segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Derrota...

Benfica B 1 - 2 Corruptos B


Jogo marcado pelas ausências, além das habituais lesões, juntou-se mais um surto de Covid, que deixou vários titulares de fora, e alguns dos que jogaram, estiveram durante a semana de quarentena!!!

O jogo foi equilibrado nas oportunidades, com o Benfica a tentar jogar em posse de bola, com saídas demoradas e pacientes desde do guarda-redes, com futebol apoiado...

A vantagem que chegámos a ter na Liga, foi perdida, mas a nota é muito positiva! Com esta troca de treinadores não espero uma quebra... O António Oliveira foi uma boa surpresa, que se tudo correr normalmente irá aproveitar o potencial que tem ao seu dispor... A equipa tem bases muito sólidas...

O desporto fenómeno social e o problema da responsabilidade


"A Ilíada do poeta Homero (928 a.C. - 898 a.C.) é o primeiro “monumento” literário, onde as descrições artísticas glorificam os atletas e as suas proezas. Em várias passagens, verifica-se como os Aqueus se dedicam aos exercícios físicos mais diversos: corrida, luta, lançamento, etc.
Mas é apenas no século V que o desporto foi erigido pelos Gregos sob um pedestal que só viria a cair com a queda da Nação. Pierre de Coubertin (1863-1937) enfatizava que “a religião do atletismo nasceu na Grécia”, onde se encontrava em cerimónias esporádicas e nos seus Templos para os cultos quotidianos. As cerimónias serão os Grandes Jogos, sendo o mais ilustrativo de todos os Jogos Olímpicos (JO). Os Templos serão os ginásios, juntando jovens e menos jovens em torno de uma preocupação: exaltar a vida e a humanidade, que eram a base do helenismo. Tais princípios dão aos cidadãos gregos uma distinção de espírito, de uma força e de uma beleza corporal extraordinária. Nada de mais belo, viril e emotivo o que os jovens pronunciavam em juramento: “Eu juro jamais desonrar as armas sagradas do meu posto durante o combate. Sozinho ou na companhia de todos, eu combaterei pelos deuses e pelo meu país. Morrendo, não deixarei a minha pátria diminuída, mas mais forte e com mais potência. Cumprirei as ordens na prudência o que os Magistrados que me queiram dar. Eu serei submisso às leis atualmente em vigor e também as que serão decretadas pelo povo. Se alguém se recusar a obedecer a essas leis e se alguém as quiser destruir, eu me oporei e combaterei por elas sozinho ou na companhia de todos” (Bergeron, 1936, p. 8). O ginásio assumiu uma importância na Cidade, como os exercícios físicos assumiram na moral. Os grandes jogos públicos exerceram nas instituições políticas do país, sobre os códigos morais e sobre a Arte uma influência considerável. Desde esta época, o desporto apresenta as caraterísticas que serão perpétuas, dominado pela ideia de glória. As tréguas nos combates tinham um caráter sagrado.
Em Roma, o povo era prático. Não se agarravam a futilidades e faltava o sentimento estético. Os jogos praticados apresentavam o sinal da brutalidade: gladiadores. Na Idade Média, o gosto pelo exercício físico perde-se. No fundo era uma reação do cristianismo contra os jogos romanos. Só com o surgimento da cavalaria é que os exercícios corporais começaram a ser praticados. Predomina, sobretudo, os longos e penosos Torneios.
O renascimento do desporto dá-se no final do século XIX, sob a influência da Inglaterra. Assiste-se a uma eclosão de clubes e federações. A partir daí assumiu uma ascensão vertiginosa, onde se encontra nos dias de hoje. As repercussões no tecido social são incalculáveis. As grandes reuniões desportivas modernas (Mundial de Futebol, JO, etc.), com o entusiasmo que suscitam, provocam receitas de proporções consideráveis. Nasce um novo jornalismo: o desportivo. Ele ajuda a provocar e a aumentar o entusiasmo. A histeria coletiva vai ao rubro."

O vil metal dita a mudança!


