sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Há números de sorte!


"Do livro do Apocalipse 13 com as duas bestas, do mar e da terra, que se erguem contra o criador, à última ceia de Cristo, onde Judas era um dos 12 apóstolos e Cristo o 13.º, o azar do número 13 é praticamente universal em todas as culturas ocidentais, cristãs ou não (no Oriente essa fama coube ao número 4). Para mais, a crucificação deu-se numa sexta-feira, e, séculos depois, a extinção da ordem e perseguição dos templários, simbolicamente ordenada pelo papa numa sexta-feira, fizeram da sexta-feira 13 um ícone e um dos expoentes máximos do azar.
Portanto, entre nós, o 13 é o número que desafia a ordem do universo, e tudo o que deveria correr bem corre mal. Mas não foi sempre assim e, na verdade, o número 13 na mitologia grega e na antiguidade clássica, a que remonta tanto da nossa cultura e identidade, de onde importamos os valores do desporto e as olimpíadas, era um número auspicioso que representava uma junção virtuosa de poder e sublimação. Quando Zeus, completando como 13.º um desfile de 12 deuses menores, encabeçou e engrandeceu o cortejo e afirmou-se enquanto expoente máximo da glória divina. Ou seja, de todos um!
Quando o Benfica criou a Fundação, há 13 anos bem contados, fê-lo pela missão de bem fazer. E essa missão tem sido cumprida, cada vez em mais lugares, cada vez com mais dimensão e cada vez abrangendo mais problemas que desafiam a nossa sociedade, as nossas cidades, as nossas aldeias, a nossa floresta e, crescentemente, a globalidade do planeta onde vivemos. Por isso, 13 anos volvidos, revisitamos o trabalho feito e renovamos os votos do nosso compromisso com os benfiquistas. E, sim, este e um 13 de sorte, um 13 de bem e de harmonia. Um 13 cheio de futuro e que é, de todos, um, como só o Benfica sabe!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"1
Everton estreou-se a marcar na Taça da Liga, sendo o 52.º jogador do Benfica a fazê-lo (112 golos com 2 autogolos, em 61 partidas). Jonas, com 10 golos, é o recordista, seguindo de Cardozo, com 7, e Rodrigo, com 6. Pizzi faz parte do quarteto com 5 golos;

3
Com a vitória ante o SC Braga, a equipa feminina chegou à liderança isolada do campeonato ao fim de 3 jornadas, com pleno de triunfos;

6
Foi a 6.ª vez que o Benfica disputou um desempate por pontapés da marca da grande penalidade na Taça da Liga (21 jogos a eliminar, incluindo finais, a 3.ª nas meias-finais). Foi a 5.ª vez que foi bem-sucedido;

8
O Benfica está pela 8.ª vez na final da Taça da Liga, tendo vencido em todos as presenças anteriores, a última em 2016 (triunfo em Coimbra, por 6-2, frente ao Marítimo);

20
Darwin marcou em Arouca e chegou aos 20 golos em competições oficiais na presente temporada, superando em 6 o registo da época de estreia e elevando a contagem pessoal, de águia ao peito, para 34;

32
João Mário apanhou Rafa em 'jogos oficiais' na presente época, e o duo lidera esta contagem. Vlachodimos, com 2768 minutos (incluindo tempos adicionais), lidera no tempo de utilização;

80
Se fosse vivo, Eusébio teria feito 80 anos nesta semana;

150
Jogos de Vlachodimos pelo Benfica me competições oficiais. No atual plantel, só Pizzi, André Almeida, Grimaldo, Rafa e Seferovic representaram mais vezes a equipa de honra do Clube. É o 2.º guarda-redes estrangeiro com mais jogos, superado só por Preud'Homme;

232
Grimaldo passou a estar isolado na 50.ª posição dos futebolistas com mais jogos pela equipa de honra do Benfica em competições oficiais;

2025
Kika Nazareth renovou o contrato que a liga ao Benfica. Uma excelente notícia!"

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1 - O Sporting não tem razão. O titulo do artigo inserido nesta edição do jornal O Benfica explicita a infundada vontade de um clube em reclamar quatro títulos de campeão nacional sem que lhe assista a mínima veracidade histórica. Os documentos aqui revisitados hoje e na edição de há três semanas provam juridicamente inaceitável qualquer tentativa de revisionismo histórico, ainda mais com o patrocínio institucional da Federação Portuguesa de Futebol, que há muito já deveria ter colocado um ponto final nesta deriva.
O Sport Lisboa e Benfica não aceitará impávido a esta tentativa ardilosa, para não dizer manhosa, de rescrever a história do futebol português à medida dos interesses conjunturais de um ou de outro clube, numa total e profunda agressão à verdade desportiva e ao legado da competição.

2 - O Benfica está na oitava final da Taça da Liga. É o clube com mais títulos nesta prova, nunca tendo falhado uma conquista do troféu sempre que marcou presença no momento da decisão. Sábado, em Leiria, contamos com o intransigente apoio dos nossos adeptos para elevar o almejado troféu, com a qualidade e o compromisso que nos cumpre ostentar, sem casos de arbitragem nem desrespeito pelo manto sagrado que orgulhosamente envergamos."

