quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O Lobo e a sua consciência


"Capitão da seleção argentina, Carrascosa vivia magoado com a ditadura no seu país. Recusou participar no Mundial-78.

A Final de Los Papelitos, no Monumental de Nuñez, no dia 25 de junho de 1978, foi, decididamente, um dos maiores espetáculos da história de todos os Campeonatos do Mundo. Nada poderia, nesse final de tarde, dobrar o fanatismo argentino. Nem a força política de um movimento que começou por ter o nome sebento de Proceso de Reorganización Nacional, que destituiu a presidente María Estela Martínez de Perón no dia 24 de março de 1974, ensaiando uma espetacular prisão no aeroporto Jorge Newberry.
Quando Daniel Passarella ergueu a Taça do Mundo perante um povo que chorava como Madalenas e rasgava as roupas de felicidade quase raivosa, milhares de sindicalistas, estudantes e ativistas políticos apodreciam nos cárceres do general Videla que aproveitara a competição para propagandear as virtudes da sua miserável ditadura.
Não foi certamente por acaso que Alexandre O’Neill escreveu, na noite anterior: «Em Buenos Aires, no River Plate/a seis campos de futebol (medidas máximas)/do Centro onde, entre outros primores de jogo/se chutavam testículos, mamas e cabeças/a Taça do Mundo ferverá nas mãos de quem a ganhar/de quem a empunhar, de quem por ela beber/A MERDA DE TER LÁ IDO». O Centro de que falava O’Neill era um edifício pertencente à Marinha Argentina que ficava a apenas 200 metros do campo do River Plate e no qual se perpetravam as piores torturas imagináveis.
O Monumental de Nuñez não fica em Nuñez, um dos bairros finórios de Buenos Aires. Fica em Belgrano, outro bairro de gente finíssima, logo ali ao lado, e chama-se Estádio Antonio Vespucio Liberti, o presidente do clube que o mandou construir.
María Estela foi fechada na Residencia El Messidor e um canalha de nome Jorge Rogelio Villarreal, também general, pois então, avisou através das rádios e da televisão: «Las Fuerzas Armadas han decidido tomar el control político del país.» A expressão resolvido é quase poética. Sobretudo quanto proferida por uma cavalgadura de 88 patas. Quatro anos mais tarde, naquele preciso momento em que Passarella, o capitão da Argentina que derrotou a Holanda no prolongamento, com golos de Bertoni e de Mário Kempes, empunhou o troféu de ouro maciço sem sentir que ele fervia nas suas mãos, estava a ser, talvez inocentemente, quem sabe?, um usurpador.
Jorge Carrascosa tinha por alcunha El Lobo. Em 1973, com outros dos argentinos campeões do mundo, René Houseman, formara uma dupla extraordinária no Huracán. Ficaram conhecidos como El Lobo e El Loco. O adeptos divertiam-se com o seu jogo imaginativo e inesperado. E todos os companheiros olhavam para Carrascosa com a admiração que é devida a um líder.
Jorge nasceu para ser capitão e campeão. Estava-lhe no sangue. Exibia um rosto sempre sério e tinha, geralmente, uma atitude fria para com aqueles que o abordavam. No fundo, tratava-se de timidez. Vivia no meio de um futebol apodrecido.
O campeonato argentino pululava de árbitros corruptos, de jogadores que se dopavam e, sobretudo, de uma incontrolável violência em todos os estádios. A pouco e pouco, foi deixando de estar apaixonado pelo jogo. Tornou-se uma voz crítica.
Acusaram-no de hipocrisia, de excesso de amargura. Logo a ele que usava a braçadeira de capitão da equipa das camisolas às riscas brancas e azuis celestes.
Jorge Carrascosa e Luís César Menotti tinham uma relação de amizade cúmplice. O treinador escolhido para guiar a Argentina até à conquista do seu primeiro título mundial, gostava de o ouvir falar e confiava nele para comandar os companheiros. El Lobo era um líder. E ninguém, em campo, punha em causa a sua liderança.
Durante o Campeonato do Mundo de 1974, Carrascosa viu-se confrontado com um episódio que mexeu com a sua consciência. A Federação Argentina, correndo o risco de não se qualificar para a segunda fase, ofereceu um incentivo financeiro aos polacos para que estes vencessem a Itália. «Eso eres un follón», exclamou em plena cabina. «Mirá, si alguien va a jugar mejor porque le den más plata…». Para sua surpresa, a Polónia ganhou mesmo. E Jorge sofreu mais uma desilusão.
El Lobo era um homem que caminhava pelo lado esquerdo da vida. Continuou as suas conversas profundas com Menotti, aceitou continuar a ser capitão de um grupo que se ia preparando para atingir um momento único na história do futebol, mas numa entrevista deixou claras as suas ideias em relação ao que se passava no seu país:
«No es necesaria una dictadura militar para dejar el fútbol. Hay muchas cosas que pasan en este sistema de vida que te hacen dejar, perder las ilusiones». Na véspera da convocatória para o Mundial de 1978, ligou a Menotti: «No va más, Cesar...».
A sua consciência não o deixou ser campeão do mundo."