"Num livro com quase quarenta anos, de autoria de Lawrence Sanders (1), estabelece-se um paralelo entre um cientista e um detective de homicídios.
E para isso faz uma analogia com um homem confrontado com um animal selvagem numa floresta e um cientista num laboratório. Na floresta, um animal selvagem prepara-se para se atirar sobre o homem ameaçando-o de presas arreganhadas e garras prontas. No laboratório, o cientista tem o animal, anestesiado, à sua mercê.
No seu laboratório, o cientista preocupa-se em classificar a fera: família, género, espécie; a sua aparência externa - a sua morfologia –, a sua constituição anatómica e a sua fisiologia; o seu ‘habitat’ natural, os seus hábitos de alimentação, acasalamento e reprodução. Eventualmente de que anteriores formas animais evoluíra.
Para o homem que se encontra na floresta, ameaçado, tudo isto seria extrínseco, sem significado algum. Tudo quanto ele conheceria seria o medo, o perigo, a ameaça, e a sua preocupação estaria focada na sua sobrevivência.
O detective de homicídios era o homem da floresta. O criminologista, o psicólogo ou o sociólogo era o homem do laboratório. O homem do laboratório interessava-se por causas. O homem da arena interessava-se por factos, pelas provas que conseguiria descobrir e pelos acontecimentos que poderia provar.
Hoje em dia já não é exactamente assim. Diluiu-se a fronteira entre o detective e o criminologista e aquele tornou-se também cientista. E o homem do laboratório, para além da investigação, tem de recorrer aos factos, à pesquisa, ao cruzamento de dados… tem de comprovar hipóteses, tem de inferir soluções.
No desporto também temos de recorrer a factos, a acontecimentos, a fim de testar hipóteses e apresentar conclusões. A análise de um acontecimento terá de ter um suporte, um fundamento, terá de se apoiar em parâmetros de análise e retornar de novo ao acontecimento a fim de chegar a conclusões, estabelecer padrões de conduta ou até analisar e descodificar representações sociais.
No início do presente ano, António Simões – o jornalista, não o ex-futebolista – trouxe-nos em «A Bola» a história de Francisco Ferreira, o primeiro futebolista português a chegar às vinte e cinco internacionalizações.
A 3 de Maio de 1949, o Torino perdeu frente ao Benfica por 4-3, no Estádio do Jamor, no jogo particular de despedida do então capitão da equipa portuguesa, Francisco Ferreira. No regresso da equipa italiana a casa, a catástrofe, a tragédia: o avião embate na Basílica de Superga… vitimando os trinta e um ocupantes, dos quais dezoito jogadores e seis dirigentes do Torino. A federação italiana decidiu atribuir o título ao Torino, que na altura do acidente liderava o campeonato italiano com quatro pontos de avanço sobre o Inter. Nas últimas quatro jornadas, o clube alinhou com a equipa júnior, e, segundo se conta, o mesmo fizeram os seus adversários (a ser verdade, este é um pormenor relevante comparado com o que acontece nos dias que correm).
E António Simões («A Bola», 02.01.2022) diz-nos que Francisco Ferreira “destroçado pela «desgraça», dos seus colhidos ganhos enviou 50 contos aos filhos dos «amigos que a morte levou».” Solidariedade desinteressada: na altura estes actos não faziam manchetes nos jornais, não eram visíveis na TV nem se tornavam virais nas redes sociais!
Virgílio Mendes, antigo futebolista do Porto que terminou a carreira em 1962, falecido em 2009, despertou o interesse do Celta de Vigo em 1951, que lhe ofereceu 15 mil pesetas de salário por mês (uma fortuna nessa época) e um prémio de assinatura de 500 mil pesetas. Recusou a oferta, constando-se que teria dito mais tarde que “trocar de camisola apenas por causa do dinheiro, se não era violentar o coração e o clube, era pelo menos aceitar viver como um mercenário” (2). Era o ‘ethos’ do amor à camisola…
Em Junho de 2011, David Beckham, que integrou o comité de candidatura inglês ao Campeonato do Mundo de 2022, criticou abertamente a FIFA quando foram conhecidas as primeiras suspeitas de corrupção na atribuição deste ao Qatar. Uma década depois Beckham cede a sua imagem a esta prova, tornando-se embaixador do Campeonato, contra a quantia de 177 milhões de euros («The Guardian», 31.10.2021). Beckham, o qual teve (e nalguns casos ainda tem) contratos com marcas como a Adidas, a Pepsi, o ‘whisky’ Haig Club, a Emporio Armani e a Gillette. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…
Para se entender o fenómeno desportivo, para se perceberem as manchetes nos jornais, as notícias na TV e a viralidade nas redes sociais, para se saber porque se perdeu o ‘ethos’ do amor à camisola e para entendermos a mudança dos tempos e das vontades, não basta conhecer o homem do laboratório e o homem da floresta, o seu trabalho, o seu sentir ou o seu modo de agir.
O fenómeno desportivo e todo o seu peso na sociedade só poderá ser entendido se entendermos que o vil metal dita a mudança…
Ao longo da história as entidades empregadoras sempre apostaram em pagar o salário o mais baixo possível aos seus empregados. Isto fazia com que os trabalhadores não tivessem capacidade para adquirirem toda a produção. Havia excedentes… havia prejuízos… Inventaram-se então os bancos e o crédito ao consumo. Inventou-se a publicidade. O endividamento resolveu a situação! O fenómeno desportivo não foge a esta dinâmica: chama-se a isto capitalismo. Lawrence Sanders dizia que “existe um buraco do caraças entre saber e provar”…
A teoria de que o desporto é o reflexo da sociedade já não tem suporte, porque o que acontece actualmente é exactamente o contrário. É o desporto que molda e gere a sociedade. Esta regula-se à sua imagem. Prova disso está no artigo de José Manuel Meirim intitulado “Um apagão” («Público», 07.01.2022) quando, abordando a aprovação da nova lei antidopagem no desporto, constata o seguinte: “Aí afirma-se sem pudor que a responsabilidade do praticante desportivo é objectiva, não dependendo a responsabilidade pela violação de norma antidopagem da prova da intenção, culpa, negligência, ou da utilização consciente de substâncias ou métodos proibidos por parte do praticante desportivo. Ora, tal proposição encontra-se em flagrante contradição com um princípio fundamental do direito sancionatório português, com suporte constitucional: o princípio da culpa. Neste caso a ordem jurídica nacional não se apaga, sofre um apagão em nome do combate à dopagem.”
Lawrence Sanders diria que “político era fazer as coisas certas pelas razões erradas, e as coisas erradas pelas razões certas.”"

