multado com quase 4 mil euros por um atraso de 6 minutos, Sérgio Conceição foi multado em 500 euros, Rochinha viu a sua falecida mãe ser insultada com palavras que valeram um castigo de 300 euros ao Boavista e cânticos racistas nem mil euros de multa valem, em muitos casos. Por que razão os castigos são tão brandos? Por que razão o mesmo comportamento vale castigos diferentes? Por que razão há tantas multas tão baixas e outras tão altas? Ninguém compreende.
São perguntas a que o Conselho de Disciplina deve responder com rigor, transparência, coerência e implacabilidade. Continuarmos livres para fazer disparates dentro e fora de campo é fundamental, mas se, à boa maneira portuguesa, continuarmos a lidar com comportamentos desastrados através de panos quentes, multas anedóticas ou medidas avulsas e inconsistentes que nada resolvem, a verdadeira reforma que o futebol clama com urgência mantém-se por fazer, encostada a um canto como um jogador não convocado. Cabe ao Conselho de Disciplina fazer aquilo que lhe compete: prevenir e, se for necessário, reagir com mão firme para que as atitudes erradas de hoje sejam uma exceção no futuro.
Não só são incompreensíveis os critérios, como algumas das mais altas instâncias do futebol continuam, direta ou indiretamente, a promover um desporto intolerante, desrespeitoso e violento, e fecham os olhos ao negar a sua principal função: ajudar a que ele se evidencie como um dos principais motores para o desenvolvimento da sociedade, como um lugar para as famílias, para aprender o valor das regras, da diferença, da liberdade, do respeito pelo outro, da superação, do empenho e para saber que na vida existem muitos campos. E neles, devemos entrar inteiros, humildes, profundamente humanos e sedentos de vitória."
Roger Federer, Simone Biles, Michael Phelps e a pressão da perfeição
"Apesar de nos habituarmos a ver os atletas de alta competição a terem exibições sobre-humanas, a verdade é que para atingirem esse nível são submetidos a um grande volume de treino (teoria das 10 000 horas de Anders Ericsson). Além de todo esse processo de treino, junta-se uma grande densidade competitiva e longos períodos longe da família, que resulta num elevado desgaste, tanto físico como emocional, durante muitos anos e desde tenra idade. Tudo isto, se for mal gerido, pode ter repercussões tanto na saúde física como na saúde mental.
Vemos muitas vezes a celebração do sobre-humano, mas raras vezes o quanto custou.
Não é incomum vermos atletas que, com tanta ambição e obstinação em busca da excelência desportiva, entram num ciclo vicioso de demasiada carga de treino, demasiado cedo, durante muito tempo e com pouca recuperação, proporcionando episódios de lesão e/ou overtraining. Depois, com a pressa de ultrapassarem esse período, voltam a ter o mesmo processo na ânsia de voltarem ao seu nível competitivo.
A primeira pergunta que normalmente fazem quando sofrem alguma lesão é: “Quando posso voltar a treinar?”. A paragem, do ponto de vista do atleta, é dos processos mais difíceis de gerir e terrível para a sua saúde mental. Instaura-se ansiedade e questões na sua mente como “voltarei ao meu nível?”, “quanto tempo terei de treinar para compensar o tempo perdido enquanto os meus adversários estão a 100%?”, “vou ter mazelas definitivas?”. Se por um lado não se pode (ou deve) entrar neste ciclo de ansiedade, por outro também não se pode desligar completamente daquelas que são as suas rotinas. Atingir esse equilíbrio é um dos pontos pelos quais esta gestão é tão difícil. Um forte suporte e sensibilidade de todos aqueles pertencentes ao ciclo mais próximo do atleta é absolutamente essencial.
No tema da saúde mental, talvez mais complexo que o lado físico, cada vez mais vemos atletas a virem a público numa demonstração de coragem e de rompimento com a cultura da “aura de invencibilidade” e a anunciarem que precisam de algum tempo para cuidarem de si e da sua mente, resultado da pressão da perfeição. Casos como Simone Biles, Michael Phelps, Tom Dumoulin, Naomi Osaka, Marcel Kittel, e tantos outros, são exemplo das pressões às quais atletas de alto perfil são sujeitos e revelam mais do que a ponta do iceberg que normalmente vemos.