À Benfica


"Frente ao Ajax não obtivemos um resultado plenamente satisfatório, mas há que reconhecer a grande noite europeia na Luz, com muita qualidade exibicional e um ambiente frenético vivido no relvado e nas bancadas.

1
Veríssimo afirmara que o favoritismo da eliminatória era igualmente repartido e o primeiro jogo veio confirmar a convicção do nosso treinador. O 2-2 final espelha o equilíbrio na partida, com a nossa equipa a superiorizar-se na segunda parte e a criar oportunidades de golo suficientes para conseguir a reviravolta no marcador, o que infelizmente não aconteceu.
Na opinião do nosso treinador, "arrancámos para uma segunda parte muito boa, com dinâmica, a criar situações de perigo", fazendo questão de "dar os parabéns aos jogadores por tudo aquilo que meteram em campo, tanto ao nível da qualidade de jogo que apresentaram, quer ao nível do compromisso, quer da disponibilidade física até ao último minuto". "A eliminatória ainda está em aberto", concluiu.

2
Ontem foi uma noite à Benfica pela entrega dos jogadores e pelo formidável apoio nas bancadas. Houve raça, querer e ambição! E também o apoio incessante e inexcedível dos Benfiquistas. O Benfica é sempre muito mais forte quando se verifica esta comunhão entre equipa e adeptos. Acreditamos que este jogo com o Ajax é um momento de viragem na temporada, havendo ainda muitos jogos por vencer e esta eliminatória da Liga dos Campeões para passar.

3
Depois do grande jogo de ontem, não há como não lembrar o magnífico vídeo promocional coproduzido por Benfica e Ajax, amplamente partilhado pelos adeptos nas redes sociais e merecedor dos mais rasgados elogios. Este é o caminho para se valorizar o futebol.