Radar das águias com foco no Brasil? | SL Benfica


"João Victor estará no radar encarnado

O SL Benfica está no mercado e pretende reforçar o plantel já em janeiro. As lesões têm assolado o plantel encarnado e uma das posições que Jorge Jesus mais pretende reforçar é o centro da defensiva das águias.
Como tal, vários nomes têm sido colocados em cima da mesa, mas há um que tem sido discutido mais avidamente. João Victor, titular indiscutível dos brasileiros do Corinthians tem sido o jogador mais falado neste mercado de transferências no que ao SL Benfica diz respeito.
João Victor tem sido um dos destaques do Brasileirão e é indiscutível para o Corinthians, pelo que será complicado a realização do negócio.
O “Timão” acredita que o defesa central irá valorizar ainda mais na próxima temporada, pelo que vender já não é prioritário, ainda para mais, manter o jogador significa terá também o rendimento desportivo de um jogador dessa qualidade.
Até ao momento ainda não há qualquer proposta oficial, nem mesmo uma sondagem pública pelo jogador brasileiro. O Sport Lisboa e Benfica anda no mercado, mas ainda não oficializou qualquer tipo de abordagem pelo central de 23 anos.
Contudo, falemos de milhões. A cláusula de rescisão está estabelecida em 50 milhões de euros, no entanto, o jogador está avaliado em cerca de sete milhões de euros, pelo que um negócio a rondar os dez milhões de euros poderá agradar a ambas as partes.
Ainda assim, o SL Benfica não pretendia gastar tanto dinheiro num jogador que terá como principal função jogar no lugar deixado vago por Lucas Veríssimo, que se vê a contas com uma lesão que o afastará o resto da temporada.
A verdade é que jogando com três centrais, Jorge Jesus precisa sempre de quatro jogadores de qualidade prontos para desempenhar a posição, sendo que um é o Veríssimo, que está como disse lesionado, e os outros dois o Otamendi e o Vertonghen.
Pois bem, já se viu que André Almeida não pode continuar a jogar a titular e muito menos a central. Morato, e não se sabe bem porquê, não tem sido opção, o que acho estranho, uma vez que considero Morato um excelente jogador e que poderia assumir a titularidade no SL Benfica no imediato.
Ferro está na porta de saída e Tomás Araújo não parece contar para Jorge Jesus. Falamos de três alternativas, duas delas viáveis (Morato e Tomás Araújo, este último com um asterisco por ter pouca experiência) que poderiam assumir a titularidade.
João Victor seria uma adição de qualidade inegável, mas não vejo assim tanta necessidade de recorrer ao mercado quando existem opções dentro dos quadros do clube. Qual é a vantagem de ter uma das melhores formações do mundo se depois não se concedem oportunidades aos jogadores?
Nenhum adepto benfiquista ficará triste com a contratação de João Victor. É um jogador com muita qualidade, capaz de sair com bola controlada e muito inteligente. A qualidade não está em causa, apenas a necessidade."

Passos de crescimento


"O Benfica venceu (2-0) o Paços de Ferreira, numa partida em que jogou todo o segundo tempo contra 10. As águias fizeram uma boa primeira parte, criando muitas oportunidades e mostrando detalhes de qualidade na organização ofensiva, mas quando estiveram em superioridade numérica baixaram de rendimento, ainda que só por desperdício não tenham chegado a uma vitória mais expressiva