Pedro Pinto, in O Benfica

Almasqué, 7 na camisola e nos ofícios


"Desportivamente, ecletismo, estoicismo e benfiquismo: conceitos que resumem a vida de Alexandre Almasqué

A história do Benfica está repleta de figuras cuja paixão e dedicação contribuíram para o crescimento e afirmação do Clube. Uma delas foi Alexandre Planas Almasqué.
Nascido em 1916, em Paris, o filho de pais catalãs fez-se sócio do Benfica aos 15 anos. Dois anos depois, alinhava no râguebi do Clube, modalidade na qual brilhou pela sua silhueta robusta. Estreou-se nas reservas do basquetebol encarnado em 1936/37. Mais tarde viria a exibir-se no andebol, modalidade à qual mais se afeiçoou, e ainda no voleibol, em três partidas pela 1.ª categoria.
O seu ecletismo era tão evidente, que as suas actividades se sobrepunham. Em 9 de Maio de 1937, alinhou pelo basquetebol às 12h00 e pelo râguebi às 15h00. O mesmo aconteceu em 6 de Novembro de 1938, com basquetebol e andebol.
No râguebi foi campeão regional em 1938/39 e 1941/42. Mas o seu maior feito aconteceu no basquetebol. Em 1940/41, envergando o camisola 7, muito de tantas outras, foi o primeiro capitão benfiquista a sagrar-se campeão nacional, depois de ter sido campeão regional. Em 1945/46, fez parte da equipa que conquistou a Taça de Honra (mais tarde designada Taça de Portugal).
De comportamento irrepreensivel ao longo de 15 épocas de actividade, nunca foi sancionado ou castigado. No final dos anos 40 estabeleceu-se na África do Sul, onde ajudou a introduzir e desenvolver o basquetebol, com uma autêntica equipa da 'Sociedade das Nações' representada 'por 1 português, 1 grego, e maltês, e egípcio, 1 turco, etc.'.
Na primeira deslocação do Benfica a África, Almasqué fez 600 quilómetros 'de abalada de Durban até Lourenço Marques'. O seu amor pelo Clube levava-o à mais pura exaltação ou, se as coisas corressem menos bem, a 'chorar de raiva, cerrando os seus possantes punhos'.
Em 1953, em Lisboa, Almasqué pediu à secção para voltar a alinhar pelo andebol, participando em duas partidas de 2.ª categoria no Campeonato de Lisboa. Em 17 de Maio, frente ao Sporting, fez o seu último jogo com a camisola encarnada, como capitão.
Seguiu sempre o Clube de perto, estivesse no Lobito, em Luanda, Durban, Buenos Aires ou na Guatemala. Nele encontrava o mais profundo espírito benfiquista, 'deixando sempre atrás de si novos amigos e novos benfiquistas'.
Na sua longa vida de 89 anos, o sócio de mérito preocupou-se sempre com a vida do Clube, procurando reviver velhas amizades e, sobretudo, viver o Benfica.
Conheça outras histórias de ecletismo e espírito benfiquista na área 3 - Orgulho, Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Milagres!


"Já nesta temporada, e esquecendo a temporada passada onde (por acaso) foi igual, desde a reta final de dezembro, Rafa é o décimo jogador do Benfica a testar positivo para Covid, depois de Grimaldo, Svilar, Pizzi, Yaremchuk, Radonjic, Meïte, Vlachodimos, Vertonghen e Everton.
Do Cashball e Calor da Noite são quantos mesmo?
Em pleno pico de pandemia.
E ninguém diz nada, os bananas da nossa Direcção não dizem nem fazem nada, e se for preciso ainda andam a fazer os testes na Unilabs do fanático andrade Menezes.
É dose ser Benfiquista hoje em dia. E frustrante. Ao máximo."