4
Daqui a pouco, às 15h30, há jogo dos Sub-23 com o Rio Ave. Venha ao Benfica Campus apoiar a nossa equipa."

SL Benfica 2-2 AFC Ajax: Viagem a Amsterdão não vai ser passeio


"A Crónica: Ligados à Carga

Dia de Liga dos Campeões. Primeira mão dos oitavos-de-final. A noite é de gala e a D. Elisabete recorreu ao equipamento de sempre que nem o glamour das grandes noites de futebol europeu a fez trocar: pano de limpeza numa mão e o spray desinfetante com que o ensopa na outra.
Salvo estabelecimento de um acordo publicitário com esta plataforma, não designarei a marca do produto de limpeza em causa, mas, para satisfação dos mais curiosos, tem nome igual ao da equipa neerlandesa que se apresentou no Estádio da Luz. A D. Elisabete vinha à espera de uma limpeza, mas o que encontrou já estava a brilhar.
Cheirava bem, a Champions, no Estádio da Luz e o SL Benfica parecia vir empenhado em dizer à Europa que é construído de história. Aos encarnados, o ambiente ia servindo de combustível para um início equilibrado.
Sabe-se, no entanto, que o nível de vida nos Países Baixos é bem mais interessante para quem deseja adquirir esse luxo que carbura e gera movimento. O que aos neerlandeses durou o jogo todo, aos portugueses serviu apenas para meia-hora.
Enquanto o combustível servia SL Benfica e AFC Ajax da mesma forma, Tadic aproveitou uma equipa das águias desorganizada por uma perda de bola de Grimaldo, que quis correr um risco para o qual ainda não tinha avaliado as consequências.
Com recurso aos pingos da reserva, ainda a meio da primeira parte, Jan Vertonghen teve forças para lutar por uma bola que parecia perdida após um canto. A partir daí, o belga desferiu um golpe, que teve tanto de passe como de remate, contra Haller que nem teve oportunidade de se afastar da bola para que esta não tomasse o caminho da própria baliza.
Empenhado em redimir-se, o costa-marfinense deu nova vantagem à equipa que venceu o grupo do Sporting CP na fase de grupos da Liga dos Campeões. A partir daí, o gás do SL Benfica foi-se e o que mais se ouvia das bancadas era os adeptos a vociferar “chuta” e os “olés” dos neerlandeses.
A capacidade que os portugueses têm para se meterem em problemas, desta feita de ordem internacional, provavelmente, ligaram um Nord Stream 3 lá de uma origem duvidosa do leste ao Estádio da Luz, tal foi a energia com que os encarnados vieram para a segunda parte.
Nunca tiveram a baliza a salvo, é certo, mas, na segunda parte, foram várias as vezes em que deixaram Pasveer em apuros.
Do susto à consumação do ato, foi um caminho longo que só aos 72 minutos de jogo se verificou. Yaremchuk viu a bola à sua disposição e cabeceou-a com tanta intenção que até ele próprio entrou na baliza.
Com tudo igualado, a viagem do SL Benfica a Amsterdão promete não ser para ver as paisagens. Há trabalho a fazer para seguir em frente.

A Figura
Steven Berghuis Essencialmente na primeira parte, o pé esquerdo fez maravilhas que poucos conseguem e que tornaram o AFC Ajax muito capaz a nível ofensivo. Talvez por a bola não ter estado tantas vezes na sua posse, a equipa tenha caído de rendimento.

O Fora de Jogo
Álex Grimaldo A pressão de defender Antony colou-o à retaguarda. Daí não foi capaz de mostrar os atributos ofensivos que o caracterizam. Fica marcado pelo erro no primeiro golo.

Análise Tática – SL Benfica
Nélson Veríssimo meteu dedo na dimensão tática do jogo. O SL Benfica apresentou-se em 4-3-3 com Gonçalo Ramos a desempenhar o papel de terceiro médio, ao lado de Taarabt e à frente de Weigl.
A defender, o camisola 88 foi também o elemento que mais variou o posicionamento. Se o AFC Ajax tentasse sair a três, pressionava Edson Álvarez, caso contrário, baixava.
No lado direito da defesa, Gilberto foi a mostra do respeito pelo adversário. À confiança de que Otamendi, Vertonghen e Weigl teriam capacidade para resolver sarilhos vindos do corredor exterior preferiu salvaguardar o miolo.

11 Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (5)
Gilberto (5)
Nicolás Otamendi (6)
Jan Vertonghen (6)
Álex Grimaldo (5)
Julian Weigl (5)
Adel Taarabt (7)
Rafa Silva (6)
Everton (5)
Gonçalo Ramos (6)
Darwin Núñez (7)
Subs Utilizados
Roman Yaremchuk (6)
Paulo Bernardo (-)
Valentino Lázaro (-)
Diogo Gonçalves (-)

Análise Tática – AFC Ajax
Na Luz, viu-se um AFC Ajax audaz na forma como se dispôs no campo. Erik ten Hag deu características diferentes das habituais ao meio-campo.
A entrada de Gravenberch no onze alterou a configuração habitual dos visitantes para um 4-3-3. O jovem neerlandês trouxe menos capacidade de rasgo, mas maior controlo da gestão da bola, e partiu de uma zona mais adiantada do terreno.
Para gerar espaço para os cruzamentos de Daley Blind pela esquerda, Tadic explorou com mais afinco o corredor central. No lado oposto, a situação contrária, Mazraoui subiu por dentro de modo a que Antony pudesse receber a bola à largura e aí ser criativo.
No processo de construção, destaque para Timber. O central parecia um autêntico médio a provocar os defesas para lhe saírem ao caminho para libertar, com segurança, num companheiro livre.