Os avançados são uma espécie peculiar. Muitas vezes dependentes do rendimento coletivo para brilharem, ninguém como eles se sente, por vezes, alheio do sentimento coletivo quando as coisas não lhes saem bem. A equipa pode ganhar, mas nada tirará da cabeça do avançado a imagem daquela finalização ineficaz, daquele instante em que perdeu a oportunidade de atingir o objetivo do jogo e, ao mesmo tempo, de dar sentido à sua exibição. Ainda não se descobriu cura para diminuir esta dependência do avançado pelo golo.
Na vitória, por 2-0, do Benfica sobre o Paços de Ferreira, as expressões que Gonçalo Ramos, Seferovic e Darwin foram fazendo demonstram bem essa necessidade que os dianteiros têm de marcarem para se sentirem completos. A equipa de Veríssimo fez, no geral, uma boa exibição, criando muitas oportunidades perante um adversário que actuou todo o segundo tempo com 10 homens por expulsão de Denilson, mas as muitas chances desperdiçadas pelos avançados não só evitaram que as águias tivessem um resultado mais folgado, como também foram tirando o sorriso ao português, ao suíço e ao uruguaio.
O Benfica, que aproveitou a derrota do Sporting para reduzir para quatro os pontos de diferença para os campeões nacionais, mantendo-se a sete do FC Porto, voltou a apresentar-se em 4-4-2, com Ramos e Seferovic na frente, e a verdade é que, com excepção do começo da segunda parte – quando as águias revelaram um certo adormecimento e, mesmo contra 10, poderiam ter sofrido o 1-1 -, foram sempre donos e senhores dos acontecimentos.
Com a covid a tirar Vlachodimos, Vertonghen e Yaremchuk do onze do Benfica, a equipa da casa cedo impôs a sua superioridade. E, também, cedo começou o desperdício dos seus avançados. Aos 10 minutos, já Seferovic não tinha sido eficaz em duas ocasiões.
O Paços de Ferreira de César Peixoto chegou à Luz embalado por duas vitórias nos dois únicos encontros feitos com o antigo jogador do Benfica no comando técnico. Ainda assim, os visitantes ressentiram-se das ausências de Luiz Carlos, lesionado, e Nuno Santos, cedido pelo Benfica, evidenciando menos qualidade técnica no meio-campo. Durante os primeiros 45 minutos, o Paços raramente se aproximou de Helton Leite, fechando muitas vezes com uma linha de cinco homens, dado que Uilton se juntava à linha defensiva.
Para empurrar o Paços para trás, muito contribuiu a postura do Benfica. A equipa de Veríssimo apresentou-se pressionante, com fluidez na circulação e velocidade na frente. Em ataque organizado, as águias privilegiavam o lado esquerdo, com Grimaldo a atacar muitas vezes por dentro, deixando Everton mais na linha do que era normal com Jesus. O brasileiro sente-se confortável partindo de uma posição mais aberta, podendo receber a bola e partir para cima do lateral rival.
Com Rafa a invadir muito a zona central e Seferovic, inteligente nos movimentos, a detectar o espaço livre, o Benfica fez muitas combinações curtas que fizeram mossa na linha defensiva do Paços. Só que a falta de pontaria dos avançados ia-se mantendo: Seferovic, de cabeça após livre de Everton, disparou ao lado, tendo Ramos acertado na barra só com André Ferreira pela frente.
Se o Paços sentia dificuldades para travar a dinâmica ofensiva do Benfica com 11, as coisas pioraram ainda mais em cima do intervalo. Vítor Ferreira considerou perigosa a abordagem de Denilson num lance com Grimaldo e expulsou o avançado brasileiro.