Este Clube não é para fracos


"Ao fazer o trajeto de regresso de Leiria, já noite dentro, após um óptimo jantar num mar de Benfica (a melhor parte da viagem), muitas ideias e sentimentos me cruzaram a mente. Desde a paupérrima exibição da equipa ao conforto de adepto da missão cumprida pela passagem à final da competição, não é fácil saber o que pensar ou sentir enquanto Benfiquista.
O que comprovei nas bancadas foram os adeptos do Benfica a tentar apoiar a equipa e à espera de motivos para aplaudir ou entusiasmar-se com a exibição. Esperançosos que desta é que a equipa ia jogar "à Benfica".
Mas, quase nada houve em retorno que o justificasse. O que se viu foram jogadores lentos, receosos, amorfos, desligados um dos outros e com uma evidente falta de querer vencer o jogo mais do que o adversário.
Olho para a equipa e vejo instalada uma enorme falta de confiança, com medo de decidir, a jogar para o lado, sem progressão, com jogadores a esconderem-se do jogo. Uma equipa pouco ambiciosa e que na maior parte do tempo parece que se limita a desempenhar a sua profissão de forma aburguesada.
Salvo raras exceções, parece que os jogadores não se apercebem (nem alguém lhes explica) o privilégio de terem a honra de envergar o manto sagrado. Soubessem eles da importância de constar na história do Benfica e certamente teriam as camisolas mais pesadas (pelo suor e pela sujidade da relva, pelo menos).
E, sinceramente, dei por mim a pensar que esta imagem da equipa poderá ser um espelho e refletir a mentalidade que parece instalada em geral no Benfica: decisões onde o foco parece ser o de jogar pelo seguro, sem iniciativa, sem rompimentos (mormente com o passado e os conformados), sem inspirações, a fugir da decisão difícil, parecendo que reina o receio de confrontar adversários.
Quem representa o Benfica, dentro e fora de campo, não pode decidir assim. No Benfica não pode instalar-se a mentalidade do medo, do jogar pelo seguro ou fugir à responsabilidade que daí resulta. Quando isso sucede, rapidamente começará a surgir a ideia confortável de que ganhar ou não ganhar é secundário perante a segurança de não arriscar.
E isto é inaceitável. Quem tem medo de decidir ou só joga pelo seguro, não pode estar no Benfica. Esta ideia serve para jogadores, treinadores ou dirigentes nas suas atividades e responsabilidades.
No Benfica não pode reinar o medo dos desafios. O Benfica não foi construído por gente fraca ou receosa. No Benfica, vencer ou não vencer não pode ser a mesma coisa. No Benfica, não fazer tudo para vencer não é aceitável. No Benfica, não ter capacidade para criar coisas novas e de qualidade significa que é tempo de procurar novas paragens. No Benfica, há que assumir responsabilidades e dar o melhor de si, superar-se perante desafios.
Depois de tudo o que sucedeu recentemente, era (e é) evidente que o Benfica precisa de uma reforma. Sem dramas, sem sangue e sem crises. De forma natural. Claro que como qualquer reforma, precisa de decisões corajosas, disruptivas e com profundas alterações com o que existe, os denominados poderes instalados.
Rui Costa foi o presidente eleito com mais votos na história do Benfica. Isso conferiu-lhe um salvo conduto para reformar, mudar e fazer um caminho novo de volta aos pergaminhos do Clube conforme bem decidisse. Contudo, entendeu que essa reforma deveria ser feita progressivamente (diria lentamente), com poucas alterações e mantendo grande parte do que herdou da anterior direção.
O que se assiste, meses depois, é a constatação que muito há ainda para fazer e mudar. Olhamos para as modalidades, para o marketing, para a comunicação ou para o futebol e (tirando a saída "imposta" de Jesus) pouco ou nada mudou em termos estruturais. Não mudaram as pessoas, não mudaram as ideias e a forma de decidir, nem mudaram os resultados.
Realço que reformar não é mudar tudo. Não é estragar o que está bem feito. E há muita coisa bem feita no Benfica. Muita mesmo. E há também bastante gente boa e com valor, gente "à Benfica". Tudo isso deve ser mantido e reforçado, se possível. Com tranquilidade e com um diagnóstico objetivo. Com foco na comprovada competência, nos resultados e objetivos atingidos.
Não obstante, penso que no geral, o Benfica continua a ser em parte, uma cópia suave do Benfica anterior, e, por isso, urge mudar e criar um Benfica com uma nova identidade e de cores mais garridas.
Importa recuperar aquele Benfica temerário conhecido por ter uma garra e determinação que vejo em grande parte dos adeptos benfiquistas, mas que não vejo instalada no Clube (salvo honrosas exceções).
Para isso, há que romper de forma considerável com o passado e o presente. Sem medo, sem hesitações ou fraquezas, guiados pela determinação de se estar a fazer o melhor para o Benfica. E o Benfica precisa de mudar, precisa de sangue novo, capaz, competente e com novas ideias e horizontes. Dentro e fora de campo.
Doa a quem doer, o interesse maior tem de ser o do Benfica. Sempre. Isso poderá implicar decisões difíceis, que se complicam ainda mais com a existência de laços profissionais e afetivos que naturalmente se criam com quem serviu e/ou serve o SLB. Mas importa que esses laços não se tornem numa fonte de fraqueza e impeçam o Benfica de prosperar. E esse objectivo está acima de tudo e de todos. Lealdade às pessoas, mas ainda mais ao interesse do Benfica.
Perante isto, deixo votos de firme determinação e confiança a Rui Costa, acreditando na sua vontade em mudar o Benfica para melhor.
Bem sabendo que as mudanças levam o seu tempo, e acreditando que parte do foco deve começar pela formação, há que começar já a preparar o presente e futuro.
Assim sendo, em jeito de desafio e desejo, deixo a ideia de que sábado é um belo dia para marcar esta mudança de ciclo, vencendo a taça da liga "à Benfica". Que estejamos todos lá com vontade e união, com a tal mística!
Em suma, resumo dizendo que depois de os irmãos Cohen terem mostrado ao mundo que "este país não é para velhos", é altura de lembrar que este Clube não é para fracos."