11 Inicial e Pontuações
Remko Pasveer (5)
Noussair Mazraoui (7)
Jurrien Timber (7)
Lisandro Martínez (6)
Daley Blind (6)
Edson Álvarez (7)
Ryan Gravenberch (5)
Steven Berghuis (7)
Antony (6)
Dusan Tadic (7)
Sébastien Haller (7)
Subs Utilizados
Davy Klaassen (5)
Nicolás Tagliafico (5)
Devyne Rensch (-)

BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
O Bola na Rede foi impedido de fazer questões ao treinador do SL Benfica, Nélson Veríssimo.

AFC Ajax
Bola na Rede: Hoje o Haller marcou novamente. Acha que tem o nível necessário para ser o melhor marcador da Liga dos Campeões?
Erik ten Hag: Fez um bom golo. Tem capacidade para isso.

Bola na Rede: Que erros o AFC Ajax tem que evitar na segunda mão para eliminar o SL Benfica?
Dusan Tadic: Precisamos de evitar as transições. Sofremos um golo assim. Falámos nisso. Precisamos também de ser mais capazes com bola e trabalhar nos detalhes."

Benfica, tudo podia ter ficado mais alright


"Benfica e Ajax levam a passagem aos quartos de final da Champions para Amesterdão depois de um empate (2-2) que os encarnados agarraram com uma 2.ª parte em que tiveram oportunidades para ferir ainda mais os neerlandeses, que não tiveram a paz e a calma que o seu terceiro equipamento de homenagem a Bob Marley lhes deveria ter suscitado