Como um mal nunca vem só, no lance praticamente seguinte ao cartão vermelho, Seferovic combinou bem com Gonçalo Ramos – os dois avançados revelaram um muito bom entendimento nos seus movimentos – e este rematou na cara de André Ferreira. O guarda-redes defendeu, mas o ressalto foi parar aos pés de João Mário, que, aos 45’+5′, fez o 1-0.
A segunda parte começou por manter o tom da etapa inicial, com o Benfica a criar e os seus avançados a não conseguirem marcar. Gonçalo Ramos, de pé esquerdo dentro da área, rematou torto, sendo depois Seferovic, em dois cabeceamentos consecutivos, a desperdiçar.
Com o Paços com 10 e o Benfica com boa dinâmica ofensiva, o segundo tempo prometia tornar-se eterno para os visitantes, mas, durante boa parte da etapa complementar, não foi isso que se viu.
O Benfica pareceu adormecer, deixando a partida correr, sem a mesma dinâmica que já havia revelado. Everton deixou de desequilibrar pela esquerda e as combinações entre Grimaldo, Rafa ou João Mário não foram tão frequentes. A equipa de César Peixoto, que com 11 não tinha criado perigo, roçou o 1-1.
Aos 57′, o recém-entrado Diaby fez uso da sua passada larga para se isolar perante Helton Leite. O guardião brasileiro, em estreia na presente edição da I Liga, fez uma excelente defesa, evitando um muito inesperado empate. Também Antunes, num canto direto que obrigou Helton a defesa atenta, e Lucas Silva, num remate por cima, fizeram pairar a possibilidade do 1-1 sobre o Estádio da Luz, mas o desafio ficaria definitivamente selado no melhor momento de execução individual da noite.
À entrada para os últimos 15 minutos, era evidente que ou o Benfica fazia o 2-0 ou entraria numa toada de sofrimento que, ao intervalo, parecia colocada de parte. Aos 75′, Grimaldo dissipou as dúvidas. O espanhol tem o dom de saber executar livres em andamento, remates em arco que são mais normalmente vistos com a bola parada. Descaído para a esquerda da área, o espanhol fez a bola sobrevoar André Ferreira, tornando inútil o voo do guardião rival. Se os avançados do Benfica não marcavam de dentro da área, o lateral fazia-o de fora.
Até final, Darwin, que aos 59′ havia entrado por Gonçalo Ramos, não quis ficar atrás dos seus companheiros de sector no que toca a desperdício. Aos 87′, o uruguaio, com a baliza à mercê, acertou na barra após cruzamento de Diogo Gonçalves, e, dois minutos depois, atirou ao lado quando só tinha André Ferreira pela frente.
No total, Ramos, Darwin e Seferovic remataram, entre os três, 12 vezes, mas em nenhuma delas fizeram a bola beijar as redes. Na galáxia particular que é a relação de um avançado com o golo, nenhum deles vai para casa satisfeito.
Ainda assim, que os seus dianteiros tenham tido tantas ocasiões para marcar ilustra bem a capacidade ofensiva revelada pelo Benfica. No segundo jogo com Veríssimo no banco, as águias demonstraram novas soluções de ataque, com uma dinâmica que parece, novamente, apostar em trazer a Portugal o melhor do futebol de Everton. Frente a um Paços que, por circunstâncias várias, não conseguiu discutir a partida durante a maior parte do tempo, o Benfica de Veríssimo deu algumas boas indicações para o futuro próximo."