Um dos episódios recentes que demonstra o peso que a alta competição tem para um atleta foi protagonizado por Roger Federer, que chorava compulsivamente no seu adeus aos courts. Alguém não ligado ao desporto pode perguntar o porquê de tanto “drama”, tendo ele atingido o nível estratosférico que conhecemos. Mas para um atleta deste calibre, mesmo com os milhões ganhos ao longo da sua ilustre carreira, significa um adeus a toda uma vida dedicada à excelência, 24 horas por dia, durante muito tempo e desde muito cedo. É uma mudança drástica, com um grande vazio, na qual na prática se está a despedir de uma vida que não volta mais."
A importância da saúde mental dos atletas
"Émile Durkheim é o primeiro a elaborar e a aplicar um método científico na sociologia. Como meio de análise, é preciso introduzir a noção de “factos sociais”, definindo-a pela sua generalidade ao interior da sociedade e descrevendo duas caraterísticas: a sua exterioridade relativamente às consciências individuais e a ação coercitiva que pode exercer sobre essas mesmas consciências. Para Durkheim, os factos sociais consistem em representações e/ou ações da sociedade, e não na pessoa. Segundo esta definição, a linguagem verbal num determinado país é um facto social. É preciso, por isso, considerar os factos sociais como coisas e não como ideias abstratas. Isso, torna Durkheim o primeiro sociólogo empirista. Ele aplica o seu método a um vasto estudo sobre o suicídio, que ele comparar com os diferentes dados demográficos (idade, sexo, local de residência e situação social).
A sociologia do desporto visa descrever o desporto, como facto social, e procura estudar a realidade desportiva, composta de ações, de práticas e de comportamentos. Procura compreender as interações que se estabelece entre a pluralidade desportiva e as organizações sociais. A sociologia do desporto surge tardiamente e, como a sociologia geral, os primeiros trabalhos sobre a sociedade desportiva emanam de filósofos. Os sociólogos começam a se interessar pelo fenómeno desportivo durante os anos setenta, sobretudo em França.
A prática do desporto, que associamos ao bem-estar e saúde, pode ser também destruidora. Um estudo escocês, realizado em 2016, com uma amostra de 6000 indivíduos, revelava que 10% dos jovens com menos de 16 anos se auto-mutilaram no quadro do seu desporto de competição e 1% tentaram o suicídio. Muito pouco estudada, esta violência infligida pelos atletas está bem presente e é preocupante. As tentativas de suicídio podem decorrer da “pressão associada à importância de ganhar”, ao abuso de substâncias (álcool e drogas) e da “reforma antecipada ou mal planificada”. Um atleta que deixa, prematuramente, o seu desporto de eleição e se encontra sem diploma escolar, e sem outro meio de assegurar a sua subsistência, pode entrar num estado depressivo e, eventualmente, suicidário. Michel Phelps, um nome bem conhecido no mundo da natação, revelou a sua experiência contra a depressão A ginasta Simone Billes e as tenistas Naomi Osaka e Ashleigh Barty decidiram colocar, em primeiro lugar, a sua saúde mental.
Em Portugal, um dos atletas a fazê-lo foi o surfista Vasco Ribeiro, que revelou ter pedido ajuda profissional. Mais recentemente, dia 10 de setembro de 2022, foi o jogador de futebol Cristiano Ronaldo a partilhar uma fotografia ao lado do Jordan Peterson, conhecido psicólogo. Phelps, que se tornou um dos grandes embaixadores mundiais em defesa da importância da saúde mental dos atletas, declarou que preferia ter a oportunidade de salvar uma vida do que ganhar mais uma medalha de ouro. Na sua opinião, já se perderam demasiados atletas olímpicos para o suicídio. Merece reflexão e a sociologia do desporto poderá contribuir nessa análise."