Aquelas três listas correndo no preto levam-nos logo para aquele ambiente, o reggae que cantava Bob Marley e que desde 2008 faz também parte do folclore do Ajax. Foi nesse ano, num particular no País de Gales, que os adeptos do clube de Amesterdão, fechados numa bancada à espera de autorização para sair, deixaram de lado a impaciência e abraçaram o ambiente. Na estereofonia passava “Three Little Birds” e eles cantaram e divertiram-se, Don’t worry about a thing, ‘cause every little thing gonna be alright, e aquilo foi de tal forma catártico que a partir daí cantaram e divertiram-se muitas mais vezes com aquele hino.
Ao ponto do clube, esta temporada, homenagear a cultura rastafari vinda de lá longe da Jamaica com um terceiro equipamento com pormenores a verde, amarelo e vermelho e com os três pequenos pássaros nas costas, que depois a UEFA mandou retirar porque há regras para tudo, até para o que pode aparecer numa camisola de futebol e aparentemente três pequenos pássaros e uma mensagem de paz são coisas mais graves que publicidades a casas de apostas, a empresas de gás, essa coisas.
A camisola é bonita, com ou sem os passaritos, e deve ter às tantas inspirado um acordar não na manhã mas nesta noite em Lisboa ao Benfica, mas tudo até podia ter ficado mais alright para a equipa portuguesa na 1.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Porque no Estádio da Luz, principalmente na 2.ª parte, viram-se mais as fraquezas dos neerlandeses do que os pontos fortes e fica a ideia que o Benfica as poderia ter aproveitado melhor.
Porque nem sempre será assim. O Ajax é uma equipa que vive para ter bola, que só se sente feliz com ela e que faz tudo para dela não se separar. Com ela em sua posse, é uma equipa temível, e que o diga o Sporting, por duas vezes este ano. Esta quarta-feira, porém, houve muitos momentos em que não a teve. E aí deixou espaço e desordem para o Benfica se mover em ataques rápidos, coisa que a equipa portuguesa também faz bem. Na 1.ª parte, o domínio começou repartido, não declarado por ninguém e o Ajax marcou primeiro num erro do Benfica, aos 18’, uma reposição atabalhoada de Vlachodimos à qual Grimaldo respondeu com uma receção ainda pior. Aproveitou aquele lado direito celestial do ataque neerlandês, com Antony e Mazraoui – foi do marroquino o cruzamento que valeu a finalização de classe de Tadic, sozinho na área num Benfica completamente desequilibrado após o erro na saída de bola.
Sofrer um golo cedo de uma equipa que ataca sofregamente é um risco, mas apesar da vantagem o Ajax não estava a ser a máquina debulhadora que se esperava. O Benfica já tinha outros erros às costas que os campeões dos Países Baixos tinham desperdiçado em ataques rápidos mal amanhados e o outro lado do campo está longe de ser uma fortaleza para o Ajax. Aos 26’, Vertonghen insistiu num lance após um canto e teve a recompensa: o cruzamento tenso do homem formado na equipa que esta noite defrontava foi encontrar o pé de Haller, que marcou, desta vez na baliza errada – marcaria na certa apenas três minutos depois, após um cruzamento de Berghuis.
O Ajax chegava assim em vantagem ao intervalo – e nos últimos segundos da 1.ª parte ainda teve uma bola ao poste, de Alvarez – mas o Benfica tinha o mapa do tesouro na mão para usar se assim o entendesse. Porque o espaço era muito, os corredores abertos para os encarnados aproveitarem estavam lá, mas também houve naqueles primeiros 45 minutos muito nervosismo e um ror de decisões erradas.
As decisões certas não surgiram subitamente na 2.ª parte, porque se tivessem surgido talvez o Benfica tivesse mesmo ficado em vantagem na eliminatória. Com menos capacidade de reter a bola, o Ajax tornou-se uma equipa muito errática após o intervalo, pouco confortável em campo e a expor-se muito ao erro, perdendo, pelo caminho, o jeito para cheirar o sangue no ataque. As arrancadas de Rafa começaram a fazer mossa, mas o avançado português nem sempre teve a cabeça fria para lhes dar o melhor seguimento: aos 60’ o passe para Darwin saiu com demasiada força e aos 69’ a bola até chegou a Yaremchuk (entrou e deu logo peso ao ataque encarnado) mas o ucraniano deu mal na bola e depois permitiu o corte a Timber.
Correria bem, finalmente, aos 72’: Rafa acelerou, Gonçalo Ramos rematou de pé esquerdo à entrada da área e à defesa deficiente de Pasveer Yaremchuk respondeu com o instinto de oportunidade que todos os atacantes devem ter. Estava lá para a recarga e no festejo tirou a camisola para mostrar um dos símbolos da Ucrânia, mesmo nas barbas dos placards da Gazprom.
Não reagiu bem o Benfica no momento em que tinha o élan do seu lado. Nos últimos 20 minutos, os encarnados encolheram-se novamente, voltaram a permitir que o Ajax tivesse bola, que estacionasse um estado emocional que quase descarrilou na 2.ª parte. E com isso não foi em busca de um resultado mais feliz, que esteve perfeitamente ao alcance. Não haverá na Europa muitas equipas a atacar com a fome deste Ajax, não haverá muitos extremos tão cara de pau como Antony, mas há muito por onde ferir os neerlandeses. O Benfica só o conseguiu a espaços e depois de desperdiçar toda uma 1.ª parte. Tudo podia ter ficado mais alright, Benfica, mas as novas regras dos golos fora ditam que daqui a duas semanas a eliminatória comece praticamente do zero. Tudo empatado. E com um Benfica sem necessidade alguma de se sentir um pequeno pássaro, um underdog, this is my message to you."