SL Benfica 2-0 FC Paços de Ferreira: “Benfiquistas, mudei a casa”


"A Crónica: No Final, Valeu a Pena
Casa é onde o coração fica quando o resto do corpo vai para outro lugar. É onde as nossas formas voltam quando se lhes falta conforto e animosidade.
Nas coordenadas do Estádio da Luz, ecoa o barulho do arrastar dos móveis pelas rugosidades do chão, do berbequim a frustrar a ponta giratória contra a parede.
Endireitam-se os quadros preferidos e escolhem-se fotografias várias para preencher o hall de entrada. As paredes ainda brindam o olfato com cheiro a tinta fresca. É Nélson Veríssimo a deixar tudo a seu gosto.
O sol pôs-se poucas vezes desde que o treinador do SL Benfica mudou de casa. Assumiu a equipa no Dragão com poucos dias de trabalho e um quebranto emocional que sempre compromete a eficiência humana.
Com mais tempo para deixar tudo concomitante às exigências que um bom anfitrião deve cumprir, recebeu, no primeiro jogo em domicílio próprio no regresso ao comando do SL Benfica, o FC Paços de Ferreira.
O treinador dos encarnados tinha avisado: “vai valer a pena”. Conheço uma Pessoa que outrora disse que “Tudo vale a pena”, mas foi pequena a alma benfiquista na primeira parte.
O FC Paços de Ferreira esteve sereno com a bola nos pés, com evidentes qualidades para tomar boas decisões. Sem ela, comprometeram somente num par de situações em que Rafa tentou em jeito picar sobre o guarda-redes pacense, André Ferreira.
Perante a ineficácia da estratégia usada pelo colega, Gonçalo Ramos tentou em força alvejar a rede, mas a bola só quis a trave.
Quando as emoções domaram os castores, a situação reverteu-se. Quase no término do primeiro tempo, Denilson atingiu com o pé o ombro de Grimaldo e foi expulso. No lance seguinte, Seferovic, que vinha até aqui assinalando uma excelente exibição, dá a Gonçalo Ramos a hipótese de se redimir.
A incrível defesa de André Ferreira levou a que só na recarga João Mário conseguisse dar vantagem aos encarnados. A superioridade numérica deu ao SL Benfica um domínio ainda maior. Paradoxalmente, Diaby conseguiu uma ocasião flagrante para dar ao FC Paços de Ferreira o empate.
O tempo continuou a passar com uma pedra presa ao pé. Para quebrar a monotonia, Grimaldo animou o cenário com um golo de belo efeito. Darwin quis ajudar na festa, mas o máximo que conseguiu foi protagonizar o momento Bryan Ruiz da noite, mantendo o 2-0 até final.
O SL Benfica fecha a primeira volta do campeonato em terceiro lugar. Com este resultado, reduz para quatro pontos a diferença para o segundo classificado, o Sporting CP.
A casa de Nélson Veríssimo está habitável, mas ainda precisa de ajustes que têm tanto de comum à habitabilidade como ao bom funcionamento de uma equipa de futebol.

A Figura
Haris SeferovicUm recipiente de utilidade. Não se pode dizer que tenha sido um elemento fixo no ataque. Pelo contrário, realizou numerosos movimentos de ataque à pequena diagonal. Na disponibilidade de apoios frontais esteve exímio.

O Fora de Jogo
Fernando Fonseca Incapaz de conter a avalanche encarnada do lado direito. Mal saltava na pressão a Grimaldo, tinha um jogador a aproveitar as suas costas.

Análise Tática – SL Benfica
O SL Benfica alinhou em 4-4-2. Na frente, Seferovic prestou-se mais ao jogo de apoios, atacando muitas vezes a profundidade depois de combinar. Gonçalo Ramos deslocou-se mais pelas linhas horizontais do campo.
Everton trabalhou bem aberto, com a linha lateral perto de si, o que o beneficiou na medida em que encontrou espaço que não teria no meio do bloco adversário. Tal situação proporcionou inclusivamente que Grimaldo pudesse subir por dentro.
A pressão alta foi exercida com Seferovic e Gonçalo Ramos a pressionarem os centrais e com João Mário a condicionar os dois médios do FC Paços de Ferreira. Weigl colocou-se juntos dos centrais. A estratégia zonal marca um ponto de viragem em relação ao passado recente dos encarnados.

11 Inicial e Pontuações
Helton Leite (6)
Gilberto (5)
Nicolás Otamendi (5)
Morato (6)
Álex Grimaldo (6)
Julian Weigl (6)
João Mário (7)
Rafa Silva (7)
Everton (7)
Gonçalo Ramos (5)
Haris Seferovic (7)
Subs Utilizados
Darwin Núñez (5)
Valentino Lázaro (6)
Paulo Bernardo (5)
Adel Taarabt (-)
Diogo Gonçalves (-)

Análise Tática – FC Paços de Ferreira
O sistema tático utilizado pelo Paços de Ferreira foi o 3-4-3. César Peixoto deu a Uilton um papel de elevada preponderância tática. O brasileiro, com historial de desempenhar funções de lateral, tinha a missão de fechar junto de Antunes o corredor esquerdo e formar uma linha de cinco atrás.
Defensivamente, sofreram no controlo do seu lado direito pelo elevado número de movimentos que vários jogadores do SL Benfica realizaram naquela zona.
A equipa da capital do móvel preferiu não correr riscos e evitar usar o corredor central para sair apoiado, mesmo Rui Pires e Eustáquio tendo vantagem sobre João Mário. Denilson, enquanto esteve em campo, foi um ótimo desafogo para a equipa, dada a sua capacidade para segurar a bola e permitir que a equipa subisse.
Seria de esperar que Uilton de adiantasse mais no terreno durante o processo ofensivo, sendo que foi até Antunes quem mais se aventurou. Tal situação seria possível perante o posicionamento de Hélder Ferreira ao centro.

11 Inicial e Pontuações
André Ferreira (7)
Fernando Fonseca (4)
Nuno Lima (4)
Marco Baixinho (5)
Antunes (4)
Uilton (4)
Rui Pires (5)
Stephan Eustáquio (5)
Juan Delgado (5)
Hélder Ferreira (6)
Denilson Jr. (6)
Subs Utilizados
Lucas Silva (4)
Mohamed Diaby (5)
Luís Bastos (4)
Matchoi Djaló (-)

BnR na Conferência da Imprensa
SL Benfica
O Bola na Rede foi impedido de colocar questões ao treinador do Benfica.