Siga para Amesterdão


"Um jogo divertido, interessante de se seguir e que deixou tudo em aberto para Amesterdão. O Ajax foi a equipa de posse que costuma ser, teve mais bola, mais iniciativa e criou mais oportunidades. Já o Benfica apostou em defender e transitar e podia (e devia) ter feito mais nos muitos espaços que a equipa neerlandesa foi deixando.
O Ajax tem um jogo posicional muito interessante. O 4×2 na sua construção (guarda-redes, centrais e 6 contra Darwin e Gonçalo) ofereceu controlo na primeira fase e facilidade em eliminar os avançados. O equilíbrio de jogadores dentro, fora, em apoio e na profundidade criou dificuldades ao Benfica e originou várias oportunidades de golo que não foram aproveitadas. No entanto, a turma de Ten Hag apresentou-se com mais erro técnico e decisional (algo precipitada) que o normal, o que lhe custou mais perdas e menor controlo do jogo.
A forma como equilibram a equipa no momento da posse – várias vezes apenas com 3 jogadores -, aliada ao facto de terem tido mais perdas e uma reação que não foi suficientemente agressiva no centro de jogo, podia ter sido fatal. A verdade é que o Benfica teve várias saídas para contra-ataque onde encontrou situações de igualdade e até superioridade com campo aberto, algo que deveria ter sido melhor aproveitado.
Ter Darwin e Rafa em campo é saber que por muito tempo que se defenda, em cada recuperação vão conseguir esticar o jogo. É verdade que o uruguaio não tem a qualidade técnica e de definição que lhe permite elevar o nível do seu jogo, mas a facilidade com que ganha metros e vence duelos, coloca o adversário sempre alerta e não raras vezes a correr para trás. Já o internacional português, com a sua aceleração e capacidade na condução, continua a ser o maior responsável pela criação do Benfica, ainda que também não tenha uma taxa de sucesso na definição assim tão alta.
Curiosidade para perceber a abordagem do Benfica no jogo da segunda mão. Se irá apresentar uma postura mais pressionante ou controladora, como irá importunar a construção adversária e se conseguirá melhorar a definição na transição ofensiva."

Descubra as diferenças!!!


"A mesma equipa.
A mesma época.
Assim se mostra ao Mundo a falência da verdade desportiva em Portugal. O País onde o campeão mama 5 batatas e o 3ºclassificado empata 2-2.
Assim se vê a influência de ter Proenças, Fontelas, Nobres, Hugo Miguéis, Verdíssimos, Narcisos, Martins, etc, etc, etc... E o que não vale um Antero Henriques a fazer aquelas coisas bonitas que todos nós sabemos e que ninguém fala...O futebol em Portugal está num lodo, no ponto mais baixo da sua história.
Até quando, Benfica? Até quando, Rui Costa?"

“Jogo monstruoso do Benfica hoje” - Eleven.

 
"Que tremenda exibição do Glorioso. Hoje fomos Sport Lisboa e Benfica!"

Centralização...


"Hoje é um dia muito importante no nosso clube. Somos feitos de esperança e hoje é bom que sintam que ainda temos alguma esperança neste mar turbulento que vamos passando sem fim.
Mas o que quero trazer é outra coisa. Hoje sai nas capas em pequeno este destaque da centralização, um chavão usado e foi dado mais gasolina pelo Proença (como não confiar lol, não é Benfica?) Vou dar a minha opinião muito ao de leve sobre isto.
O Benfica nunca mas nunca deve aceitar, e estou bem a cagar para a pacificação do futebol. Quer dizer estes clubes que nos odeiam , que não deixam entrar os nossos adeptos com adereços querem agora ganhar à pala de venda de imagem do Benfica?
Com preços de bilhetes absurdos, com a falta de respeito constante que nos fazem constantemente.. e agora para negociar a centralização já se anda com a conversa pelo bem do futebol?
O Benfica não é publicidade de ninguém e de a liga quer vender a sua imagem então é melhor pelo menos sermos respeitados - já nem falo dos roubos- isto é tudo tão óbvio que sinceramente só mesmo um presidente mão de manteiga vai aceitar.
Mas alguma estação de tv num país qualquer do mundo onde veja 1/3 dos jogos só de uma jornada se interessa por isto? Estádio vazios, confusões, más arbitragem, simulações , perdes de tempo. Tenham noção."

Vermelhão: Quartos tão perto!!!

Benfica 2 - 2 Ajax


Resultado e exibição melhor daquilo que se esperava, mesmo assim, fica a frustração, de saber que um Benfica 'normal', ganharia esta eliminatória, com alguma segurança!!!
O último jogo que tinha assistido no Estádio, foi com o Braga. Nas bancadas é possível 'ver' aquilo que na televisão é mais difícil, e hoje, creio que foi evidente que o principal problema do Benfica é a falta de confiança!!! Basta a equipa fazer um par de boas jogadas, e os jogadores começam a 'acertar' passes e a equipa cresce; basta falhar uma acção defensiva, e a equipa 'perde-se' completamente!!! Isto não quer dizer, que não existem outros problemas, existem... mas a falta de confiança é claríssimo!!!