FC Paços de Ferreira
Bola na Rede: A opção para sair a jogar do FC Paços de Ferreira nunca foi o corredor central, mesmo estando apenas João Mário a vigiar o Rui Pires e o Eustáquio. Foi um risco que não quis correr?
César Peixoto: Tentámos jogar nos três corredores. Faltou alguma capacidade à equipa para ir fora e depois ir dentro. Faltou alguma ligação. No pontapé de baliza sim, tentámos privilegiar a bola mais direta no lado do Grimaldo, que é mais baixinho, mas, a partir daí, o jogo desenrolava-se pelos três corredores.
Não foi opção jogar pelos corredores laterais. Sabíamos também que o SL Benfica, normalmente, quando a bola entra no corredor lateral, abre espaço entre central e lateral e nós tentámos aproveitar esse espaço. Tínhamos que conseguir manipular o SL Benfica para provocarmos esse espaço. Não o conseguimos fazer.
Acaba por ser um jogo onde, na primeira parte, bem organizados, podíamos ter tido um pouco mais de bola. Na segunda parte, a equipa foi fantástica no comportamento, na forma como lutou, na organização defensiva e ainda conseguimos ir duas, três vezes à frente."

A 1ª vitória de Veríssimo – Curtas


"Jogo de sentido único com muita posse, muito domínio territorial e ocasiões criadas (e falhadas) pelo Benfica. O regresso ao 442 permitiu ao Benfica envolver mais jogadores em criação, com vários jogadores por dentro e assim criar mais e melhores envolvimentos ofensivos. Alguma variabilidade nos comportamentos ofensivos que são um bom ponto de partida para o Benfica de Verissimo. Altura dos laterais a variar entre estar baixos e projetados e João Mário a posicionar-se muitas vezes entre linhas, participando até em dinâmicas de corredor lateral e central de criação. Ou seja, por vezes o 442 a transformar-se num losango.
Transição defensiva de qualidade no jogo contra o Paços de Ferreira, mais pela preparação da mesma que pela reação forte e agressiva. Bons posicionamentos dos jogadores de lado contrário e dos jogadores da construção que aproximam dos adversário possíveis receptores. Permitiu ao Benfica instalar-se e não existirem transições ofensivas do adversário.
Posicionamentos ofensivos que permitem ter muitos jogadores por dentro em criação (extremos, avançados e por vezes médio) e variabilidade de movimentos entre apoios e rupturas. Com a qualidade individual que o Benfica tem vai conseguir criar muitos problemas na combinações que Verissimo tenta promover. Interessante que o ritmo da equipa encarnada nunca foi muito alto (a velocidade em posse e agressividade ofensiva tem de aumentar!) e mesmo assim conseguiu várias situações de finalização fácil.
Apesar de poucos momentos de posses mais largas do Paços de Ferreira, losango no pontapé de baliza defensivo e 442 a pressionar e defender mais baixo. Preocupação de ter sempre as duas linhas de 4 atrás da linha da bola.
Destaque para a entrada de Paulo Bernardo que apesar dos poucos minutos na presente época, demonstra sempre muita qualidade em cada ação e uma grande margem para no curto prazo candidatar-se a uma maior utilização e lugar no 11."

Inconsistências!!!


"Haja infinita paciência para aturar este novo Apito Dourado Século XXI, onde arbitragem e comunicação social estão novamente completamente ao serviço do Calor da Noite. Bem protegidos pelos Juízes Toupeiras do Calor da Noite. Se não houver uma revolta popular, este lodo vai continuar impunemente."

Deixamos apenas a imagem do lance, que fala por si


"Banco do Paços de Ferreira a protestar e aos insultos, argumentando que isto não era vermelho."

Portistas aos gritos a pedir a expulsão do Otamendi


"Nota: Nem falta foi assinalada. Disse o comentador da Sport TV que foi um "corte imperial de Mbemba!"."

"Houve cotovelada sobre o Taremi!!! A falta não era sobre o Evanilson!!!"


"Mal lhe toca e o Taremi nem reclama. Se virem com atenção, até é o jogador do Estoril quem leva com o cotovelo do Taremi primeiro antes de ganhar posição. Lance absolutamente normal e sem qualquer falta para ambas as partes.
Portistas e a já sua habitual deturpação e manipulação da verdade para justificar o colinho e os roubos."