Fomos pragmáticos sem bola, mas fomos demasiados optimistas com bola(!!!), as saídas de bola no pé, da nossa área, foram sempre um 'susto'!!! Acabámos por oferecer dois 'brindes' aos holandeses, com dois erros evitáveis... É verdade que tivemos alguma 'sorte' no auto-golo e no 2.º golo, o guarda-redes do Ajax também 'facilitou', mas os nossos erros pareceram mais 'evitáveis'!!!

Agora, sem bola, fizemos aquilo que devíamos ter feito: defendemos no nosso meio-campo, com as linhas juntas, e sem grande pressão nos Centrais adversários... Podem achar que na Luz, tínhamos que ser mais agressivos na pressão alta, mas isso seria suicida, perante a qualidade de saída de bola do Ajax! Na segunda parte, alterámos o posicionamento na pressão, o Rafa 'deixou' o Blind sozinho, e caiu em cima do Central, e isso dificultou a 'saída' do Ajax (devíamos ter feito isso logo de início...), mas mesmo assim o Ajax teve sempre mais bola...

Mas o Benfica lutou, demonstrou garra, atitude, começamos a ganhar duelos físicos, e por várias vezes, conseguimos sair em velocidade no contra-ataque... com um bocadinho mais de 'cabeça', podíamos ter marcado mais...

Na parte final, com alguns jogadores a sentirem cãibras, voltámos a ficar mais longe da baliza, mas deu para aguentar o empate para a 2.ª mão, que não sendo o resultado ideal, deixa alguma esperança no horizonte!!!

Estava à espera de um meio-campo a três, sem o Ramos, mas o Veríssimo apostou no 11 habitual, e acabou por 'resultar'. O Gonçalo, trabalha muito para a equipa, defensivamente acaba por ser um 3.º médio, e isso compensa os espaços dados no meio-campo... mas em Amesterdão, será mais complicado!!!

Darwin e Rafa em grande velocidade, faltou mais critério... Grande jogo do Adel, o Weigl esteve bem... O Gil deu o mote nos duelos... 
No outro lado, os Centrais: os problemas na saída de bola continuaram, o Vertonghen depois deverá ter feito uma das piores primeiras partes da sua carreira... a única jogada positiva, foi mesmo o autp-golo 'provocado'!!!
Não coloco em causa o profissionalismo do Nico e do Jan, mas na próxima época, espero que uma dupla de Centrais completamente diferente: Veríssimo/Morato por exemplo! A falta de velocidade na defesa condiciona todo o nosso jogo... As 'brancas' defensivas, criam um efeito dominó no resto da equipa, a perda de confiança é evidente, em vários momentos do jogo...

Nem na UEFA nos safamos dois filhos-da-puta dos apitadeiros! Falta clara sobre o Darwin no 2.º golo do Ajax; penalty sobre o Gonçalo; e critério disciplinar absurdo que perdoou muitos cartões aos nossos adversários, sendo que o Anthony tinha que ser expulso (e não jogava na 2.ª mão), entrou quase sempre de pitõns à frente, sempre que disputou uma bola...!!! Deveremos ser o único Clube na UEFA, que nunca beneficia de arbitragens ditas 'caseiras' na Europa... É um fenómeno!!!

Daqui a três semanas, não será nada fácil, creio que a dinâmica do jogo, até pode ser parecida, só espero que o Benfica, não volte a 'oferecer' golos ao adversário... mas com o Darwin e o Rafa bem fisicamente, podemos voltar a aproveitar a velocidade...

Mas o próximo jogo, é com o Guimarães no Domingo (não sei porque não jogamos na Segunda, ou mesmo na Terça!), sem o Otamendi e sem o Weigl... e com alguns jogadores bastante cansados:  Adel e Darwin à cabeça! Se tenho confiança no Morato, o meio-campo com o Meité deixa-me preocupado!!!


Vitória...

Benfica 5 - 3 Valongo

Vantagem e adormecimento no final... num jogo, que ficou marcado pelo hat-trick do Pablo em cerca de 1.19m !!! Depois de um início de época muito abaixo do esperado, o astro argentino, está claramente em subida de rendimento!